'O paitodas as bombas': como é arma que russos dizem ser 4 vezes mais poderosa que a usada pelos EUA no Afeganistão:

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em 2007, o governonoVladimir Putin apresentou a bomba que considerou ser mais potente quesimilar americana

"Crianças, conheçam o papai", foi um anúnciotom jocoso que o sitenotícias russo RT (abreviaçãoRussia Today) fez logo após os Estados Unidos lançarem, no dia 13abril no Afeganistão, uma bomba que os americanos - e boa parte da imprensa internacional - chamaram"a mãetodas as bombas".

A bomba americana, a MOAB GBU-43 - sendo MOAB as siglas para Massive Ordnance Air Blast (bombaarartilharia massiva) e, ao mesmo tempo, para Mother of All Bombs (Mãetodas as bombas) - foi anunciada pela Força Aérea dos EUA2002 com a mais poderosa bomba não nuclear já feita.

Já o artefato russo é uma Bomba TermobáricaAviaçãoPoder Aumentado (AVBPM, na sigla russa), e foi apresentada pela primeira vez2007 - como sendo uma versão bem mais potente que a bomba americana.

O ataque no Afeganistão foi a primeira vezque a MOAB americana foi usadasituaçãocombate. Não há registroque a AVBPM russa tenha sido usada até o momento.

A bomba termobárica, também chamadabombavácuo, é detonadadois estágios: uma pequena explosão cria uma nuvemmaterial explosivo, que suga o oxigêniovolta e cria uma ondaimpacto maior do que a provocada por explosivos convencionaismesma dimensão.

O vácuo parcial criado aumenta seu podercausar danos materiais e ferimentosvítimas.

A bomba russa pesa 7,1 toneladas, enquanto que a GBU-43 lançada pelos EUA sobre uma base do Estado Islâmico no Afeganistãoabril, matando 36 combatentes do grupo extremista, tem 10 toneladas.

Mas a carga explosiva da russa seria44 toneladasTNT, contra 11 toneladas da MOAB, segundo o canal russo.

Além disso, o AVBPM atinge um raio300 metros, o dobro da americana.

AVBPM é lançada

Crédito, AFP

Legenda da foto, A Rússia apresentou imagens da bomba que considera ser o mais pontente explosivo não nuclear do planeta

As informações sobre a bomba russa são escassas - talvez a principal seja uma reportagem da emissora estatal russa Primeiro Canal (IPA, na sigla russa),dez anos atrás.

Em setembro2007, a emissora apresentou um vídeoum teste da bomba. Imagens mostram um avião lançando o artefato e uma grande explosãoterra, deixando, como resultado, um montecrateras e escombrosum conjuntoedifícios vazios.

Edifício vazio

Crédito, Canal 1

Legenda da foto, Vídeo mostra construção vaziacampotestes na Rússia
Edifício destruído

Crédito, Canal 1

Legenda da foto, Em seguida, após a detonação, os edifícios aparecem destruídos

Segundo o siteanálisesarmamentos Global Security, a bomba russa tem um efeitodestruição totalum raioaté 90 metros. Já300 metros, ocorre a destruição quase completaestruturas não fortificadas, como casas. E a até 2,3 km, pode derrubar uma pessoa.

La bomba rusa

Crédito, Canal 1

Legenda da foto, O efeito destruidor da bomba russa chega a um raio300 metros

Ao apresentar o artefatosetembro2007, o vice-chefe do gabinete militar russo, Aleksandr Rukshin, disse que a arma "tem potência e eficácia comparáveis àsuma bomba atômica".

Disse também que a arma teria a vantagem adicionalnão contaminar o meio ambiente.

O teste provocou reações mistasespecialistas internacionais.

"É possível questionar os número e a escala da bomba, mas os russos têm uma ampla e comprovada história no desenvolvimentoarmasclasse termobárica", disse à BBC o analista militar britânico Robert Hewson, quando o explosivo foi lançado2007.

"Acredito ser provável que esta seja a maior bomba não nuclear do mundo", acrescentou.

Já Sascha Lange, do Instituto Alemão para Relações Internacionais eSegurança, questionou o vídeo.

"Duvido que tudo tivesse ocorrido da forma como os russos mostraram. As imagens mostradas no canaltelevisão estatal não comprovam isso", afirmou ao DW, ressaltando que o aviãolançamento é mostrado, mas não a arma saindo da aeronave.

GBU-43/B MOAB

Crédito, AFP/Força Aérea EUA

Legenda da foto, A americana MOAB faz parte do arsenal da Força Aérea dos EUA