O vergonhoso passado do reformatório nos Estados Unidos onde foram encontrados dezenasestratégia roleta brasileiracorposestratégia roleta brasileirameninos:estratégia roleta brasileira

Reformatório Arthur G. Dozier

Crédito, White House Boys

Legenda da foto, O reformatório Arthur G. Dozier funcionou por 111 anos,estratégia roleta brasileira1900 a 2011

O que permitiu que esse centroestratégia roleta brasileiraterror durasse 111 anos?

Exteriorestratégia roleta brasileirauma construção destinada à carpintaria no reformatório Arthur G.Dozier

Crédito, White House Boys

Legenda da foto, Os internos realizavam trabalhos forçados, segundo investigações

Senado da Flórida pediu desculpas às vítimas

Os abusos e mortesestratégia roleta brasileiraArthur G. Dozier levaram o Senado da Flórida a pedir desculpas às vítimas,estratégia roleta brasileiraabrilestratégia roleta brasileira2017, seis anos após o fechamento do local.

"Esses ossos contam a história", disse o senador Darryl Rouson. "Eles contam uma história vergonhosa (...) Nós pedimos desculpas."

A história começou há 119 anos, quando o local foi inaugurado com o propósitoestratégia roleta brasileiraser um reformatório para menores que haviam cometido algum crime. Mas, com o tempo, foi se tornando mais parecido com uma prisão,estratégia roleta brasileiraacordo com um relatórioestratégia roleta brasileira2016 da Universidade do Sul da Flórida.

Pouco depoisestratégia roleta brasileirater sido criada, a instituição começou a receber jovens que haviam cometido delitos menores, como "incorrigibilidade" ou "falta à escola". Além disso, começaram a chegar crianças órfãsestratégia roleta brasileiraaté 5 anos.

Cooper, que viu a criança morrerestratégia roleta brasileiraexaustão durante uma prática esportiva, chegou ao reformatório quando tinha 16 anos, por tentar escaparestratégia roleta brasileiracasa três vezes. Assim que chegou, percebeu que a administração do local estava cometendo erros.

"A escola estava no meio do nada, isolada, eu acho que ninguém se importava com o que acontecia ali. A equipe do lugar estava livre para fazer o que quisesse a qualquer momento."

Mas o que faziam?

Jerry Cooper

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Jerry Cooper acredita que os encarregados da escola abusavam dos alunos porque ninguém vistoriava suas ações

Relatos brutais

Os relatosestratégia roleta brasileiraabusos começaram a aparecerestratégia roleta brasileira1903, quando o local tinha apenas três anos.

De acordo com o relatórioestratégia roleta brasileira2016 da Universidade do Sul da Flórida, investigações realizadas por comitês legislativo descobriram que criançasestratégia roleta brasileiraaté cinco anos eram acorrentadas, internos eram obrigados a fazer "trabalho forçado", eram espancados, não recebiam educação, comida ou roupas. O local era "uma prisão" ou um "campoestratégia roleta brasileiraprisioneiros com pouca ventilação e com superlotação".

Em 1914, um incêndio matou entre 10 e 12 pessoas que estavam trancadasestratégia roleta brasileira"celas escuras", com grades nas janelas e portas, vigiadas por guardas armados. Assim, não puderam escapar. Além disso, ninguém tentou resgatá-las.

Nos anos seguintes, funcionários, psicólogos e políticos denunciaram "espancamentos brutais, maus-tratos e isolamento".

Corpos com hematomas

Quando Cooper chegou ao reformatório,estratégia roleta brasileira1961, os encarregados do local diziam aos internos que eles eram "um lixo" ou ameaçavam castigá-los, mesmo que não tivessem feito nada, conta ele.

"Eles nos batiam até que o corpo ficasse roxo, deixavam marcas nas nádegas e nas pernas", relata Cooper. "Vi muitos meninos espancados até sangrar, sangrando atravésestratégia roleta brasileiraseu jeans", lembra. "Era pior do que se podia imaginar, especialmente para crianças pequenas".

Segundo Cooper, nem sempre havia uma razão para as sessõesestratégia roleta brasileiraespancamento.

Exterior da Casa Branca, local para onde os internos eram levados para apanhar

Crédito, White House Boys

Legenda da foto, A temida "Casa Branca" do reformatório Arthur G. Dozier

"Eles levavam a gente para a 'Casa Branca', (uma construção) que era usada como localestratégia roleta brasileiracastigo. Podiam levar a gente a qualquer hora do dia ou no meio da noite, tiravam da cama para bater na gente", conta.

Cooper diz que foi levado duas vezes à Casa Branca: uma por se recusar a jogar futebol e outra por brigar com um trabalhador.

"Uma vez eles me acordaram às 2 da manhã para me levar para a Casa Branca. A minha bata e a minha cueca ficaram grudadas na minha pele por causa dos golpes e feridas, eu fiquei com a pele preta e azul, cortado da cintura até os joelhos, minhas nádegas ficaram pretas como breu por cercaestratégia roleta brasileiratrês semanas, eu precisavaestratégia roleta brasileirapontos, mas eu não os recebi", diz ele.

Até 1968, a escola teve um campus para internos "brancos" e outro para alunosestratégia roleta brasileiracor". O tratamento era "tão ruim para negros e brancos", segundo Copper. E, "se você fosse branco e eles te vissem conversando com um homem negro, isso era motivo para uma viagem para a Casa Branca", completa.

Denúncias frustradas

Maisestratégia roleta brasileirauma vez, os sobreviventes do reformatório fizeram denúncias coletivas contra vários funcionários e agências do estado da Flórida. Relataram abusos, como manter internosestratégia roleta brasileiraconfinamento solitário.

Mas nenhuma denúncia resultouestratégia roleta brasileiracondenações contra qualquer um dos acusados.

Placa afixada na Casa Branca: 'Que essa construção seja uma lembrança da necessidadeestratégia roleta brasileiranos mantermos vigilantes na proteção das crianças'

Crédito, White House Boys

Legenda da foto, Placa afixada na Casa Branca: 'Que essa construção seja uma lembrança da necessidadeestratégia roleta brasileiranos mantermos vigilantes na proteção das crianças'

Em 2009, Cooper e outros sobreviventes formaram a associação "Meninos da Casa Branca", para denunciar o abuso que alegam ter vivido na escola.

Glenn Hess, promotor estadual da Flórida encarregadoestratégia roleta brasileirainvestigar o caso, disse à BBC News Mundo que "não era possível processar o caso depoisestratégia roleta brasileiratantos anos,estratégia roleta brasileiragrande parte porque os trabalhadores dos anosestratégia roleta brasileiradiscussão já estavam mortos".

No entanto, os depoimentos levaram o Departamentoestratégia roleta brasileiraJustiça dos EUA a investigar e reconhecer os excessos cometidos na escola,estratégia roleta brasileira2011. O órgão afirmou que "muitos dos problemas foram o resultado da falta sistemáticaestratégia roleta brasileiratreinamento, supervisão e vigilância", mas suas conclusões não se transformaramestratégia roleta brasileirasanções penais.

Nesse mesmo ano, o reformatório fechou devido a uma "crise orçamentária". Sua história, no entanto, continuaria aberta.

Mais sepulturas

Em 2013, antropólogos forenses da Universidade do Sul da Flórida foram autorizados a escavar uma área conhecida como "Boot Hill", que o reformatório usava como cemitério.

Como resultado, eles encontraram 55 túmulos e 51 conjuntosestratégia roleta brasileirarestos humanos. As crianças haviam sido enterradasestratégia roleta brasileiracaixões simples. Os restos foram recuperados juntamente com objetos como fivelasestratégia roleta brasileiracintos, botões e até mesmo um mármore.

Agora, o governo da Flórida está "cuidadosamente explorando a área onde as 27 anomalias foram identificadas", disse uma porta-voz da instituição à BBC News Mundo. "Se restos humanos forem encontrados, eles serão recuperados respeitosamente."

Nas próximas semanas, autoridades locais e estaduais e partes interessadas se reunirão para decidir o que fazer, continuou a porta-voz. "Esperamos que através deste processo possamos trazer algum alívio às vítimas, suas famílias e todos os afetados", acrescentou.

Cooper acredita que existam ainda mais sepulturasestratégia roleta brasileiraArthur G. Dozier. "Temos uma listaestratégia roleta brasileiraaproximadamente 180 meninos desaparecidos". "Minha maior preocupação é que encontremos todas as crianças que podem estar enterradas na propriedade. Eu acho que serão encontrados mais corpos."

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