"Massacres geram efeito imitação, atiradores querem fama", diz psicólogo americano:aposta de jogo de futebol app

Imagens mostram estudantes sendo evacuadosaposta de jogo de futebol appgrupos pequenos após massacre na Flórida

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Imagens mostram estudantes sendo evacuadosaposta de jogo de futebol appgrupos pequenos após massacre na Flórida; segundo pesquisador, "alguns desses ataques ganham tanta atenção da mídia que isso acaba se tornando muito desejável para outras pessoas"

"Alguns desses ataques ganham tanta atenção da mídia que isso acaba se tornando muito desejável para outras pessoas, e elas podem acabar tentando seguir os passos desses autores", disse Langmanaposta de jogo de futebol appentrevista à BBC Brasil.

Esse efeito significa que, quanto mais ataques desse tipo ocorrem, mais vão ocorrer no futuro. "É como se esse fenômeno estivesse se alimentandoaposta de jogo de futebol appsi mesmo."

Cobertura e redes sociais

Segundo Langman, a intensa cobertura desses ataques, ampliada ainda mais pela internet e pelas redes sociais, acaba servindo como fonteaposta de jogo de futebol appinspiração para futuros atiradores.

Peter Langman
Legenda da foto, 'Eles querem conseguir tanta fama quanto o atirador anterior. Ganhar reconhecimento imediato. Entrar para a história', afirmou psicólogo Peter Langman (Crédito da foto: Divulgação)

Além disso, o destaque dado ao númeroaposta de jogo de futebol appvítimas e à magnitudeaposta de jogo de futebol appcada tragédia pode criar uma espécieaposta de jogo de futebol appranking, que os futuros autores tentam superar.

"Muitos atiradores escreveram comentários sobre isso. Eles querem conseguir tanta fama quanto o atirador anterior. Ganhar reconhecimento imediato. Entrar para a história. Querem ser famosos", diz o psicólogo.

Assim como outros especialistas, ele recomenda minimizar o uso do nome do atirador na cobertura desses episódios, não publicar seu retrato, evitar dar muita ênfase ao númeroaposta de jogo de futebol appmortos e não usar termos como "o maior", "o pior" ou outros tiposaposta de jogo de futebol appcomparação ao descrever o ataque.

"Evitar tudo que possa tornar o atirador um tipoaposta de jogo de futebol appherói para outras pessoas que estãoaposta de jogo de futebol appriscoaposta de jogo de futebol appcometer violência", resume. "O melhor é sempre focar nas vítimas, e não no autor."

Columbine

Langman começou a estudar a mente desses atiradores após o massacre na escolaaposta de jogo de futebol appColumbine, no Colorado,aposta de jogo de futebol app1999, que deixou 15 mortos (entre eles os dois autores) - e inspirou dezenasaposta de jogo de futebol appataques semelhantes nos anos seguintes, segundo depoimentos compilados pelo psicólogo.

Nesses quase 20 anos, publicou dois livros sobre o assunto e criou um site que reúne milharesaposta de jogo de futebol appdocumentos sobre massacresaposta de jogo de futebol appescolas nos Estados Unidos eaposta de jogo de futebol appoutros países.

Segundo o psicólogo, o perfil desses incidentes vem mudando. Ele cita uma pesquisaaposta de jogo de futebol appque analisou ataquesaposta de jogo de futebol appescolas americanas ocorridos entre 1966 e 2015 e com pelo menos três vítimas.

Na primeira metade do período estudado, Langman identificou 17 ataques desse tipo. Nos 25 anos finais, foram 45.

Agentes prestam primeiros socorros às vítimasaposta de jogo de futebol appataqueaposta de jogo de futebol appescola da Flórida

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Agentes prestam primeiros socorros às vítimasaposta de jogo de futebol appataqueaposta de jogo de futebol appescola da Flórida

"Também observei que, na primeira metade, os atiradores eram emaposta de jogo de futebol appmaioria jovens adultos, com idade máximaaposta de jogo de futebol app40 anos, e brancos. Nos últimos 25 anos, vemos também atiradores mais velhos, com maisaposta de jogo de futebol app40, ou muito jovens, com menosaposta de jogo de futebol app16. E mais diversidade racial", afirma.

"Me parece que os atiradores estão se espalhando por uma fatia mais ampla da população."

Psicopatas, psicóticos e traumatizados

Langman identifica três tiposaposta de jogo de futebol appautores nesses ataques: psicopatas (que apresentam faltaaposta de jogo de futebol appempatia e às vezes até sadismo), psicóticos (com indícioaposta de jogo de futebol appesquizofrenia ou transtornoaposta de jogo de futebol apppersonalidade esquizotípica) e traumatizados (que sofreram trauma, abuso, cresceramaposta de jogo de futebol appmeio a violência). Mas o que pode desencadear a violência costuma ser uma combinação desses traços com fatores externos.

"É uma combinaçãoaposta de jogo de futebol appquem eles são com o que aconteceu com eles. Os atiradores tipicamente estão fracassandoaposta de jogo de futebol appvárias esferas. Podem estar enfrentando problemas acadêmicos, geralmente têm problemas amorosos. Muitos gostariamaposta de jogo de futebol appseguir carreira militar, mas foram rejeitados", observa.

O psicólogo ressalta que há muitos estereótipos sobre esse tipoaposta de jogo de futebol appataque. "Acho que o maior deles é oaposta de jogo de futebol appque os atiradores foram todos vítimasaposta de jogo de futebol appbullying ou que os responsáveis por bullying são os alvos. Isso é muito raro", diz.

"Como muitos são adolescentes, eles geralmente sofreram provocaçõesaposta de jogo de futebol appalguma maneira. Mas não significa que foi isso que motivou o ataque. A maioria dos adolescentes passa por issoaposta de jogo de futebol appalgum momento da vida. E atiradores não sofreram esse tipoaposta de jogo de futebol appproblema mais do que qualquer adolescente típico."

Segundo Langman, casosaposta de jogo de futebol appque houve bullying, e às vezes até agressão física, são exceção.

Estudantes abraçam pais após tragédia

Crédito, EPA

Legenda da foto, Estudantes se reuniram com os pais perto da região após o fim do massacre

Armas

Tragédias como a da Flórida costumam ser seguidas por diasaposta de jogo de futebol appdebates sobre a necessidadeaposta de jogo de futebol appleis para restringir o acesso a armas (com pouquíssimas chancesaposta de jogo de futebol appaprovação no Congresso) ouaposta de jogo de futebol appcolocar ainda mais armas nas mãos da população.

Langman reconhece que a questão do controleaposta de jogo de futebol apparmas é complexa nos Estados Unidos, e prefere concentrar esforçosaposta de jogo de futebol appmedidasaposta de jogo de futebol appsenso comum para evitar que armas caiam nas mãosaposta de jogo de futebol appadolescentes.

"Os adolescentes muitas vezes usam armas que pertencem a membros da família. Mesmo crianças pequenas às vezes conseguem ter acesso", ressalta.

"Meu foco é maisaposta de jogo de futebol appeducar a comunidade. Se você tem armasaposta de jogo de futebol appcasa e tem crianças, garanta que essas armas não estejam facilmente acessíveis."

Ele critica o que considera foco excessivo das escolasaposta de jogo de futebol apprespostas a situaçõesaposta de jogo de futebol appemergência,aposta de jogo de futebol appvezaposta de jogo de futebol appprevenção.

Langman diz que é preciso educar professores, alunos e pais sobre sinaisaposta de jogo de futebol appalerta e criar um sistema que permita investigar esses casos antes que ocorra violência.

"Adolescentes costumam falar bastante sobre o que vão fazer. Podem dizer: 'Vou trazer uma arma para a escola e matar pessoas'. Às vezesaposta de jogo de futebol appsuas redes sociais, às vezes conversando com amigos", salienta.

"Geralmente seus amigos não acreditam, não levam a sério. E mesmo se estão preocupados, não sabem o que fazer com essa informação. É preciso que saibam como reportar esses casos, e as escolas precisam ter sistemas para investigar."