Brasil é ultrapassado por Albânia, Geórgia e Azerbaijãoíndicedesenvolvimento da ONU:
Apesar da queda, o documento identifica certos avanços no Brasil, como um leve aumento na expectativavida da população - que passou74,5 para 74,7 anos - e também nos anosestudo, indicador que subiu7,7 para 7,8 anos. A expectativaanosestudo se manteve estável,15,2 anos.
Em nota, o governo brasileiro afirmou que os dados da ONU "ilustram a severidade da crise da qual apenas agora o país vai saindo".
"O resultado do conjuntotransformaçõescurso sob a liderança do presidente Michel Temer deve refletir-se, ao longo das próximas edições do índice,uma melhoria, tanto absoluta, como relativanosso número", afirmou a SecretariaComunicação da Presidência.
Trajetória do Brasil
Em comparação com anos anteriores, o Brasil se manteve estávelrelação ao último ranking do IDH. Isso ocorre porque o novo relatório atualizou números2014, divulgados pelo Pnuddezembro2015.
Com isso, o IDH do Brasil2014 foi levemente revisado para baixo, passando0,755, divulgado na época pela ONU, para 0,754 no atual documento, o mesmo índice obtido2015.
Se não tivesse havido essa revisão, o Brasil teria perdido quatro posições no ranking, já que havia ficado no 75° lugar no estudo anterior. Mas no atual relatório, a classificação do Brasil2014 foi rebaixada para 79°, a mesma obtida2015.
Ou seja, na prática, o Brasil já deveria ter perdido quatro posições no rankingIDH no estudo publicado no final2015,razão da queda na renda per capita mais acentuada do que o estimado na época.
A renda bruta per capita no Brasil (em paridadepodercompra) que havia sido divulgada2015 eraUS$ 15.175 (referente a 2014). No atual relatório, após revisão, ela foi reduzida para US$ 14.858, informou a ONU à BBC Brasil.
Em 2015,acordo com o documento divulgado nesta terça, a renda bruta per capita dos brasileiros caiu novamente, para US$ 14.145.
O Pnud informou à BBC Brasil que os dados do documento desta terça-feira não podem ser comparados com os números divulgadosrelatórios anteriores, já que eles foram revisados no relatório deste ano. Outros países também tiveram suas estatísticas alteradas.
Obter os números definitivosdados como esperançavida, PIB e renda per capita pode levar um longo período. Eles também mudamfunção da evolução da população, ressalta o programa da ONU.
"Agências nacionais e internacionais revisam e aperfeiçoam permanentemente suas sériesdados. Os números relacionados ao desenvolvimento humano, incluindo os valores e rankings do IDH, não são comparáveis aos das edições anteriores", afirma a ONU.
No caso do Brasil, apenas a renda per capita foi revisada para baixo. Os números dos demais critérios que compõem o IDH do estudo anterior foram mantidos. De acordo com o novo relatório, houve, portanto, leve aumento na esperançavida da população, que passou74,5 para 74,7 anos.
Outros países
O país com a pontuação mais próxima1 tem o melhor desempenho. É o caso da Noruega, primeira colocada no ranking, com ÍndiceDesenvolvimento Humano0,949.
A Austrália e a Suíça empatam no segundo lugar, com 0,939. O pior resultado do estudo é o da República Centro-Africana, com IDH0,352.
A Argentina (45° posição, com IDH0,827) e o Chile (38° da lista, com 0,847) integram a categoria mais elevada,desenvolvimento humano "muito alto". O Brasil está no grupopaíses com desenvolvimento humano "alto".
Desigualdade
Apesar da estagnação do Brasil nos dois últimos anos, o país melhorou sete posições no ranking do IDH no período2010 a 2015, segundo a ONU.
As diferenças na expectativavida, na educação e na renda no Brasil fazem com que o IDH registre uma perda25,6% quando ajustado à desigualdade no país. Isso porque um país pode ter um IDH elevado, mas se houver muita desigualdade, o índice pode valer menos.
De acordo com o Pnud da ONU, apesarprogressos nos últimos 25 anosrelação ao desenvolvimento humano, a pobreza extrema e a exclusão persistem na América Latina e Caribe eoutras regiões do mundo.
O relatório afirma que uma entre cada três pessoas no mundo ainda vivebaixos níveisdesenvolvimento humano.
A América Latina e Caribe possuem níveis elevadosdesenvolvimento humano quando comparados a outros países emergentes. Mas quando ajustadofunção da desigualdade, o IDH da região sofre uma redução25%, principalmente devido à desigualdaderenda.
Desafios
O estudo destaca que países desenvolvidos também enfrentam pobreza e exclusão social, com mais300 milhõespessoas vivendocondiçõespobreza relativa, sendo maisum terço crianças.
"O desenvolvimento humanotodos não é um sonho. É um objetivo realizável", diz o documento.
Entre as recomendações do Pnud estão políticas para aumentar oportunidades para as mulheres, garantir acesso à Justiça, promover proteção social e discriminação positiva para minorias e pessoas com necessidades especiais, alémprogramas para enfrentar mudanças climáticas e crises sanitárias, como o caso da epidemia do vírus zikapaíses como o Brasil.