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As lições para a Educação do país1 bet winque pedreiros estudam por até 4 anos e ganham salários1 bet winR$ 20 mil:1 bet win
A casa com jardim, o carro e a possibilidade1 bet winviajar nas férias com os dois filhos são fatores1 bet winqualidade1 bet winvida que ela conquistou inicialmente com a formação1 bet winaprendizagem e depois com aperfeiçoamento.
Após trabalhar como assistente1 bet winlaboratório por mais1 bet wintrês anos, Adriane decidiu fazer um novo estudo. Com mais quatro anos e meio1 bet windedicação, ela conseguiu se formar na Escola Superior1 bet winAdministração. Ao longo desse tempo, avançou na empresa, passando a agente1 bet wincompras até chegar no departamento1 bet winfinanças, onde já está há seis anos.
"Os suíços não têm preconceito se um profissional não tem faculdade. Isso só existe no Brasil. Não existe discriminação justamente porque aqui todo mundo vive bem, independentemente1 bet wincomo você se formou", diz, sem lamentar o sonho abdicado1 bet winse tornar advogada e reafirmando que não se arrepende1 bet wintrocar a universidade pelo aprendizado técnico.
"No Brasil, tenho vários amigos e colegas formados1 bet winDireito que não trabalham na área ou estão desempregados", pondera.
Educação contínua e porta para mercado
Na Suíça o sistema1 bet winformação1 bet winaprendizagem é amplamente estimulado, e cerca1 bet windois terços dos estudantes optam por esse caminho, que se segue aos 11 anos1 bet winensino compulsório, começando no jardim1 bet wininfância, passando pela escola fundamental até a intermediária.
Mais1 bet win250 profissões estão disponíveis por meio desse sistema1 bet winaprendizado, que propicia contato desde cedo com o mercado1 bet wintrabalho. O tempo1 bet winformação depende da carreira escolhida, mas o mínimo é1 bet windois anos, podendo chegar a quatro.
Pelo sistema1 bet winformação1 bet winaprendizagem são ensinadas ocupações como padeiro, açougueiro, cozinheiro, vendedor, operador1 bet winmáquina, enfermeira, pintor, cabeleireiro, bombeiro e outros postos práticos.
A formação profissionalizante serve não só como porta1 bet winentrada para o mercado1 bet wintrabalho, como também é base para uma educação contínua que pode se estender pela vida toda.
As aulas são intercaladas com treinamento praticado1 bet winconstrutoras, supermercados, restaurantes, lojas, hospitais, laboratórios e fábricas. As empresas que no futuro contratarão esses profissionais dividem com os governos local e nacional a responsabilidade pela implementação do currículo que foca1 bet winhabilidades práticas.
Os que concluem com sucesso recebem, normalmente, uma oferta1 bet winemprego da companhia onde treinaram e um diploma com validade nacional, o que os permite ter acesso a novos cursos, avançando na especialização da área que escolheram.
Se depois1 bet winformados os aprendizes quiserem mudar1 bet winprofissão e seguir para um instituto superior politécnico ou ir à universidade, é possível, mas é necessário fazer um rigoroso estudo complementar1 bet wintransição.
Profissões valorizadas e bons salários
Os empregos1 bet winbase que estão acessíveis por meio1 bet winaprendizagem despertam grande interesse porque garantem uma boa renda. Na média, esses profissionais recebem por mês algo entre R$ 21.500 e R$ 25.850 (de 5 mil a 6 mil francos suíços).
Um pedreiro, por exemplo, ganha por mês na Suíça,1 bet winmédia, 5,5 mil francos (R$ 24 mil), um marceneiro, 5,1 mil francos (R$ 22,2 mil) e um mecânico, 5,8 mil (R$ 24,9 mil). Nessas mesmas profissões, a média salarial no Brasil é1 bet winR$ 1.640 para pedreiros, R$ 1.550 para marceneiros e R$ 1.530 para mecânicos1 bet winautomóveis.
O curso básico1 bet winaprendizagem1 bet winformação para pedreiro, marceneiro e mecânico dura dois anos na Suíça. É possível também estudar por três a quatro anos e receber uma qualificação avançada nessas profissões, o que garante um salário ainda maior.
O fato1 bet winos estudantes já estarem inseridos ativamente na economia faz com que a taxa1 bet windesemprego entre a população jovem da Suíça seja1 bet winapenas 4%. Além disso, a evasão escolar é baixa, pois mais1 bet win90% dos inscritos conseguem concluir com sucesso o programa.
Universidade para poucos?
Stefan Wolter, professor1 bet wineconomia na universidade1 bet winBerna dedicado ao tema da Educação, alerta que o excesso1 bet winpessoas com formação superior leva não apenas ao desemprego, mas também deprecia o salário dos que estão ativos no mercado.
Wolter desaconselha jovens com perfil acadêmico fraco a buscarem obter um diploma universitário a qualquer custo, recorrendo a universidades pagas e sem credibilidade.
"Nos Estados Unidos há pesquisas que mostraram que essas faculdades que só querem lucrar causam um impacto negativo. Lá, na média para cada ano a mais que você estuda, você ganha entre 8% e 10% a mais1 bet winsalário. Mas se você for para uma universidade sem prestígio, o impacto será negativo mesmo assim. Você acabará acumulando dívidas do financiamento educacional", alerta.
O especialista destaca que a realidade da Suíça é bem diferente da do Brasil,1 bet winque há muito poucas alternativas à universidade para o jovem que quer continuar a estudar,1 bet winbusca1 bet winaprimoramento e melhores salários.
"No Brasil, a alternativa que se tem a ir à universidade é zero. Você não recebe nenhuma educação decente se não for à universidade", diz.
O economista argumenta que os brasileiros menos qualificados, que muitas vezes acumulam anos1 bet windéficit1 bet winaprendizagem ao longo da educação básica, acabam se formando com notas sofríveis1 bet wininstituições ruins e não conseguem se posicionar na1 bet winprofissão1 bet winum mercado1 bet wintrabalho já saturado e muito competitivo. Para esses, teria sido melhor fazer um treinamento vocacional. "É um desperdício1 bet wincapital humano", lamenta Wolter.
Adultos qualificados
Na Suíça, cursam uma aprendizagem profissionalizante cerca1 bet win220 mil pessoas, a maior parte delas (205 mil)1 bet wincurrículos1 bet wintrês ou quatro anos. Segundo a OCDE (Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Econômica), a Suíça é um dos países com maior número1 bet winadultos qualificados por meio1 bet winprática profissionalizante na Europa.
A força1 bet wintrabalho do país (adultos1 bet win25 a 65 anos) está dividida desta maneira: 12,6% só concluíram o ensino fundamental, 46,2% tem formação profissionalizante secundária e 41,2% têm formação avançada terciária, que inclui o ensino superior.
A diretora do departamento1 bet winestatística da UNESCO, a agência da ONU que lida com o tema da Educação, explica que o grande desafio no mundo hoje é, antes1 bet winmais nada, garantir competências1 bet winbase para que a educação secundária vocacional seja uma consequência natural. Segundo ela, há uma crise global no ensino primário.
"No mundo todo, 61 bet wincada 10 alunos não é capaz1 bet windemonstrar o mínimo1 bet winconhecimentos1 bet winleitura e matemática. São 617 milhões1 bet wincrianças iletradas. Imagine três vezes a população do Brasil sendo incapaz1 bet winler e1 bet windemonstrar conhecimentos1 bet winmatemática", alerta.
"Esse desperdício1 bet wincapital humano nos diz que colocar as crianças1 bet winsala1 bet winaula é apenas metade da luta. Agora o desafio é garantir que toda criança1 bet winsala1 bet winaula esteja aprendendo as habilidades mínimas necessárias para leitura e matemática", diz a diretora do departamento1 bet winestatística da UNESCO, Silvia Montoya.
Pelos números da UNICEF, no caso do Brasil, há 1,5 milhão1 bet wincrianças e jovens fora das escolas. São 772 mil na educação primária e 740 mil na educação secundária. É para esse segundo grupo, os adolescentes1 bet winformação secundária, que o modelo suíço serviria.
Jovens sem estudo no Brasil
Segundo dados do IBGE1 bet win2017, havia cerca1 bet win25,1 milhões1 bet winpessoas1 bet win15 a 29 anos1 bet winidade que não alcançaram o ensino superior completo e não estavam nem estudando, nem se qualificando - os chamados "nem-nem". Desse grupo, a maioria era homens (52,5%) e negros (64,2%).
Os motivos mais frequentemente alegados para estarem longe dos estudos eram porque trabalhavam, procuravam trabalho ou conseguiram trabalho e começariam1 bet winbreve (39,7%); não tinham interesse1 bet winestudar (20,1%); e tinham que cuidar dos afazeres domésticos ou1 bet winpessoas (11,9%).
O professor Wolter acredita que esses jovens deveriam melhorar suas capacidades sem abrir mão do trabalho, mas há uma "falta1 bet wincoordenação" entre o mercado e as instituições1 bet winestudo. "É um problema 'ovo-galinha'", que impede que o Brasil acumule mão1 bet winobra1 bet winbase com excelência.
Há uma falta1 bet winempresas com disponibilidade para investir e que poderiam sustentar um programa1 bet wintreinamento qualificado ambicioso como o modelo suíço, diagnostica Wolter. Ele recomenda que o governo atraia investidores da iniciativa privada internacional para tentar estimular uma transformação.
No Brasil, o sistema1 bet winparceria entre empresas e governo existe dentro do programa Pronatec (Programa Nacional para o Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e dos cursos FIC (Formação Inicial Continuada). Para se formar1 bet winum curso1 bet winformação continuada, o aluno brasileiro precisa atender apenas 350 horas1 bet winaulas, e no curso técnico, 800 horas.
Na Suíça, o mínimo é1 bet windois anos1 bet winestudo.
Qualidade e acesso a todos
Se no Brasil existe a preocupação1 bet winevitar que o acesso ao ensino superior fique restrito à elite, na Suíça isso não é um problema. Lá, a qualidade da educação básica é boa e rigorosa para ricos e pobres, que estudam nas mesmas escolas públicas, explicam os especialistas.
E é durante os anos do ensino básico, com base1 bet winexames na 6ª série, que ocorre a seleção entre os que irão à universidade. O sistema1 bet winavaliação premia não só os alunos brillhantes, mas também os muito disciplinados.
Além disso, o ensino técnico não é o fim dos estudos. Quem se forma1 bet wineducação técnica pode mais tarde fazer um curso que leva1 bet winum a dois anos, chamado1 bet win"passarela", para o ensino superior. Muitos optam por não fazer, no entanto, porque já têm um bom retorno financeiro com a profissão técnica.
"Justamente porque o treinamento vocacional na Suíça é tão bom, não há uma grande discrepância salarial frente aos que possuem diplomas universitários. É uma alternativa viável, porque a qualidade do ensino é praticamente quase tão boa quanto1 bet winuma faculdade", diz.
A brasileira Adriane concorda: "é uma formação que me deu muito pra vida toda. Eu aprendi demais".
Preparando profissionais do futuro?
Por outro lado, se o Brasil estimular excessivamente os cursos1 bet winaprendizado, poderia vir a sofrer um "apagão"1 bet winuniversitários? O advogado e político argentino Gustavo Beliz, que estuda o fenômeno da Quarta Revolução Industrial, diz que é indispensável seguir investindo1 bet winprofissões1 bet winnível universitário.
"A inteligência artificial permitirá a criação1 bet winmuitos empregos que ainda não existem, como especialistas1 bet winagricultura vertical, antropologistas do cyberespaço, auditores da economia compartilhada. Temos que preparar as próximas gerações para esse novo mercado1 bet wintrabalho."
Mas, segundo ele, as mudanças tecnológicas recentes geraram uma tendência que é justamente a intensificação dos extremos, com ausência1 bet wincapacitação1 bet winnível intermediário.
"As mudanças no mercado1 bet wintrabalho deram origem aos fenômenos1 bet winesvaziamento e polarização, um processo através do qual o número1 bet winempregos1 bet winalta e baixa qualificação cresce com o tempo, enquanto o emprego1 bet winmédia qualificação diminui devido aos diferentes impactos das mudanças tecnológicas", explica.
"Isso aponta para duas necessidades: primeiro, o sistema educacional precisa dar aos jovens as ferramentas necessárias para entrar1 bet winum mercado1 bet wintrabalho cada vez mais sofisticado. Segundo, ele precisa funcionar como um nivelador social, para evitar que a desigualdade e a fragmentação social se tornem ainda mais intensas."
Beliz ressalta que os trabalhadores do futuro terão1 bet winfocar principalmente nas "habilidades interpessoais" para não perder o emprego para as máquinas, investindo1 bet winhabilidades como a "inteligência emocional, a empatia e a criatividade".
Justamente as profissões menos valorizadas no Brasil poderiam ganhar destaque no futuro da Quarta Revolução Industrial. "A América Latina precisa começar a apostar no fator humano, no talento. Paixão, comprometimento, sacrifício, trabalho1 bet winequipe e criatividade. Essas são as áreas que superamos as máquinas", afirma.
"Precisamos preparar as novas gerações para esse novo mercado1 bet wintrabalho que poderá demandar tanto treinamento vocacional, quanto acadêmico, porque nós precisamos1 bet winambos", conclui.
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