Boeing: a 'relação especial' entre o governo Trump e a gigante aeronáutica:cassino on line

Donald Trump durante visita à fábrica da Boeing na Carolina do Sulcassino on line2017

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Legenda da foto, Donald Trump visitou a fábrica da Boeing na Carolina do Sul pouco depoiscassino on lineassumir o cargocassino on linepresidente dos EUA
Donald Trump e Patrick Shanahan

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Legenda da foto, Patrick Shanahan, que assumiu interinamente o cargocassino on lineministro da Defesa, não tem experiência no Exército, mas recebeu elogioscassino on linealguns analistas

Aindacassino on line2017, a nomeaçãocassino on lineShanahan, à época para subsecretáriocassino on lineDefesa, já causou controvérsia.

Durante seu processocassino on lineconfirmação pelo Senado, o republicano John McCain afirmou que ter um ex-executivo da indústria aeronáutica no Pentágono era como "colocar uma raposa no galinheiro".

"Ele tem um currículo cheiocassino on lineêxitos. Será fantástico", disse Trump ao anunciar a nomeaçãocassino on lineShanahan para o comando da Defesa. Por se tratarcassino on lineuma posição interina, ele não precisa do aval do Congresso.

Mas a que se deve a crescente presença da Boeingcassino on lineprogramas do Pentágono? Shanahan poderia exercer algum tipocassino on lineinfluência a favor dacassino on lineantiga empregadora no futuro?

John McCain

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Legenda da foto, John McCain chegou a dizer que ter executivoscassino on lineempresas como a Boeing no governo era como ter "raposas no galinheiro"

'Relação especial'

A boa relação entre o governo e a Boeing não é nova. Desde o início do seu mandato, Trump dedicou acenos públicos à empresa.

"Diante dos enormes custos do F-35 da Lockheed Martin (gigante aeronáutico americana considerada grande rival da Boeing), pedi à Boeing um ajustecassino on linepreçoscassino on lineum F-18 Super Hornet compatível", tuitou Trump pouco depoiscassino on lineser eleito presidente.

"Vamos reconstruir por completo nossas forças militares. Vocês se importam se usarmos os F-18 Super Hornets?", disse Trump para uma animada plateia na fábrica da Boeingcassino on lineNorth Charleston. "Queremos fazer uma grande ecomenda. Vamos ver como isso avança. O problema é que Dennis é um negociador duro, mas acho que chegaremos a um acordo."

F-18 Super Hornet

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Legenda da foto, "Trump tem uma estranha fixação pelo Super Hornet", diz analista

Trump se referia a Dennis Muilenburg, executivo-chefe da Boeing com quem tem laços pessoais e com quem negociou pessoalmente,cassino on linefevereiro passado, para fechar um contratocassino on lineUS$ 3,9 bilhões para uma nova frotacassino on lineaviões Air Force One (esses do modelo 747-8, a serem entreguescassino on linedezembrocassino on line2024).

"Trump tem uma estranha fixação com o Super Hornet", disse à BBC News Mundo Richard Aboulafia, vice-presidente do Teal Group, empresa americanacassino on lineanálise do mercado aeroespacial ecassino on linedefesa.

"O Super Hornet é cercacassino on line40% mais barato que o F-35A, mas nunca terá capacidades equivalentes", agrega o especialista, que qualificacassino on line"relação especial" a que existe entre o governo Trump e a Boeing.

No ano passado, a Marinha aprovou a compracassino on line100 novos Super Hornet, embora seja importante destacar que esse ramo das Forças Armadas é o único que historicamente preferiu o modelo frente ao F-35, ao contrário da Força Aérea ou dos Fuzileiros Navais.

F35

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Legenda da foto, O F-35, da Lockheed Martin, é mais caro que o Super Hornet, mas com capacidades superiores

Mudançacassino on lineestratégia?

A Boeing ganhou três importantes licitações do programa militar americano nos últimos meses: uma para capacitação avançada da Força Aérea; um para reabastecer combustível dos aviões da Marinha e umcassino on linehelicóptero MH-139, da Força Aérea.

Agora, segundo informou a agência Bloomberg, o Pentágono planeja incluir emcassino on linepróxima propostacassino on lineorçamento ao Congresso US$ 1,2 bilhão para comprar uma dúziacassino on lineF-15X da Boeing.

Trata-se da última versão desse caça existente desde o início dos anos 1970, e que enfrentará o F-35 da Lockheed Martin pelos recursos da Força Aérea americana.

A notícia não foi confirmada pelo Departamentocassino on lineDefesa, que diz estar ainda na fasecassino on lineelaboração do orçamento. Mas, após a publicação da reportagem na Bloomberg, vários veículos americanos confirmaram a informação com outras fontes.

A revista Foreign Policy, por exemplo, publicou que a propostacassino on linecompra do F-15X está sendo "pressionada à Força Aérea" por altos funcionários do Pentágono.

Ao mesmo tempo, fontes citadas pela revista afirmaram que a compra do caça não tem sentido do pontocassino on linevista econômico.

"Em termoscassino on linecarga útil e velocidade, o F-15 é um modelocassino on lineprimeira classe. Mas não é absolutamente indetectável, motivo pelo qual a Força Aérea se opõe firmemente à ideia (da compra)", agrega Aboulafia.

"O F-15X parece uma atualização do F-15C/D, o que lhe garante algumas característicascassino on linequinta geração, mas ele não pode se mover sem ser detectado", explica Mark Cancian, do Centrocassino on lineEstudos Estratégicos e Internacionaiscassino on lineWashington (CSIS, na siglacassino on lineinglês).

Cancian diz duvidar que a Força Aérea considere seriamente essa opção, dado que desde os anos 1990 tem apostado nos modelos F-22 e F-35.

"Se (o órgão) considerar seriamente (a compra do) F-15X, será uma mudança importantecassino on lineestratégia", diz ele à BBC News Mundo. "Mas pode ser que seja só uma formacassino on linepressionar a Lockheed Martin a reduzir os preços do F-35."

Conflitocassino on lineinteresses

Donald Trump e Dennis Muilenburg

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Legenda da foto, Dennis Muilenburg (à dir), CEO da Boeing, negociou pessoalmente com Trump a compracassino on linenovos aviões da frota Air Force One

Não existe nenhuma provacassino on lineque a Boeing tenha recebido benefícios irregulares do Pentágono, mas analistas afirmam que os acontecimentos recentes tornam necessário um acompanhamento próximo.

O Pentágono recebeu críticascassino on linegrupos da sociedade civil, que dizem haver uma espéciecassino on line"porta giratória" entre o Departamentocassino on lineDefesa e o setor privado.

Segundo informe publicadocassino on linenovembro pelo Projetocassino on lineSupervisão Governamental, maiscassino on line380 altos funcionárioscassino on lineDefesa trabalharamcassino on linealgum momento da última década na Boeing, na Lockheed Martin ecassino on lineoutras empresas contratadas habitualmente pelo departamento.

No caso do recém-nomeado Shanahan, seus porta-vozes descartam qualquer tipocassino on lineingerência ou influência.

"Em razãocassino on lineseu Acordocassino on lineÉtica, o senhor Shanahan se desvinculoucassino on lineassuntoscassino on lineque a Boeing tenha participação durante seu trabalho no Departamentocassino on lineDefesa", disse seu porta-voz Joe Buccino.

Para Peter Feaver, professor da Universidade Duke e especialistacassino on linerelações civis-militares, "há óbvios conflitoscassino on lineinteressecassino on linepotencial". "Mas ele (Shanahan) se abstevecassino on linecertas decisões para evitar uma conduta imprópria e assim deve fazer no futuro", diz Feaver à BBC News Mundo.

"Em nenhum caso acho que isso seja uma ameaça para o bom funcionamento do departamento. É uma preocupação facilmente gerenciável."

Pentágono

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Legenda da foto, Shanahan assegurou que não participarácassino on linedecisões do Pentágono (acima) que envolvam a Boeing

Cathal Nolan, especialistacassino on linehistória militar e professor da Universidadecassino on lineBoston, concorda que foi acertada a desvinculaçãocassino on lineShanahan das decisões que afetem a Boeing.

Mas faz uma ressalva: "Cabe ao Congresso julgar se há algum conflitocassino on lineinteressescassino on lineseu passado", diz à BBC News Mundo.

"Por isso, minha principal objeção é que, ao nomear um secretário interinamente, Trump está evitando esse processocassino on lineconfirmação por parte dos congressistas."

Existe, então, alguma estratégia definida da Boeing para conseguir contratos tão importantes com o Pentágono?

"Muito se deve ao usocassino on lineseus lucros no auge (das vendas) do setorcassino on lineaviação comercial para cobrir as perdas iniciais que a empresa tevecassino on linealguns contratoscassino on linedefesa", explica Aboulafia, do Teal Group.

"Só o ramo comercial pode dar aos fornecedores o volume que necessitam para mantercassino on linecompetitividade. Assim, a Boeing consegue oferecer preços mais baixos graças a seu maior podercassino on linecompra."

As receitascassino on line2017 da área comercial da Boeing foramcassino on linemaiscassino on lineUS$ 56 bilhões, frente aos US$ 21 bilhões da área militar.

O crescimento do mercadocassino on lineaviação comercial é o que permite à Boeing, segundo o especialista, considerar "pouco importantes" os custoscassino on lineatrasos como ocassino on lineseus aviõescassino on linereabastecimento KC-46. A demora da empresacassino on lineentregar esses modelos à Força Aérea - a previsão era meadoscassino on line2017 - já gerou custos adicionais a elacassino on linemaiscassino on lineUS$ 3 bilhões.

Um secretáriocassino on lineDefesa sem experiência nas Forças Armadas

Jim Mattis e Donald Trump

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Legenda da foto, Shanahan substituiu Jim Mattis, que renunciou por discordâncias com a retirada das tropas americanas da Síria

O novo líder do Pentágono, Patrick Shanahan, estudou engenharia mecânica na Universidadecassino on lineWashington.

Durante suas maiscassino on linetrês décadas na Boeing, foi responsável por logística e operações, alémcassino on linevice-presidente e gerente-geralcassino on lineseu sistemacassino on linemísseiscassino on linedefesa.

Mas, para alémcassino on lineum potencial conflitocassino on lineinteresses por seu passado na iniciativa privada, há outro fator no currículocassino on lineShanahan que despertou críticas:cassino on lineausênciacassino on linequalquer experiência no Exército.

"Servir ao Exército não é necessário para esse trabalho, mas conhecer os limites da força militar e as necessidades das alianças globais é algo que ele terá que aprender", opina Aboulafia.

"Shanahan sabe muitocassino on linenegócios ecassino on linecomo dirigir uma organização eficientemente. Mas sabe poucocassino on lineestratégia e diplomacia."

O professor Peter Feaver concorda que a experiência militar prévia pode ser positiva, embora não um pré-requisito, e aponta que o secretáriocassino on lineDefesa deve ser visto "como um civil".

"Quando militarescassino on linealto cargo (em atividade ou na reserva) desempenham funções políticas, se dispersa uma linha que deveria ser clara: o Exército não deve assumir uma posição política", afirma.

Mark Cancian, do CSIS, destaca a ausênciacassino on lineexperiênciacassino on lineShanahan no trato com o Congresso, a Casa Branca, os aliados americanos e a comunidadecassino on lineinteligência.

"Acho que fará um bom trabalho como secretário interino, dando prosseguimento às prioridadescassino on lineMattis e concluindo o trabalho no orçamento para o ano fiscalcassino on line2020", diz. "Mas não creio que será um nome forte como secretáriocassino on lineDefesa depois dessa etapa temporária como interino."

Em seu primeiro dia no cargo, Shanahan disse considerar ter sido "um privilégio" ser subsecretáriocassino on lineMattis, mas afirmou estar preparado para trabalhar com Trump "para levar a cabocassino on linevisão".

Entre os novos desafios do titular da Defesa estão conduzir a retirada dos 2 mil soldados americanos da Síria, a saída parcial das tropas americanas do Afeganistão e a gestão do impacto dessas medidascassino on lineambos os países.