As mudanças na sociedade irlandesa que levaram ao fim da lei antiaborto:bet casino

A crowd of Yes campaigners cheer and wave placards

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Legenda da foto, Mulheres comemoram resultadobet casinoreferendo na Irlanda, que representa grande mudança na conservadora sociedade do país

Agora, caberá ao Parlamento propor e votar uma leibet casinocaráter mais liberalizante ao aborto -bet casinouma mudança "sísmica" na sociedade irlandesa. Há relatosbet casinoque o governo planeja apresentar até o final deste ano uma lei que autorize o acesso irrestrito ao aborto nas 12 primeiras semanasbet casinogestação.

Em resposta, o grupo ativista Salve a Oitava Emenda afirmou que o resultado deste sábado é "uma tragédiabet casinoproporções históricas" e prometeu continuar a protestar contra o aborto. "As crianças não nascidas não têm mais seu direito à vida reconhecido pelo Estado irlandês", afirnou John McGurik, porta-voz do grupo.

O resultado deste sábado se segue a outra mudança social: três anos atrás, também por referendo, a Irlanda aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O premiê Leo Varadkar, que fez campanha pela liberalização do aborto, afirmou que se tratabet casino"um dia histórico para a Irlanda" e que uma "revolução silenciosa" ocorreu no país nas últimas décadas. Também afirmou que o resultado mostra que os irlandeses "confiam e respeitam as mulheres para tomarem as próprias decisões e fazerem as próprias escolhas".

'Exportar o problema do aborto'

Varadkar havia dito também que não queria mais que seu país "exportasse" a questão do aborto à vizinha Grã-Bretanha.

Isso porque estima-se que, atualmente, 9 irlandesas viajem diariamente ao território britânico - onde o aborto é legalizado - para interromper suas gestações. Outras quatro irlandesas compram diariamente pílulas abortivas pela internet, sem supervisão médica, arriscando-se a uma penabet casinoprisãobet casinoaté 14 anos.

Mural para Savita Halappanavarbet casinoDublin

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Legenda da foto, Casobet casinoSavita Halappanavar, que morreu após ter tido pedidobet casinoaborto negado, foi um dos que ajudaram a mudar a opinião pública irlandesa

Desde o referendobet casino1983, estima-se que maisbet casino170 mil irlandesas tenham buscado fora do país uma formabet casinorealizar a interrupção da gravidez.

E alguns casos particulares tiveram um papel crucialbet casinomudar a opinião pública.

Houve casos polêmicosbet casinovítimasbet casinoestupro e incesto que não puderam pôr fim legalmente às suas gestaçõesbet casinoterritório irlandês.

Houve também a históriabet casinouma mulher grávida que não tinha mais atividade cerebral e foi temporariamente mantida viva - contrariando a vontadebet casinosua família - até que a Justiça decidisse que o feto que ela carregava não sobreviveria a uma cesárea.

E muitas mulheres que receberam diagnósticosbet casinoproblemas fataisbet casinoseus fetos disseram que só puderam passar por um aborto por terem viajado à Grã-Bretanha.

Em 2012, o caso da dentista indiana Savita Halappanavar ampliou esse debate. A indiana solicitou um abortobet casinoum hospital da cidade irlandesabet casinoGalway ao notar quebet casinosaúde se deteriorara por contabet casinouma sépsis, mas seu pedido foi negado, uma vez que se avaliou quebet casinosaúde não estavabet casinorisco naquele momento e ainda havia batimentos cardíacos do feto. Tanto Savita quanto seu bebê acabaram morrendo.

Papa João Paulo 2ºbet casinovisita à Irlandabet casino1979

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Legenda da foto, Papa João Paulo 2ºbet casinovisita à Irlandabet casino1979; viagem foi apontada como propulsora da lei antiaborto que seria aprovada quatro anos depois

Neste sábado, praticamente todas as regiões do país votaram a favor do fim da Oitava Emenda. E praticamente todos os grupos sociais apoiaram a mudança legal, exceto pela população acimabet casino65 anos.

Mas a força motriz por trás da votação foram as jovens mulheres urbanas, que fizeram forte campanha pelo sim.

Sinn Féin, o tradicional partido republicano irlandês, tem um sloganbet casinoirlandês: "Tiocfaidh ár lá", que pode ser traduzido como "nosso dia vai chegar".

Na atual campanha, foi adotado um novo slogan político: "Tiocfaidh ár mná", ou "aí vêm as nossas mulheres".

Agora, a líder do Sinn Féin Mary Lou McDonald, bem como grupos pró-direitos reprodutivos, têm dito que querem expandir a mudança legal também à vizinha Irlanda do Norte - que pertence ao Reino Unido e é a única região deste a não permitir o acesso irrestrito à interrupção da gravidez.

Papel da Igreja Católica

Para a Igreja Católica, que foi peça importante na aprovação da Oitava Emendabet casino1983 e havia instado a população a proteger a medida no referendo desta sexta, o resultado é um grande revés.

A instituição já vivia uma crise na Irlanda nos últimos anos, após revelaçõesbet casinoque bispos haviam deixadobet casinoreportar as autoridades os padres acusadosbet casinopedofilia.

Outro abalo se deve a acusaçõesbet casinoque antigos abrigos para mulheres grávidas solteiras comandados por freiras tenham cometido crimes. Em um dos casos mais notórios, na cidadebet casinoTuam, foi encontrada uma vala comum com diversos corposbet casinobebês, aparentemente enterrados ali nos anos 1950.

Houve também acusaçõesbet casinoque esses abrigos realizavam adoções forçadas, sem o consentimento das mães biológicas, algumas vezesbet casinotrocabet casinodinheiro.