Quem são os chineses acusadoszebet inscriptionespionagem na Europa e nos EUA:zebet inscription
zebet inscription Era 1ºde abrilzebet inscription2018, fimzebet inscriptionsemana da Páscoa, e Xu Yanjun estavazebet inscriptionum dos agitados bares no distritozebet inscriptionSainte Catherine,zebet inscriptionBruxelas.
Ele tinha pego um voo até Amsterdã e depois dirigido até a Bélgica para a primeira parte das suas férias na Europa. Mas, segundo autoridades americanas, ele estava longezebet inscriptionser turista.
Xu tinha ido encontrar um funcionário americano da GE Aviation, especialistazebet inscriptiondesignzebet inscriptionmotorzebet inscriptionavião. A empresa tinha passado décadas gastando milhõeszebet inscriptiondólares no desenvolvimentozebet inscriptionmateriais que permitissem fazer pászebet inscriptionventilação e caixas para motores mais leves.
Xu achava que o funcionário entregaria segredos, segundo consta da acusação feita pelos Estados Unidos. Mas ele não sabia o que o esperava.
Lá estava um agente da polícia belga que cumpria uma ordemzebet inscriptionprisão do FBI sob acusaçãozebet inscriptionser espião do governo chinês. O advogado americanozebet inscriptionXu não quis comentar o caso, mas o ministériozebet inscriptionRelações Exteriores chinês disse que a acusação era "uma invenção completa".
Segredos industriais
O suposto planozebet inscriptionXu para roubar segredos industriais começouzebet inscriptionmarçozebet inscription2017. Um funcionário americano da GE Aviation, que faz motores para companhia aéreas comerciais e para aviação militar, recebeu um e-mailzebet inscriptionuma pessoa da Universidadezebet inscriptionAeronáutica e Astronomiazebet inscriptionNanquim, segundo o indiciamento contra Xu.
Essa pessoa convidava o engenheiro para um "intercâmbio" com a China, com custos da viagem cobertos pela universidade.
Em maiozebet inscription2017, dizem os EUA, foi sugerido ao funcionário que ele fizesse um relatório bem técnico sobre o novo material que a GE estava desenvolvendo para os motores. O funcionário foi à China e deu uma palestra no dia 2zebet inscriptionjunho.
Quando estava lá, conheceu Xu, cujo trabalho real era no Ministériozebet inscriptionSegurançazebet inscriptionEstado, como subdiretorzebet inscriptionuma divisão da provínciazebet inscriptionJiangsu,zebet inscriptionacordo com o indiciamento.
Mas ele teria dado ao engenheiro um cartão que dizia que ele se chamava Qu Hui e trabalhava numa organização que promovia ciência e tecnologia. Disse que era ele, Xu, quem estava pagando hospedagem e refeições do engenheiro e que havia uma taxazebet inscriptionUS$3.500 pela palestra.
Os dois ficaramzebet inscriptioncontato, diz o indiciamento, e mais material foi enviado. Foi ficando cada vez mais claro que o funcionário estava entregando informações sensíveis da empresa.
Em fevereiro, o engenheiro mandou uma apresentação. Na primeira página havia o logo da GE e um avisozebet inscriptionque o material ali pertencia à empresa e era confidencial. Xu teria continuado a mandar perguntas.
Há uma impressionante trocazebet inscriptionmensagens no processozebet inscriptionindiciamento. O engenheiro afirma que os pedidos envolviam segredos comerciais. Em resposta, Xu diz que poderiam falar disso pessoalmente e pede ao engenheiro que copie arquivos do computador da empresa.
A essa altura, a GE já havia descoberto o que estava acontecendo - o engenheiro, que não foi indiciado, estava cooperando com a empresa e os investigadores do FBI.
Os EUA dizem que o trabalhozebet inscriptionXu era obter dadoszebet inscriptionempresaszebet inscriptionaviação e exploração espacial nos EUA e na Europa. De acordo com o indiciamento, ele atuava desde 2013 com universidades e instituições chinesas para identificar e procurar engenheiros específicos que sabiam os segredoszebet inscriptionque a China precisava e passava essas informações para o governo, acadêmicos e empresas.
O indiciamento diz que Xu trabalhava para pessoas da NUAA, uma universidade ligada ao ministériozebet inscriptionIndústria e Tecnologia da Informação. É uma das melhores da China no cursozebet inscriptionengenharia e colabora com empresas que fazem aviões.
A NUAA confirmou que Xu era alunozebet inscriptionpós-graduação, mas disse o mesmo que o governo: "Nossa faculdade contribui e usa legalmente a propriedade intelectual. Sempre respeitamos e protegemos a propriedade intelectual e nunca apoiamos seu roubo".
Xu passou seis meses sob custódia até ser extraditado para os EUA. Ele foi acusadozebet inscriptionconspiração,zebet inscriptiontentar fazer espionagem econômica ezebet inscriptionroubar segredos comerciais. O julgamento deve acontecer no ano que vem. Xu nega tudo.
A extradiçãozebet inscriptionum funcionáriozebet inscriptioninteligência por espionagem econômica é algo sem precedentes, mas tem sido visto como partezebet inscriptionuma iniciativazebet inscriptionWashingtonzebet inscriptionconfrontar mais os chineses.
Cavalozebet inscriptionTroia
Os Estados Unidos dizem que o casozebet inscriptionXu é representativo dos planos da China - agenteszebet inscriptioninteligência trabalhandozebet inscriptionconjunto com empresas chinesas para roubar segredos técnicos do Ocidente e usá-los no desenvolvimentozebet inscriptionsua própria economia.
"Os chineses são as maiores ameaças no que diz respeito à segurança e interesses dos EUA", diz Bill Evanina, ex-agente do FBI e diretor do Centro Americanozebet inscriptionContrainteligência e Segurança, que coordena a defesa dos EUA contra espiões.
O casozebet inscriptionXu não é o único que envolve o setorzebet inscriptionaviação. Outro episódio revelado semanas depois levou ao indiciamento um grupozebet inscriptionagenteszebet inscriptioninteligência. Eles também seriam ligados à divisãozebet inscriptionJiangsu. Nesse caso, referente a eventos que ocorreramzebet inscriptionnovembrozebet inscription2013, um espião chinês teria se encontrado com um funcionário chinêszebet inscriptionuma empresa francesazebet inscriptionexploração espacial que tinha escritóriozebet inscriptionSuzhou.
"Levo o cavalo para você hoje à noite", teria dito o espião, segundo a acusação. Em seguida, ele sugeria que eles fingissem se encontrar por acaso num restaurante. "Assim a gente não precisa se encontrarzebet inscriptionShanghai."
"Cavalo" se referia ao "cavalozebet inscriptionTroia" que seria usado instalado no computador da empresa.
No dia 25zebet inscriptionjaneirozebet inscription2014, o funcionário inseriu um pen-drivezebet inscriptionum dos computadores da empresa francesa. "O cavalo foi plantado hojezebet inscriptionmanhã", disse,zebet inscriptionmensagemzebet inscriptiontexto, ao agente da inteligência.
No mês seguinte, os computadores da empresa entraramzebet inscriptioncontato com um domínio web controlado por hackers chineses. Isso foi percebido por agentes americanos, que informaram os franceses. Eles procuraram a empresa, que começou a investigar.
Mas os hackers tinham uma vantagem: outro funcionário, estezebet inscriptionTI, na sucursal chinesa da empresa, estava trabalhando com eles, dizem as acusações. Ele trocava mensagenszebet inscriptiontexto com os hackers e horas depois o domínio web era apagado para acobertá-los, segundo o indiciamento.
Os EUA dizem quezebet inscription2010 a 2015 esse grupo, liderado por um agente da inteligência da China, trabalhou com funcionários chineses para roubar dados sensíveis sobre um motor usadozebet inscriptionaviões comerciais.
Nenhum dos acusados, que ficam na China, deve ir a julgamento. Mas os indiciamentos fazem partezebet inscriptionuma estratégia dos EUAzebet inscriptiontrazer a público informações sobre as atividades dos chineses para pressionar Pequim.
Escolha dos alvos
O que as duas histórias deixam claro é que apesarzebet inscriptiontoda discussão sobre espionagem cibernética, pessoas físicas ainda importam. Indivíduos dentrozebet inscriptionempresas podem, com ou sem consciência disso, ceder segredos. Mas como os chineses sabem quem mirar?
No dia 1ºzebet inscriptionnovembrozebet inscription2017, foi feita uma busca na casazebet inscriptionJi Chaoqun, no Estadozebet inscriptionOhio. Ele nasceu na China e foi para os EUAzebet inscription2013 para fazer um mestradozebet inscriptionengenharia elétrica no Institutozebet inscriptionTecnologiazebet inscriptionIllinois,zebet inscriptionChigaco. Em 2016, se alistou no Exército americano como reservista.
Os EUA dizem que a missãozebet inscriptionJi era verificar informações biográficas sobre oito engenheiros, todos cidadãos americanos que haviam nascidozebet inscriptionTaiwan ou na China. Todos trabalhavam ou haviam se aposentado recentementezebet inscriptionempregoszebet inscriptionciência e tecnologia, alguns deles, na indústriazebet inscriptionexploração espacial.
Sete dos oito trabalham ou haviam trabalhado para empresaszebet inscriptiondefesa americanas e tinham acesso a informações sigilosas. Ji teria tentado esconder o que estava fazendo intitulando os documentos como "perguntaszebet inscriptionprovazebet inscriptionfimzebet inscriptionbimestre" quando os enviava aos contatos chineses.
Em fevereiro e maiozebet inscription2018, Ji conheceu duas pessoas que disseram ter ligações com a inteligência chinesa. Na verdade, eram agentes do FBI.
Ji contou que tinha sido abordado numa feirazebet inscriptionrecrutamento na China. Depois pediram a ele que comprasse informações sobre pessoas. Um advogado que representa Ji não quis comentar, mas Ji já negou anteriormente todas as acusações.
Houve muita coberturazebet inscriptionataques cibernéticos chineses, mas ameaças internas sãozebet inscriptiongeral mais perigosas do que ataqueszebet inscriptionhackers do exterior, dizem americanos.
A inteligência chinesa costuma mirar pessoas via siteszebet inscriptionrede social, como o LinkedIn, diz Evanina. "Se você olhar do pontozebet inscriptionvista do serviçozebet inscriptioninteligência, é uma iniciativazebet inscriptionbaixo risco e muito retorno. Você manda 30, 40 mil emails e recebe umas 20, 40 pessoas que dizem 'Eu tenho essa tecnologia. Posso fazer a apresentação'". É muito útil para eles.
Há um ano, o serviçozebet inscriptionsegurança alemão alertou que 10 mil alemães haviam sido procurados por perfis falsos que se passavam por headhunters, consultores e pesquisadores que, na verdade, eram agenteszebet inscriptioninteligência da China.
Acredita-se que espiões chineses estejam mirando também segredos britânicos, mas o governo tem se mostrado pouco disposto a falar publicamente sobre isso.
Quem trabalhazebet inscriptionsegurança nacional no Reino Unido confirma que eles enfrentam o mesmo tipozebet inscriptioncoisas que se vê nos EUA. Mas o governo britânico, mesmo cobrado pelos EUA, tem sido menos enfático na ofensiva, por ora.
Há indícioszebet inscriptionque o Reino Unido esteja disposto a vociferar mais sobre algumas atividades chinesas, ezebet inscriptionque os EUA estejam planejando uma nova ondazebet inscriptionindiciamentos e possíveis sanções contra a China sob acusaçãozebet inscriptionespionagem.
"Há um longa históriazebet inscriptionfurtozebet inscriptionpropriedade intelectual, por exemplo,zebet inscriptionuniversidades britânicas e grandes empresaszebet inscriptionengenharia,zebet inscriptionhackers ligados ao Estado chinês", diz Robert Hannigan, que chefiou o GCHQ, a agênciazebet inscriptioninteligência britânica,zebet inscription2014 a 2017.
"Muitos governos tentam evitar conflito com a China ezebet inscriptionqualquer forma o Reino Unido não tem o mesmo alcance legal global que servezebet inscriptionbase para os indiciamentos contra a China e outros países."
Elos acadêmicos
Membros da áreazebet inscriptionsegurança do governo britânico estão especialmente preocupados com a possibilidadezebet inscriptionuniversidades serem alvoszebet inscriptionfurtozebet inscriptionpesquisas e propriedade intelectual.
Eles acham que são alvo fácil para espionagem econômica por meiozebet inscriptionpessoas sendo convidadas para a China, agentes vindo ao Ocidente como estudantes e voltando com propriedade intelectual e mesmo explorando parcerias entre as universidades.
Uma grande empresazebet inscriptionengenharia britânica, por exemplo, está trabalhando num projetozebet inscriptionmateriais avançados com uma universidade que também trabalha com o governo chinês. Logo, a empresa faz questãozebet inscriptionque as salas onde eles trabalham sejam limpas regularmente para ter certezazebet inscriptionque não há nenhum microfone ali.
Os laços britânicos com a China passam também pela Universidade Nacionalzebet inscriptionTecnologiazebet inscriptionDefesa (UNTD),zebet inscriptionChangsha, uma das melhores da China. Ela é presidida pelos ministérios da Defesa e da Educação, tem vínculos com o Exército e está à frente dos projetos espaciais ezebet inscriptionsupercomputadores.
A BBC descobriu várias universidades britânicas listadas na basezebet inscriptiondados como colaboradoras da UNTD numa sériezebet inscriptionpapers acadêmicos. Muitos parecem tratarzebet inscriptionexploração espacial ou aviação.
Não há indícioszebet inscriptionque essas colaborações envolvam espionagem ou qualquer coisa ilícita, mas o grauzebet inscriptioncooperação preocupa alguns que estudam a influência chinesa.
"A colaboração entre o Reino Unido e essa universidade é muito preocupante. As universidades do Reino Unido devem ter treinado centenaszebet inscriptioncientistas dessa universidade como parte do esforço chinêszebet inscriptionusar expertise estrangeiro para a área militar", diz Alex Joske, pesquisador australiano que estudou o assunto. "No momento, não há muita fiscalização desses contatos."
Mas há um sistema para ajudar as universidades a evitarem risco, o Esquemazebet inscriptionAprovaçãozebet inscriptionTecnologia Acadêmica, que é chefiado pelo governo britânico.
Boa parte da ameaça vemzebet inscriptionpessoas que não são exatamente espiãs. "Eles usam cientistas, engenheiros, pessoaszebet inscriptionnegócios. Eles podem vir para cá, se infiltrar numa organização, fazer parte da cultura, trabalhar num projeto importante, que seja ou não sigiloso, e ter acesso a dados."
É claro que todos os países têm espiões. O Reino Unido e os EUA também espionam empresas chinesas.
Mas governos ocidentais dizem que os chineses operamzebet inscriptionmaneira diferente. Eles dizem que a China tem uma estratégia mais ampla para mirar informações comerciais para dar munição às suas empresas, que muitas vezes têm vínculos com o Estado. Isso, dizem, seus espiões não fazem.
A China nega que esteja envolvida num esquema secretozebet inscriptionfurtozebet inscriptioninformações sigilosas.
"As sanções americanas afetaram negativamente os direitos e interesses chineses, minaram a confiança entre os dois países e afetaram a relação entre eles. Pedimos aos EUA que parem com esses comentários e ações equivocadas", disse recentemente um membro do ministériozebet inscriptionRelações Exteriores chinês.
A reação
O governo Trump está determinado a enfrentar a espionagem chinesa a partir da estratégiazebet inscriptionindiciar chineses, a exemplozebet inscriptionXu.
Outros indiciamentos davam contazebet inscriptionplanos para roubar tecnologiazebet inscriptionchips, espuma e até arroz geneticamente modificado.
"Posso te dizer que tem mais por vir", afirma Bill Evanina. Ele diz que a China é uma ameaça maior à segurança do que a Rússia.
A preocupação não é só a China usar espionagem para crescer economicamente mas também que o governo use cada vez maiszebet inscriptionforça para influenciar outros países.
É certamente útil politicamente para a administração Trump se concentrar mais na China do que na Rússia. Mas se você falar com pessoas da áreazebet inscriptionsegurança, eles veem a urgência da ameaça.
A campanha para seguir uma linha durazebet inscriptionespionagem é só partezebet inscriptionuma briga maior por causazebet inscriptionpoder econômico que envolve comércio e tecnologia. Washington quer que seus aliados fiquem do seu lado nisso.
A Austrália tem estado à frente do debate sobre a influência da China, incluindo política e universidades. Em junho, passou leiszebet inscriptioncontraespionagem que tornam crime "ações secretas, enganosas ou ameaçadoras que têm a intençãozebet inscriptioninterferir no processo democrático ou oferecer inteligência para outros países".
As leis incluem ações que não configuravam espionagem.
O Reino Unido até o momento tem sido mais cauteloso. "Poder, dinheiro e política estão indo para o Oriente, essa é a realidade que temos que aceitar", disse o chefe do MI6, serviço secreto britânico, Alex Younger, no mês passado.
Um porta-voz do governo disse: "Não comentamos sobre assuntoszebet inscriptioninteligência ou detalheszebet inscriptionqualquer ameaça que estejamos enfrentando. O governo está alerta para a vasta gamazebet inscriptionameaçaszebet inscriptionpotencial que o Reino Unido sofre e leva a segurança nacional muito a sério".
Em Washington, enquanto pessoas acreditam ser vital confrontar esse problema logo, outros temem que a China já tenha conseguido avançar o bastante economicamente para garantirzebet inscriptioninfluência global.
Mesmo com uma postura mais agressiva, há quem diga que já é tarde para interromper os planos da China.
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