Lava Jato: MPF recupera R$ 11,9 bi com acordos, mas devolver todo dinheiro às vítimas pode levar décadas:palpites casas de apostas
"A tendência, se não houver acordo, é que (os valores) fiquem bloqueados por anos a fio, até o final do processo", diz o procurador."Essa é a principal dificuldade porque, no nosso sistema, esses processos contra crimespalpites casas de apostascolarinho branco simplesmente não andam, dificilmente chegam ao final", lamenta Galvão.
Ainda assim, o procurador afirma que as cifras alcançadas pela Lava Jato até o momento não são apenas expressivas, mas também históricas.
Por meiopalpites casas de apostasacordospalpites casas de apostascolaboração epalpites casas de apostasleniência, procuradores do Rio epalpites casas de apostasCuritiba já conseguiram assegurar que um totalpalpites casas de apostasR$ 11,9 bilhões serão restituídos - um recorde na história brasileira. Mas até mesmo o repasse desse montante às vítimas pode demorar décadas.
Isso porque há empresas e réus que ainda estão pagando os valores que concordarampalpites casas de apostasrestituir aos cofres públicos. Alguns acordos preveem devoluçãopalpites casas de apostasaté duas décadas. Desde 2015, a Petrobras já recebeu 14 repasses, que totalizam R$ 1,5 bilhão, ou o equivalente a cercapalpites casas de apostas13% do dinheiro recuperado.
"Vai demorar um pouco para quitar, mas é um dinheiro que não tem controvérsia. Tem prazo para pagar", pondera Galvão, dizendo que os R$ 11,5 bilhõespalpites casas de apostasprocessopalpites casas de apostasrepatriação serão praticamente todos devolvidos diretamente às vítimas.
Questionada com que tipopalpites casas de apostasatividades e iniciativas a empresa usou o dinheiro, a Petrobras se limitou a responder que "os valores retornam para o caixa da companhia".
A Petrobras também tenta recuperar dinheiro que foi desviadopalpites casas de apostasseus cofres. "Reconhecida pelas autoridades como vítima da corrupção investigada, a Petrobras adota medidas jurídicas contra empresas e pessoas, inclusive ex-funcionários e políticos, que causaram danos financeiros e à imagem da companhia", informou a empresa à BBC Brasil.
A companhia é coautora, com o MPF e a União,palpites casas de apostas13 açõespalpites casas de apostasimprobidade administrativapalpites casas de apostasandamento e é assistentepalpites casas de apostasacusaçãopalpites casas de apostas43 ações penais.
Mas nem todo o dinheiro que o MPF diz já ter recuperado vai para a Petrobras. "Há diversas outras vítimas. Tem Eletrobras, tem Estados, municípios, Caixa Econômica, uma sériepalpites casas de apostasoutros órgãos. No caso da Andrade (Gutierrez), tem os estádios da Copa. Não é só Petrobras, tem diversas entidades públicas lesadas ao redor do Brasil", explica Paulo Galvão.
Diferentemente das investigações conduzidaspalpites casas de apostasCuritiba, que identificou vítimas determinadas, o procurador explica que, no Riopalpites casas de apostasJaneiro, até o momento, o maior lesado foi o próprio Estado. Por isso, no Rio, é possível que se defina previamente como o dinheiro devolvido deve ser usado. Isso significa que, a depender da Justiça, pode-se determinar que o montante restituído seja aplicado, por exemplo,palpites casas de apostassegurança pública.
A força-tarefa da Lava Jato no Rio recuperou, até o momento, R$ 451,5 milhõespalpites casas de apostas16 acordospalpites casas de apostascolaboração já homologados. Deste total, R$ 250 milhões já foram devolvidos ao governo do Estadopalpites casas de apostasmarçopalpites casas de apostas2017 e permitiram o pagamento do 13º salário atrasadopalpites casas de apostascercapalpites casas de apostas146 mil aposentados.
Exigência
Antes da Lava Jato, o procurador Paulo Galvão diz que, somados todos os casos da históriapalpites casas de apostascorrupção do país, o Brasil tinha recuperado US$ 15 milhões, algopalpites casas de apostastornopalpites casas de apostasR$ 148 milhõespalpites casas de apostasvalores atuais. Sópalpites casas de apostasvalores no exterior, a Lava Jato já recuperou um montante cinco vezes maior: R$ 763 milhões.
Isso só foi possível,palpites casas de apostasacordo com o procurador, porque quem assina acordopalpites casas de apostasdelação autoriza obrigatoriamente o repatriamento do dinheiro que mantém no exterior. Autoridades brasileiras conseguiram uma sintonia inédita com o Ministério Público da Suíça. O país é o favoritopalpites casas de apostasgrande maioria dos investigados e réus da Lava Jato para guardar dinheiro.
Normalmente, os procuradores suíços conseguem o bloqueio imediatopalpites casas de apostascontas sob suspeita, mas só devolvem os valores depois que o processo chegue ao fim e não haja mais possibilidadepalpites casas de apostasrecursos.
"Uma condenação até a última instância no Brasil é tão difícil, principalmente nos casospalpites casas de apostascolarinho branco,palpites casas de apostasempresários e políticos, que corremos o riscopalpites casas de apostasdevolverem o dinheiro (ao corrupto) ao invéspalpites casas de apostasmandarem o dinheiropalpites casas de apostasvolta para cá. Isso mostra, na verdade, a ineficiência do nosso sistemapalpites casas de apostasJustiça para punir as pessoas", observa Paulo Galvão.
Mil contas
Depois que a Lava jato foi deflagrada, os dois países passaram a atuarpalpites casas de apostasforma alinhada. Alémpalpites casas de apostastrocarem informações, a Suíça também transferiu suas próprias investigações ao Brasil, como aconteceu no caso do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que está preso desde outubropalpites casas de apostas2016.
Ele sempre negou manter contas no exterior, mas autoridades da Suíça encaminharam à Procuradoria Geral da República (PGR) documentos que comprovaram contas bancárias secretas do deputado, da mulher e da filha no país europeu. Além da reprodução dos documentos pessoais como passaporte, assinatura e dados pessoais do ex-deputado, os arquivos enviados pela Suíça mostraram que o emedebista manteve uma conta bancária nos Estados Unidos ao longopalpites casas de apostas17 anos.
Paulo Galvão conta ainda que a Suíça mantém no momento 1 mil contas bloqueadaspalpites casas de apostasbrasileiros investigados pela Lava Jato. Uma das frentespalpites casas de apostasinvestigação dos procuradores tem sido os titulares dessas contas.
Segundo o procurador, o próprio Ministério Público da Suíça já afirmou que a Lava Jato é "o maior casopalpites casas de apostaslavagempalpites casas de apostasdinheiro da história do país".
Além da Suíça, o Brasil apresentou 215 pedidospalpites casas de apostascooperação a 41 países diferentes. A maioria deles, segundo o MPF, está relacionada a contas dos investigados no exterior.
Apesarpalpites casas de apostasafirmar que há acordos sendo negociados, Paulo Galvão admite que o númeropalpites casas de apostascolaborações têm diminuído.
"Existe uma fila grandepalpites casas de apostasempresas batendo na nossa porta para fazer acordo com todos, mas a gente entende que não cabe acordo com todos; senão a gente desmoraliza a punição da investigação", argumenta, emendando que ainda há muito material a ser analisado e dinheiro a ser devolvido do esquemapalpites casas de apostascorrupção e lavagempalpites casas de apostasdinheiro descoberto pela Lava Jato.
O procurador explica, contudo, que na horapalpites casas de apostasassinar uma colaboração, "um dos fatores a considerar é o da recuperação do dinheiro". Por isso ele diz que há ainda mais acordos por vir.