Quais países alimentam a Venezuelaonabet ktocrise?:onabet kto
As bolsas e caixas CLAP consistem na entregaonabet ktoalimentos a domicílio a um preço justo. No momento, elas solucionam mais o abastecimento, que é desigual e muito politizado - segundo as críticas da oposição - do que a produção.
A produção nacionalonabet ktomilho branco, o principal ingrediente no preparo das arepas, o alimento típico do país, responde por apenas 31% do consumo interno, segundo dados da Fedeagro (Associaçãoonabet ktoProdutores Agropecuários da Venezuela).
No caso do arroz, outro produto básico na dieta dos venezuelanos, a oferta atende a 37% da demanda.
Por isso, é preciso recorrer à importação para garantir o necessário para a população.
México
"Essa massa é péssima", reclama Gladis sobre a farinhaonabet ktomilho mexicana, que vem na caixa. Ela prefere a venezuelana, que é melhor para fazer as arepas.
Gladis teve que depositar 10.500 bolívares (cercaonabet ktoUS$ 14,5 dólares ou R$ 47,3) para receber a caixa, que contém:
- 6 pacotesonabet ktoespaguete
- 2 pacotesonabet ktofarinhaonabet ktomilho
- 4 pacotesonabet ktomassaonabet ktoformaonabet ktotubo
- 2 pacotesonabet ktomassaonabet ktoformaonabet ktoespiral
- 4 pacotesonabet ktoleiteonabet ktopó
- 2 garrafasonabet ktoazeite
- 1 pacoteonabet ktoaçúcar
- 1 caixaonabet ktomolhoonabet ktotomate
- 1 poteonabet ktomaionese
- 1 pacoteonabet ktofeijão preto
- 1 pacoteonabet ktolentilhas
- 5 latasonabet ktoatumonabet ktoconserva
- 3 pacotesonabet ktoarroz
O preço é barato para os padrões venezuelanos. Ainda mais se considerar que o pacoteonabet ktofarinhaonabet ktomilho mais popular na Venezuela pode custar até 6 mil bolívares no mercado paralelo, praticamente a única alternativa para adquirir um produto tão disputado.
Gladis se lembra com nostalgia dos temposonabet ktoque ela e o marido usavam seus salários - ele agora está desempregado - para comprar o que queriam no supermercado.
Ela garante que perdeu 20 quilosonabet ktoseis meses e que passa muitas noites sem jantar. E reclamaonabet ktouma dieta cada vez mais "monótona". Os altos preços fazem com que fique muito difícil conseguir comprar proteína animal - frango, carne, peixe, ovos.
Emonabet ktogeladeira, há apenas um poucoonabet ktocarne picada queonabet ktofilha trouxe do interior. Nada mais.
Com isso e com o conteúdo da caixa - que se resume a carboidratos - ela deverá sobreviver pelas próximas semanas. Fazia um mês e meio que as caixas CLAP não chegavam àonabet ktocasa - porque a distribuição delas é variável.
Gladis me disse que, para os quatro da casa, irá preparar um macarrão com uma lataonabet ktoatum e molhoonabet ktotomate. A caixa já vai começando a esvaziar.
Queda nas importações
A Venezuela sempre foi um país que tradicionalmente importou a maior parteonabet ktoseus produtos, incluindo alimentos.
Isso só era possível por causa dos altos dividendos do petróleo - montante que, nos últimos anos, despencou. Com isso, as importações também tiveram que ser reduzidas.
Em 2014, as compras externas totalizaram US$ 39,5 bilhões. No ano seguinte, caíram para US$ 28,6 bilhões. E, no ano passado, US$ 14,7 bilhões.
Ou seja,onabet ktodois anos, a queda registrada chegou a maisonabet kto60%,onabet ktoacordo com dados do Centroonabet ktoComércio Internacional, que compila o valoronabet ktotodas as importações do mundo.
As causas são, principalmente, a baixa produçãoonabet ktopetróleo e a forte queda no preço da matéria-prima.
A isso soma-se uma queda da produção interna do setor privado, que não recebe mais dólares para importar suas matérias-primas.
A combinação desses fatores provocou uma enorme escassezonabet ktoalimentos na Venezuela, alémonabet ktotorná-los mais caros.
Todos os países da região têm percebido o quanto deixaramonabet ktofazer negócio com a Venezuela.
O México,onabet ktoonde vêm todos os produtos da caixaonabet ktoGladis, viu o valoronabet ktosuas exportações para os venezuelanos caironabet ktoUS$ 1,5 bilhão a US$ 600 milhõesonabet kto2014 a 2016.
Mas há ramos da indústria alimentícia que têm se beneficiado com a crise na Venezuela.
O setoronabet ktoprodutos lácteos do México é um deles.
No ano passado, a Venezuela importou US$ 5 milhõesonabet ktolaticínios mexicanos, contra US$ 380 milonabet kto2014.
Massas também ganharam força na balança comercial entre os dois países. Se há alguns anos esse mercado era praticamente inexistente, os venezuelanos importam agora cercaonabet ktoUS$ 8 milhões do México.
Esforço privado
Nos supermercados, onde cada vez há menos produtos básicos a preço regulado, porque esses vão direto para as CLAP, é possível ver muita massa estrangeira, algo normal para países que não produzem trigo.
Um pacoteonabet ktoespaguete da marca brasileira Galo custa 3,6 mil bolívares. Um pacoteonabet ktomeio quiloonabet ktouma marca italiana custa 4,2 mil.
O salário mínimo na Venezuela atualmente é 65 mil bolívares mais um bônusonabet ktoalimentação. São preços elevados para produtos importados com dólar livre e que, portanto, são vendidos também com preços baseados na moeda americana.
"Em 2016, o setor privado não recebeu praticamente nenhum dólar; eles estão trabalhando com esforço próprio", afirmou recentemente Miguel Pérez Abad, ex-ministro da Indústria e atual presidente do banco estatal Bicentenário.
Os preços ainda são mais altos no mercado paralelo para produtos básicos que são impossíveisonabet ktoserem encontrados no supermercado, como arroz e açúcar. O leite e o pão ficam semanas sem aparecer nas prateleiras.
Benefício na crise
Nesse contexto, a indústria alimentícia do México não é a única beneficiada.
A Colômbia tem aumentadoonabet ktoexportaçãoonabet ktocanaonabet ktoaçúcar para os venezuelanos, assim como a Costa Rica com a massa, e o Brasil com produtos como molhos, sucosonabet ktofrutas, arroz, massa e farinhaonabet ktotrigo.
Até os Estados Unidos, frequentemente vilificados por Maduro, têm elevado suas vendasonabet ktoarroz e massa no último ano para a Venezuela.
Na realidade, são números pequenos para a economiaonabet ktoum país, mas significativos diante da drástica reduçãoonabet ktoimportações da Venezuela. E servem também como demonstrativo da quedaonabet ktoprodução da indústria alimentícia.
A Fedeagro classifica o atual momento do setor comoonabet kto"recessão agrícola" eonabet kto"crise agroalimentícia".
Pérez Abad admite que a Venezuela "atravessa uma das crises econômicas mais fortes dos últimos 50 anos". E garante que,onabet kto2017, a meta é expandir a produção.
Enquanto ela não chega, empresas do setor alimentícioonabet ktooutros países da região aproveitam a crise venezuelana.