O que a Catalunha e a Espanha perdemvinte betcasovinte betseparação:vinte bet
Na prática, a situação se alterou pouco - ambos os cenários ainda são possíveis. Confira quais seriam as principais perdas para os dois ladosvinte betcasovinte betseparação.
O QUE A CATALUNHA PERDE
1. A permanência na União Europeia
A grande maioria dos estudos que analisam qual seria o impacto econômico da independência catalã mostram um cenáriovinte betque a Catalunha continua na União Europeia, ou pelo menos no Espaço Econômico Europeu, que dá acesso ao mercado único.
Mas a União Europeia já avisou que isso não acontecerá. Se a Catalunha se convertervinte betum novo Estado, terá que solicitar seu ingresso na instituição e cumprir todas as exigências rigorosas, um processo que leva anos.
O governo catalão acredita que a UE não aplicará, na prática, esse discurso, embora não fazê-lo abrisse um precedente para outras regiões que também poderiam iniciar um processo separatista, como a Baviera alemã e a Lombardia italiana.
A saída do bloco também representaria um baque na área científica, já que empresas e universidades não poderiam participarvinte betprogramasvinte betpesquisa europeus. A Catalunha tem 1,5 bilhãovinte beteuros assegurados por um fundovinte betpesquisa da UE para o período 2014-2020.
2. A zona do euro
A Generalitat (o governo catalão) disse que a Catalunha não deixarávinte betutilizar o euro mesmo se ficar fora da zona da moeda.
Assim como faz o Equador com o dólar americano, o governo catalão manteria o euro como moeda para dar "segurança jurídica às transações empresariaisvinte betsuas companhias".
O economista Feito considera isso impossível, já que uma Catalunha independente nasceria com uma fugavinte betempresas e capitais que não a permitiria dar contavinte betpagamentos como os saláriosvinte betseus funcionários nem nos primeiros cem dias.
"Ninguém emprestaria euros ao Estado catalão, e ele teria que imprimirvinte betprópria moeda. E ela seria brutalmente inflacionária", afirma Feito à BBC Mundo, o serviçovinte betespanhol da BBC. "E por não ser membro da zona do euro,vinte betdívida não poderia ser utilizada para pedir financiamento ao Banco Europeu."
Segundo o economista, o mercado não dará opção à Generalitat, e este promoverá um "curralito" para conter a saídavinte beteuros, o que fará até os catalães pró-independência tentarem sacar seu dinheiro dos bancos.
Outra consequência da adoção do euro seria o encarecimento das exportações, reduzindo a competividade.
3. O Banco Central Europeu
Ao ficarvinte betfora da zona do euro, a Catalunha perderia a redevinte betsegurança que inclui o Banco Central Europeu, que durante a crise salvou várias entidades espanholas.
Logo após o líder catalão Carles Puigdemont anunciar que declararia a independênciavinte betforma unilateral, dois dos maiores bancos catalães, o Sabadell e o CaixaBank, decidiram transferir suas sedes para outras regiões da Espanha. A ação segurou um pouco a queda que sofriam na Bolsa.
O Conselho Assessor para a Transição Nacional (CATN) da Catalunha acredita que a UE atuará para evitar um cenário catastrófico como o descrito por Feito, pois esses prejuízos afetariam cidadãos e empresas que são plenamente membros da UE.
4. A economia
Segundo o governo catalão, a região aporta mais ao tesouro espanhol do que recebevinte bettroca. São 16 bilhõesvinte beteuros, cercavinte bet8%vinte betseu PIB.
"Mas isso não quer dizer que a Catalunha ganhariavinte betmaneira imediata 16 bilhõesvinte beteuros (em casovinte betindependência)", diz o professorvinte bettributação da UFP Barcelona School of Management, Albert Sagués.
Há gastos que no momento estão a cargo da Espanha, como os do Exército, da seguridade social e da aposentadoria. Segundo os cálculosvinte betSagués, descontados esses valores, a Generalit teria um superavitvinte bet8 bilhõesvinte beteuros.
O governo central admite que a Catalunha tem um saldo fiscal negativo, mas diz quevinte bet5,02% do PIB, e não 8%,vinte betacordo com dados do Ministério da Fazenda.
Feito diz que uma declaração unilateralvinte betindependência geraria um declínio significante da atividade econômica, o que derrubaria a economia e, consequentemente, aumentaria o desemprego.
O ministro da Economia espanhol, Luisvinte betGuindos, diz que o PIB catalão se contrairia entre 25% e 30%vinte betcaso da secessão. O banco Credit Suisse, porvinte betvez, afirma que essa redução seria da ordemvinte bet20%.
Para Sagués, a economia do novo Estado não diminuirá mais do que 4% - e isso no pior dos cenários.
"Na Segunda Guerra Mundial, os países perderam 25% do PIB. Estamos falandovinte betuma situaçãovinte betguerravinte betque morreram milharesvinte betpessoas. Se alguém diz que o PIB catalão cairá 30%, quer dizer que o que acontecerá à Catalunha é pior do que uma guerra mundial. Não creio que seja o caso", afirma.
5. Fugavinte betempresas
Alguns informes, incluindo os da Generalitat, dão por certo que a produção do novo país sofrerá boicote por parte da Espanha. Isso porque há um antecedente.
Em 2004, o lídervinte betum partido separatista fez declarações contra a candidaturavinte betMadri aos Jogos Olímpicosvinte bet2012. Isso acarretou um boicote do resto da Espanha à indústria da cava, um vinho espumante típico da Catalunha.
Na semana passada, uma das principais marcas desse setor, a Freixenet, anunciou que estudava transferirvinte betsede para fora do território catalão. Ao menos sete empresas fizeram o mesmo, entre elas avinte betenergia Gás Natural Fenosa.
Segundo Feito, 80% das empresas na Catalunha são multinacionais e só estão na região porque ela faz parte da UE. Se saírem do bloco econômico, terão que pagar taxas.
Umavinte betcada três empresasvinte betexportação da Espanha têm sede na Catalunha, assegurando 25% das exportações do país, segundo dados do Ministério da Economia.
Aindavinte betacordo com a pasta, a Espanha compra 40% dos produtos que saem da Catalunha e os outros 40% vão para o resto da UE. Além disso, 14,3 % dos turistas que visitam a Catalunha são da Espanha.
Mesmo assim, o Conselho Assessor para a Transição Nacional da Catalunha acredita que um boicote levaria a uma queda do PIB não maiorvinte bet2%.
O QUE PERDE A ESPANHA
1. Sua região mais próspera
A Espanha ainda não se recuperou completamente da grave crise econômica que atravessou por quase uma década.
Há cercavinte bet4 milhõesvinte betdesempregados e mais da metade deles tem procurado trabalho nos últimos 12 meses, segundo dados do INE (Instituto Nacionalvinte betEstatística) - sem os catalães, o número cairia para 3,4 milhões.
Com a secessão, o país perderiavinte betregião mais rica:vinte bet2016, a Catalunha registrou um PIB recordevinte bet223,6 bilhõesvinte beteuros, cifra superior à da economia do Equador e o dobro da do Panamá.
A independência custaria à Espanha a perdavinte bet19%vinte betseu PIB evinte bet18,4%vinte betsuas empresas - resultandovinte betum Estado mais pobre. O PIB per capita também cairia para 23,50 euros, segundo cálculos do professor Sagués.
De acordo com dadosvinte bet2014 do Ministério da Fazenda, a Catalunha aporta 70,3 bilhõesvinte beteuros (US$ 82 bilhões) nos cofres espanhóis, mais do que o restante das regiões.
Desse total, o governo central fica com US$ 11,5 bilhões, que utiliza para ajudar áreas mais pobres do país, como Extremadura.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) se mostrou preocupado com a situação. Segundo a entidade, se as tensões políticas com a Catalunha continuarem, a confiançavinte betinvestimentos e o consumo podem ser afetados.
2. Inovação e empreendimento
A Catalunha é uma região que tem investido muitovinte betpesquisa e inovação - e já desenvolveu indústrias pioneiras na Espanha.
Das 108.963 publicações científicas produzidas por universidades espanholas entre 2006 e 2015, 25,68% saíram da Catalunha. Madri vemvinte betseguida, com 19,91%, segundo dados da Aliança 4 Universidades.
Barcelona ocupa o 5º lugar no rankingvinte betstartups na Europa, uma posição à frentevinte betMadri. No ano passado, as startups catalãs captaram 282 milhõesvinte beteuros, o que representou 56%vinte bettodos os investimentos realizados na Espanha.
A região também lidera o rankingvinte betpedidosvinte betpatentes do país:vinte bet2016, 35,1% das 547 solicitações vieram da Catalunha, contra 20,6%vinte betMadri, segundo o Escritório Europeuvinte betPatentes.
3. Infraestrutura
A independência da Catalunha levaria a Espanha a perder seu principal porto no mar Mediterrâneo, ovinte betBarcelona, que no ano passado movimentou 48 milhõesvinte bettoneladas.
O porto também é essencial para o turismo: 4 milhõesvinte betpassageiros passaram por elevinte bet2016.
Outro porto importante da Catalunha é ovinte betTarragona, região que também abriga o maior númerovinte betindústrias químicas do país.
Muitos aeroportos também operam na Catalunha, como o El Prat,vinte betBarcelona, que contabilizou 44,1 milhõesvinte betpassageiros no último ano.
A região também abriga duas das seis indústrias nucleares da Espanha, responsáveis por produzir 40% da energia nuclear do país.
4. Dívida externa e ativos
Uma das questões mais espinhosasvinte betuma possível secessão é a dívida externa que teria o novo Estado catalão.
Os informes do Conselho Assessor para a Transição Nacional dizem que a Catalunha deveria assumir a dívida que está no nome da Generalitat, dos governos provinciais e municipais. O valor seriavinte betUS$ 90 bilhões, o equivalente a 35,4%vinte betseu PIB. Desse total, US$ 61 bilhões correspondem a compromissos com o governo da Espanha.
A dívidavinte betnome do Estado espanhol é utilizada para gastos e investimentosvinte betprolvinte bettodas as regiões, incluindo a Catalunha, por isso muitos insistem para que ela assuma a parte que lhe cabe.
Em um debate ocorrido há dois anos, o ex-diretor da Bolsavinte betBarcelona, José Luis Oller, estimouvinte bet180 bilhõesvinte beteuros o peso da economia catalã na dívida da Espanha,vinte betum debate ocorrido há dois anos. Ele também disse que era necessário somar o valor dos ativos que o Estado tinha na Catalunha, estimadovinte bet50 bilhõesvinte beteuros.
A dívida totalvinte betuma Catalunha independente, segundo seus cálculos à época, seriavinte bet290 bilhõesvinte beteuros, ou 145%vinte betseu PIB.
O CATN nega que a região deva aceitar as dívidas contraídas para investimentos e obras foravinte betsua área. Ele aconselha a negociação da dívida que não pode ser atribuída a um território concreto no casovinte beto Estado espanhol transferir ao novo país parte dos ativos comprados com esse dinheiro.
Por exemplo, se a Espanha se endividou para criar uma empresa pública que funcione a nível nacional, a Catalunha assumirá parte da dívida sempre que receber as ações correspondentes dessa companhia.
Como há poucas possibilidadesvinte betnegociação neste momento, o mais provávelvinte betcaso da secessão é que a Espanha tenhavinte betpagar sozinha o total da dívida enquanto tenta resolver o conflito com o novo país nos tribunais internacionais, explica o economista Feito.
A Catalunha também avalia que a Espanha deve repartir igualmente os bens públicos fora do país, como as sedes das embaixadas, as plataformasvinte betpetróleo, as bases militares, os satélites espaciais e as contasvinte betbancos estrangeiros.
5. Patrimônio cultural e turismo
A Espanha é uma potência turística. No ano passado, recebeu 75,3 milhõesvinte betvisitantes estrangeiros, um recorde. Quase um quarto dessas pessoas (22,5%) tinham a Catalunha como destino.
Seus 580 quilômetrosvinte betcosta oferecem praias paradisíacas, às quais se chega facilmentevinte bettrem ou ônibus. No inverno, as montanhas dos Pirineus estão entre as favoritas dos esquiadores.
A região também tem uma importante oferta cultural graças a obras que são patrimônio da humanidade, como as do arquiteto Antonio Gaudí,vinte betBarcelona (A Sagrada Família, Parc Guell etc.)
Segundo o CATN, o governo catalão poderia exigir a devoluçãovinte betarquivos, bens culturais e patrimônios nacionais que façam referência à Catalunha ou cujo autor seja catalão.
Com essa medida, obrasvinte betSalvador Dalí ouvinte betJoan Miró que estãovinte betexposiçãovinte betmuseusvinte betMadri, como o Reina Sofia, por exemplo, teriam que ser entregues ao novo Estado.