Onde estão maisbet360 site1 milhãobet360 sitevítimas 'perdidas' do Holocausto:bet360 site

Legenda da foto, Dois terços dos judeus europeus foram mortos pelos nazistas

Giselle,bet360 sitemãe e irmã sobreviveram,bet360 sitealguma forma, aos cinco meses "no inferno"bet360 siteAuschwitz. Ela depois soube quebet360 siteoutubrobet360 site1944 "um homem esquelético" passou pelo acampamento das mulheres e deixou uma mensagem às que tivessem vindobet360 siteKhust.

"Diga-lhes que 200 homens foram trazidosbet360 sitevolta das minasbet360 sitecarvão. Diga-lhes que amanhã não estaremos mais aqui". O homem era Wolf Friedman. Ele morreu, na câmarabet360 sitegás, no dia seguinte.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Em Auschwitz-Birkenau, maisbet360 site900 mil judeus foram assassinados.

Seis milhõesbet360 sitejudeus foram assassinados por nazistas e simpatizantes durante a Segunda Guerra Mundial. Em muitos casos, as populações judaicas inteirasbet360 sitecidades foram exterminadas, sem qualquer sobrevivente para ser testemunha - parte do plano nazistabet360 siteaniquilar todos os judeus da Europa.

Desde 1954, o memorial do Holocaustobet360 siteIsrael, Yad Vashem ("Um memorial e um Nome"), tem trabalhado para recuperar os nomesbet360 sitetodas as vítimas; até agora conseguiu identificar cercabet360 site4,7 milhões delas.

"Cada nome é importante para nós", diz Alexander Avram, diretor do Salãobet360 siteNomesbet360 siteYad Vashem e da Centralbet360 siteBancobet360 siteDadosbet360 siteNomes das Vítimas do Holocausto.

"Cada novo nome que podemos incluir no bancobet360 sitedados é uma vitória contra os nazistas, contra o propósito dos nazistasbet360 sitevarrer do mapa o povo judeu. Cada novo nome é uma pequena vitória contra o esquecimento", acrescenta.

Legenda da foto, Na Europa Ocidental, os nazistas mantiveram registros das vítimas, tais como a listabet360 sitedeportaçãobet360 siteFrankfurt para Thereisenstadt.

A instituição, um amplo complexobet360 siteedifícios, árvores e jardins no monte Herzl,bet360 siteJerusalém, reúne detalhes sobre vítimasbet360 siteduas formas: atravésbet360 siteinformações daqueles com conhecimento sobrebet360 sitemorte, e por fontesbet360 sitearquivos - que vão desde listasbet360 sitedeportação nazistas a anuáriosbet360 siteescolas judaicas.

Giselle agora homenageia seu pai, quase 73 anos depois que foi morto, com uma pequena peçabet360 siteum vasto quebra-cabeças. Ela recebe a ajudabet360 siteuma equipe treinada para registrar os detalhesbet360 siteWolf na Páginabet360 siteTestemunho, um formulário para documentar informações biográficas sobre o morto, tais como onde ele viveu antes da guerra,bet360 siteocupação e os membrosbet360 sitesua família, e, se possível, uma fotografia.

"Apenas no final perguntamos sobre onde eles estavam durante a guerra e o que aconteceu com eles", explicou Cynthia Wroclawski, vice-diretora da Divisãobet360 siteArquivosbet360 siteYad Vashem. "Estamos interessadosbet360 sitever uma pessoa como uma pessoa, e quem eles eram antesbet360 sitese tornarem uma vítima".

Legenda da foto, Detalhes sobre a vidabet360 sitemilhõesbet360 sitevítimas são mantidos no Salãobet360 siteNomesbet360 siteYad Vashem.

É como se aquilo fosse uma lápidebet360 sitepapel, diz a instituição. Até agora, Yad Vashem coletou 2,7 milhõesbet360 sitePáginasbet360 siteTestemunho.

Elas são guardadasbet360 sitecaixas pretas, cada uma contendo 300 páginas - num totalbet360 site9 mil caixas. São mantidas aclimatadasbet360 siteprateleiras ao redor da instalação central - um cômodobet360 site30 metrosbet360 sitealtura com o tetobet360 siteformabet360 sitecúpula, onde são dispostas fotografiasbet360 sitehomens, mulheres e crianças que foram assassinadas.

No Salãobet360 siteNomes, gruposbet360 sitevisitantes passam numa contemplação silenciosa. Há espaço nas prateleiras para maisbet360 site11 mil caixas - ou seis milhõesbet360 sitenomes.

Com os últimos sobreviventes da guerra morrendo, Yad Vashem enfrenta uma corrida contra o tempo para prevenir que maisbet360 siteum milhãobet360 sitevítimas não identificadas desapareçam sem deixar rastro.

Isto fica claro com o número cada vez menorbet360 sitePáginasbet360 siteTestemunho que o local recebe -bet360 sitecercabet360 site2 mil ao mês há cinco anos para 1,6 mil por mês atualmente.

O memorial está tentando aumentar a conscientização, especialmente entre os sobreviventes do Holocausto que ainda não se apresentaram. Por décadas, para muitos deles, a experiênciabet360 sitefalar sobre o assunto era dolorosa demais.

"É algo muito comum, não apenas entre vítimas do Holocausto, mas para sobreviventesbet360 sitetraumas extremos e prolongados na infância", diz Martin Auerbach, diretor clínico do Amcha, um serviçobet360 siteapoio a vítimas do Holocaustobet360 siteJerusalém.

Legenda da foto, Há espaço nas prateleiras para mais seis milhõesbet360 sitePáginasbet360 siteTestemunho

Isto começou a mudar, ele diz, depoisbet360 site30 ou 40 anos, quando muitos sobreviventes começaram a falar sobre o aconteceu, não com seus filhos, mas com seu netos curiosos. Auerbach acredita que o Projetobet360 siteRecuperaçãobet360 siteNomes é uma parte importante no processobet360 site"cura".

"Preencher esta páginabet360 siteinformação, dizendo quem era seu pai, mãe, avô, sobrinhos e sobrinhas... Você não pode enterrar seus parentes, mas você pode se lembrar delesbet360 siteuma maneira que irá celebrá-los para sempre, então isto é muito importante e também terapêutico para muitos sobreviventes".

Enquanto Yad Vashem tem feito grandes avançosbet360 siteidentificar as vítimas da Europa Central e Ocidental - cercabet360 site95% foram identificadas - poucos nomes foram revelados nas áreas ocupadas por nazistas no Leste Europeu, onde foram assassinados cercabet360 site4,5 milhõesbet360 sitejudeus.

Isso porque, enquanto no oeste do continente houve um processo oficial e organizadobet360 sitedeportação,bet360 sitetodo o leste as comunidades foram aprisionadas e massacradas sem tais formalidades.

Crédito, AFP

Legenda da foto, Apenas metade das vítimas do massacrebet360 siteBabi Yar foi identificada

Estima-se que 1,5 milhãobet360 sitejudeus foram mortos pelos Einsatzgruppen (esquadrõesbet360 siteextermínio itinerantes), no que ficou conhecido como o Holocausto a Tiros, depois que a Alemanha nazista invadiu a então União Soviética,bet360 sitejunhobet360 site1941.

Por exemplo, dos 33 mil judeus fuzilados no barrancobet360 siteBabi Yar, na Ucrânia,bet360 sitesetembrobet360 site1941, no maior massacre do tipo, cercabet360 sitemetade dos nomes ainda não foi identificada.

Outros judeus,bet360 sitevezbet360 siteserem mortos pelos Einsatzgruppen, morreram, sem rastros,bet360 sitefome e exaustãobet360 siteguetos e camposbet360 sitetrabalho; e outros ainda foram mortosbet360 sitecamposbet360 siteextermínio próximos - com os corpos amontoados sem qualquer identificação.

O Yad Vashem vem trabalhando com organizações judaicas nesses países para tentar chegar aos sobreviventes remanescentes da antiga União Soviética, onde o Holocausto não é oficialmente lembrado e onde poucos sabem da existência do memorial.

É uma tarefa trabalhosa e às vezes complexa. O memorial abriga cercabet360 site205 milhõesbet360 sitedocumentos relacionados ao Holocausto, que são examinados meticulosamentebet360 sitebuscabet360 sitenovos nomes.

"Há muita documentação, e os nomes estão muito dispersos", diz Avram. "Nomes são mencionados numa carta aqui oubet360 siteoutro relatório ali. Isto gera um trabalho muito intenso. Às vezes você tem que pesquisar milhares e milharesbet360 sitepáginas para recuperar apenas uma dezenabet360 sitenomes".

A dificuldade aumenta pelo fatobet360 siteas fontes estarembet360 site30 ou 40 línguas diferentes, a maioria escrita à mão, e ainda podem estarbet360 sitealfabeto latim, hebraico ou cirílico. "Precisamosbet360 siteuma equipe não apenasbet360 sitelinguistas, mas que tenha conhecimentobet360 sitecaligrafia também", diz Avram, que é um especialistabet360 sitelínguas.

Legenda da foto, Páginasbet360 sitemaisbet360 site20 línguas dificultam trabalhobet360 siterecuperaçãobet360 sitenomes

Uma das principais lacunas ocorre com as crianças - 1,5 milhão foram mortas no Holocausto, mas apenas metade foi identificada.

"Esta é uma das coisas mais tristes", diz Avram. "Temos relatosbet360 siteque pais são identificados, masbet360 siteque se falabet360 sitetrês ou quatro filhos sem identificação. Eram crianças pequenas e as pessoas simplesmente não se lembram delas".

O objetivo é que elas saiam das estatísticas anônimas e se tornem seres humanosbet360 sitenovo, como o meninobet360 site7 anos Edward-Edik Tonkonogi,bet360 siteSatanov, na Ucrânia. Um dos documentos do Yad Vashem era uma carta que escreveubet360 site1941 para seus pais, que viajavam pela Rússia com uma trupebet360 siteteatro: "Queridos mamãe e papai. Hoje choveu o dia inteiro. Estou brincando com Vitya e Gridsha. Um beijo e um abraço apertado para os dois. Edik."

Legenda da foto, Textobet360 sitecartabet360 siteEdik aos pais.

Edik foi morto pelos nazistas quando eles invadiram Satanov naquele ano. Seu nome foi lembrado na Páginabet360 siteTestemunho por um parente.

E se, com o passar do tempo, a tarefabet360 siteencontrar nomes perdidos está se tornando mais difícil,bet360 sitealguns aspectos está mais fácil. A disponibilidadebet360 sitefontes é maior do que nunca, e os avanços na tecnologia tornam a tarefabet360 sitereunir e manipular as informações menos árdua. Entretanto, quanto menos nomes há para se descobrir, mais energia se requer para encontrá-los.

A era digital também trouxe várias ferramentas aos pesquisadores. O departamentobet360 sitebuscabet360 sitenomes recentemente aderiu às mídias sociais, incluindo o Facebook, num esforço para chegar a sobreviventes. A campanha estimulou a criaçãobet360 sitevárias novas Páginasbet360 siteTestemunho.

"Quando você lida com mídias sociais, você tem uma geração mais jovem que percebe que aqueles nomes não estão no nosso bancobet360 sitedados e tentam descobrir informaçõesbet360 siteseus familiares", diz Sara Berkowitz, gerente do Projetobet360 siteRecuperaçãobet360 siteNomes.

Crédito, Yad Vashem

Legenda da foto, Página no Facebook ajuda na descobertabet360 sitesobreviventes do Holocausto

Além disso, o crescimento do bancobet360 sitenomes e o fatobet360 siteestar disponível online desde 2004, trouxe outro resultado importante ebet360 sitegrande impacto na vidabet360 siteindivíduos ou famílias inteiras: levou a reuniões emocionantesbet360 sitesobreviventes que viveram suas vidas sem saber que seu familiar estava vivo.

No ano passado, as famíliasbet360 siteduas irmãs - que pensavam que a outra morrera no Holocausto - foram reunidas através da Páginabet360 siteTestemunho. Descobriu-se que as irmãs viveram o restobet360 sitesuas vidas a 25 minutosbet360 sitedistância uma da outra no nortebet360 siteIsrael, mas faleceram sem nunca saber disso.

Em 2015, dois meios-irmãos foram reunidos atravésbet360 siteuma busca no bancobet360 sitedados; ebet360 site2006, um irmão e uma irmã, um vivendo no Canadá e outrobet360 siteIsrael, foram reunidos 65 anos depoisbet360 sitese separarem nabet360 sitecidade natal na Romênia.

O projeto também revelou descobertas infelizes. A argentina Claudiabet360 siteLevie, cujos pais fugiram da Alemanha na décadabet360 site1930, pensava ter perdido quatro ou cinco parentes no Holocausto. Uma busca no bancobet360 sitedados para ajudarbet360 sitefilha no deverbet360 sitecasa acabou mostrando que na verdade 180 membrosbet360 sitesua família tinham sido mortos.

Legenda da foto, Claudiabet360 siteLevie perdeu vários membrosbet360 sitesua família no Holocausto, mas descobriu outros parentes vivos

Outras pesquisas na Páginabet360 siteTestemunho, entretanto, revelaram a existênciabet360 siteprimosbet360 siteseu marido, vivendobet360 siteHamburgo, na Alemanha. As famílias agora se comunicam uma vez por semana pelo Skype.

Ironicamente, Cláudia também descobriu que, quando criança, viveu no mesmo bairro argentino que o arquiteto-chefe do Holocausto, Adolf Eichmann.

A importância da missão para recuperar nomesbet360 sitevítimas recebeu reconhecimento internacionalbet360 site2013, quando a agência cultural da ONU, a Unesco, incluiu a coleçãobet360 siteseu registrobet360 siteMemória do Mundo.

A agência enalteceu o projeto como algo "sem precedentes na história humana", ressaltando que ele deu origem a esforços similaresbet360 siteoutros lugares afetados por genocídios, como Ruanda e Camboja.

Legenda da foto, Buscas manuaisbet360 sitemilharesbet360 sitedocumentos podem revelar novos nomes

Apesar dos milhõesbet360 sitenomes registrados até agora, ainda há um longo caminho a percorrer para recuperar todos os seis milhõesbet360 sitenomes - mas as pessoas por trás do projeto continuam determinadas.

"Eu pessoalmente espero que consigamos atingir o objetivo, que ao menos entre aqueles que morreram, não haverá uma pessoa que continue desconhecida. É nossa obrigação moral", diz Sara Berkowitz.

Crédito, Yad Vashem

Legenda da foto, Judeus húngaros chegam a Auschwitzbet360 site1944