Símbolo palestino, adolescente ativista vai a julgamento por dar tapablaze crash iossoldado israelense:blaze crash ios
blaze crash ios A palestina Ahed Tamimi completou 17 anosblaze crash iosidade no dia 31blaze crash iosjaneiro. Ela fez aniversárioblaze crash iosuma prisão israelense e, a partir desta terça, começa a ser julgada por crime contra a segurança na corte militarblaze crash iosIsrael.
Ahed deu um tapa no rostoblaze crash iosum soldado israelenseblaze crash iosdezembro do ano passado, na porta da casa dela,blaze crash iosNabi Saleh, um vilarejo localizado na Cisjordânia.
A mãe dela, Nariman, filmou a cena, transmitida ao vivo, e o vídeo viralizou na internet.
As imagens mostram três mulheres palestinas e dois soldados israelenses armados. A jovem parte para cimablaze crash iosum deles e o agride com empurrão, chute e tapa. Exige que eles saiam dali. Os soldados não reagem.
Mãe e filha foram detidas dias depois. Ahed foi presablaze crash iosuma ação da forçablaze crash iossegurança israelense na madrugada. E a mãe dela foi presa quando foi à delegacia para saber como a filha estava.
O caso da adolescente atraiu atenção internacional. Mas apesarblaze crash iosAhed ter virado um símbolo do conflito entre palestinos e israelenses, ela não é a única pessoa menorblaze crash ios18 anos presablaze crash iosIsrael.
Ela é uma das cercablaze crash ios300 crianças e adolescentes palestinas que estão detidosblaze crash iosprisões israelenses, segundo levantamento feito pela B'Tesselem, uma organização não governamentalblaze crash iosdireitos humanos.
No mesmo diablaze crash iosque Ahed agrediu o soldado, o primo dela, Mohammed, levou um tiro na cabeça.
A bala que atingiu o adolescenteblaze crash ios15 anos erablaze crash iosmetal, revestidablaze crash iosborracha, e foi disparada por um soldado israelense. Mohammed perdeu parte do crânio.
Joana D'Arc ou Shirley 'Temper'
Ahed tem apenas 17 anos, mas já é uma conhecida ativista. Desde criança, acompanha os paisblaze crash iosprotestos contra os assentamentos judaicos na Cisjordânia, e já apareceublaze crash iosdiferentes fotos e vídeos enfrentando soldados.
Para uns, Ahed é uma versão contemporâneablaze crash iosJoana D'Arc, a camponesa francesa que virou heroína ao lutar contra a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e acabou sendo canonizada.
Outros preferem chamar Ahedblaze crash ios"Shirley Temper", um trocadilho com o nome da atriz infantil Shirley Temple que, assim como a palestina, também tinha cabelos loiros e encaracolados. Temper significa "temperamento"blaze crash iosinglês.
Para a advogada da adolescente, Gabi Lasky, o caso ganhou relevância e tem feito até mesmo israelenses falarem sobre as áreas ocupadas por palestinos.
"Por muito tempo, israelenses não tratavam das ocupações, não falavam sobre isso", observa.
Lasky, no entanto, diz que o julgamento vai levantar a pergunta se os palestinos têm direito a lutar pelas terras que estão ocupadas e qual a melhor formablaze crash iosdefender as áreas onde vivem eblaze crash iosimpedir os assentamentos judaicos.
Há anos, a família Tamimi protesta contra as construções judaicas na Cisjordânia, onde 88% dos cercablaze crash ios3 milhõesblaze crash iospessoas que lá vivem são palestinas, segundo a organização israelense Paz Agora.
O númeroblaze crash iosassentamentos, contudo, tem aumentado na região, e eles são considerados pelos palestinos como um dos principais entraves para a paz na região. Pela legislação internacional, essas construções israelenses são consideradas ilegais.
Táticas provocativas
Para muitos palestinos, Ahed é uma heroína. A ativista adolescente ganhou ainda mais popularidade ao enfrentar os dois soldados.
No caso do tapa, ela argumenta que estava nervosa com a violência cometida contra seu primo.
A Força Israelense informa que os dois soldados que estavam na frente da casablaze crash iosAhed faziam parteblaze crash iosum grupo enviado à vila Nabi Saleh para conter palestinos que estavam jogando pedras nas tropas e ocupando uma rodovia usada por motoristas israelenses.
Desde a decisão dos Estados Unidosblaze crash iosreconhecer Israel como capitalblaze crash iosJerusalém eblaze crash iosanunciar a mudança da embaixada, atualmenteblaze crash iosTel Aviv, há relatosblaze crash iosque o númeroblaze crash iosprisõesblaze crash iospalestinos por israelenses aumentou.
O vídeoblaze crash iosque Ahed aparece dando o tapa no soldado não é o primeiroblaze crash iosque a adolescente ativista aparece provocando israelenses.
As imagens recorrentes dela eblaze crash iossua famíliablaze crash iosprotestos fazem com que os Tamimi sejam acusadosblaze crash iosprovocar deliberadamente soldados e, assim, promover propaganda anti-Israel.
Quando tinha 11 anos, Ahed foi sido filmada ameaçando dar um socoblaze crash iosum soldado depois que o irmão mais velho dela foi preso. Dois anos atrás, ela bateublaze crash iosum militar que tentava deter o irmão mais novo.
"Agora que ela está na prisão, acho que vai pagar um preço, e vai ser um preço alto", diz Anat Berko, membro do parlamento israelense e representante do partido governista Likud.
"Sinto muito que a família não tenha contido esse comportamento", diz Berko, ressaltando que, mesmo sendo provocados e agredidos, os soldados não reagiram.
Já Oren Hazan, que também é representante do parlamentoblaze crash iosIsrael, reage com mais agressividade ao comentar o caso. Ele diz que, se tivesse oportunidade, "teria mandado Ahed para o hospital". "Ninguém iria me conter, eu ia chutar o rosto dela."
Nova geração
O paiblaze crash iosAhed, Bassem Tamimi, recebeu a BBCblaze crash ioscasa. Ele também é ativista, e já foi preso maisblaze crash iosuma vez por forças israelenses - na última, acusadoblaze crash iosmanifestações ilegais e jogar pedras.
Por quatro anos, ele organizava protestos semanais, muitos deles com a presençablaze crash iosativistas estrangeiros e até israelenses, na tentativablaze crash iosmarcharblaze crash iosdireção aos assentamentos judaicos.
Bassem e a mulher levavam os quatro filhos consigo nessas manifestações,blaze crash iosque geralmente os soldados reagem atirando balasblaze crash iosborracha e bombasblaze crash iosgás.
"Claro que estou preocupado, mas estou orgulhoso da minha filha. Estou feliz que ela se transformoublaze crash iosexemplo para a nova geração resistir", diz o pai.
Para ele, foi o policial que bateu o rosto na mãoblaze crash iossua filha dele. Bassem usa a figurablaze crash ioslinguagem para criticar a truculência dos soldados israelenses que, segundo ele, entram nas terrasblaze crash iospalestinos, os ameaçam e os prendem.
Corte militar
Confrontos entre crianças e adolescentes palestinos e soldados israelenses acontecem quase que diariamente na Cisjordânia.
Estima-se que 1,4 mil menores já foram processados nas cortes militares nos últimos três anos.
Grupos palestinos são críticos ao sistema israelense, dizendo que não dá garantias mínimasblaze crash iosum julgamento justo nemblaze crash iosproteção aos acusados.
"Direitos fundamentais são garantias que qualquer pessoa tem. Não importa se você é israelense ou palestino", diz o ex-procurador da Cisjordânia, Maurice Hirsch, que defende o sistema.
Segundo ele, Ahed optou por permanecerblaze crash iossilêncio durante o interrogatório, que é direitoblaze crash iosqualquer pessoa.
Para ele, contudo, Ahed tentou usar o caso para influenciar a opinião pública e fazer um chamado por mais manifestações. No fim do vídeo, ela aparece convocando protestos.
A mãeblaze crash iosAhed é acusadablaze crash iosagressão eblaze crash iosincitar a violência. Uma prima, Nur Tamimi, é acusadablaze crash iosagir com violência.