Sars, Mers, Ebola, coronavírus – por que há cada vez mais surtosbet dovírus mortais pelo mundo?:bet do
Em 2014, a epidemiabet doEbola se espalhou por meio do contato direto com sangue ou outros fluidos corporais — e só pessoas bem próximas aos pacientes infectados poderiam pegar a doença.
Nem todos os vírus são transmitidos entre seres humanos. Mas, mesmo o vírus da zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, se beneficia quando estamos mais próximos. Os mosquitos prosperambet doáreas urbanas onde podem se alimentarbet dosangue humano. E se reproduzem mais rápidobet dolocais densamente povoados, úmidos e quentes.
Desde 2007, há mais gente morandobet docentros urbanos do que fora deles. Maisbet doquatro bilhõesbet dopessoas agora vivembet do1% da massa terrestre do planeta.
E muitas das cidades para onde estamos nos mudando não estão preparadas para nos receber. Com isso, muita gente acaba indo para áreasbet dofavelas, onde não há água limpa encanada ou sistemabet dosaneamento básico, o que facilita a propagaçãobet dodoenças.
Circulaçãobet dopessoas
As viagensbet doavião, trem e automóvel permitem que um vírus atravesse meio mundobet domenosbet doum dia. Poucas semanas após o início do surto do coronavírus, havia suspeitasbet domaisbet do16 países.
Em 2019, as companhias aéreas transportaram 4,5 bilhõesbet dopassageiros — dez anos antes, apenas 2,4 bilhões.
Wuhan é a principal estação do serviço ferroviáriobet doalta velocidade da China, e o vírus chegou no momentobet doque o país estava prestes a realizar a maior migração humana da história — maisbet dotrês bilhõesbet doviagens são feitas pelo país na época do Ano Novo Chinês.
Uma das piores pandemias já registradas no mundo foi a da gripe espanholabet do1918 — ela eclodiu na Europa durante outro períodobet domigraçãobet domassa, no fim da Primeira Guerra Mundial.
A gripe se espalhou enquanto os soldados estavam voltando para casa,bet doseus respectivos países, levando a doença com eles para comunidades que não tinham resistência ao vírus — o sistema imunológico delas foi pego completamentebet dosurpresa.
Um estudo conduzido pelo virologista John Oxford diz que a origem do vírus poderia estarbet doum acampamento militar, pelo qual cercabet do100 mil soldados passavam todos os dias.
Mesmo antes das viagens aéreas, a epidemia se espalhou por quase todas as partes do mundo. Matou entre 50 milhões e 100 milhõesbet dopessoas.
Ainda assim, a gripe espanhola levoubet doseis a nove meses para se propagar ao redor do globo. Em uma épocabet doque somos capazesbet doatravessar o planetabet doum dia, um novo vírus da gripe pode se espalhar muito mais rápido.
Mais carne, mais animais, mais doenças
O Ebola, a síndrome respiratória aguda grave (Sars, na siglabet doinglês) e o coronavírus surgido na China são todos vírus zoonóticos — ou seja, foram transmitidos aos seres humanos por animais.
O novo coronavírus parece ter se originadobet doum mercadobet doWuhan, e as informações preliminares indicam que pode ter vindobet docobras.
Atualmente, cercabet dotrêsbet docada quatro novas doenças são zoonóticas.
Nossa demanda por carne está aumentando a nível mundial, e a produção animal está se expandindo à medida que diferentes partes do mundo enriquecem e desenvolvem o gosto por uma dieta ricabet docarne.
Os vírus da gripe tendem a chegar aos seres humanos por meiobet doanimais domésticos. Portanto, a probabilidadebet doanimais infectados entrarembet docontato com o homem também está aumentando.
O coronavírus é transmitidobet doanimais selvagens para humanos. Na China, os mercadosbet docarne ebet doanimais vivos são comunsbet doáreas densamente povoadas. Isso poderia explicar por que duas das epidemias mais recentes se originaram lá.
Além disso, à medida que as cidades se expandem, somos empurrados para áreas rurais onde o homem entrabet docontato com animais selvagens.
A Febrebet doLassa é um vírus que se espalha dessa maneira — quando as pessoas desmatam florestas para usar a terra para a agricultura, os ratos que vivem nessas áreas se abrigambet doresidências e levam o vírus com eles.
Só não estamos preparados
Embora o mundo esteja mais conectado do que nunca, ainda não temos um sistemabet dosaúde global capazbet doresponder a essas ameaças na origem.
Para conter o surto, dependemos do governo do país onde ele se originou. Se fracassam, o planeta todo estábet dorisco.
Em nenhum lugar isso foi mais evidente do que na África Ocidental durante o surtobet doEbola. Quando os sistemasbet dosaúde locais na Guiné, Libéria e Serra Leoa falharam, o vírus se espalhou.
O Ebola matou 11.310 pessoas na África Ocidental.
Para a sorte do resto do planeta, trata-sebet doum vírus que se propaga relativamente devagar, mas os vírus respiratórios — como influenza ou coronavírus — se disseminam muito mais rápido.
Não ajuda o fatobet doque é mais provável que haja surtosbet dolugares pobres, com sistemasbet dosaúde frágeis. A faltabet doregulamentação e educação sobre higiene e saneamento, assim como a alta densidade populacional, aumentam o risco.
Ao mesmo tempo, muitos destes países estão passando por uma fugabet docérebrosbet doseus melhores profissionaisbet dosaúde.
Muito poucos sistemasbet dosaúde estão dispostos a investir seus escassos recursosbet dosurtos extremosbet dodoenças que podem não acontecer. No caso da gripe suína, houve um lançamento globalbet domedicamentos, o que foi criticado como uma reação exagerada porque o vírus acabou sendo muito brando.
Embora tenhamos tecnologia para desenvolver medicamentos capazesbet docombater alguns destes vírus, muitos não justificam o investimento das empresas farmacêuticas.
Mesmo sabendo que estão chegando, não podemos prever quando e onde a maioria dos surtos vai acontecer — e os surtosbet dodoenças infecciosas quase sempre nos pegambet dosurpresa.
Boa notícia
Embora haja mais surtos do que nunca, menos gente está ficando doente e morrendo por causa deles,bet doacordo com um estudo da Royal Society, instituição científica britânica.
Quando as economias crescem rapidamente, como vemos na China, o acesso à higiene básica e à saúde melhora. O mesmo acontece com os sistemasbet docomunicação, que disseminam recomendações sobre como evitar infecções.
Os tratamentos estão mais avançados, mais gente tem acesso a eles, e estamos ficando mais eficientes na prevenção. As vacinas estão sendo desenvolvidas muito mais rápido.
Embora o sistemabet doresposta global não sejabet doforma alguma perfeito, estamos ficando melhoresbet dodetectar e responder a surtosbet dodoenças.
Um país como a China é capazbet doconstruir um hospital com 1.000 leitosbet douma semana, algo que seria inimaginávelbet do1918.
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