Como uma modesta reuniãoapp br betanoempresáriosapp br betanoDavos se tornou um megaencontroapp br betanolíderes globais:app br betano
Realizado pela primeira vezapp br betano1971 sob o distante nomeapp br betanoSimpósio Europeuapp br betanoAdministração, o encontro era voltado para executivos - e nemapp br betanolonge remetia ao glamour que transmite hoje. "Ninguém, nem mesmo o fundador Klaus Schwab, poderia prever quão poderosa seria essa plataforma", reconhece o WEFapp br betanoseu site.
A transformação gradual do pequeno simpósioapp br betanomegaevento levou alguns anos, mas já na décadaapp br betano1980 presidentes, nobres e ministros passaram a comparecer com assiduidade à Suíça - o então ministro das Relações Exteriores americano, Henry Kissinger, o príncipe Phillip, marido da rainha Elizabeth, e o líder da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, estavam entre presentes.
Foi no início dessa década,app br betano1982, que o fórum criou o conceito que virariaapp br betanomarca assinada: o IGWEL (no inglês, Informal Gathering of World Leaders, ou encontro informalapp br betanolíderes mundiais).
Portas fechadas e descontração
A proposta era simples, mas inovadora: um encontro a portas fechadas, sem registros nem compromisso nem comunicados e sob votoapp br betanosigilo, onde os agentes do poder poderiam debater livremente ideias e cenários os mais estapafúrdios. Foi um sucesso.
"O que atrai os líderes é o fatoapp br betanoestarem expostos a uma plateia diferente e ser uma plataforma onde algumas ideias podem ser testadas, no contexto políticoapp br betano'permissividade'", avalia Cedric Dupont, professorapp br betanoRelações Internacionais no Institutoapp br betanoGraduaçãoapp br betanoGenebra.
O que muitos participantes elogiam, e queapp br betanofato veio a se tornar o diferencial do evento, foi o arapp br betanodescontração.
Diferente dos eventosapp br betanoque presidentes, primeiros-ministros e empresários se encontram somente para proferir discursos - como nas cúpulas do G-20, ou na Assembleia Geral da ONU -app br betanoDavos não existe a seriedade coreografada da diplomaciaapp br betanoprotocolo. Entre debates e sessões, pessoas igualmente influentes, mas oriundasapp br betanoáreas distintas, convivem amistosamente, construindo contatos preciosos. É o famoso networking, no jargãoapp br betanoinglês.
"É um grande eventoapp br betanonetworking, um fórum no qual políticosapp br betanopaísesapp br betanodesenvolvimento podem interagir diretamente com políticosapp br betanoeconomias avançadas e empresários para gerar oportunidades", avalia o professor Ugo Panizza, professor catedráticoapp br betanoFinanças e Desenvolvimentoapp br betanoGenebra.
"Sim, é importante trocar ideias, mas sempre há o riscoapp br betanoqueapp br betanotais eventos se gere uma espécieapp br betanomentalidade única, onde as pessoas só interagem com o mesmo tipoapp br betanopessoas e perdem a noção da realidade, porque todos que estão presentes são iguais", pondera Panizza.
Clubinho
A capacidadeapp br betanoproporcionar essas interações próximas nos mais altos escalões do poder mundial rendeu ao Fórum a pechaapp br betano"clubinho" dos ricos capitalistas.
Inúmeras organizações populares já expressaram contraposição ao evento, inclusive com a criaçãoapp br betanoum encontro antagonista, o Fórum Social Mundial, que nas edições iniciais foi sediadoapp br betanoPorto Alegre.
Ao longo dos anos, porém, o Fórumapp br betanoDavos tem tentado se desfazer dessa imagem negativa, associada a uma elite fria e indiferente. O lema da edição atual reflete,app br betanoparte, essa busca pela solidariedade: "Criando um futuro compartilhadoapp br betanoum mundo fraturado".
Um dos pontos que estaráapp br betanodebate é se apenas dinheiro resume prosperidade.
Será questionado, por exemplo, se o indicador econômico do Produto Interno Bruto (PIB) traduz a verdadeira riquezaapp br betanouma nação. Alternativamente, será apresentado o conceitoapp br betanoÍndiceapp br betanoDesenvolvimento Inclusivo (IDI, siglaapp br betanoinglês para Inclusive Development Index). De acordo com essa aferição, os Estados Unidos e a China estão longe do primeiro lugar - nela, Noruega, Islândia e Luxemburgo são os verdadeiros líderes mundiais.
"Parece que o WEF está tentando se tornar mais inclusivo e focar maisapp br betanoquestões relacionadas a problemas sociais, à inclusão social. Está claro que o objetivo do evento é falarapp br betanoinclusão, então pelo menos há uma tentativa, nem que seja só nas palavras,app br betanotentar ir nessa direção, ao invésapp br betanofocar somente na eficiência econômica, como ocorreu no passado. Se isso é apenas uma fachada, ou uma tentativa sincera, eu realmente não sei", diz Panizza.
Presença nas redes sociais
A crescente presença nas redes sociais é uma das maneiras pela qual o Fórum tem tentado construir novas pontes com partes da sociedade global que não eram atingidas pela mensagem da organização.
Com vídeos curtos e postagens noticiosas, o Fórum aborda temas como o uso sustentável da água, energias renováveis e igualdade salarial entre os sexos.
Ulrik Brandes, professorapp br betanoRedes Sociais na Escola Técnicaapp br betanoZurique, na Suíça, acredita que ainda é cedo para se dar um veredito, mas reconhece que há um esforço do WEF para ampliar as vozes além das elites.
"Não estou tão convencidoapp br betanoque se trata sóapp br betanoquerer informar as pessoas, ou acalmá-las ou conquistar o apoio delas", pondera.
"Existe uma marca que precisa se posicionar, e eles usam mídia social. Mas isso não quer dizer automaticamente que querem atingir a um segmento específico da sociedade", acrescenta. "Provavelmente é uma campanhaapp br betanomarketing voltada para garantir que se discutam posições que ainda não foram contempladas e que não estavam acessíveis."
"A presença nas mídias sociais pode ser um instrumento usado para promover um debate verdadeiramente inclusivo, ou só para simplesmente compartilhar as visões do WEF. Pode ser que sim, mas isso não temos como saber ao certo", conclui Panizza.