Por que as comparações com nazistas seguem populares nas disputas políticas?:888poker online
Durante as eleições americanas, apareceram comparações similares e elas são encontradas facilmente888poker onlinequalquer meio - do Twitter aos parlamentos888poker onlinevários países.
Na campanha presidencial dos EUA, o anúncio das políticas propostas pelo então candidato Donald Trump provocou comparações entre ele e Adolf Hitler. O próprio Trump já usou esse recurso ao comparar as agências888poker onlineinteligência americanas com a "Alemanha nazista".
E ele não foi único: o ex-prefeito888poker onlineLondres Boris Johnson comparou a União Europeia com os nazistas durante a campanha pelo Brexit, um investigador da Organização das Nações Unidas usou a comparação para falar sobre as ações israelenses na Faixa888poker onlineGaza e a televisão russa usou o termo para se referir ao Ocidente888poker onlinerelação à crise888poker onlineAleppo, na Síria.
Mas por que a comparação é ainda tão usada?
Segundo a Liga Anti Difamação dos Estados Unidos (ADL, na sigla888poker onlineinglês), organização que luta contra o antissemitismo e outras discriminações , a resposta é simples: porque a comparação é "o evento histórico que mais facilmente ilustra o certo versus o errado".
Para a ONG, quando uma discussão chega nesses fundamentos, a comparação "inevitavelmente acaba aparecendo".
O diretor nacional da ADL, Jonathan Greenblatt, alerta, no entanto, que "comparações equivocadas banalizam e tornam trivial essa tragédia única na história da humanidade, especialmente quando pessoas públicas invocam o Holocausto numa tentativa888poker onlineconquistar atenção política".
Mas recorrer à comparação com Hitler para invalidar um argumento se tornou tão popular que a expressão ganhou até um "apelido"888poker onlinelatim: reductio ad Hitlerum - uma referência ao termo reductio ad absurdum, um reconhecido argumento lógico baseado na prova por contradição e usado geralmente para indicar a falácia888poker onlinese comparar alguém a Hitler.
Até os alemães que publicaram uma imagem viral comparando Trump a Hitler durante as eleições admitiram que a comparação era "consideravelmente brutal".
Online, todo mundo vira Hitler
Naturalmente,888poker onlinenenhum lugar os insultos nazistas são mais numerosos do que na internet - e sempre foi assim.
Na década888poker online90, quando a internet estava começando a se tornar popular, o advogado americano Mike Godwin percebeu que os debates888poker onlinefóruns online sempre recorriam ao recurso888poker onlinechamar o outro lado888poker online"nazista".
Foi então que nasceu a "Lei888poker onlineGodwin", ou a "Regra das Analogias Nazistas888poker onlineGodwin", que se tornou uma das "regras da internet" e afirma que, se uma discussão online for longe demais,888poker onlinealgum momento alguém vai recorrer à comparação com Hitler.
Ele esclarece que a intenção ao cunhar o termo era demonstrar justamente como essa comparação é sempre ridícula.
"Eu queria mostrar que a maioria das pessoas que traz o nazismo para um debate não está sendo profunda ou independente, ao contrário: está agindo888poker onlineforma previsível e inconsciente, como um tronco descendo uma montanha", disse ele888poker onlineuma coluna para o jornal Washington Post.
Para muitas pessoas, a aplicação da Lei888poker onlineGodwin - ou seja, quando alguém recorre ao nazismo888poker onlineum debate na internet, - é um sinal888poker onlineque determinada discussão está encerrada e888poker onlineque quem usou a expressão perdeu a disputa.
Mas a recente onda888poker onlinefiguras importantes usando a referência ao nazismo prova que, na vida real, o recurso ainda é bastante utilizado.
Um argumento fraco
Quando o presidente turco Erdogan criticou a Alemanha pelo que chamou888poker online"práticas nazistas adotadas por Angela Merkel", a notícia ganhou as manchetes internacionais.
Para os alemães, entretanto, ele está apenas recorrendo a uma referência antiga. A Alemanha tem leis duras contra a negação do Holocausto e a glorificação da atividade nazista.
"Eu não acredito que a maioria dos alemães se perturbe muito com esse tipo888poker onlinecomparação", disse o historiador e professor Christoph Mick, da Universidade888poker onlineWarwick, no Reino Unido.
"Eles estão acostumados a isso, e acham apenas bizarro que o governo mais liberal e democrático da história da Alemanha seja comparado ao Terceiro Reich. Essas comparações revelam mais sobre quem as faz do que sobre os alemães e seus políticos".
Então - se uma referência nazista trivializa o Holocausto, é amplamente reconhecida como uma falácia lógica, é ridicularizada online e ignorada pelos alemães - ela deve ter algum poder persuasivo para se manter888poker onlineuso por tanto tempo. Certo?
Não muito - pelo menos essa é a avaliação da English Speak Union, uma instituição888poker onlinecaridade britânica que promove a comunicação e o pensamento criativo.
"Adotar acusações888poker onlinefascismo como insulto não ajuda a aproximar o público ou favorece seu argumento -888poker onlinevez disso, você aumenta o nível888poker onlineagressividade do debate, forçando uma polarização entre "bom" e "mau" numa discussão que, caso contrário, poderia ter posições mais razoáveis dos dois lados", afirma Amanda Moorghen, pesquisadora sênior da entidade.
"Na maioria das vezes, as pessoas chamam as outas888poker onlinenazistas porque pensam que isso vai atrair a atenção do público. Esse é um grande erro porque o uso dessa palavra não vai atrair nenhuma atenção - só um forte argumento pode fazer isso".
E qual é então o segredo para se ter sucesso888poker onlineuma discussão?
"É melhor guardar palavras mais fortes para o argumento888poker onlinesi,888poker onlinevez888poker onlineatacar as pessoas com quem você está debatendo", diz Amanda Moorghen.