'O problema dos ex-presidentes da América Latina é que eles custam a sair da política', diz cientista político:jogos de apostas online gratis
jogos de apostas online gratis BBC - Najogos de apostas online gratisopinião, qual é o problema dos ex-presidentes da América Latina?
jogos de apostas online gratis Javier Corrales - O problema dos ex-presidentes da América Latina é que custam muito a se retirar da política. E, na tentativajogos de apostas online gratisseguir na ativa, mesmo que seu momento já tenha passado, tomam todos os tiposjogos de apostas online gratisatitude política que impedem a renovaçãojogos de apostas online gratislideranças.
Eles geralmente são polarizantes: são adorados por seus seguidores, mas também geram rejeições muito profundas. A opção política costuma ser muito visceral. É muito difícil que surjam lideranças novasjogos de apostas online gratisseus respectivos partidos, porque os ex-presidentes são como um sol muito brilhante, que ofuscam os grupos novos dentrojogos de apostas online gratisseus partidos.
jogos de apostas online gratis BBC - O senhor pode dar algum exemplojogos de apostas online gratisum caso emblemático que esteja ocorrendo atualmente na região?
jogos de apostas online gratis Corrales - Estamosjogos de apostas online gratisum anojogos de apostas online gratisque os casos mais emblemáticos estão sendo interrompidosjogos de apostas online gratisalguma forma.
No caso da Colômbia, a batalha eterna do governojogos de apostas online gratis(Juan Manuel) Santos é para deter o uribismo (referente ao ex-presidente Álvaro Uribe). Isso foi conquistado com uma mudança na Constituição para impedir a reeleição. No Peru, o fujimorismo (movimento ligado ao ex-mandatário Alberto Fujimori) é o tema central da eleiçãojogos de apostas online gratis(Pedro) Kuczynski, presidente do país.
Veja o caso do Lula no Brasil: até certo ponto, alguém pode dizer que Lula é o único capazjogos de apostas online gratisvencer (Jair) Bolsonaro, mas também pode-se dizer que Bolsonaro surge por causa do Lula, porque há uma grande rejeição ao regresso do lulismo.
No Chile, é sempre Bachelet-Piñera-Bachelet-Piñera. Isso está trazendo um descontentamento muito grandejogos de apostas online gratistodo o país. Na Argentina, a eleição do ano passado giravajogos de apostas online gratistornojogos de apostas online gratistirar Cristina Kirchner do poder.
Ou seja, muitas vezes os ex-presidentes conseguem alçar políticos a posições importantesjogos de apostas online gratisoposição ou mesmojogos de apostas online gratisgoverno. E isso é muito ruim, porque (os ex-presidentes) são muito polarizantes.
jogos de apostas online gratis BBC - No Equador, os cidadãos decidiram limitar o númerojogos de apostas online gratismandatos presidenciais a apenas dois. Na prática, isso impede o ex-presidente Rafael Correajogos de apostas online gratisconcorrer a um novo mandato. Essa mudança, impulsionada pelo presidente Lenín Moreno, pode servirjogos de apostas online gratisexemplo para a região?
jogos de apostas online gratis Corrales - Sim, é possível que este caso recorde os latino-americanos sobre o conceitojogos de apostas online gratislimite à reeleição: uma medida democrática necessáriajogos de apostas online gratispaíses onde há muito caudilhismo.
É uma lição que os latino-americanos tiveram a partir do século 19. Mas, com o boom econômico dos anos 90, quando acabou a épocajogos de apostas online gratisajustes econômicos e começou um períodojogos de apostas online gratisbonança, os eleitores latino-americanos permitiram que muitos presidentes se reelegessem. E se esqueceram que isso trazia mais caudilhismo,jogos de apostas online gratisvezjogos de apostas online gratismenos.
O caso do Equador é uma lembrança aos latino-americanosjogos de apostas online gratisque, por algum motivo, existe esta restrição à reeleição.
Os latino-americanos se deram contajogos de apostas online gratisque os presidentes no poder, e fora dele, são figuras prepotentes e difíceisjogos de apostas online gratisconter. Portanto, se a América Latina quer evitar a continuidade, o que é importante para que haja alternância e democracia, não resta outra opção a não ser impor limites aos ex-presidentes.
jogos de apostas online gratis BBC - Um ex-presidente latino-americano me disse, certa vez, que proibi-lojogos de apostas online gratisvoltar à Presidência seria impedi-lojogos de apostas online gratisfazer o que fazjogos de apostas online gratismelhor: governar. Isso não deveria ser decidido a cada eleição,jogos de apostas online gratisacordo com os candidatos?
jogos de apostas online gratis Corrales - Em todas as democracias existe o conceitojogos de apostas online gratislimite ao poder. Ou seja, não é impensável que sejam postos limites a um ex-presidente. É falso pensar que um ex-presidente é como um candidato normal. Ele tem muitas vantagens na competição. Não é como dar um castigo.
Podemos pensar nisso como um favor aos novos grupos políticos. Como a cota para mulheres no Congresso. Sabemos que as mulheres não podem competirjogos de apostas online gratisigualdade e é preciso colocar algumas restrições no espaço destinado aos homens. Bom, temos que criar um espaço para que os não são ex-presidentes possam competir.
jogos de apostas online gratis BBC - No Equador, há quem advirta que Correa mantém uma base eleitoral importante e que poderia fortalecer-se ainda mais caso Moreno tome medidas impopulares para revitalizar uma economiajogos de apostas online gratisdificuldades. Impor limites à reeleição solucionaria realmente esse problema?
jogos de apostas online gratis Corrales - Não. Veja o caso colombiano. Uribe não pode concorrer à reeleição, mas segue sendo a figura mais importante do conservadorismo. Porém, por não poder concorrer novamente, tem que pensarjogos de apostas online gratisoutras opções, no que seus seguidores podem querer. Isso é muito bom e permite a competição.
Obviamente, proibir a reeleição não elimina o movimento ideológico por trásjogos de apostas online gratisum ex-presidente, nem faz com que seus seguidores deixemjogos de apostas online gratissegui-lo. O que se impede é que volte ao poder uma pessoa tão polarizante, que, najogos de apostas online gratistentativajogos de apostas online gratisvoltar ao poder, gera muito prejuízo ao país.
Não é a solução definitiva para o problema do continuismo, mas evita que o continuismo se convertajogos de apostas online gratisum problema muito mais grave.
jogos de apostas online gratis BBC - Há outros casos regionais que podem servir como referência para outros paísesjogos de apostas online gratisrelação aos ex-presidentes?
jogos de apostas online gratis Corrales - Para mim, o mais exitoso é esta reforma constitucional (que impede a reeleição). É sensível, geralmente é acatada e cumpre seu propósitojogos de apostas online gratisobrigar os ex-presidentes a buscar novos nomes e a debater.
Há uma espéciejogos de apostas online gratisretorno à ideiajogos de apostas online gratisque a democracia liberal foi sacrificada demais no períodojogos de apostas online gratisboom econômico. Depoisjogos de apostas online gratisver o que aconteceu na Venezuela, no Equador, na Bolívia, com esses presidentes que querem se perpetuar e se sentem indispensáveis, os latino-americanos se deram contajogos de apostas online gratisque um presidente ruim no poder é fatal, mas um ex-presidente que quer voltar é ainda mais perigoso.