O que diz a abstenção sobre o resultado da eleição presidencial na Venezuela:bet365 nubank
A participaçãobet365 nubank46%bet365 nubankeleitores nesse pleito seria considerada altabet365 nubankalguns países da região, mas é muito baixa na Venezuela, onde sempre houve grande comparecimento e interesse na eleição presidencial -bet365 nubankvitória simples, sem segundo turno, ganha quem levar mais votos.
A participação média nas últimas três eleições presidenciais (2006, 2012 e 2013) foi superior a 79%, segundo dadosbet365 nubankEugenio Martínez, jornalista especialistabet365 nubankprocessos eleitorais.
Oposição celebra
Maduro se gaboubet365 nubankter alcançado 68% dos votos. Mas ele não mencionou que esse dado representa 29% do eleitorado. Sem dúvida, foi o mais votado, mas os números são equivalentes aos do pior resultadobet365 nubank20 anosbet365 nubankseu antecessor e padrinho político, Hugo Chávez.
A baixa participaçãobet365 nubankeleitores é uma vitória para a parte da oposição que preferiu não participar do pleito por considerar que as condições para um processo justo e transparente não foram cumpridas.
"A oposição institucional pode alegar que obteve sucesso porque isso deslegitima a eleição", disse o analista e pesquisadorbet365 nubankopinião Luis Vicente León à BBC Mundo.
"A farsa foi derrotada pela ausência do povo", disse Juan Pablo Guanipa, representante da Frente Ampla Venezuela Livre, que fez campanha pela abstenção e celebrou o que descreveu como "desobediênciabet365 nubankmassa".
Segundo a Frente Ampla, a participação não chegou a 30%.
O opositor Henrique Capriles, que teve os direitos políticos cassados, afirmoubet365 nubankuma "carta ao povo" publicada embet365 nubankpágina do Facebook, que a abstenção deve ser lida como uma "manifestação contundente do verdadeiro clima político que se vive na Venezuela".
"Os que votaram e os que não (votaram) estão esperando que uma nova ação política dê sentido à decisão que tomaram ontem. Então, nosso empenho deve estar dirigido a dar ao país um rumo definido e uma agendabet365 nubankmudanças".
A ausência dos venezuelanos nas urnas, para Capriles - que também fez campanha pela abstenção -, reitera que a oposição precisa se articular "para dar respostas mais contundentes", mas também sinaliza uma decepção que pode se tornar "perigoso terreno fértil para a antipolítica".
Antonio Ledezma, ex-prefeitobet365 nubankCaracas, exiladobet365 nubankMadri, afirmou pelo Twitter que os venezuelanos haviam "protagonizado o mais contundente atobet365 nubankdesobediência civil", que amparava um "direitobet365 nubanklegítima defesa com respaldo da comunidade internacional para dar um passo a um governobet365 nubanktransição".
Da embaixada do Chile na Venezuela, onde vive desde novembro do ano passado, o político Freddy Guevara também comemorou o nível elevadobet365 nubankabstenção. "A desobediência e a rebeldia venceram a farsa e as ameaças. Superamos com êxito essa armadilha: a farsa foi absolutamente deslegitimada, Maduro ficará mais frágil e nós, mais fortes para o que vem. Força e fé!"
Em um pronunciamento na tarde desta segunda, a também opositora e ex-deputada María Corina Machado ironizou o pedidobet365 nubanknovas eleições feito por Falcón e afirmou que "o único caminho é o da desobediência total". "A Venezuela falou claro: aqui, o que precisamos é derrubar o regime".
Agora, resta saber se a oposição, desunida nos últimos meses, usará esses números para traçar uma estratégia que enfraqueça o governo ou o force a fazer mudanças.
Na tardebet365 nubankdomingo, o chavismo já celebrava o triunfobet365 nubankMaduro, mas mostrava preocupação com o baixo índicebet365 nubank participação.
A baixa participação indica que não apenas os adversários, mas também os partidáriosbet365 nubankMaduro se abstiveram.
A escola secundária no bairrobet365 nubank23bet365 nubankJaneiro, onde Hugo Chávez votava, parecia vaziabet365 nubankcomparação com as eleições mais recentes - as regionaisbet365 nubank2017, que elegeram a Assembleia Nacional Constituinte.
O resultado foi um duro golpe na intenção expressa por Maduro durante a campanhabet365 nubankatingir dez milhõesbet365 nubankvotos, um número que o carismático Chávez não conseguiu alcançar - nembet365 nubankmomentosbet365 nubankboom econômico.
Nem mesmo o prêmio prometido aos eleitores por meio do controverso "carnê da pátria", o documento que garante aos venezuelanos acesso aos programais sociais, animou a participação. Maduro não explicou como, mas prometeu que esses eleitores teriam alguma recompensa financeira ao comparecerem para votar.
Essa tática foi uma das razões apresentadas pelo candidato Henri Falcón para não reconhecer o processo eleitoral e pedir novas eleições.
Dessa maneira, Falcón se alinha novamente à oposição que exigia o boicote.
"A abstenção é, sem dúvida, uma vencedora dentro da oposição", disse Luis Vicente León.
As causas da baixa participação são complexas, mas com certeza a grave crise econômica do país - uma das pioresbet365 nubanksua história - é uma delas.
Outra razão é que muitos venezuelanos deixaram o país devido à crise. Outra é que muitos dos opositores seguiram as ordensbet365 nubankseus líderes que pediram para não fossem às urnas.
Outras pessoas, como um eleitor ouvido pela BBC, não encontraram nenhuma opção atraente contra Maduro na cédula eleitoral. "A verdade é que eu não gostobet365 nubanknenhum", disse ele sobre os candidatos.
"Eu não acreditobet365 nubankeleições, não vou votar e não há eleições justas", resumiu Juvenal Zambranobet365 nubankmanhã, enquanto tomava um refrigerantebet365 nubankuma rua vazia.
Pressão internacional
Boa parte da comunidade internacional disse não respaldar a eleiçãobet365 nubankMaduro. O Brasil não reconheceu a legitimidade do processo. Em uma nota conjunta, o Grupobet365 nubankLima, do qual o Brasil faz parte, afirmou que a votação não estava "em conformidade com os padrões internacionaisbet365 nubankum processo democrático, livre, justo e transparente".
Participam do chamado Grupobet365 nubankLima, além do Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. Todos concordarambet365 nubankreduzir os níveisbet365 nubankrelação diplomática com a Venezuela e chamar seus embaixadores para consultas.
A União Europeia, os Estados Unidos, o Canadá e vários países latino-americanos afirmam que a eleição não foi transparente.
No domingo, Mike Pompeo, secretáriobet365 nubankEstado dos EUA, criticou novamente o processo eleitoral.
"Eleições fraudulentas não mudam nada, precisamos que o povo venezuelano assuma o país ... Um país com tanto a oferecer ao mundo", escreveu ele no Twitter.
A abstenção,bet365 nubankcerta forma, legitima as impressões da comunidade internacional.
"Maduro não consegue legitimar-se nem perante a comunidade internacional nem perante a oposição", analisou León. Para ele, o resultado do pleito é decepcionante para o chavismo.
"Nunca antes o chavismo teve uma porcentagem tão baixa do totalbet365 nubankvotos. A abstenção seria, portanto, a vencedora. Ela não tem impacto legal, mas sim sobre a legitimidade", acrescentou.