Crise na Venezuela: o que hánovos preços das loteriasverdadeiro ou falsonovos preços das loterias8 declaraçõesnovos preços das loteriasMaduro à BBC:novos preços das loterias

Parte da população, portanto, passa fome atualmente. Segundo dados da última Pesquisa sobre Condiçõesnovos preços das loteriasVida, realizada por várias universidades da Venezuela,novos preços das loterias2017, 64% dos venezuelanos haviam perdido aproximadamente 11 kgnovos preços das loteriaspesonovos preços das loteriasum ano.

Além disso, 8,2 milhõesnovos preços das loteriasvenezuelanos - cercanovos preços das loterias30% da população - ingeriramnovos preços das loterias2017 duas ou menos porçõesnovos preços das loteriascomida por dia, enovos preços das loteriasbaixa qualidade nutricional.

O governo assegura que tem protegido seis milhõesnovos preços das loteriasfamílias com a venda mensal, a preço subsidiado,novos preços das loteriasuma caixa com produtos básicos, como farinha, azeite, massa e arroz.

Mas, afinalnovos preços das loteriascontas, há ou não fome sistêmica na Venezuela?

Existem três parâmetros para falarnovos preços das loteriasfome: que ao menos 20% dos lares sofram com escassez severa; que a desnutrição alcance maisnovos preços das loterias30% da população; ou que, por dia, morram duas pessoas a cada 10 milnovos preços das loteriasdecorrêncianovos preços das loteriasfaltanovos preços das loteriasalimentação.

De acordo com Susana Raffalli, nutricionista especializadanovos preços das loteriasgestãonovos preços das loteriassegurança alimentarnovos preços das loteriasemergências humanitárias e desastres naturais, a Venezuela está numa situação grave, mas ainda não se encontranovos preços das loteriasestadonovos preços das loteriasfome.

2. "Nós temos números oficiais e não passamnovos preços das loterias800 mil os venezuelanos que saíram nos últimos anos buscando alternativas"

Uma das frases mais controversasnovos preços das loteriasMaduro na entrevista foi a referência à cifranovos preços das loteriasvenezuelanos que deixaram o país devido à crise.

Enquanto ele falanovos preços das loterias800 mil, organismos internacionais, como as Nações Unidas, mencionam números muito superiores.

Segundo a Agêncianovos preços das loteriasMigração da ONU, cercanovos preços das loterias2,3 milhõesnovos preços das loteriasvenezuelanos abandonaram o país nos últimos anos, o que equivale a 7% da população.

A maioria elegeu como destino os Estados Unidos e países da América Latina que falam espanhol, sobretudo a Colômbia.

Ainda que alguns venezuelanos tenham voltado à Venezuela por não encontrar oportunidades ou por sofrer discriminaçãonovos preços das loteriasoutras nações, a grande maioria continua no exterior. Alguns, inclusive, contam históriasnovos preços das loteriassucesso enovos preços das loteriasaberturanovos preços das loteriasnegócios nos paísesnovos preços das loteriasacolhida.

3."É preciso levarnovos preços das loteriasconta a guerra econômica e a perseguição financeira a que estamos sendo submetidos. Perseguiram cada conta que tínhamos e isso impactou a realidade econômica"

Maduro e seu governo sempre atribuíram a crise da Venezuela a uma "guerra econômica" liderada pelos Estados Unidos contra o país.

As sanções econômicas impostas pelos EUA à Venezuela passaram do congelamentonovos preços das loteriasbensnovos preços das loteriaspessoas ligadas ao governo venezuelano a medidas que,novos preços das loteriasfato, impactaram as finanças do país latino-americano, que é altamente dependente da exportaçãonovos preços das loteriaspetróleo.

Mas a crise na Venezuela começou muito antes dessas sanções. Em 2013, o preço internacional do petróleo caiu, reduzindo as receitas do país. Mas problemasnovos preços das loteriasgestão também ficaram evidentes já que o próprio volumenovos preços das loteriasprodução do petróleo venezuelano vinha diminuindo.

O dinheiro que a Venezuela obtinha com a vendanovos preços das loteriaspetróleo ao exterior era usado para importaçãonovos preços das loteriasprodutos básicosnovos preços das loteriasquantidade suficiente para abastecer o mercado interno.

Com a queda na receita, as importações se reduziram. As recentes sanções dos Estados Unidos à indústria petrolífera venezuelana são um golpe adicional às finanças do governo.

"Agora, o chavismo pode dizer, com mais razão, que a crise econômica é produto da pressão dos Estados Unidos", disse à BBC Mundo Geoff Ramsey, analista do Centronovos preços das loteriasEstudosnovos preços das loteriasWashington sobre América Latina.

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que o impacto das sanções americanas énovos preços das loteriasUS$ 30 milhões.

4. "Nenhum país do mundo aguentaria uma inflaçãonovos preços das loterias1.000.000%"

Maduro rebate a estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI)novos preços das loteriasque a inflação da Venezuela alcançou 1.000.000%novos preços das loteriasum ano. Para o presidente venezuelano, o FMI está sempre ao ladonovos preços das loteriaspolíticas neoliberais que "favorecem o capitalnovos preços das loteriasdetrimento do social".

Faz anos que o governo deixounovos preços das loteriaspublicar dados oficiais sobre inflação, calcanharnovos preços das loteriasAquiles histórico da economia venezuelana que disparou com a chegadanovos preços das loteriasMaduro ao poder,novos preços das loterias2013.

A Venezuela vive um processo hiperinflacionário (termo usado quando o aumento mensalnovos preços das loteriaspreços alcança 50%) que alguns consideram como um dos piores do mundo desde a Segunda Guerra Mundial.

Às vezes, um mesmo produto sofre aumentonovos preços das loteriaspreçonovos preços das loteriasum dia para o outro. O governo assegura que é uma inflação induzida por um ataque estrangeiro à moeda nacional, o bolívar. Em agosto do ano passado, Maduro respondeu cortando cinco zeros do bolívar.

Segundo a Assembleia Nacional (o congresso nacional venezuelano), controlada pela oposição,novos preços das loteriasjaneiro, a inflação na Venezuela foinovos preços das loterias191%.

5. "Ganhamos 23 eleiçõesnovos preços das loterias25. É preciso se perguntar por que os esquemas mentais que vocês trazem do norte não funcionam na Venezuela"

Maduro tem razão. Desde que Hugo Chávez se alçou ao podernovos preços das loterias1999, dando início à chamada revolução bolivariana na Venezuela, o chavismo venceu 23 das 25 eleições ocorridas no país.

Muitos desses triunfos ocorreramnovos preços das loteriasmeio ao boom do petróleo (alta no preço das commodities, inclusive petróleo e gás), que Chávez soube usar a seu favor na política.

As únicas derrotas do chavismo foram no referendo por reformas à Constituiçãonovos preços das loterias2007 e nas eleições legislativasnovos preços das loterias2015, que deram à oposição maioria na Assembleia Nacional.

No entanto, a oposição contestou muitas dessas vitórias eleitorais, sobretudo as últimas.

Chegou, inclusive, a boicotar a eleição presidencialnovos preços das loteriasmaionovos preços das loterias2018 por entender que as condições não eram justas, já que os principais líderesnovos preços das loteriasoposição com chancenovos preços das loteriasvitória foram presos ou impedidosnovos preços das loteriasconcorrer por decisão judicial.

Maduro venceu a eleição, mas não foi reconhecido pela Assembleia Nacional, o que impulsionou a atual crise institucional e política.

6. "Não são 50 (países que reconhecem a presidêncianovos preços das loteriasJuan Guaidó). É uma dezenanovos preços das loteriasgovernos, nãonovos preços das loteriaspaíses, que estão alinhados com a políticanovos preços das loteriasDonald Trump"

A jornalista da BBC Orla Guerin perguntou a Maduro sobre os 50 países que reconheceram o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. Maduro replicou dizendo que não são 50, mas sim uma "dezena".

Mas a realidade é que o número totalnovos preços das loteriaspaíses que reconheceram Guaidó se aproxima mais da cifra mencionada por Guerin. De acordo com o último levantamento da BBC, maisnovos preços das loterias40 nações, entre as quais o Brasil, declararam apoio ao líder da oposição.

7. "Jamais houve nem haverá repressão"

Maduro negou que o Exército vá disparar contra voluntários que eventualmente tentem entrar no país com a ajuda humanitária que a oposição e os Estados Unidos deixaram nas fronteiras da Venezuela com Colômbia e Brasil.

Guerin perguntou também sobre a denúncia das Nações Unidasnovos preços das loteriasque ao menos 40 pessoas morreramnovos preços das loteriasprotestos recentes, sendo pelo menos 26 vítimas das forçasnovos preços das loteriassegurança venezuelanas.

"Só um grupo pequenonovos preços das loteriasdelinquentes que saíram às ruas e foram flagradosnovos preços das loteriasseus atosnovos preços das loteriasviolência", respondeu o presidente venezuelano.

A cifranovos preços das loterias26 mortos foi apresentada pelas Nações Unidasnovos preços das loterias29novos preços das loteriasjaneiro. "Pelo menos 26 pessoas morreram supostamente após serem atingidas por disparos das forçasnovos preços das loteriassegurança ounovos preços das loteriasmembrosnovos preços das loteriasgrupos armados pró-governo durante as manifestações que ocorreram entre 22 e 25novos preços das loteriasjaneiro", disse Rupert Colville, porta-voz do escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU, pediu uma investigação independente para apurar se houve uso excessivo da força.

Várias famílias, principalmentenovos preços das loteriasáreas pobres, também denunciam assassinatos extrajudiciais por parte das forçasnovos preços das loteriassegurança do Estado. Essas acusações não são novas. Nos quatro mesesnovos preços das loteriasprotestosnovos preços das loterias2017, estima-se que morreram cercanovos preços das loterias120 pessoas, a maioria nas mãos da Guarda Nacional Bolivariana.

Alguns desses casos foram registradosnovos preços das loteriasfotografias e filmagens veiculadas na televisão. O governo garante que abriu investigações.

Em fevereiro do ano passado, a corregedora da Corte Penal Internacional, Fatou Bensouda, decidiu abrir um "exame preliminar" sobre a situação na Venezuela para avaliar "se os presentes crimes estão no âmbitonovos preços das loteriascompetência da Corte Penal Internacional".

8. "Pode me dizer quanto custa 1 kgnovos preços das loteriasqueijo na Venezuela?"

Orla Guerin encerrounovos preços das loteriasentrevista com Maduro com uma pergunta sobre a vida cotidiana: "Qual o preçonovos preços das loteriasum 1 kgnovos preços das loteriasqueijo?".

O presidente venezuelano disse que havia vários preços. Guerin retrucou que custa um salário mínimo - atualmente 18 mil bolívares.

De fato, na Venezuela, os preços variam conforme a região enovos preços das loteriasacordo com os diferentes tiposnovos preços das loteriasqueijo do país, uma das principais riquezas gastronômicasnovos preços das loteriaslá.

Mas, como disse Guerin, efetivamente 1 kgnovos preços das loteriasqueijo do tipo mais comum custanovos preços das loteriastornonovos preços das loterias18 mil bolívaresnovos preços das loteriasCaracas, capital da Venezuela.

Perguntamos a colaboradores da BBC Mundo qual o preçonovos preços das loteriasoutras partes do país. Em Puerto Ordaz, no leste, o preço varia entre 17.000 e 23.000 bolívares. Em Valencia, no centro-oeste, pode ser comprado a 11.500 bolívares. Em Maracaibo, no oeste, custa entre 12.000 e 18.000.

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