A menina adotada ao nascer que descobriu ser fãtreasures of aztecirmã biológica:treasures of aztec
Quando o médico disse ao casal que poderia transportá-latreasures of aztecuma espécietreasures of aztecbalde, eles rejeitaram a ideia.
A menina logo aprendeu a andar - e correr - usando as mãos e o quadril. Cresceu sem medo, subindotreasures of aztecárvores e pulando no trampolim com os três irmãos mais velhos.
"Eles me incentivavam a pulartreasures of aztectodos os lugares, e as pessoas ficavam apavoradas", conta.
Aos três anos, ela recebeu próteses para as pernas, mas nunca as usava - se movimentava melhor sem elas.
Na escola, adorava todos os jogos com bola.
"Eu participava como todo mundo", diz Jennifer. "Meus pais não me tratavam diferente e por isso eu não tinha ideiatreasures of aztecque era diferente. Eu sabia que não tinha pernas, mas isso não me impediatreasures of aztecfazer o que queria."
Um livro (quase) aberto
Sharon e Gerald Bricker sempre falaram abertamente sobre a adoção.
"Eu sabia que era romena e que possivelmente tinha sido entregue para adoção porque não tinha pernas", diz Jennifer.
Os pais adotivos também a encorajaram a compreender a família biológica, imigrantes romenos que abriram mão dela no diatreasures of aztecque nascera.
"Você não sabe o que se passava na vida deles. Eles eramtreasures of aztecum país diferente. Tinham uma mentalidade diferente", diziam para a menina. Ao mesmo tempo, procuravam fazê-la sentir-se amada e querida.
Jennifer cresceu numa pequena cidade do Estado americanotreasures of aztecIllinois. A primeira veztreasures of aztecque viu alguém vindo da Romênia foi na TV. E durante os Jogos Olímpicostreasures of aztecAtlanta, nos EUA,treasures of aztec1996.
Ela adorava ver a equipetreasures of aztecginástica feminina dos Estados Unidos e, especialmente, uma atleta: Dominique Moceanu, então com 14 anos.
A atleta era apenas seis anos mais velha que ela e, como lembra Jennifer, "muito pequena" também.
"Fui atraída por ela porque éramos parecidas e isso era muito importante para mim", diz hoje. "Ninguém achava que eu estava crescendo. Eu não conhecia outros romenos. Me via nelatreasures of aztectantas maneiras que aquilo era muito importante para mim."
Dominique Moceanu e a equipe feminina americana ganharam um ouro olímpico, e foi naquele momento que Jennifer decidiu ser também uma ginasta.
Campeã sem pernas
Ela se dedicou aos saltos acrobáticos, mas não queria que fizessem qualquer concessão por causa datreasures of aztecdeficiência.
"Assim, quando eu entro numa competição, sei que é para valer", diz.
Jennifer se lembra da surpresa do público ao vê-la: "Essa garota não tem pernas e está competindo?"
"Mas o amor, o apoio quando eu competia, eram maravilhosos", continua. "As pessoas aplaudem e torcem porque eu deixei claro que nenhuma exceção foi feita para mim -treasures of aztecnada."
Aos 10 anos, ela disputou os Jogos Olímpicos da Juventude. Aos 11, era campeãtreasures of aztecginástica tumbling - que consistetreasures of aztecdar saltos no decorrertreasures of aztecuma pista - pelo Estadotreasures of aztecIllinois.
Jennifer continuou a acompanhar os altos e baixostreasures of aztecseu ídolo, que agora estava no noticiário por razões diferentes.
Em 1998, aos 17 anos, Dominique processou os próprios pais, acusando-ostreasures of aztecesbanjar US$ 1 milhão (R$ 3,17 milhõestreasures of aztecvalores atuais) do que ela havia recebido após a vitória nos Jogostreasures of aztecAtlanta.
Durante o julgamento, surgiram notícias sobre o tratamento severo que ela recebia do pai.
Dominique ganhou a disputa e conseguiu assumir o controle das próprias finanças.
O segredo
Quando completou 16 anos, Jennifer perguntou à mãe adotiva se havia algo que ela não tinha lhe contado sobre atreasures of aztecfamília biológica.
A adolescente não imaginava que a resposta fosse "sim" - os pais adotivos sempre haviam sido muito sinceros. Mas, paratreasures of aztecsurpresa, a mãe disse que tinha algo importante a dizer.
Sharon pediu que a filha se sentasse e disse: "O sobrenome datreasures of aztecfamília biológica era Moceanu".
Não havia dúvidas do que isso significava.
"Quando ouvi aquilo, pensei imediatamente: isso quer dizer que Dominique é minha irmã", lembra.
Os Bricker descobriram a família originaltreasures of aztecJennifer por acaso: a adoção deveria ter sido totalmente fechada, mas os nomes dos pais biológicos da menina apareciamtreasures of aztecalguns documentos.
Então, nos Jogostreasures of aztec1996, as câmerastreasures of aztecTV mostraram os paistreasures of aztecDominique - Camelia e Dumitru - na plateia. Quando os nomes deles apareceram na tela, o casal se deu conta que estava vendo os paistreasures of aztecJennifer.
Mas eles decidiram não dizer nada até a filha estar mais velha.
Quando soube da verdade, Jennifer quis entrartreasures of azteccontato com Dominique - mas resolveu fazer isso da melhor maneira possível.
"Eu não podia simplesmente ligar e dizer: 'oi, soutreasures of aztecirmã'. Eu não queria que ela me achasse louca."
Ela então pediu a um tio, que é detetive particular, para entrartreasures of azteccontato com seus pais biológicos.
Camelia e Dumitru não negaram que tivessem dado a filha para adoção, mas nunca mais atenderam os telefonemas.
"Ficou claro que eles queriam continuar me mantendotreasures of aztecsegredo", diz.
A carta
Quatro anos depois, Jennifer escreveu uma carta para a irmã, contandotreasures of aztechistória e como Dominique a tinha inspirado a ser uma ginasta também.
"Quase não pude acreditar. Você foi meu ídolo a vida inteira e,treasures of aztecrepente, descobri que você era minha irmã!", escreveu na carta.
Ela mandou junto cópiastreasures of aztectodos os documentos que tinha e muitas fotos - todas da cintura para cima.
"Instintivamente decidi não contar que não tinha pernas porque achei que seria um pouco demais", explica Jennifer.
"Pensei: ela já está descobrindo que tem uma irmã cuja existência ignorava. Vou esperar para contar sobre a faltatreasures of aztecpernas depois."
Na época, Dominique tinha 26 anos e não competia mais profissionalmente. Foi uma fase movimentada natreasures of aztecvida.
Ela se casara com um atleta e esperava o primeiro filho. Também tentava terminar as provas da universidade antes do parto.
No dia 10treasures of aztecdezembrotreasures of aztec2007, depoistreasures of aztecfazer uma provatreasures of aztecestatística, Dominique dirigiu até o correio para buscar um envelope.
Ela o abriu no carro e a primeira coisa que viu foram documentos com a assinatura dos seus pais. Aquilo chamoutreasures of aztecatenção.
Mas logo viu várias fotostreasures of aztecuma garota que se parecia muito comtreasures of aztecirmã mais nova, Christina. "A semelhança era incrível", diz.
Por último, Dominique leu a carta impecavelmente datilografada e uma frase saltou diante dos seus olhos: "Meu sobrenome biológico é Moceanu".
O choque
"Aquela carta foi o maior choque da minha vida, eu nunca vou esquecer", diz Dominique.
A ginasta precisava saber se aquilo era verdade.
Ainda no carro, telefonou para a mãe e a acordou com a pergunta: "Você deu uma filha para adoçãotreasures of aztec1987"?
A mãe caiutreasures of aztecprantos - disse "sim" e mais nada.
"Partiu meu coração porque ela havia guardado aquele segredo por tantos anos e nunca pudera lidar com ele", continua Dominique.
As semanas seguintes foram uma montanha-russatreasures of aztecemoções.
Dominique escreveu para Jennifer pedindo um tempo para processar a novidade e explicando que estava prestes a ter um bebê.
"Eu precisavatreasures of aztecrespostas para minhas próprias perguntas e descobrir como aquilo podia ter acontecido", lembra Dominique.
Na época, o pai estava muito doente e era difícil se comunicar com ele, mas Dominique descobriu que havia sido dele a decisãotreasures of aztecdar Jennifer ainda no hospital. Ele temia não ter dinheiro para pagar o tratamento médico.
A mãe não foi consultada e nunca teve a oportunidadetreasures of azteccontar tudo às outras filhas.
A filhatreasures of aztecDominique nasceu no diatreasures of aztecNatal. Alguns dias depois,treasures of aztec14treasures of aztecjaneiro, ela se sentiu pronta para telefonar para a irmã pela primeira vez.
Estava nervosa e tinha preparado um texto, mas a conversa fluiu rapidamente.
Então Jennifer disparou: "Você sabe que eu não tenho as pernas, né?"
Dominique ficou muda. Como podia ser?
As três irmãs
"Ela tinha me dito que era minha fã, que eu a fizera começar na ginástica e achei aquilo lindo. Mas nunca imaginei que ela fazia tudo aquilo sem ter pernas", conta Dominique.
Em maiotreasures of aztec2008, Dominique, Jennifer e a caçula Christina se encontraram pela primeira vez. Foitreasures of aztecOhio, onde a ex-campeã olímpica vivia.
"Foi surreal, como um sonho", diz Jennifer. "Mas por outro lado foi muito natural. O nosso DNA estava muito claro. Ao ver a minha irmã mais nova, parecia que eu estava diante do espelho."
As irmãs se encantaram com tudo o que tinhamtreasures of azteccomum - o jeitotreasures of aztecrir e até certos gestos -, mas cada uma tinha uma história bem distinta.
"Elas não tiveram o amor e o apoio que eu tive. Passaram por momentos tumultuados,treasures of aztecabusos e segredos. Não tiveram uma infância fácil", diz Jennifer.
O exemplotreasures of aztecNadia Comaneci
O casal Moceanu - que também havia se dedicado à ginástica - foi para os EUAtreasures of aztec1981, fugindo do regime comunistatreasures of aztecNicolai Ceausescu na Romênia.
Dominique nasceu logo depois que eles imigraram.
O sonho do casal era que ela fosse a próxima Nadia Comaneci, o fenômeno da ginástica romena que encantou o mundo na Olimpíadatreasures of aztec1976, aos 14 anos.
Quando a filha tinha apenas seis meses, eles a penduraram no varaltreasures of aztecroupas para testartreasures of aztecforça - o bebê ficou segurando até a corda arrebentar.
"Para eles, aquele era o sinaltreasures of aztecque eu seria uma ótima ginasta", diz Dominique.
Essa era uma história que seu pai, uma figura autoritária que exercia poder sobre a família, adorava contar.
Mas ela lembra que era constantemente humilhada pelos pais por causatreasures of aztecseu peso e por qualquer falha nas suas apresentações.
"Acreditava-se que esses eram os métodos para fazer você vencer", explica. "Mas são coisas que provocam estragos na autoestima quando você é uma pré-adolescente."
Também havia a ameaçatreasures of azteccastigo físico se atreasures of aztecperformance não fosse impecável.
"Nós concordamos que não teria sido um bom ambiente para eu crescer", diz Jennifer.
"Meu pais nunca se aproximaramtreasures of azteccrianças com deficiências", continua Dominique.
Conhecendo a mãe biológica
O pai morreu antestreasures of aztecJennifer encontrá-lo. Mastreasures of aztecjaneirotreasures of aztec2010, aos 22 anos, ela viu a mãe biológica, Camelia, pela primeira vez.
"Lembro dissotreasures of azteccâmera lenta", diz a jovem.
"Ela estava usando um gorrotreasures of aztecpeles típico do Leste Europeu", recorda. "Ela não acreditavatreasures of azteccomo eu me parecia com minhas irmãs e então, instintivamente, começou a falar romeno comigo."
Dominique tevetreasures of aztectraduzir tudo para a mãe, que estava surpresa demais para voltar a falar inglês.
As duas se abraçaram e Jennifer mostrou os vídeos das suas apresentações, inclusive da que fizeratreasures of aztecum show da cantora Britney Spears.
"Ela estava maravilhada, sabia que nunca poderia ter me dado uma vida assim", diz Jennifer.
A jovem diz que não sentiu raiva - algo que ela credita aos pais adotivos. "Eles me deram liberdade para não ser uma pessoa amarga."
Ela diz que seu coração foi tocado por Camelia.
"Minha mãe biológica foi vítimatreasures of aztecum casamento abusivo. Ela não teve uma vida fácil - e não estou procurando uma desculpa, simplesmente é a verdade", acrescenta.
As irmãs moramtreasures of azteclugares diferentes, mas sempre que podem se encontram. Jennifer agora viaja pelo mundo dando palestras motivacionais e fazendo showstreasures of aztecacrobacia aérea.
"Ela é maravilhosa, você pode ver a paixão dela quando está lá no ar", afirma Dominique. "Como irmã mais velha, tenho orgulho - ela está realizando seus sonhos."