De assédio à religião, as dicascassino roleta gratismulheres que viajam sozinhas pelo mundo:cassino roleta gratis

Miriam Maria

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A portuguesa Miriam Maria destaca o respeito às mulheres que percebeu no Vietnã

"Acho que temos que saber respeitar os códigos e costumes dos lugares, para não nos metermoscassino roleta gratisproblemas e estarmos abertas à noçãocassino roleta gratisque raramente o mundo é do jeito que achamos", diz a escritora Gaía Passarelli,cassino roleta gratis40 anos, autora do livrocassino roleta gratisviagens Mas você vai sozinha? (Globo Livros).

Passarelli alerta sobre a importânciacassino roleta gratisa viajante se informar, antes da partida, sobre a cultura local, principalmente costumescassino roleta gratisgênero.

Mas quais características ou hábitos locais podem interferir na experiênciacassino roleta gratismulheres que se aventuram sozinhascassino roleta gratisviagens?

1. Independência feminina

No segundo semestrecassino roleta gratis2016, a pesquisadora Hannah Maruci,cassino roleta gratis26 anos, fazia um intercâmbio do seu mestradocassino roleta gratisVeneza, na Itália, quando decidiu seguir sozinha para a Romênia.

Loreley Garcia

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Legenda da foto, A professora Loreley Garcia diz que 'vindocassino roleta gratisum país como o Brasil, por exemplo, é difícil desenraizar os medos típicoscassino roleta gratissociedades violentas'

A viagem foi o estopim para que ela percebesse um "preconceito" entre parte dos italianoscassino roleta gratisrelação a países que estão mais ao sudeste e leste da Europa.

A percepção quase a fez repensar a viagem. "Acharam estranho eu viajar para a Romênia. Disseram que era um lugar superperigoso para uma mulher ir sozinha", conta.

Mas a pesquisadora resolveu embarcar e não se arrependeu. "Também na Romênia estranharam que estivesse viajando sozinha, não entendem a razão, mas ainda assim me senti bem tranquila lá, mais do que no Brasil."

Já a escritora Passarelli conta que, por ter começado a viajar sem companhia muito cedo - aos 16 anos, para a Europa -, sempre se sentiu segura nas viagens que fez pelos cinco continentes.

"Em cidades mais turísticas, a mulher viajando sozinha é algo normal, não tem esse espanto, esse 'Oh, ela está sozinha!'", diz. "Mas também estivecassino roleta gratispaíses (menos visitados) da África e na Ásia e sempre me senti bem recebida", completa.

Passarelli diz que países que se aproximamcassino roleta gratisnossa língua e cultura podem ser uma boa opção para brasileiras que queiram viajar sozinhas pela primeira vez.

"Para uma brasileira insegura e pensando numa primeira viagem sozinha para longecassino roleta gratiscasa, lugares como Portugal são ideais: há a facilidade da língua, as pessoas são adoráveis e uma mulher viajando sozinha não é alvocassino roleta gratiscomentários ou curiosidade", avalia.

Gaia Passarelli

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Legenda da foto, Gaia Passarelli,cassino roleta gratisuma praia da Africa do Sul, diz que nunca sentiu medocassino roleta gratissuas dezenascassino roleta gratisviagens internacionais sem companhia

2. Assédio

Hannah Maruci, que visitou a Romênia, conta que não sofreu assédio no país. Mas o mesmo não aconteceu na Itália, onde se sentiu desconfortávelcassino roleta gratisalguns momentos.

"É um assédio que não chega a ser perigoso, mas é desagradável, principalmente ao sul da Itália", aponta.

A professora Loreley concorda com Hannah que na Itália, alémcassino roleta gratisGrécia e França, a mulher pode ser assediada na rua ecassino roleta gratisbarescassino roleta gratismaneira semelhante às abordagens masculinas que acontecem no Brasil.

"Mas no norte da Europa, Suécia ou Dinamarca não te abordam. Na Alemanha também há pouco contato, são muito contidos com desconhecidos", relata.

No outro lado do Atlântico, quando morou nos Estados Unidos, a jornalista Maria Carolina Oliveira,cassino roleta gratis27 anos, conta ter ouvido frases como "Samba para eu ver" e "Seu corpo é 'hot' (quente)".

"Senti que dizer um 'não' a um homem americano é algo mais bem aceito do que no Brasil, pelo menos na minha experiência", diz Oliveira.

Maria Carolina Oliveira

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Legenda da foto, Jornalista Maria Carolina Oliveira conta ter ouvido frases como 'Samba para eu ver' e 'Seu corpo é 'hot' (quente)' nos EUA

Mas, na Índia, onde costumes religiosos impõem às mulheres um comportamento distinto do Brasil e onde há casoscassino roleta gratisestupros coletivoscassino roleta gratisgrande repercussão, a escritora Gaía conta que se sentiu acolhida e segura com as mulheres locais.

"No meu primeiro dia no país, peguei ônibuscassino roleta gratisThiruvananthapuram e me sentei do lado errado, sem saber que tinha lugar definido para homens e para mulheres no transporte", conta.

"Na mesma hora, uma mulher se levantoucassino roleta gratisonde estava e se sentou ao meu lado, foi conversando comigo, desceu no pontocassino roleta gratisônibus que eu tinha que descer e me levou até onde eu tinha que ir."

O mesmo ocorreu no Vietnã com as portuguesas Joana Genésio,cassino roleta gratis24 anos, e Miriam Maria,cassino roleta gratis32 anos.

"As mulheres lá têm o mesmo papel na sociedade que os homens desde o tempo da guerra, momentocassino roleta gratisque elas tiveramcassino roleta gratisliderar as famílias enquanto os maridos defendiam o país", conta Joana.

"Os homens do país são muito respeitadores. Não procuram o contato físico, podem até elogiar, dizer que somos bonitas, mas não invadem nosso espaço, e isso é ótimo quando se viaja sozinha", afirma Miriam.

3. Bebida alcoólica

Todas as turistas consultadas relataram que a relação das pessoas com bebidas alcoólicas pode ser muito diferentecassino roleta gratispaís para país.

Nos Estados Unidos, México ecassino roleta gratisalguns países europeus e asiáticos, é proibido beber nas ruas, por exemplo.

Joana Genésio

Crédito, Acervo pessoal

Legenda da foto, A portuguesa Joana no Vietnã: "As mulheres lá têm o mesmo papel na sociedade que os homens desde o tempo da guerra, momentocassino roleta gratisque elas tiveramcassino roleta gratisliderar as famílias enquanto os maridos defendiam o país", conta.

Nos EUA, a jornalista Maria Carolina Oliveira conta que o que mais chamou acassino roleta gratisatenção não foi o assédio nas ruas, mas a relação que os americanos estabelecem entre mulheres e o pagamentocassino roleta gratisbebidascassino roleta gratisfestas.

"Uma vez fui a Las Vegas com oito amigas. Entramoscassino roleta gratistodas as baladas. Em nenhuma nos cobraram entrada e ganhamos bebidacassino roleta gratisgraça dos próprios cassinos para ficar 'nos divertindo' nas máquinas, mas sabíamos que o marketing desses lugares era atrair mulheres para chamar mais clientes", lembra.

Apesar desse comportamentocassino roleta gratis"atrair mulheres com bebidas" e do assédio com as brasileiras, Oliveira conta que não se sentia inseguracassino roleta gratisfrequentar festas oucassino roleta gratiscaminhar nas ruas.

"Percebi que é cultural lá, mas com o tempo vi que não significa que o homem queira algocassino roleta gratistroca necessariamente, é sócassino roleta gratispraxe dos lugares", opina a jornalista.

A relação dos italianos com a bebida também marcou a viagemcassino roleta gratisHannah.

"Quando você sai ou encontra um amigo na Itália, fica subentendido que ele irá pagarcassino roleta gratisbebida, mesmo que não tenha nada a ver com um encontro amoroso oucassino roleta gratisinteresse sexual."

Esse costume, segundo Hannah, vemcassino roleta gratistodos: mais novos e mais velhos, conservadores e tradicionais. "É um hábito mesmocassino roleta gratisque, só pelo fatocassino roleta gratisele ser homem, é ele quem paga a bebida às mulheres que estiverem com ele", conta.

"A primeira vez que um amigo me ofereceu bebida eu rejeitei, e ele disse que não era uma coisa ruim, que ele estava apenas me convidando. E me explicou que não pagaria bebida à noite toda, mas no mínimo a primeira rodada", lembra a pesquisadora.

Gaía Passarelli conta que o extremo sul da Índia, onde a maioria é muçulmana, a vendacassino roleta gratisálcool não é permitida nas ruas, somentecassino roleta gratishotéis e para turistas.

Sabendo desse costume, a escritora,cassino roleta gratisuma viagem ao Estadocassino roleta gratisTamil Nadu, pediu uma cerveja quando chegou ao seu hotel. "Então, uns homens me perseguiram até meu quarto gritando comigo porque eu estava bebendo cerveja", lembra.

Hannah

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Legenda da foto, Em Veneza, na Italia, Hannah conta ter se surpreendido com costume masculinocassino roleta gratispagar bebidas a mulheres

4. Religião e violência

"Na Índia, por exemplo, eu usei pano pra cobrir a cabeça, assim como na Itália eu cubro os ombros para entrar na igreja ou no Japão eu tiro o sapato para entrarcassino roleta gratisuma casa", conta Passarelli.

Em setembrocassino roleta gratis2016, a portuguesa Joana Genésio fez uma viagem pela Ásia. A viajante conta que não se sentiu com medo nas ruas, mascassino roleta gratispaísescassino roleta gratismaioria muçulmana, como Indonésia e Malásia, era comum mentir e dizer que estava acompanhadacassino roleta gratisum marido ou namorado.

A também portuguesa Miriam Maria fez uma viagem pelo continente e concorda que a religiãocassino roleta gratisalguns países interfere no modo como seus habitantes veem as mulheres viajantes do Ocidente.

"Marrocos e Índia são paísescassino roleta gratisque há uma grande abordagem sexualcassino roleta gratismulheres viajantes, porque somos vistas como as levianas", conta.

Para Loreley, especialistacassino roleta gratisgênero e sexualidade, "é flagrante como o tratamento às mulheres é bem diferente nos países onde houve fortes conquistas do movimento feminista".

"Vindocassino roleta gratisum país como o Brasil, por exemplo, é difícil desenraizar os medos típicoscassino roleta gratissociedades violentas", explica Loreley, contando quecassino roleta gratisprópria percepçãocassino roleta gratisinsegurança interferiucassino roleta gratissuas viagens.

A incomum sensaçãocassino roleta gratistranquilidade na Alemanha surpreendeu a socióloga. "Percebi que todos se sentiam tranquilos para andar nas ruas, a pé, tarde da noite. Mas eu não, acelerava o passo quando estava sozinha", lembra.

O estranhamento se repetiu nos Estados Unidos.

"Moreicassino roleta gratisuma pequena cidade do Oregon, onde as casas sequer eram trancadas, mas não me sentia confortável para subir a montanhacassino roleta gratisque vivia depois do escurecer. Os amigos me deram uma lanterna!"