'Ficaremos até o fim': A batalhaxbet mobileum médico para salvar vidas na Síria:xbet mobile

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Legenda da foto, Ghouta oriental, perto da capital Damasco, é um dos poucos redutos rebeldes na Síria

Ele vaixbet mobilebicicleta até o hospital e passa por ruas desertas, cheiasxbet mobiledestroços, ciente do perigo que é estar foraxbet mobilecasa mesmo que só por alguns minutos. Se o bombardeio é pesado e há muitos feridos, ele pode trabalhar por maisxbet mobile24 horas, sem folga. Quando está tratando crianças feridas, ele pensa nas suas. Nas curtas pausas entre pacientes, reza por suas vidas. Não há descanso.

A guerra civil na Síria acabaxbet mobileentrar no oitavo ano. Maisxbet mobile400 mil pessoas foram mortas ou desapareceram. Três filhos do próprio doutor Hamid e muitas outras crianças levadas ao seu hospital nunca conheceram a paz.

Elas chegam com estilhaçosxbet mobilebala, sem membros do corpo, com queimaduras severas. Às vezes, sem ferimentos visíveis, mas totalmente sem vida, com um odorxbet mobilegásxbet mobileseus corpos. "A maior parte das crianças que morrem são vítimasxbet mobilebombas na cabeça ou ferimentosxbet mobileseus abdomens ou intestinos. Já vi casosxbet mobileferidas diretamente no coração", diz Hamid.

"Essas crianças precisamxbet mobilecirurgiões especialistas e sete ou 14 dias na UTI. Muitas poderiam ser salvas. Mas, aquixbet mobileGhouta, não podemos fazer nada. Tentamos conter o sangramento e garantir seu bem-estar e, então, deixamos que morram."

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Legenda da foto, Equipes médicas dizem que seu trabalho é uma 'batalha crua e incansável' para salvas as pessoas da morte

Apoiados por ataques aéreos pesados da Rússia, forças pró-governo sírio estão avançando sobre o perímetroxbet mobileGhouta oriental, uma das últimas áreas controladas por rebeldes na Síria.

Ao menos 1,1 mil civis foram mortos desde que o regime intensificou seus ataques aéreos no mês passado, dividindo o enclavexbet mobiletrês bolsões. Os rebeldes bombardearam civisxbet mobileáreas vizinhas controladas pelo governo e,xbet mobileacordo com um oficial da ONU, usaram rifles para matar aqueles que tentavam fugir.

Por meioxbet mobileentrevistas por telefone, quatro médicos e equipes médicas descreveram seu trabalhoxbet mobileGhouta Oriental como uma batalha difícil e sem fim para salvar as pessoas da morte, com pouco espaço para buscar preservar membrosxbet mobilepacientes ouxbet mobilevisão ou protegê-losxbet mobileinfecções fatais. A medida para um tratamento bem-sucedido transformou-sexbet mobileum cálculo binário, dizem: resultaxbet mobilevida ou morte.

Essa semana, um meninoxbet mobilecinco anos chegou ao hospital do doutor Hamid com múltiplos ferimentos e fraturas nas duas pernas e braços. Hamid suturou seus ferimentos, amputou umxbet mobileseus braços e umaxbet mobilesuas pernas até a coxa superior. "Esse é o futuro dele", diz Hamid. Mas o menino está vivo, e isso é um êxito.

No mesmo dia, uma bebêxbet mobileum ano e meio foi levada ao hospital com uma laceração enorme na coxa depois da explosãoxbet mobileuma bomba, rompendo completamentexbet mobileartéria. Hamid tentou desesperadamente conectarxbet mobileperna e restaurar um pouco do fluxo sanguíneo, mas não conseguiu suturar a artéria direita.

"Não sabemos se, no futuro, ela vai andar ou se a perna dela será a sombra do que é uma perna", afirma. "Mas ela está viva." Um sucesso. Na mesma semana, cinco crianças que tinham sido levadas ao doutor Hamid morreram. "Quando lidamos com crianças, esperamos que Deus esteja olhando por elas", ele diz, suspirando profundamente. "Desculpe-me... palavras não dão contaxbet mobileexpressar isso."

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Legenda da foto, Ao menos 1,1 mil civis foram mortos desde que o regime intensificou seus ataques aéreos no mês passado

Cercaxbet mobile50 pacientes que precisavamxbet mobileatendimento médico urgente foram evacuadosxbet mobileGhouta Oriental nesta semana, e civisxbet mobilealgumas áreas estão começando a escapar, mas a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cercaxbet mobile390 mil pessoas permaneçam presas, escondidasxbet mobileabrigos subterrâneos e com acesso limitado a comida, água e tratamento médico.

Ataques diretos a instalações médicas aumentaram nas últimas semanas,xbet mobileacordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmentexbet mobileGhouta Oriental. Um terço do hospitalxbet mobileHamid foi danificado. As partes que funcionam estão repletasxbet mobilepessoas feridas, dificultando a passagem. Quando os bombardeios são graves, o chão fica repletoxbet mobilecadáveres que não podem ser transportados. Na semana passada, os funcionários do hospital ficaram 48 horas sem conseguir mover os corpos.

Em Ghouta Oriental, equipes médicas estão fisicamente e emocionalmente exaustas, segundo Lorena Bilbao, coordenadora do Médico Sem Fronteiras na Síria. "Eles têm trabalhado sem descanso, com poucas horasxbet mobilesono por dia, sem se alimentar regularmente e constantemente frustrados e com medoxbet mobilebombardeios."

O acirramento do conflitoxbet mobilefevereiro trouxe consigo novas armas e um "novo tipoxbet mobilehorror", afirma Atef,xbet mobile36 anos, um radiologistaxbet mobileum hospital cirúrgico. Agora, eles estão vendo pacientes com múltiplas feridas graves. "Não estamos acostumados a esse nívelxbet mobilelesões", diz ele. "Não podemos ajudá-los. Quando você olhaxbet mobilevolta, há desespero no rosto dos membros da equipe."

Muitos dos que sobraramxbet mobileGhouta Oriental agora estão escondidos nos subterrâneos. Atef vive no porãoxbet mobileum prédio público comxbet mobilemulher, crianças e outras cem pessoas. Mohammed, um estudantexbet mobilemedicinaxbet mobile23 anos que foi forçado a abandonar seus estudos e virar médicoxbet mobileguerra, vive comxbet mobilefamília no porãoxbet mobileum vizinho, onde 30 pessoas estão apertadasxbet mobiletrês quarto pequenos e não há eletricidade ou água.

Para passar o tempo, os membros da família conversam no escuro ou esgotam a bateria dos seus celulares com jogos. Cinco primosxbet mobileMohammed morreram no mês passado, ele conta. Assim como seu tio, o maridoxbet mobilesua irmã, a esposaxbet mobileseu irmão exbet mobilefamília inteira.

"Os pacientes também são nossa família. Seguiremos tratando todos até o medicamento acabar. Até ficarmos sem nada. Até os minutos finais."

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Legenda da foto, Médicosxbet mobileGhouta oriental dizem que estoquesxbet mobilesuprimentos e medicamentos estão no final

Medicamentos vitais e suprimentos médicos estão acabandoxbet mobileGhouta Oriental. Enviados da Cruz Vermelha foram autorizados a entrar na região na quinta-feira, levando pacotesxbet mobilecomida, mas não medicamentos. Segundo a OMS, o regime sírio confiscou 70% dos suprimentos enviados anteriormente, inclusive kitsxbet mobileprimeiros socorros,xbet mobilecirurgia e insulina.

O Médicos Sem Fronteiras diz que agora só há um cirurgião vascular na região e nenhuma chancexbet mobiletransferir pacientes, deixando os clínicos gerais sem opção a não ser amputar membros que poderiam ser salvos. O doutor Hamid estima que o hospital deva ter anestésico só para mais algumas semanas, o que pode significar uma terrível realidadexbet mobileque amputações são feitas sem ter uma formaxbet mobileapagar a dor.

"Estamos trabalhando com fiosxbet mobilesutura que já foram usados antes, luvas descartáveis usadas, drenos que já foram usados por outros pacientes. A maior parte dos ferimentos infeccionam e precisamxbet mobileataduras, mas estamos recorrendo a ataduras usadas."

Não há equipamento laboratorial para testar a presençaxbet mobilequímicos tóxicos– médicos e ativistas da oposição dizem que armas químicas estão sendo usadas por forças a favor do regime. O governo nega, masxbet mobilealegação é refutada pela ONU, que diz que gásxbet mobilecloro foi usado ao menos três vezesxbet mobile2014 e 2015. Uma investigação recente diz que a arma química foi usadaxbet mobilejaneiroxbet mobileGhouta Oriental.

Os médicos descrevem pacientes que chegam com olhos e vias respiratórias irritadas e com um forte odor. "Para nós, é óbvio depoisxbet mobileum ataque", diz Hamid. "Todos que vêmxbet mobileambulâncias têm o mesmo cheiro."

A exposição ao gás não mata geralmente, mas pode ser letal se os pulmões da vítima são muito pequenos. Os médicos lembram-sexbet mobiledois casos assim. "Vimos uma bebêxbet mobiletrês meses e um meninoxbet mobiledois anos", diz Mohammed. "A menina ficou usando o respirador por uma semana e sobreviveu. Mas o menino morreu. Ele estava azul, e seu corpo cheirava a gásxbet mobilecloro."

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Legenda da foto, 'Crianças são as mais difíceisxbet mobiletratar porque lembram os nossos próprio filhos', diz um médico

A brutalidade que vai piorandoxbet mobileGhouta Oriental reflete o estadoxbet mobileuma guerra maior. O governoxbet mobileBashal al-Assad diz que está "limpando" a naçãoxbet mobileterroristas, mas ataca o país indiscriminadamente, matando dezenasxbet mobilemilharesxbet mobilecivis.

"Eles dizem que estão matando terroristas, mas não somos terroristas. As pessoas que eu vejo morrer são mulheres e crianças", diz o doutor Hamid. Ele está monitorando o nível dos estoquesxbet mobileantibióticos, anestésicos e insulina do hospital, que estão no fim. Se nenhum suprimento chegar, vão acabar.

O lugar onde cresceu foi abandonado e sofre uma "morte lenta", conta Hamid. Era o lugar onde pessoas iamxbet mobileDamasco, com suas mulheres, maridos e crianças, para piqueniques ou para comprar produtos nos mercados. "Vinhamxbet mobiletodos os lugares para respirar ar puro, ver os rios e as árvores", afirma. "Para mim, é o paraíso na terra."

Agora, ele reza à noitexbet mobileseu abrigo apertado para que um dia seus filhos possam ver o lugarxbet mobilenovo "verde como era quando ele era criança". "Pode ser que seja tarde demais para mim. Mas, se Deus quiser, nossos filhos vão ver isso."

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Legenda da foto, A maioria das pessoas que permanecemxbet mobileGhouta Oriental vivem nos subterrâneos,xbet mobileuma situação cada vez mais crítica