Por que os ataques com ácido estão aumentando no Reino Unido?:cruzeiro e sport palpite

Resham Khan

Crédito, Resham Khan

Legenda da foto, Resham Khan sofreu queimaduras no rosto, braços, pernas e ombros durante ataque com ácidocruzeiro e sport palpiteLondres

E não se tratamcruzeiro e sport palpiteincidentes isolados.

No mês passado, Resham Khan e Jameel Muhktar sofreram ferimentos graves depois que foram atacados dentro do carro com um líquido corrosivo.

Jácruzeiro e sport palpiteabril, 20 pessoas foram atacadas - duas ficaram cegas - por causacruzeiro e sport palpiteum ataque com ácidocruzeiro e sport palpiteuma casa noturna no leste da capital britânica.

Crimes desse tipo mais do que duplicaram na Inglaterra desde 2012,cruzeiro e sport palpiteacordo com estatísticas da polícia. No biênio 2012-2013, foram registrados 183 ataques com ácido. Já entre 2016 e 2017, foram 503.

E a maioria deles ocorreucruzeiro e sport palpiteLondres.

Rachel Kearton, chefe do departamento da polícia britânica responsável por ataques corrosivos, afirmou foi registrado um aumento significativocruzeiro e sport palpiteagressões como essascruzeiro e sport palpitetermos porcentuais nos últimos anos, mas que,cruzeiro e sport palpitecomparação com os crimes cometidos com facas, o númerocruzeiro e sport palpiteincidentes ainda é "insignificante".

Isobella Fraser

Crédito, Isobella Fraser

Legenda da foto, Isobella Fraser estavacruzeiro e sport palpitediscoteca quando foi uma das 20 pessoas alvocruzeiro e sport palpiteataque com ácido

Dor intensa

Imran Khan é proprietáriocruzeiro e sport palpiteum restaurante. Em novembro do ano passado, ele foi atacado quando estava fazendo uma entregacruzeiro e sport palpiteBarking, no lestecruzeiro e sport palpiteLondres.

Abordado por um grupocruzeiro e sport palpitejovens que queriam dinheiro e comida, ele foi alvocruzeiro e sport palpitevários insultos racistas. Quando voltava para o seu carro, acabou sendo atacado com um líquido corrosivo no rosto.

Ele se lembra da dor "que se espalhou pelo corpo todo" e diz que ficou com medocruzeiro e sport palpiteficar completamente cego.

Khan só não teve ferimentos mais graves por causa da reação rápidacruzeiro e sport palpiteum comerciante do local, que lavou seu rosto com água.

Desde então, ele conta que permanece com uma constante sensaçãocruzeiro e sport palpiteinsegurança quando estácruzeiro e sport palpitelugares públicos, especialmente depois do anoitecer.

Estatísticas da políciacruzeiro e sport palpiteLondres obtidas com exclusividade pela BBC indicam que os homens têm o dobrocruzeiro e sport palpitechances do que as mulherescruzeiro e sport palpiteserem vítimascruzeiro e sport palpiteataques com ácido.

A maioria desses crimes nunca é julgada.

Imran Khan

Crédito, Imran Khan

Legenda da foto, Imran Khan sofreu ferimentos no rosto quando foi atacado enquanto fazia entregacruzeiro e sport palpitecomida

Primeira alternativa

Simon Harding, criminologista e especialistacruzeiro e sport palpitegangues da Universidadecruzeiro e sport palpiteMiddlesex, na Inglaterra, diz que o ácido está, cada vez mais, se tornando a primeira alternativa como "arma".

Segundo ele, "lançar ácido é uma formacruzeiro e sport palpitedemonstrar domínio, poder e controle, gerando um grande temor entre os integrantes das gangues rivais".

Essas gangues conhecem as vantagenscruzeiro e sport palpiteusar o ácido para atacar alguémcruzeiro e sport palpitevezcruzeiro e sport palpiteuma faca: as consequências são mais graves se você for flagrado com uma faca e as sentenças, maiores.

Harding explica que o uso da substância corrosiva pode gerar uma acusação por danos físicos intencionais, enquanto que, no caso da faca, é "muito provável que você seja acusado por tentativacruzeiro e sport palpitehomicídio".

"Não há, na lei britânica, um crime específico para quem lança ácido. Trata-secruzeiro e sport palpiteum crime mais difícilcruzeiro e sport palpiteprovar porque raramente deixa vestígios do DNA do agressor e é muito mais fácil esconder do que uma faca. Dentrocruzeiro e sport palpiteuma garrafa plástica, por exemplo", diz.

O especialista considera que o governo deveria atacar o problemacruzeiro e sport palpitetrês frentes.

Para Harding, é preciso restringir o acesso ao ácido, equiparar as punições àquelas relacionadas aos crimes cometidos com facas e usar a educação como ferramenta para acabar com o problema.

ACC Rachel Kearton

Crédito, NPCC

Legenda da foto, Rachel Kearton diz se tratarcruzeiro e sport palpite'crime horroroso, que mutila e desfigura'

Dano emocional e físico

"É um crime horroroso, mutila e desfigura", diz Rachel Kearton.

"O que mais me incomoda écruzeiro e sport palpiteque se tratacruzeiro e sport palpiteum crime premeditado. Ninguém sai na rua carregando ácido se não planeja usá-lo. A intenção é deixar uma marcacruzeiro e sport palpitealguém para o resto da vida. Trata-secruzeiro e sport palpiteum dano emocional e físico", avalia.

Questionada sobre possíveis medidas para enfrentar o problema, Kearton sugere punir o transportecruzeiro e sport palpiteácidocruzeiro e sport palpiteembalagens diferentes daquelas vendidas, regular a quantidade vendida e a idade exigida para a compra.

Jaf Shah, da ONG Acid Survivors Trust International, assegurou que não se tratacruzeiro e sport palpiteum fenômeno novo, pois ataques com ácido vêm sendo registrados na Inglaterra desde a era vitoriana.

Ele ressalva, contudo, que as cifras atuais espantam.

"O aumento recentecruzeiro e sport palpiteataques torna o Reino Unido o país com o maior númerocruzeiro e sport palpiteataques com ácido registrados per capita do mundo", lamenta.