Comobet7k donomenosbet7k donoum ano ameaçabet7k donoguerra nuclear se transformoubet7k donopromessabet7k donopaz entre Coreias:bet7k dono
A preocupação, diz Tierney à BBC Brasil, era com o potencialbet7k donoum gesto descuidado ou mais duro por partebet7k donoTrump que fizesse Kim Jong-un entender que seu regime estivesse sob ameaça iminentebet7k donoataque. Segundo ele, também havia a chancebet7k donoalguma reação impensada do líder americano às provocaçõesbet7k donoPyongyang. "Em qualquer destes cenários, parecia haver o risco realbet7k donoque algum dos lados iniciasse uma ação militar que, mesmo limitada, provocaria uma escalada."
Apesar dos avanços norte-coreanos na área nuclear, no entanto, um ataque atômico direto contra o território americano seria improvável, mas o possível usobet7k donoarmamento convencional contra alvos na região - como os quase 30 mil soldados dos EUA estacionados na Coreia do Sul - poderia ser o suficiente para confirmar os piores temores à época.
Apertobet7k donomão
Diante deste cenário era difícil imaginar,bet7k donomeadosbet7k dono2017, a cena protagonizada por Kim e Moon na Zona Desmilitarizada na sexta-feira: um apertobet7k donomãos, uma reunião amigável e a promessabet7k donoencerrar formalmente o conflito ainda neste ano. A "trajetória relâmpago"bet7k donoum extremo a outro chama atenção, mas não deve ser vista apenas como uma guinada radical ou, ainda, como efeito diretobet7k donoum punhadobet7k donotuítes do presidente americano, segundo Tierney.
Na avaliaçãobet7k donoanalista, uma possibilidade é que o programa nuclear norte-coreano já tenha evoluído o suficiente para que Kim tenha decidido, agora, voltar seus olhos para tentativasbet7k donomelhorar a combalida economia do país.
"Analistas, diplomatas experientes e militares parecem acreditar que a habilidadebet7k donoafirmar que a Coreia do Norte já dominou a miniaturizaçãobet7k donoogivas e a tecnologiabet7k donomísseis deu a ele (Kim) uma vantagembet7k dononegociações e uma licença interna para atacar os desafios econômicos que,bet7k donoteoria, deveriam estar sendo resolvidos paralelamente ao avanço do programa atômico, mas que na prática não estão melhorando."
O contextobet7k donoque os dois líderes deram os maiores passosbet7k donodireção à pazbet7k donodécadas também inclui muitas outras nações além dos EUAbet7k donoTrump. A construção do encontro entre Kim e Moon,bet7k donofato, remonta a anosbet7k donodiálogosbet7k donobastidores ebet7k donopressões como a da China, que há muito demonstra sinaisbet7k donoincômodo com a postura provocativa dos aliados norte-coreanos no cenário internacional.
Pouco tempo após assumir o poderbet7k donoPequim, Xi Jinping passou a mencionar esforçosbet7k donoreunificação da Península Coreanabet7k donoseus discursos sobre o tema. Ainda durante o governo da ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye, o governo chinês intensificou as conversas com Seul e passou a defender mais diálogo entre as nações da região para tratar da questão norte-coreana.
Apesar do aumento da pressão chinesa por diálogo, à época, Seul não intensificou na mesma proporção os esforços diplomáticos na direçãobet7k donoum diálogo com o Norte. Filha do general Park Chung-hee, que lutou pelo exército do Sul na Guerra da Coreia e, posteriormente, comandou o paísbet7k donouma ditadura se arrastoubet7k dono1963 a 1979, a ex-presidente sul-coreana declaravabet7k donopretensãobet7k donoconduzir a península a uma paz duradoura, mas, ao mesmo tempo, reforçava constantemente a ideiabet7k donoque não aceitaria qualquer açãobet7k donoPyongyang que pusessebet7k donorisco a segurança e a soberania do Sul.
Depostabet7k donoimpeachment por um casobet7k donocorrupção e tráficobet7k donoinfluência, Park foi sucedida por um governo tampão e, após a realizaçãobet7k donoeleições, por Moon, o atual presidente e um histórico defensor da conciliação e do diálogo como solução para a questão com a Coreia do Norte.
"Não podemos minimizar o trabalho do líder sul-coreano, Moon Jae-in, para criar essa oportunidade diplomática. Ele aproveitou a abertura trazida pelos Jogos Olímpicos (de inverno,bet7k donoPyeongchang, no Sul) e construiu a chancebet7k donocima disso", afirma Tierney.
O especialista se refere ao relaxamento das tensões trazido pela participação norte-coreana na competição esportivabet7k donoterritório sul-coreano - uma delegaçãobet7k donoaltos oficiaisbet7k donoPyongyang viajou ao país rival para acompanhar os jogos e, paralelamente, preparar as negociações que culminaram no encontro entre os líderes.
China e Rússia
O papel da China também foi importante na mediação do diálogo no ano passado. No auge da crisebet7k donomeses atrás entre Washington e Pyongyang, Xi Jinping conversoubet7k donodiversas ocasiões com Trump e Kim Jong-un, fazendo apelos para que a via diplomática fosse preservada e ninguém disparasse o temido "primeiro tiro". Em março, o líder norte-coreano fezbet7k donoprimeira visita oficial a Pequim e foi recebido pelo presidente chinês.
Outra potência com interesses estratégicos e econômicos na região teve atuação menos suave: a Rússia. O presidente Vladimir Putin deu declarações fortes sobre a questão norte-coreana durante a crise com Trump, afirmando que não seria sábio "encurralar Kim Jong-un" e pedindo que os EUA "parassem com as provocações" direcionadas, segundo ele, a Pyongyang.
Entre as possibilidades levantadas por Kim após a reunião com o presidente sul-coreano estava o congelamentobet7k donotodos os testes nucleares por parte da Coreia do Norte. A paralisação, no entanto, vem após dois pontos cruciais do programabet7k donoarmamentos terem sido anunciados pelos norte-coreanos como resolvidos: a miniaturização das ogivas atômicas norte-coreanas e a obtençãobet7k donoum míssil intercontinental capazbet7k donolevá-las até os alvos.
"Não há confirmaçãobet7k donoque eles tenham uma ogiva miniaturizada ou um ICBM (Míssil Balístico Intercontinental) totalmente funcional", observa Tierney. Mas, mesmo que seja apenas mais propaganda, a ideia parece ter sido absorvida pelo establishment norte-coreano, dando a Kim uma folga para se concentrarbet7k donoexpansão econômica.
Capitalizando a paz
Apoiadoresbet7k donoDonald Trump não demoraram a apontar a suposta eficácia da estratégia do presidente americano para lidar com a Coreia do Norte.
No Twitter, os mais exaltados chegam a dar como certa a concessãobet7k donoum Nobel da Paz ao republicano. A situação, no entanto, não é tão simples e o impacto na política interna americana é incerto.
"Talvez um aspecto positivo, se um acordo (entre as Coreias) for alcançado, possa ser que, nessa nação dividida, um acordobet7k donopaz terá aceitação mais ampla, constrangendo a extrema-direita como ocorreu durante a visitabet7k donoNixon à China", avalia Tierney.