Os pais que tiveram seus bebês trocados na maternidade e se recusam a destrocá-los:baixar sportsbet io

Shewali Boro com Riyan
Legenda da foto, Shewali Boro diz que, no início, não acreditou que Riyan não fosse seu filho biológico

'Esse bebê não é nosso'

Shahabuddin Ahmed conta que levoubaixar sportsbet iomulher, Salma Parbin, ao Hospital Mangaldai às 6hbaixar sportsbet ioum diabaixar sportsbet iomarçobaixar sportsbet io2015. Uma hora depois, ela deu à luzbaixar sportsbet ioum parto normal. No dia seguinte, recebeu alta.

"Uma semana depois, minha mulher me disse: 'esse bebê não é nosso'. Eu respondi: 'o que você está dizendo? Não deveria falar assimbaixar sportsbet iouma criança inocente'. Mas minha mulher disse que havia uma mulher da tribo Bodo na salabaixar sportsbet ioparto e que ela achava que nossos bebês tinham sido trocados", afirma Ahmed.

"Eu não acreditei, mas ela continuou insistindo."

Salma Parbin diz que suspeitou desde o início que Jonait não era realmente seu filho.

"Quando vi seu rosto, tive dúvidas. Lembrei do rosto da outra mulher na salabaixar sportsbet ioparto, e ele lembrava ela. Dava para perceber pelos olhos - ele tem olhos pequenos, ninguém na minha família tem olhos assim."

Shahabuddin Ahmed, Salma Parbin e Jonait
Legenda da foto, Shahabuddin Ahmed ebaixar sportsbet iomulher, Salma Parbin, decidiram não destrocar as crianças

Quando Ahmed disse ao gerente do hospital sobre as suspeitasbaixar sportsbet iosua mulher, ele respondeu que ela estava com problemas mentais e precisavabaixar sportsbet ioajuda psiquiátrica. O pai então entrou com um pedidobaixar sportsbet ioacesso à informação pedindo detalhes sobre os bebês nascidos perto das 7h daquele dia no hospital.

Um mês depois, ele recebeu detalhes sobre sete mulheres. Olhando os dados, decidiu checar a "mulher tribal", já que havia muitas semelhanças entre os dois partos - ambos os bebês eram do sexo masculinos, pesavam 3 kg e tinham nascido com cinco minutosbaixar sportsbet iodiferença.

"Foi à cidade deles duas vezes, mas não tive coragembaixar sportsbet iovisitarbaixar sportsbet iocasa", diz Ahmed.

"Então escrevi uma carta. Disse que minha mulher acreditava que nossos bebês tinham sido trocados e perguntei se eles também suspeitavam disso. Escrevi meu telefone no fim da carta e pedi para que eles me ligassem."

O encontro

O outro casal, Anil e Shewali Boro, vivia com seu bebê, Riyan Chandra, a cercabaixar sportsbet io30 kmbaixar sportsbet iodistância da casabaixar sportsbet ioAhmed.

Eles não suspeitavambaixar sportsbet ioque seu filho tivesse sido trocado até receber a cartabaixar sportsbet ioAhmed. Boro não acreditava que isso fosse possível, nembaixar sportsbet iomulher ou outros membros da família. Mas as coisas mudaram quando as duas famílias se encontraram.

Shewali Boro com Riyan Chandra Boro
Legenda da foto, Riyan não saibaixar sportsbet iopertobaixar sportsbet ioShewali Boro nem por um minuto

"Na primeira vez que o vi, percebi que ele se parecia com meu marido. Fiquei muito triste, chorei. Somos da tribo Bodo, não nos parecemos com outras pessoasbaixar sportsbet ioAssam ou com muçulmanos. Nossos olhos são levemente puxados, nossas bochechas são mais pronunciadas e nossas mãos, mais gordinhas. Somos diferentes, temos características mongóis", diz Shewali Boro.

Salma Parbin diz que quando viu Riyan pela primeira vez, sabia que era seu filho. Queria fazer a trocabaixar sportsbet iovolta ali mesmo. Mas a mulherbaixar sportsbet ioAnil Boro rejeitou a proposta.

Graças à insistênciabaixar sportsbet ioAhmed, o hospital começou uma investigação sobre o caso. Mas depoisbaixar sportsbet ioconsultar uma enfermeira que trabalhou no dia do parto, eles negaram qualquer irregularidade.

Não convencido, Ahmed mandou amostrambaixar sportsbet iosanguebaixar sportsbet iosua mulher e da criança para um testebaixar sportsbet ioDNAbaixar sportsbet ioagostobaixar sportsbet io2015. Quando o resultado veio, eles tiveram certeza: não havia semelhança genética entre Salma Parbin e Jonait.

Os choros decisivos

Depoisbaixar sportsbet ioo hospital dizer que o teste não era aceitável na Justiça, Ahmed procurou a políciabaixar sportsbet iodezembro daquele ano.

O delegado Hemanta Baruah, que investigou o caso, disse à BBC que buscou os registros dos nascimentos no hospital e visitou as duas famílias.

Salma Parbin com o filho Jonait
Legenda da foto, Salma Parbin suspeitou desde o iníciobaixar sportsbet ioJonait não fosse seu filho biológico

Em janeirobaixar sportsbet io2016, ele levou amostrasbaixar sportsbet iosangue das duas crianças e dos dois casos para Calcutá, mas o laboratório se recusou a fazer o teste por causabaixar sportsbet ioum erro no formulário.

"Então coletamos amostras novamentebaixar sportsbet ioabril do ano passado, eles foram testadosbaixar sportsbet ioum laboratório na capital do Estado, Guwahati, e tivemos os resultadosbaixar sportsbet ionovembro. Eles provaram que a acusaçãobaixar sportsbet ioAhmedbaixar sportsbet ioque os bebês tinham sido trocados era verdade."

O policial então aconselhou Ahmed à levar o caso à Justiça e pedir que um juiz determinasse a troca dos meninos. Masbaixar sportsbet io4baixar sportsbet iojaneiro, quando as famílias foram ao tribunal para realizar a troca, os garotos se recusaram a deixar os pais que os haviam criado.

"O juiz disse que se quiséssemos fazer a troca, nós poderíamos, mas no fim dissemos que não iríamos trocar. Porque os criamos pelos últimos três anos, não podemos simplesmente deixá-los agora", diz Salma Parbin.

"Além disso, Jonait estava chorando. Ele estava no colo do meu cunhado, e o agarrou com força. Jogou os braços ao redor do seu pescoço e se recusou a soltar."

Riyan também agarrou o pescoçobaixar sportsbet ioShewali Boro, começou a chorar e se recusou a ir.

Shewali Boro e o marido, Anil Boro
Legenda da foto, Família Boro diz que destrocar as crianças agora seria muito doloroso

'Vão levar ele embora?'

Anil Boro diz que destrocar os garotos agora poderia ser prejudicial àbaixar sportsbet iosaúde emocional - as crianças seriam jovens demais para entender o que está acontecendo.

Ao visitá-las, fica claro que são muito apegadas às famílias com quem tem vivido. E que a afeição é recíproca.

Quando a BBC entrevistou a família Boro, na semana passada, a avó tinha levado Riyan para longe. Tinha medobaixar sportsbet ioque ele fosse separado da família.

Uma hora depois, o tio o trouxebaixar sportsbet iovolta. A avó voltou um pouco depois, com um montebaixar sportsbet iopequenos peixes para dar à criança.

Riyan foi alegremente sentar ao lado da avó, que perguntou ansiosamente: "Tem algum problema? Vão levar ele embora?".

O tio também se mostrou refratário à ideia da troca: "Olha o rosto dele, ele é tão adorável. Como poderíamos dá-lo embora?"

Riyan não saibaixar sportsbet ioperto da mãebaixar sportsbet iocriação, Shewali Boro.

Jonait também já está apegado e integrado à família Ahmed.

"No dia que estávamos indo para o tribunal para trocá-lo, minha filhabaixar sportsbet iooito anos me disse: 'Mãe, por favor, não dê ele. Eu vou morrer se ele for embora", conta Salma Parbin.

Shewali Boro com a sogra, Manamati Boro
Legenda da foto, Manamati Boro, avóbaixar sportsbet ioRiyan, ainda tem medobaixar sportsbet ioque a criança seja levada da família

Questionado sobre a possibilidadebaixar sportsbet ioas diferenças religiosas entre as famílias poderem se tornar um problema algum dia, Ahmed diz que "uma criança é uma criança".

"Ele (Jonait) é um presentebaixar sportsbet ioDeus, ele não é hindu ou muçulmano. Todo mundo vem da mesma fonte, do mesmo design. As crianças se tornam hindus ou muçulmanos aqui."

Ahmed diz que os pequenos não conseguiriam se ajustar à rotinabaixar sportsbet iosuas famílias biológicas se fossem destrocados agora, já que elas têm estilosbaixar sportsbet iovida, línguas, culturas e hábitos alimentares muito diferentes.

Para as mães, no entanto, o dilema interno é bem visível. Existe um óbvio apego à criança que elas têm criado. Mas a que carregaram na barriga também tem um apelo emocional.

Quando as crianças crescerem, dizem eles, vão poder decidir por si mesmas onde querem viver. No momento, as famílias então tentando se organizar para se encontrarem regularmente, se tornarem amigas - e,baixar sportsbet ioalguma forma, serem parte da vida dos seus filhos biológicos.