Três razões que farão da viagem do papa Francisco ao Chile a mais difícil que ele já fez:rede esporte bet

Papa Francisco

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Legenda da foto, Papa Francisco terá turnê 'nada fácil' pela América Latina, como reconheceu secretário do Vaticano

rede esporte bet Quando o cardeal Pietro Parolin, secretáriorede esporte betEstado do Vaticano, disse que a visita do papa Francisco à América Latina "não seria fácil", ele não estava exagerando. A 22ª viagem papal será alvorede esporte betum grau sem precedentesrede esporte bethostilidade - e justamente no seu continente natal.

Francisco chegou nesta segunda-feira ao Chile,rede esporte betum momento delicado para a Igreja Católica. O país, que recentemente aprovou leis para descriminalizar o aborto e reconhecer uniões civis homossexuais, ainda digere as acusaçõesrede esporte betque quase 80 clérigos chilenos teriam abusado sexualmenterede esporte betmenores desde 2000.

Além disso, é no Chile que Francisco tem a menor aprovaçãorede esporte bettodo o continente: recebeu dos chilenos a notarede esporte bet5,3rede esporte betuma escalarede esporte betzero a dez (no Brasil, a nota dele é 8,0). Com isso, não chegou a surpreender o pedido do papa, antesrede esporte betembarcar, para querede esporte betcongregação "reze por ele" duranterede esporte betvisita chilena.

Estima-se que maisrede esporte bet60% da população do Chile se identifique como cristã, sendo 45% católica, mas trata-se também do segundo país mais secular da América Latina. Cercarede esporte bet38% dos chilenos se dizem agnósticos, ateístas ou não religiosos.

A seguir, os três maiores desafios que o papa enfrenta na passagem pelo Chile, antesrede esporte betseguir ao Peru, no dia 18:

Gastos e pobreza

A viagem foi precedida por críticas aos gastos com a viagem - serão mobilizados 18 mil integrantes das forçasrede esporte betsegurança nacional para a visita papal -, enquanto ao menos 15% da população vive abaixo da linharede esporte betpobreza.

Extraoficialmente, segundo a agência EFE, a estimativa érede esporte betque o governo chileno gastará US$ 11 milhões (R$ 35 milhões) com a visita, sobretudorede esporte betmedidasrede esporte betsegurança e logística.

Na última semana, ao menos quatro igrejas católicas foram atacadasrede esporte betSantiago - três delas com explosivos caseiros, acompanhadosrede esporte betpanfletos advertindo que o papa seria o alvo seguinte. A polícia atribuiu a autoria dos atos a um grupo anarquista.

A quarta igreja foi poupada porque o explosivo foi desarmado, mas uma mensagem foi deixadarede esporte betum muro próximo, dizendo que "os pobres estão morrendo".

Igreja alvorede esporte betexplosivosrede esporte betSantiago

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Legenda da foto, Igrejasrede esporte betSantiago foram atacadas com explosivosrede esporte betprotestos pela visita do papa

rede esporte bet Ressentimento por contarede esporte betacobertamentorede esporte betescândalo sexual

São previstos, durante a passagem do papa, protestosrede esporte betgrupos feministas erede esporte betdireitos homossexuais. Mas as manifestações que devem atrair a maior parte dos holofotes vêmrede esporte betpessoas descontentes com a nomeação, por parterede esporte betFrancisco, do bispo chileno Juan Barros.

O bispo é acusadorede esporte betacobertar abusos sexuais atribuídos ao sacerdote Fernando Karadima, hoje com 87 anos, condenadorede esporte bet2011 pelo Vaticano por abusarrede esporte betcrianças.

O chamado caso Karadima abalou fortemente a imagem da Igreja Católica no Chile, já que, ao longorede esporte betmaisrede esporte betuma década, autoridades eclesiásticas ignoraram as acusações contra o sacerdote, que tinha fortes vínculos com a elite política e empresarial do país.

Só quando as vítimas vieram a público é que o Vaticano decidiu investigar o caso.

O papa já declarou ter "tolerância zero" a abusos sexuais, mas a nomeaçãorede esporte betBarros como bisporede esporte betOsorno (sul do Chile) reabriu antigas feridas. Segundo vítimasrede esporte betKaradima, Barros tinha conhecimento dos abusos praticados por seu protegido e permitiu que eles seguissem sendo praticados. O bispo nega as acusações.

O caso Karadima é possivelmente o principal fator do desprestígio da Igreja no Chile, afirma Marta Lagos, diretora da consultoria Latinobarómetro, que avaliou a percepção da instituição na América Latina.

"Há, no Chile, uma sensaçãorede esporte betausênciarede esporte betnormas, que aumentou nos últimos quatro anos com a revelaçãorede esporte betcasosrede esporte betcorrupção na política e no empresariado", afirma Lagos. "E a Igreja, tida como cúmplice da forma ruim como se lidou com o caso Karadima, entra nessa tendência geralrede esporte betdesconfiança do poder estabelecido."

Bispo Juan Barros

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Legenda da foto, Bispo Juan Barros é alvorede esporte betcríticas por ser acusadorede esporte betacobertar padre condenado por abusarrede esporte betcrianças

Em uma carta aberta, James Hamilton, uma das mais conhecidas vítimasrede esporte betKaradima, diz que "ainda não entende como nós, as milharesrede esporte betvítimasrede esporte betabusos, não fomos protegidas por nossos padres, que se silenciaram diante do que aconteceu conosco".

Descontentamento indígena

Na quarta-feira, o papa Francisco visitará Temuco, cidade no sul do Chile tida como a capital do povo mapuche.

Os mapuches se opuseram a 300 anosrede esporte betcolonização (primeiro por parte dos espanhóis e dos próprios chilenos)rede esporte betum dos conflitos mais antigos da América Latina - com erupções ocasionaisrede esporte betviolência.

Duranterede esporte betvisita, o papa deve celebrar uma missa pelo "progresso dos povos", seguido por um almoço com representantes do povo mapuche.

Líderesrede esporte betambos os lados do conflito esperam que Francisco ajude a pôr fim a décadasrede esporte betdiscriminação e a mediar discussõesrede esporte bettornorede esporte betquestões espinhosas, como direito a terras ancestrais, alémrede esporte betreconhecimento da cultura e língua mapuche.