Dez anos após união contra crise, G20 se reúne enfraquecido por 'antiglobalismo':betesporte logo png
Também estábetesporte logo pngmutação o papel do Brasil no grupo. Enquantobetesporte logo png2008 o País despontava, junto com os demais integrantes do BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), como promessabetesporte logo pnglocomotiva para recuperação mundial e tinha a liderança carismáticabetesporte logo pngLula, agora o país enfrenta uma longa crise econômica e chega à cúpula com um presidente impopular ebetesporte logo pngfimbetesporte logo pngmandato, Michel Temer.
A expectativa ébetesporte logo pngmais uma passagem apagada do presidente brasileiro, que não tem encontros bilaterais relevantes na agenda durante a cúpula - foram confirmados apenas uma conversa com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, e com o da Cingapura, Lee Hsien Loong, convidado a participar pela Argentina embora o país não integre o G20. Nenhum líder aproveitou a vinda a Buenos Aires para fazer também uma visita oficial ao Brasil.
Já Bolsonaro, aindabetesporte logo pngrecuperação da facada que levoubetesporte logo pngsetembro, durante a campanha presidencial, não atendeu ao convite para acompanhar Temer a Buenos Aires. Também não há previsãobetesporte logo pngparticipação do futuro ministro das Relações Exterior, Ernesto Araújo, que apoia o ideário trumpista contra o "globalismo" - visto pelo brasileiro como uma estratégia da esquerda para suprimir valores nacionais tradicionais que passa pelo controle ideológicobetesporte logo pngórgãos multilaterais como a ONU.
Guerra comercial
Dessa vez, o tema mais urgente na mesabetesporte logo pngdiscussão do G20 é a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo - Estados Unidos e China. O encontro bilateral previsto entre os presidentes dos dois países, Trump e Xi Jinping, tende a ofuscar a cúpulabetesporte logo pngsi, embora haja pouca esperançabetesporte logo pngque trará uma solução para o aumentobetesporte logo pngbarreiras comerciais.
O americano - que teve como umbetesporte logo pngseus slogansbetesporte logo pngcampanha o "América Primeiro" ("America First") -, desde julho tem elevado impostos sobre importações chinesas, acusando o país asiáticobetesporte logo pngadotar práticas comerciais ilegais e passar por cima dos mecanismosbetesporte logo pnglitígio da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os EUA já aplicaram tarifas sobre US$ 250 bilhõesbetesporte logo pngprodutos chineses e ameaçaram taxar outros US$ 267 bilhões. A China, porbetesporte logo pngvez, fixou tarifas sobre bens americanos no valor totalbetesporte logo pngUS$ 110 bilhões.
O temorbetesporte logo pngeconomistas ao redor do mundo é que essa disputa acabe reduzindo as exportações e a produção nas duas maiores economias do mundo, causando uma desaceleração global. Os efeitos globais sobre as taxasbetesporte logo pngcâmbio e preços - seja pelo encarecimentobetesporte logo pngprodutos sobretaxados, como também pela desvalorizaçãobetesporte logo pngcommodities devido à expectativabetesporte logo pngmenor demanda - são imprevisiveis.
Também estará no foco do G20 a necessidadebetesporte logo pngreforma da OMC. Os Estados Unidos têm bloqueado a nomeaçãobetesporte logo pngnovos juízes para o órgãobetesporte logo pngapelação, espéciebetesporte logo pngcorte suprema dos conflitos comerciais, e ameaça deixar a organização.
"A situação do G20 hoje é muito mais precária. Trump representa uma visão internacional que enfatiza a competição", ressalta o professorbetesporte logo pngRelações Internacionais da FGV Matias Spektor, ao analisar a última década.
"Não está claro qual será a atuação do Brasil no grupo sob a liderançabetesporte logo pngBolsonaro caso ocorra uma nova crise econômica mundialbetesporte logo pngdecorrência da guerra comercial: se vai se alinhar totalmente aos Estados Unidos ou adotar uma posição mais pragmática", observa.
Brexit e 'climão' entre líderes
Spektor ressalta, porém, que o problema não está localizado apenas nos Estados Unidos e a crescente tensão com a China. O Reino Unido, cujo então primeiro-ministro Gordon Brown teve papel fundamental na inclusão dos países emergentes na mesabetesporte logo pngdiscussão da crise financeirabetesporte logo png2008 e 2009, hoje está enfraquecido sob a liderançabetesporte logo pngTheresa May por causa da implementação do planobetesporte logo pngsaída da União Europeia, o Brexit, aprovadobetesporte logo png2016.
A Alemanha também perde capacidadebetesporte logo pngliderança diante da expectativabetesporte logo pngtrocabetesporte logo pngcomando - Angela Merkel, chanceler alemã desde 2005, anunciou que não tentará a reeleiçãobetesporte logo png2021 depois que seu partido teve desempenho fracobetesporte logo pngpleitos regionais. É possível que ela deixe o comando do país ainda antes.
Existem ainda outros focosbetesporte logo pngtensão que devem estremecer o climabetesporte logo pngBuenos Aires. Há expectativabetesporte logo pngum encontro entre Trump e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, líder rechaçado por outras potencias ocidentais após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi dentrobetesporte logo pngum edifício diplomático saudita na Turquia.
Poderá também ocorrer o primeiro encontro após o assassinato entre o príncipe e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Já a reunião entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, está sob o riscobetesporte logo pngser cancelada devido ao agravamento da crise entre Rússia e Ucrânia, depois que navios russos atiraram contra embarcações do país na costa da Crimeia, região ucraniana anexada pela Rússiabetesporte logo png2014.
"Há maior divergência no G20 hoje porque Trump está mais longe do consenso do que (os ex-presidentes americanos) Bush ou Obama já foram, assim como Putin, o príncipe herdeiro saudita, Erdogan e Xi Jinping", afirmou à BBC News Brasil John Kirton, diretor do grupobetesporte logo pngpesquisa do G20 na Universidadebetesporte logo pngToronto (Canadá).
"Além disso,betesporte logo png2009, os líderes enfrentaram um perigo comum, claro e presentebetesporte logo pngum colapso financeiro e econômico global. Hoje, eles estão lidando com questões menores e mais lentas, como o comércio, e ainda não perceberam o perigo existencial trazido agora pelas mudanças climáticas descontroladas", acrescentou.
'Pronto para o próximo incêndio'
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo G20, ele mantém enorme relevância no cenário global. Formado por 19 países - África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Reino Unido e Turquia - mais a União Europeia, seus integrantes representam 85% da produção econômica global, dois terços da população mundial e 75% do comércio internacional.
Para os analistas ouvidos pela BBC News Brasil, mesmo que não haja clima para grandes consensos dentro do bloco, manterbetesporte logo pngestrutura ativa, com a realização das cúpulas anuais, é fundamental para que seja possível uma reação rápida no casobetesporte logo pngnovas turbulências graves.
Na avaliação da professora do Institutobetesporte logo pngRelações Internacionais da USP Maria Antonieta Del Tedesco, manter ativos os canaisbetesporte logo pngdiálogos entre as maiores nações do planeta é o principal propósito do G20 hoje.
Ela ressalta que o diálogo diplomático multilateral é um processo lento e, por isso, nem sempre gera resultados concretos e visíveis. Ela ressalta, por exemplo, a importância do Financial Stability Board (Conselhobetesporte logo pngEstabilidade Financeira), criadobetesporte logo png2009 e aindabetesporte logo pngatividade.
"No nível multilateral, o G20 continua sendo a grande novidade. Houve uma perdabetesporte logo pngimportância relativa por causa das mudanças políticas nos países, mas isso não significa que está esvaziado e não serve para mais nada", afirma.
Para a professora, porém, houve uma certa perdabetesporte logo pngfoco do grupo ao abraçar uma gama muito variada e amplabetesporte logo pngagendas. A Argentina, que presidiu o grupo ao longo do último ano, estabeleceu como temas principais o futuro do trabalho, a infraestrutura para o desenvolvimento e uma alimentação sustentável.
Por causa dessa diversificação, o grupo passou a operarbetesporte logo pngdois "trilhos": um para discussões econômicas, que são conduzidas pelos ministrosbetesporte logo pngfinanças dos países, e outro para os demais tópicos, coordenado pelos chamados "sherpas" (no caso do Brasil, este representante é sempre um diplomata).
Em palestra no início desse mês, o sherpa australiano, David Gruen, fez uma defesa da atuação do grupo. Em fala no Instituto Lowy, ele destacou que, após a crise financeira, o foco do grupo mudou "naturalmente" para questõesbetesporte logo pnglongo prazo, como reformas estruturais e crescimento sustentável.
São avanços que "não aparecem nas manchetes, mas que farão diferença concreta no bem-estar das pessoas ao redor do mundo", argumentou.
Segundo Gruen, estudos como o realizado pelo instituto americano Brookings, que ouviu dezenasbetesporte logo pngautoridades envolvidas no G20, também mostram que o grupo é importante para os países entenderem melhor as perspectivas uns dos outros e saberem "para quem ligar no momentobetesporte logo pngcrise".
"É claro, corposbetesporte logo pngbombeiros são mais úteis quando há fogo. Mas eles precisam manter seu equipamento funcionandobetesporte logo pngordem - ou, no caso do G20, manter as relações e o funcionamento da organização - para quando o próximo incêndio estourar", defendeu também.
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