3 perguntas para entender a 'guerra fria' entre Irã e Arábia Saudita, que ameaça desestabilizar ainda mais o Oriente Médio:kati slots

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Legenda da foto, O príncipe saudita Mohammed bin Salman (à esq.) e o presidentekati slotsIrã, Hassan Rouhani

kati slots A tensão no Oriente Médio aumentou nos últimos dias.

Os últimos acontecimentos políticos representam um sismokati slotsum momentokati slotsque a Arábia Saudita e seus aliados, incluindo Estados Unidos, estão mostrando cada vez maior determinação para enfrentar o Irã.

A renúncia do primeiro-ministro do Líbano, Saad al Hariri, o lançamento, por partekati slotsrebeldes houthis do Iêmen,kati slotsum míssilkati slotslongo alcance que foi interceptado pertokati slotsum aeroporto na Arábia Saudita e o expurgo promovido pelo governo deste país são três fatos que marcaram a última semana.

"Se o Irã e a Arábia Saudita declaram uma guerra, seria catastrófico", diz o jornalista da BBC Paul Adams, especialistakati slotsassuntos diplomáticos. "Mas ninguém realmente acredita que isso vai acontecer."

A BBC tenta responder a três perguntas que buscam explicar essa espéciekati slots"guerra fria" entre Irã e Arábia Saudita.

1. Por que esses países são rivais?

Trata-sekati slotsuma luta por poder que estákati slotscurso há 40 anos.

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Legenda da foto, Seguidoreskati slotsHizbolah, no Líbano, com cartazes que mostram rostos do líder do movimento, Hassan Nasrallah (à dir.), e do aiatolá Alí Jamenei (à esq.), chefe supremo do Irã

A Arábia Saudita abriga alguns dos locais mais sagrados do Islamismo, e isso permitiu que o país se sentisse líder indiscutível do mundo muçulmano.

Maskati slots1979 acontece a Revolução Islâmica no Irã e, com ela, a voltakati slotsaiatolá Khomeini. Naquele ano, a monarquia local foi destituída e o país se declarou uma República Islâmica, se tornando um novo centrokati slotsoposição ao liberalismo ocidental.

E,kati slotsrepente, a Arábia Saudita tinha um rival na região. Hoje, a influênciakati slotsTeerã se estende por uma ampla zona do Oriente Médio, na qual se encontra o Líbano.

Por anos a Arábia Saudita se sentiu ameaçadakati slotsseu próprio território. Além do elemento geopolítico está o religioso, com os dois países representando as duas principais vertentes do Islã: a Arábia Saudita é sunita, e o Irã, xiita.

Os sunitas são maioria entre os muçulmanos (estima-se que entre 86% e 90% pertençam a essa corrente) e se veem como o ramo mais tradicional e ortodoxo do Islã. Essa ala segue as práticas baseadaskati slotsprecedentes ou relatos das ações do profeta Maomé.

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Legenda da foto, Milhõeskati slotsmuçulmanos se reúnem todo ano na Arábia Saudita para a peregrinação a Meca

Os xiitas surgiram como uma facção política, literalmente: "Shiat Ali", que significa o partidokati slotsAli.

Ali era o genro do poeta Maomé e os xiitas reclamavam seu direito e okati slotsseus descendenteskati slotsliderar os muçulmanos. Ele morreu assassinado como resultado das intrigas, violência e guerras civis que marcaram seu califado. Seus filhos, Hassan e Hussein, viram negado o que achavam ser seu direito legítimo à ascensão ao califado.

Os xiitas têm uma hierarquiakati slotsclérigos que praticam uma interpretação aberta e constante dos textos islâmicos. Estima-se que os xiitas sejam um décimo do totalkati slotsmuçulmanos, com um totalkati slots120 a 170 milhõeskati slotsfiéis.

2. Como e onde se enfrentam

kati slots Iêmen

No país, há uma guerra entre o governo, ajudado pela Arábia Saudita, e os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã.

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Legenda da foto, Rebeldes houthiskati slotsregistrokati slots2015

Os houthis são membroskati slotsum grupo rebelde também conhecido como Ansar Allah (Partidárioskati slotsDeus), que seguem uma corrente do Islamismo chamada zaidismo, dissidência do xiismo.

Os zaidistas são um terço da população e governaram o Iêmen do Note debaixokati slotsum sistema conhecido como imamato por quase mil anos, até 1962. Hoje, porém, o domínio deste grupo rebelde não abrange a totalidade do Iêmen, predominante sunita, o que fez que a violência sectária no país diminuísse.

Mas,kati slotssetembrokati slots2014, os houthis tomaram a capital, Saná, para exigir do governo uma maior participação xiita na tomadakati slotsdecisões do país e acusaram o governo do presidente Abdrabbuh Mansour Hadikati slotscorrupção, escalando a crise.

kati slots Síria

Lá, o Irã apoia o presidente Bashar al-Assad - enviou tropas e milícias para lutar a seu lado.

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Legenda da foto, Após vários anoskati slotsguerra, a cidadekati slotsHoms, na Síria, ficou devastada

E o que começoukati slots2011 como um levante pacífico contra ele se converteukati slotsuma bruta e sangrenta guerra civil que envolveu potências regionais e internacionais.

O Irã é o aliado mais próximokati slotsAssad - a Síria é o principal pontokati slotstrânsitokati slotsarmamentos que Teerã envia ao movimento xiita Hezbollah no Líbano. O Hezbollah também enviou milhareskati slotscombatentes para apoiar as forças sírias.

Acredita-se que o Irã tem gastado bilhõeskati slotsdólares por ano para fortalecer as forças do governo sírio, oferecendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.

A Arábia Saudita é outra participante dessa guerra "subsidiária". Para compensar a influência do Irã, enviou ajuda militar e financeira aos rebeldes.

kati slots Líbano

O país tem um delicado equilíbriokati slotspoder.

Por décadas, o Irã apoiou o Hezbollah, que é parte do governo libanês, também luta na Síria e está presente no Iêmen e no Irã.

Mohammed bin Salman, herdeiro do trono da Arábia Saudita, nos promoveu nos últimos dias um expurgo da elite política e empresarial saudita para consolidar-se como o homem mais influente do reino.

"Bin Salman se desfezkati slotstodos os obstáculos para controlar os locais mais sagrados do islã", diz o especialista da BBC para assuntoskati slotssegurança Frank Gardner.

O príncipe se mostrou cada vez mais duro com o Irã, acusando o paískati slotsquerer dominar o mundo muçulmano.

Observadores acreditam que ele tenha ordenado a renúncia do primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, que anuncioukati slotssaída do governo quando estava na Arábia Saudita, país que o apoia politicamente.

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Legenda da foto, O ex-primeiro ministro libanês Saad Hariri disse que temia porkati slotsvidakati slotsseu país e acusou o Irãkati slotspromover a desordem e a destruição

A família Hariri é próxima do governo saudita.

"Quero dizer ao Irã e a seus seguidores que estão perdendo emkati slotsinterferência nos assuntos do mundo árabe", disse o agora ex-primeiro-ministro.

Muitos libaneses acreditam que a renúncia dele se deveu às pressões dos sauditas, afirma Martin Patience, correspondente da BBCkati slotsBeirute.

O paikati slotsHariri, o ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri, foi assassinadokati slots2005kati slotsum ataque com carro-bomba atribuído ao Hezbollah.

Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, acusou a Arábia Sauditakati slotsmanter o ex-primeiro-ministro no país contrakati slotsvontade ekati slotsdeclarar guerra ao Líbano.

Hariri negou. Ele admitiu que apresentarkati slotsdemissãokati slotsoutro país não era a maneira mais comumkati slotsse fazer isso, mas disse que voltaria logo ao Líbano para fazê-lokati slotsmaneira constitucional.

kati slots Iraque

Desde a quedakati slotsSaddam Hussein, o Irã se tornou muito influente no país.

O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã tem sido importante na luta contra jihadistas sunitas no Iraque. Mas recentemente a Arábia Saudita tentou aumentarkati slotsinfluência nessa região.

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Legenda da foto, Em fevereiro, o ministro Adel al Jubeir fez a primeira visitakati slotsum membro do governo saudita ao Iraque desde os anos 1990

Em fevereiro, pela primeira vez desde os anos 1990, um chanceler saudita visitou o Iraque: o ministro das Relações Exteriores Adel al Jubeir se reuniu com o primeiro-ministro iraquiano Haider al Abadi, num esforço para diminuir as tensões entre os dois países.

Em 2016, os sauditas enviaram um embaixador ao Iraque pela primeira vezkati slots25 anos. Mas na sequência Bagdá pediukati slotsretirada, após ele ter feito comentários críticos da influência iraniana no país.

3. Quão grave é a situação?

Alguns analistas suspeitam que a Arábia Saudita está tentando forçar um confronto com o Hezbollah para debilitarkati slotsautoridade e a influência do Irã.

"É um território perigoso, que poderia abrir uma frente totalmente nova nessa guerra fria entre Arábia Saudita e Irãkati slotsum país, Líbano, que já viu muitos conflitos", diz Adams.

O temor é que um passokati slotsfalso agora desencadeie algo muito mais grave.

"Nas últimas décadas, nunca estivemos tão perto do precipício", diz Maha Yahya, director do think thank do Centro Carnegiekati slotsOriente Médio.

"A ameaçakati slotsuma guerra regional nunca havia sido tão real, com um conflito que poderia envolver vários países."

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que um novo conflito na região teria consequências "devastadoras".