30 anos após a queda do muroroleta de posiçãoBerlim, 'barreira invisível' ainda divide a Alemanharoleta de posiçãoduas:roleta de posição

Ilustração da Alemanha dividida

"Eu era muito jovem e tinha um espírito livre e revolucionário", explica emocionada.

O muro da vergonha, como era conhecidoroleta de posiçãogrande parte do Ocidente, ou a proteção antifascista, como era chamado pelo governo da República Democrática Alemã (RDA), é possivelmente o símbolo mais conhecido da divisão do país, que após a reunificação se tornou uma potência econômica europeia.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha eroleta de posiçãocapital, Berlim, foram divididasroleta de posiçãoquatro zonas, cada uma controlada por uma das potências vencedores da disputa: URSS, Reino Unido, França e Estados Unidos.

Mais tarde, as potências ocidentais decidiram integrar suas respectivas áreas e,roleta de posição1949, nasceu a República Federal da Alemanha a oeste, enquanto a leste despontava a RDA, que daria início mais tarde à construçãoroleta de posiçãoum muroroleta de posiçãoBerlim, dividindo fisicamente cidaderoleta de posiçãoduas.

Hoje, porém, 30 anos apósroleta de posiçãoqueda, o impacto econômico e social deixado pela divisão do país é subestimado.

E muitos alemães ainda sentem a presençaroleta de posiçãoum "muro invisível" a dividir o país.

Mapa da Alemanha - um muro invisível

Em buscaroleta de posiçãomais oportunidades

Em uma piscinaroleta de posiçãoReinbek, subúrbioroleta de posiçãoHamburgo, a cercaroleta de posição40 minutos do centro da cidade, Christine Ludwig, nascida e criada nos arredoresroleta de posiçãoLeipzig, no leste da Alemanha, conta que decidiu se mudar para o oeste cinco anos após a queda do muro.

"No começo, todo mundo queria vir, mas eu tinha dúvidas, tinha meu apartamento e meu empregoroleta de posiçãoLeipzig", relembra.

"Vários amigos foram para Munique, outros para Frankfurt; mas eu escolhi Hamburgo porque minha mãe estava aqui."

Andrea Fisher e Christine Ludwig

Crédito, Norberto Paredes

Legenda da foto, Christine Ludwig nasceuroleta de posiçãoLeipzig, cidade no leste da Alemanha, mas se mudou para o oeste do país após a queda do muro

Desde a reunificação do país, cercaroleta de posição3,7 milhõesroleta de posiçãoalemães deixaram o leste; alguns com o objetivoroleta de posiçãoreencontrar familiares, mas a maioria se mudouroleta de posiçãobuscaroleta de posiçãooportunidades profissionais, econômicas e sociais oferecidas pelas grandes metrópoles localizadas na antiga Alemanha Ocidental. Este número representa quase um quarto da população da antiga República Democrática Alemã.

Ludwig lembra como as pessoas faziam comentários sobre seu sotaque.

"Assim que eu abria a boca, as pessoas me perguntavam: 'Você éroleta de posiçãoDresden?', eu simplesmente respondia: 'Não,roleta de posiçãoLeipzig'", explica Ludwig, que neste mês completa 70 anosroleta de posiçãoidade.

"Não sei como você pode se adaptar a Hamburgo. Somos tão frios", diziam a ela com frequência.

Com quase 200 mil migrantes, Hamburgo se destaca como destino. Nenhuma outra localidade recebeu tantas pessoas da Alemanha Oriental quanto esta cidade industrial que abriga o maior porto do país, o terceiro da Europa e um dos mais importantes do mundo.

A única coisa que Ludwig lamentaroleta de posiçãorelação à queda do muro é que não tenha caído dez anos antes.

"Quando cheguei aqui, tinha 45 anos. Se tivesse 35 anos, poderia ter feito algo diferente com a minha vida profissional."

Desderoleta de posiçãochegada à região, o setorroleta de posiçãogastronomia tem sidoroleta de posiçãopaixão.

"Dois dias depois, eu já tinha conseguido um empregoroleta de posiçãoum Pizza Hut local. E há 15 anos trabalho na cozinha desse balneário. O povo do leste é muito trabalhador", diz ela, com um sorriso no rosto, enquanto serve um pretzel a um cliente.

Portoroleta de posiçãoHamburgo

Crédito, Norberto Paredes

Legenda da foto, Hamburgo, cidade que abriga o principal porto do país e um dos mais importantes do mundo, recebeu quase 200 mil migrantes da Alemanha Oriental desde a reunificação

"Quando cheguei a Hamburgo, eu já tinha uma ideiaroleta de posiçãocomo seria a vida aqui, tinha visitado a cidade algumas vezes. Sabiaroleta de posiçãotodas as coisas boas que estavam esperando por mim, mas ninguém nunca me contou sobre as coisas ruins", admite com os olhos cheios d'água.

Ela acha que a sociedade no oeste é mais individualista, enquanto no leste as pessoas se preocupam mais com os outros.

"Me senti isolada a princípio, acho que o sistema capitalista promove o egoísmo e a solidão."

Alemãesroleta de posiçãosegunda classe

Além das desigualdades econômicas e sociais, Dalia Marin, professoraroleta de posiçãoeconomia da Universidaderoleta de posiçãoMunique e pesquisadora do Centroroleta de posiçãoPesquisaroleta de posiçãoEconomia e Política (CEPR), chama a atenção para uma diferença "mental" entre os alemães orientais e ocidentais.

"As pessoas do leste muitas vezes se sentem como cidadãosroleta de posiçãosegunda classe", diz ela à BBC News Mundo, serviçoroleta de posiçãoespanhol da BBC.

"Após a reunificação, a Alemanha Oriental perdeuroleta de posiçãocompetitividade no mercadoroleta de posiçãoexportação para os países da Europa Oriental, devido às reformas feitas pelo governo na época que instituiu salários mais altos, sem um incentivo para aumentar a produtividade. Isso fez muitas empresas falirem e, como resultado, os alemães orientais sentiram que não tinham espaçoroleta de posiçãouma economiaroleta de posiçãomercado."

Segundo a economista, que viveuroleta de posiçãoBerlim após a queda do muro, os alemães ocidentais tampouco eram particularmente gentis com seus conterrâneos do oriente.

Migrantes alemãesroleta de posiçãodireção ao oeste do país

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para Christian Hirte, comissário do governo, 'há uma fugaroleta de posiçãocérebros há décadas' no leste do país

"Eles os tratavamroleta de posiçãoforma inferior, se comportavam como imperialistas e os olhavamroleta de posiçãocima a baixo, porque as pessoas do oriente não eram tão sofisticadas quanto eles."

E, 30 anos depois, muitos alemães orientais "parecem não ter superado esse sentimentoroleta de posiçãodesamparo e apatia", explica Marin.

'Nunca me senti bem-vindo no oeste da Alemanha'

Segundo Marin, a economia das regiões que fazem parte do leste do país está estagnada há cercaroleta de posição25 anos.

Entre 1991 e 1996, a renda per capita na Alemanha Oriental aumentouroleta de posição42% para 67% da renda da Alemanha Ocidental. Mas nos 20 anos subsequentes, esse percentual chegou a apenas 74%.

"O crescimento observado no início foi desencadeado por dois fatores: primeiro, o setor público da Alemanha Oriental aumentou e atingiu o mesmo nível da Alemanha Ocidental — os salários também aumentaram exponencialmente; e segundo, todas as pessoas que deixaram o Oriente. Ambas ações elevaram a renda per capita da antiga RDA ", explica a economista.

Nas ruasroleta de posiçãoDresden, capital da Saxônia, você sente essa estagnação.

"Se você passou por Munique e Hamburgo, fica evidente onde há mais dinheiro e onde você vive melhor", diz Stephan Müller, naturalroleta de posiçãoMeissen, uma pequena cidade a 25 quilômetrosroleta de posiçãoDresden.

Stephan Müller

Crédito, Norberto Paredes

Legenda da foto, Stephan Müller nunca se sentiu bem-vindo na Alemanha Ocidental: 'As pessoas não me levavam a sério e zombavam do meu sotaque'

Müller nasceuroleta de posição1981roleta de posiçãouma família humilde da Alemanha Oriental — e se lembra do seu temporoleta de posiçãoestudanteroleta de posiçãoenfermagemroleta de posiçãoHannover, capital da Baixa Saxônia, no noroeste do país.

"As pessoas não me levavam a sério, tiravam sarro do meu sotaque e do meu dialeto saxão. Na verdade, nunca me senti bem-vindo."

Lacuna econômica

Mas o que mais impressionou Müller após chegar ao oeste do país foi o poderroleta de posiçãocompra dos alemães ocidentais.

"Eles tinham um estiloroleta de posiçãovida muito diferente do nosso. Meus colegas ocidentais moravam sozinhosroleta de posiçãoapartamentos próprios, eu perguntava a eles: 'Como vocês conseguem pagar?, e eles simplesmente respondiam: 'Ah, é dos meus pais'. Então, eu ficava pensando: como é possível ter maisroleta de posiçãouma propriedade? Nunca tinha conhecido na minha vida alguém que tivesse dois imóveis, nemroleta de posiçãoMeissen, nemroleta de posiçãoDresden."

E embora a situação tenha melhorado, algumas diferenças ainda são visíveis.

"Nas ruas do oeste, você pode ver carrosroleta de posiçãoluxoroleta de posiçãotodos os lugares, aquiroleta de posiçãoDresden tudo é mais modesto", explica o assistente social que hoje tem 38 anos.

Embora a lacuna econômica tenha diminuído desde a reunificação, ainda há disparidades entre as regiões que faziam parte da Alemanha Ocidental e aquelas que integravam a RDA: a renda mensal médiaroleta de posiçãoum trabalhador no oeste éroleta de posição3,3 mil euros, enquanto no leste é 2,7 mil euros.

E a maioria das grandes empresas alemãs está sediada no oeste do país.

Mapa — empresas alemãs

Segundo o ranking das maiores empresasroleta de posiçãocapital aberto do mundo, publicado pela revista Forbes neste ano, 47 das 50 maiores empresas alemãs têmroleta de posiçãosede na Alemanha Ocidental. Apenas três delas se encontram no leste; masroleta de posiçãoBerlim, a capital.

Essa pode ser uma das razões pela qual a população do leste da Alemanha parece estarroleta de posiçãoqueda livre.

Segundo dados do Institutoroleta de posiçãoPesquisa Econômicaroleta de posiçãoMunique, cercaroleta de posição13,6 milhõesroleta de posiçãopessoas vivem atualmente no antigo território da República Democrática Alemã, o mesmo númeroroleta de posiçãohabitantes que havia há 114 anos.

Naquela época, a Alemanha Ocidental tinha 32,6 milhõesroleta de posiçãohabitantes, mas, ao contrário do leste do país,roleta de posiçãopopulação mais que dobrou — e estima-se que chegará a 68,3 milhões no fim deste ano.

"Muitas pessoas vão para o oesteroleta de posiçãobuscaroleta de posiçãomelhores empregos. Aqui no leste há muito trabalho, mas a maioriaroleta de posiçãoencanador, caminhoneiro, cozinheiro etc. Se você quer um bom trabalho como arquiteto ou jornalista, você tem mais oportunidades no oeste", diz Danielle Schönfeldroleta de posiçãoum caféroleta de posiçãoDresden, uma das cidades mais importantes do leste do país.

Dresden é uma das poucas cidades da Alemanha Oriental cuja população continua a migrar para o oeste, 30 anos após a queda do muro.

"Aqui há qualidaderoleta de posiçãovida, temos um bom sistemaroleta de posiçãotransporte público, é tranquilo e relativamente barato, mas se você deseja desenvolver uma carreira profissional bem-sucedida, é melhor ir para o outro lado."

Schönfeld sempre quis ser jornalista, mas hoje ela trabalha como coach para mudar vidas, um trabalho que ela classifica como normal, com um salário normal. Ela trabalha cercaroleta de posição21 horas por semana e ganha 1,2 mil euros.

"Não é nada mau. Pago 600 eurosroleta de posiçãoaluguel por um apartamento grande que compartilho com 4 pessoas."

Uma fugaroleta de posiçãocérebros por maisroleta de posiçãomeio século

Apesar das visíveis disparidades econômicas no país, Christian Hirte, comissário do governo para assuntos do leste, acredita que o plano das autoridadesroleta de posiçãofundir as economias da Alemanha Oriental e Ocidental tem sido bem-sucedido.

"Tivemos um começo muito difícil nos anos 1990. 50% das pessoas no leste perderam seus empregos porque o setorroleta de posiçãoque trabalhavam não foi capazroleta de posiçãocompetirroleta de posiçãouma economiaroleta de posiçãomercado. Mas o governo pode exibir muitas conquistas, por exemplo, atualmente a população do leste tem uma expectativaroleta de posiçãovida mais alta que a da antiga República Democrática."

Hirte destaca que a RDA construiu o muro porque muitos jovens com educação e motivação, assim como muitas empresas, se mudaram do leste para o oeste. E quando o muro caiu, milhõesroleta de posiçãopessoas continuaram a tentar migrarroleta de posiçãobuscaroleta de posiçãouma vida melhor.

Pessoas fazendo filaroleta de posiçãoBerlim Oriental, um dia após a introdução do marco alemão como moeda

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Um dia após a introdução do marco alemão como moeda na RDA, os berlinenses orientais correram para os bancos da capital para trocar suas moedas

"Todas essas pessoas estão fazendo falta no leste. O problema é que existe uma fugaroleta de posiçãocérebros há décadas", afirmou.

Embora as estatísticas digam o contrário, o comissário do governo insiste que Dresden é uma cidade que está passando por um forte crescimento.

Peter Krause, cientista social do Instituto Alemãoroleta de posiçãoPesquisa Econômicaroleta de posiçãoBerlim, concorda que houve avanços na reestruturação da forçaroleta de posiçãotrabalho no leste, mas reconhece que ainda existe muita tensão.

"Atualmente, há um padrãoroleta de posiçãovida equiparável no leste e oeste da Alemanha, no entanto, é verdade que há um risco maiorroleta de posiçãoempobrecimento eroleta de posiçãoos salários serem mais baixos no Oriente."

O sociólogo diz que nos últimos 10 anos as diferenças diminuíram, mas alerta que o governo deve prestar mais atenção à crescente desigualdade na Alemanha.

Alemães comendoroleta de posiçãorestaurante público

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Peter Krause, cientista social do Instituto Alemãoroleta de posiçãoPesquisa Econômica, alerta que o governo deve prestar mais atenção à crescente desigualdade na Alemanha

Ele também justifica as disparidades econômicas regionais com baseroleta de posiçãodiferenças estruturais.

"A Alemanha Oriental é muito mais rural que o oeste. Foraroleta de posiçãoBerlim, estamos falandoroleta de posiçãoquase 70% da população que viveroleta de posiçãoáreas rurais. Enquanto o oeste é mais urbano."

Krause também acredita que os salários são mais altos no oeste "porque há pessoas mais qualificadas lá".

"Não quero dizer que está tudo bem, ainda temos grandes problemas, especialmente relacionados ao nívelroleta de posiçãorenda", diz ele, que nasceu e foi criado na regiãoroleta de posiçãoBaden-Württemberg, no oeste da Alemanha.

Na verdade, os alemães ocidentais também dominam as altas esferas educacionais do país. Todos os reitores e reitorasroleta de posiçãouniversidades alemãs nasceram na República Federal, dado que surpreende tanto cidadãos quanto estrangeiros.

"Não apenas os reitores, na verdade a maioria dos professores também vem do oeste", replica Dalia Marin, indignada.

Dresden, reduto eleitoral da extrema-direita

Um percentual importante da população saxônica diz que se sente abandonada e decepcionada com tantas promessas não cumpridas dos partidos políticos tradicionais.

Dalia Marin acredita que essa é uma das razões pelas quais Dresden se tornou um reduto eleitoral do partidoroleta de posiçãoextrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

"Eles prometem às pessoas que vão fazer desta uma 'terra santa', que tudo voltará a ser 'tão bom quanto antes', é claro que é tudo mentira."

Mapa - bastião da extrema-direita

No entanto, para o vice-presidente do AfD, Georg Pazderski, as pessoas estão irritadas porque o processoroleta de posiçãoreunificação ainda não está completo.

"Se você conversar com os alemães do leste, vai perceber que eles não sentem que têm as mesmas oportunidades que no oeste do país. Suas condiçõesroleta de posiçãovida são um pouco piores e seus salários também."

"No AfD, temos propostas claras: nos livrar do euro, da burocracia da União Europeia e, acimaroleta de posiçãotudo, queremos frear a imigraçãoroleta de posiçãomassa que trouxe pobreza para a Alemanha", afirmou Pazderski à BBC News Mundo.

"Desde 2017, recebemos maisroleta de posição2 milhõesroleta de posiçãoimigrantes que, emroleta de posiçãomaioria, se aproveitam do nosso generoso sistema social, o que significa que não sobra muito para os alemães. As pessoas veem como a criminalidade aumentou e no que cidades como Colônia e Düsseldorf se transformaram. Os alemães do leste assistem ao noticiário e dizem: 'Não queremos isso aqui'. É por isso que votam na gente".

Contrariando essa afirmação, um relatório do Departamento Federalroleta de posiçãoInvestigação Criminal da Alemanha, publicado no início deste ano, mostra que a taxaroleta de posiçãocriminalidade alemã continua caindo. Em 2018, o país registrou 5,56 milhõesroleta de posiçãocrimes, uma reduçãoroleta de posição3,6%roleta de posiçãorelação ao ano anterior.

O certo é que o leste da Alemanha é muito menos multicultural e multirracial do que o oeste.

Centroroleta de posiçãoDresden com o rio Elbaroleta de posiçãoprimeiro plano

Crédito, Norberto Paredes

Legenda da foto, O AfD se tornou um dos principais partidos políticosroleta de posiçãoDresden — a cidade declarou recentemente 'emergência nazista'

Segundo o Departamento Federalroleta de posiçãoEstatísticas da Alemanha, o percentual da populaçãoroleta de posiçãoorigem estrangeira atingiu 25,5%roleta de posição2018, enquanto no leste esse número éroleta de posiçãoapenas 6,8%, se excluirmos Berlim.

"É humano ter medo do desconhecido, e os partidosroleta de posiçãoextrema-direita tendem a se aproveitar disso para mentir para o povo", avalia Danielle Schönfeld.

Por quatro anos, a saxã manteve um relacionamento amoroso com um refugiado sírio — ela explica como sentiu na própria pele a xenofobia e a islamofobia que existeroleta de posiçãoDresden: "Sempre olhavam para ele como se fosse um terrorista."

Recentemente, os conselheiros da cidade declararam "emergência nazista", fazendo um apelo para as autoridades ajudarem as vítimas da violência da extrema-direita e protegerem as minorias.

A capital da Saxônia também é conhecida por ser berço do movimento anti-islâmico Pegida (Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente).

Danielle Schönfeld

Crédito, Norberto Paredes

Legenda da foto, Para Schönfeld, os políticosroleta de posiçãoextrema-direita usam o 'medo do desconhecido' como arma para conquistar eleitoresroleta de posiçãoDresden

Por isso e por muitas outras razões, Schönfeld pensa frequentementeroleta de posiçãose mudar para o oeste do país ou para a Dinamarca. "Odeio Dresden."

"Realmente, não há nada que me inspire aqui", acrescenta.

Dalia Marin acredita que as disparidades não vão melhorar até que os políticos entendam que a única maneiraroleta de posiçãofazer a região prosperar é oferecendo incentivos fiscais às empresas para que se estabeleçam no leste.

Schönfeld avalia, porroleta de posiçãovez, que as autoridades estavam ocupadas demais tentando reconstruir fachadas e, por maisroleta de posição20 anos, não perceberam que, por trás delas, ainda havia diferenças econômicas e sociais a serem resolvidas.

O fato é que quase três décadas depois, a famosa promessa feita pelo ex-chanceler Helmut Kohlroleta de posição1990 —roleta de posição"paisagens florescentes" no leste alemão após a reunificação com o oeste — ainda não foi cumprida.

Línea

Crédito, Getty Images

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