O professor americano que diz que só brancos podem ser racistas - e dá aulas sob escolta policial:estatísticas futebol virtual

Professor Thornhill
Legenda da foto, O professor Ted Thornhill recebe ameaças frequentes por dar este curso

Segundo ele, qualquer pessoa pode ter preconceitos raciais, mas o racismo é diferente do preconceito. "Só os brancos podem ser racistas, porque somente eles construíram um sistema que os permite gozarestatísticas futebol virtualvantagens na sociedade", afirma o professor.

Ele argumenta estudar o racismo sob uma "perspectiva estrutural" dos detentoresestatísticas futebol virtual"poder e privilégio" ao longo da história americana.

Tese explosiva

A universidade públicaestatísticas futebol virtualque Thornhill dá aulas, chamada Florida Gulf Coast University, ficaestatísticas futebol virtualuma comunidade tranquila cheiaestatísticas futebol virtualamericanos ricos que se mudam para lá para desfrutar a paz tropical da Flórida.

Mas, ao visitar o campus, "paz" não é a primeira coisa que vem à mente.

Três estudantes do curso, incluindo uma branca
Legenda da foto, Estudantes afirmam que o curso é útil para pessoasestatísticas futebol virtualqualquer raça

Cercaestatísticas futebol virtual50 pessoas, emestatísticas futebol virtualmaioria negros e latinos, cursam a disciplinaestatísticas futebol virtualThornhill. Mas não há dúvidaestatísticas futebol virtualque todos os 14 mil estudantes do campus ouviram falar do curso.

O canalestatísticas futebol virtualtelevisão conservador Fox News dedicou um programa inteiro recentemente ao curso – e não exatamente para falar bem dele. Apresentou a disciplina com um exemploestatísticas futebol virtual"discriminação contra os brancos" nos EUA – pensamento comum entre eleitoresestatísticas futebol virtualTrump.

O sociólogo, no entanto, afirma que seu curso não tem a ver diretamente com o atual presidente. "O racismo existe nos EUA desde muito antesestatísticas futebol virtualTrump e continuará existindo até muito depoisestatísticas futebol virtualseu mandato."

Provocação

Há um punhadoestatísticas futebol virtualestudantes brancos na classe.

"Meus pais ficaram um pouco preocupados no começo", conta Amy White. "Mas eles mudaramestatísticas futebol virtualideia conforme fui explicando o conteúdo do curso."

Emestatísticas futebol virtualdescrição, o curso diz examinar "ideologias racistas, leis, políticas e práticas que perpetuaram a dominação racial branca".

Há uma listaestatísticas futebol virtualespera para cursar a disciplina, que combina uma sérieestatísticas futebol virtualdiscurssões sobre textosestatísticas futebol virtualsociologia sobre o racismo com conversas sobre casos da vida cotidiana onde é possível presenciá-lo.

E apesar da polêmica levantada pela mídia, a universidade dá apoio ao curso.

No entanto nem todos estãoestatísticas futebol virtualacordo – embora a maioria dos estudantes questionados pela BBC Mundo tenham preferido não comentar o assunto para não se envolver na polêmica.

Alex Pilikington
Legenda da foto, Alex Pilkington é um dos críticos do curso

Alex Pilkington, membroestatísticas futebol virtualum gruposestatísticas futebol virtualestudantes republicanos, diz que "a origem da controvérsia está no nome do curso".

"Parece que ao nomeá-lo 'racismo branco' (o professor) estava buscando uma espécieestatísticas futebol virtualreação da comunidade branca da universidade", diz ele.

Thornhill afirma que o nome do curso não é uma provocação deliberada, mas sim uma escolha baseadaestatísticas futebol virtualuma análise objetiva e acadêmica da realidade.

Em um comunicado público, o professor também alegou que seu curso não é "antibrancos", apenas "anti-racismo branco".

"Claramente, nem todos os brancos são racistas; alguns são inclusive anti-racistas. No entanto, todas as pessoas 'racializadas' como brancas desfrutam,estatísticas futebol virtualalguma medida,estatísticas futebol virtualbenefícios materiais e psicológicos por serem brancas", ele escreveu.

Mas ressaltou não se referir a "indivíduos brancos específicos". "Tantas pessoas nesta sociedade hiperindividualizada tendem a levar isso para o lado pessoal", disse Thornhill ao jornal Washington Post. "Elas se sentem sob ataque."

Mensagensestatísticas futebol virtualódio

Depois da aula, o professor mostra à BBC Mundoestatísticas futebol virtualcaixaestatísticas futebol virtualentradaestatísticas futebol virtuale-mail, onde lê as dezenasestatísticas futebol virtualmensagens com xingamentos enviadas por desconhecidos.

"Você é como o Obama", escreve um desconhecido. "Porestatísticas futebol virtualculpa estão estourando problemas raciais que a gente já tinha resolvido", diz o homem, que diz desejar uma morte violenta ao professor e aestatísticas futebol virtualfamília.

Outras mensagens levantam a questão do "racismo negro" e alegam que "se este fosse mesmo um país racista, você (Thornhill) não estaria empregado".

Manifestantes do KKK levantam bandeirasestatísticas futebol virtualsupremacia branca

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os EUA tem dezenasestatísticas futebol virtualgruposestatísticas futebol virtualsupremacistas brancos

As mensagensestatísticas futebol virtualvoz que ele recebe não são mais agradáveis. Ao mesmo tempoestatísticas futebol virtualque o acusamestatísticas futebol virtualracista, direcionam a ele os piores insultos raciais.

O sociólogo diz que as mensagensestatísticas futebol virtualódio são ossos do ofício. "A essa altura da minha carreira estou acostumado com o racismo dos brancos. Sei da autoridade moral e acadêmica que tenho nessa discussão", afirma.

Amável e educado e bastante popular entre seus alunos, Thornhill diz que não espera que a polêmicaestatísticas futebol virtualtornoestatísticas futebol virtualsua disciplina termine logo.

Ele pretende oferecer o curso novamente no ano que vem. Mas não sabe se no próximo semestre suas aulas também terão seguranças armados protegendo ele e seus alunosestatísticas futebol virtualeventuais atitudes extremasestatísticas futebol virtualseus críticos.