Por que a Síriabetboom hltvBashar al-Assad é tão importante para a Rússiabetboom hltvPutin:betboom hltv
betboom hltv A atitude do presidente russo Vladimir Putinbetboom hltvapoiar o regimebetboom hltvBashar al-Assad na Síria tem incomodado cada vez mais o Ocidente. Na terça-feira, os chanceleres do G7, grupo que reúne as nações mais industrializadas do planeta, alegaram não terem a intençãobetboom hltv"isolar ainda mais a Rússia no cenário internacional" ao decidirem não impor novas sanções contra Moscou porbetboom hltvaliança com o governo sírio.
No entanto, o secretáriobetboom hltvEstado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, estábetboom hltvMoscou para pressionar o presidente Vladimir Putin a pararbetboom hltvapoiar Assad, a quem o Ocidente acusabetboom hltvter realizado um ataque com armas químicas contra civis na semana passada .
Os esforçosbetboom hltvTillerson, que, no passado, tinha boas relações com o Kremlin, podem ter resultados irrelevantes - não só porque os russos já não veem mais riscosbetboom hltvsanções prejudiciais, como também pelo profundo compromissobetboom hltvPutin com a Síria.
O presidente russo não está necessariamente ligado a Assad. Ele inclusive chegou a criticá-lo durante entrevista ao jornal alemão Bild,betboom hltv2016. "(Assad) cometeu muitos erros durante o conflito. Vocês e eu sabemos que o conflito não teria alcançado tal amplitude se desde o início não tivesse sido alimentado a partir do exterior por enormes quantidadesbetboom hltvdinheiro, armas e combatentes", disse Putin na época.
Mas certamente o presidente russo não quer ver o colapso do governobetboom hltvum país no qual tem interesses estratégicos, políticos e pessoais, alémbetboom hltvter feito um grande investimento militar e econômico.
Estratégia
"A intervenção na Síria, combinada com a vitória eleitoralbetboom hltvDonald Trump nos Estados Unidos (que muitos atribuem a uma manipulaçãobetboom hltvMoscou) é o maior sucessobetboom hltvPutin nos últimos anos", disse Famil Isamilov, do serviço russo da BBC.
Após as sanções impostas pelo governo do ex-presidente Barack Obama e da União Europeia, depois da anexação da Crimeia e do conflito na Ucrânia, o Ocidente tinha virado as costas para Moscou. A Rússia estava a caminhobetboom hltvse tornar um país isolado.
"Com abetboom hltvintervenção na Síria, Putin deu as costas a essa situação. Ele abriu um espaço internacionalbetboom hltvprestígio para ele e para a Rússia", disse Ismailov. "Ele era um líder na luta contra o terrorismo, bem como o único capazbetboom hltvresistir à imposição dos Estados Unidos no mundo."
O analistabetboom hltvpolítica internacional e especialista no Oriente Médio, Mariano Aguirre, concorda que a última coisa que Moscou quer é deixar que o governo sírio caia e que o poder possa ser tomado por um ou mais grupos jihadistas.
"Moscou teme que a Síria se torne uma 'zona livre' para este tipobetboom hltvmilícias e que elas passem a coordenar e operar com radicais islâmicos na Rússia", disse o analista internacional à BBC Mundo.
"Em princípio, (Putin) se recusa a aceitar que há uma 'mudançabetboom hltvregime' político através da força - como aconteceu na Líbiabetboom hltv2011 - e menos ainda que a mudança possa ser conduzida a partir do Ocidente", disse Aguirre.
Política
Em termosbetboom hltvinteresses políticos, Putin equilibra dois elementos: nacionais e internacionais.
Quanto à política externa, com abetboom hltvaliança com o governo na Síria, a Rússia retorna à briga pelo Oriente Médio, depoisbetboom hltvestar muito tempo marginalizada.
"O regime sírio, não necessariamente Bashar al-Assad, é um aliado na região onde você quer ganhar peso", Aguirre disse, embora afirme que esse peso é relativo.
"Os poderes verdadeiros na região são locais: Irã, Israel, Arábia Saudita e Turquia. Nem os Estados Unidos nem a Europa ou a Rússia têm hoje o peso que teve nos dois séculos anteriores", explicou. "Hoje, a influência é conseguida atravésbetboom hltvalianças com as autoridades locais".
Embora isso seja complicado pela volatilidade e complexidadebetboom hltvinteresses, Famil Ismailov assegurou que Moscou está surgindo como um "player" importante na região.
"Muitos países do Oriente Médio têm se voltado para a Rússia para dar assessoria, treinamento e armas", disse o editor do serviço russo da BBC.
"Em primeiro lugar, o Irã é praticamente o mais forte aliadobetboom hltvMoscou. Mas representantes do governo na Líbia, Egito e Líbano recentemente também viajaram a Moscou", disse ele.
O rei Abdullah 2º da Jordânia viajou a Moscoubetboom hltvjaneiro para formular estratégias para combater o terrorismo na região e discutir questõesbetboom hltvcooperação econômica.
Mesmo a Arábia Saudita, vista como o país da região mais próximo do Ocidente, iniciou negociações com a Rússia pela primeira vezbetboom hltvmuitos anos para procurar estabilizar o mercadobetboom hltvpetróleo.
Mas, para além desta nova estrutura no cenário internacional, o que acontece internamente é que abetboom hltvimagem dentro da Rússia é muito importante para o presidente.
Do pontobetboom hltvvista russo, "é aquele que apostou na luta contra o Estado Islâmico quando o Ocidente não poderia encontrar soluções e é visto como o único que está fazendo algo contra o terrorismo", disse Famil Ismailov.
Apesarbetboom hltvsetores da oposição classificarem seu governo como repressivo, Putin restaurou o orgulho do povo russo, afirma Famil Ismailov. "Ele é visto como o único que pode impedir o ataque constante da visão americanabetboom hltvmundo."
Militar
A intervenção na Síria não traz qualquer benefício militar, disse à BBC Mariano Aguirre. No entanto, a Rússia "estrategicamente disputa com os Estados Unidos para ser uma potência global."
Um dos problemas que a Rússia tem para se projetar como uma potência militar tem sido a idadebetboom hltvseus equipamentos bélicos e a faltabetboom hltvpreparo do seu exército.
Para Famil Ismailov, o cenário sírio tem servido para a Rússia desenvolver e testar suas novas armas, e tem sido um treino excelente para os militares, especialmente para as unidades especiais.
"Sua frota naval lançou a partir do mar Cáspio com novos mísseisbetboom hltvlongo alcance que sobrevoaram o território iraniano e iraquiano e fizeram um impacto considerável e precisobetboom hltvalvos na Síria. Esses ataques foram considerados um grande sucesso, do pontobetboom hltvvista militar ebetboom hltvprestígio."
Além disso, a Rússia enviou ao Mediterrâneo uma frota naval que escoltou o porta-aviões Kuznetsov à costa da Síria.
Embora o Kuznetsov seja uma embarcação velha, ele está servindo para lançar voosbetboom hltvreconhecimento e ataque. Mais importante ainda é quebetboom hltvequipe está recebendo treinamentobetboom hltvum conflito atual, o que não se compara a uma academia.
Econômico
A aventura na Síria "é uma grande despesa", na opiniãobetboom hltvMariano Aguirre, "e com um custo político numa forte crescente, dado que 20% da sociedade russa se opõe ao envolvimento na guerra na Síria."
O encargo financeiro é particularmente oneroso porque a economia russa continua a depender fundamentalmentebetboom hltvpetróleo.
Neste contexto, é talvez uma sorte que o G7 decidiu não impor novas sanções contra Moscou. Ele explicou que o grupobetboom hltvnações não teve a intençãobetboom hltvisolar a Rússia.
Mas também pode ser um reconhecimento à presençabetboom hltvPutin na Síria após o grande investimento a longo prazo que foi feito e comprovado com a construçãobetboom hltvbases militares e melhoriasbetboom hltvoutras.
A base aéreabetboom hltvKhmeimim, na costa do Mediterrâneo, foi construídabetboom hltv2015. Embora ela compartilhe algumas instalações com a Força Aérea da Síria, o acesso a ela é exclusivo para funcionários russos.
Moscou assinou um contratobetboom hltvarrendamento com a Síria por 49 anos, renováveis por 25 anos - o primeiro pacto desse tipo a longo prazo no país.
Além disso, a base navalbetboom hltvTartus, antes uma pequena instalação para manter a frota russa, foi expandida para funções completasbetboom hltvreabastecimento e manutenção, sem a necessidadebetboom hltvnaviosbetboom hltvguerra precisarem voltar parabetboom hltvbase no Mar Negro através dos estreitos turcos.
Pela primeira vez, a Rússia juntou empresas privadas para operações, treinamento e segurança, disse Ismailov. Elas são compostasbetboom hltvmilitares aposentados que voltaram a atuar por contratos lucrativos.
Além disso, "as armas russas são fortes no mercado e suas vendas estão no céu", disse ele.
Pessoal
O aspecto pessoal é um dos fatores cruciais na incursãobetboom hltvVladimir Putin no conflito sírio.
Preservar o seu legado, seu prestígio e seu orgulho são grandes motivações para o presidente, cujo ego e narcisismo têm sido objetobetboom hltvanálise constante na imprensa.
O ponto é que os Estados Unidos acabambetboom hltveleger um presidente com um ego e narcisismo comparável.
Em um confrontobetboom hltvdois presidentes, ninguém vai dar o braço a torcer facilmente. De acordo com Ismailov, "é uma questãobetboom hltvquem é mais 'macho'".
Pelo menos na Rússia, não está claro quem é: "Para muitos russos, Putin é o homem do momento", disse o editor do serviço russo da BBC.
Sendo assim, Mariano Aguirre não acredita que a políticabetboom hltvPutin na Síria vai mudarbetboom hltvbreve.
"Inicialmente, não acho que ele recuou. Abetboom hltvcredibilidade perante a sociedade russa estábetboom hltvquestão", concluiu o analista.