Por que 2017 pode consolidar a guinada à direita na América Latina:pix bet265 app

Presidentes e ex-presidentespix bet265 appvários países da América Latina no funeralpix bet265 appFidel Castro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, A mortepix bet265 appFidel Castro foi um dos fatos que afetaram a esquerdapix bet265 app2016

No último um ano e meiopix bet265 appeleiçõespix bet265 appvários países, chegaram ao poder o empresário Mauricio Macri, na Argentina, o ex-banqueiro Pedro Pablo Kuczynski, no Peru, e, no Brasil, Michel Temer assumiu o cargo depois do impeachmentpix bet265 appDilma Rousseff.

E 2017 pode ser o ano que vai definir até que ponto vai chegar a guinada da América Latina à direita.

"Sim, vamos da esquerda para o outro lado. O ponto é onde vamos parar. E isso nós não sabemos", disse à BBC Mundo, serviçopix bet265 appespanhol da BBC, Marta Lagos, diretora do Latinobarómetro, uma empresapix bet265 apppesquisaspix bet265 appopinião voltadas para a região.

Mais eleições

Este ano serápix bet265 appcorridas presidenciais no Equador, Chile e Honduras. A Argentina deve ter eleições legislativas e o México, para governadores estaduais.

A disputa no Equador, marcada para fevereiro, será marcada pela ausência da candidatura do esquerdista Correa, que ocupa o cargo há uma década.

Nicolás Maduro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Nicolás Maduro, herdeiro políticopix bet265 appHugo Chávez, vive uma situação difícil

Seu herdeiro político é o ex-vice-presidente Lenín Moreno, que lidera das pesquisas para o primeiro turno, mas poderia enfrentar problemaspix bet265 appum eventual segundo turno se a oposição se unir.

Correa está confiantepix bet265 appuma vitóriapix bet265 appseu partido, mas admite que há possibilidadepix bet265 appderrota.

"Se chegarmos a perder, os processos continuam", afirmou o presidente equatorianopix bet265 appuma entrevistapix bet265 appdezembro, a mesma na qual ele falou das dificuldades que a esquerda enfrenta na América Latina hoje.

Mas embora tenha faladopix bet265 appmomentos difíceis, ele negou que sejam "terríveis".

No Chile, o ex-presidente Sebastián Piñera está na frente das pesquisas para as eleições, cujo primeiro turno deve ocorrerpix bet265 appnovembro.

O empresáriopix bet265 appdireita está vários pontos à frente do ex-presidente Ricardo Lagos, que faz parte da mesma coalizãopix bet265 appcentro-esquerda da presidente Michelle Bachelet.

Mas as pesquisas recentes sugerem que Piñera poderia ser derrotado no segundo turno pelo senador independente Alejandro Guillier, mais próximo do Partido Radical, social-democrata.

Em Honduras, porpix bet265 appvez, quem aparece como favorito nas eleiçõespix bet265 appnovembro é o atual presidente Juan Orlando Hernández, que tenta a reeleição pelo Partido Nacional, que é conservador.

A candidaturapix bet265 appHernández foi aceitapix bet265 appdezembro pelo Supremo Tribunal Eleitoral do país, apesarpix bet265 appa oposição considerá-la ilegal, lembrando que o ex-presidente Manuel Zelaya tentou a reeleiçãopix bet265 app2009 e foi depostopix bet265 appum golpepix bet265 appEstado que enfureceu a esquerda regional.

Dilma Rousseff e Cristina Kirchner

Crédito, AP

Legenda da foto, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner já não ocupam mais o poderpix bet265 appseus países

Efeito pêndulo?

Os analistas descartam ser uma mera coincidência que esses políticos distantes da esquerda apareçam hoje como favoritospix bet265 appseus países.

Pelo quarto ano consecutivo, o Latinobarómetro registroupix bet265 app2016 um aumento no númeropix bet265 applatino-americanos que se colocam à direita no espectro político.

O relatório indicou que 28% dos cidadãos da região se declarampix bet265 appdireita, nove pontos a mais do que os 19% registradospix bet265 app2011.

Segundo a pesquisa, 20% dos latino-americanos se declarampix bet265 appesquerda, enquanto outros 36% se colocam no centro do espectro político.

Os especialistas acreditam que há várias explicações para o fenômeno: o fim do boompix bet265 apppreçospix bet265 appmatérias-primas, o que causou muitos problemas econômicospix bet265 appvários governospix bet265 appesquerda, uma demanda maior por ordem e "pulso firme" contra o crime e até o avanço das religiões evangélicas, com posturas mais conservadoraspix bet265 apptemas como o aborto ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Além disso, nomes da esquerda latino-americana da década passada, como o ex-presidente Luiz Inácio Luula da Silva ou a ex-presidente da Argentina Cristina Fernándezpix bet265 appKirchner, agora enfrentam acusaçõespix bet265 appcorrupção na Justiça.

Soma-se a isso a grave crise econômica e política que a Venezuela enfrenta, que provocou pedidospix bet265 appum referendo para tirar da presidência do país o herdeiro políticopix bet265 appChávez, Nicolás Maduro, e contribuiu para a retração econômicapix bet265 appCuba no ano passado.

"Sem dúvida, tudo o que aconteceu deu uma vantagem à direita", avaliou a diretora do Latinobarómetro, Marta Lagos.

Busca por soluções

Ela e outros analistas acreditam que os latino-americanos estão buscando mais do que uma ideologia específica.

Rafael Correa

Crédito, AP

Legenda da foto, Rafael Correa (à esq.) quer eleger Lenin Moreno (à dir.) seu sucessor no Equador

Eles querem soluções práticas para seus problemas, o que poderia aumentar a alternância no poder, o que inclui também vitóriaspix bet265 appcandidaturas alternativas e populistas.

Dessa forma, a vitória das correntes mais conservadoras nas eleiçõespix bet265 app2017 confirmaria a virada da região para a direita, marcando uma tendência clara antes das eleições presidenciaispix bet265 app2018 no Brasil, México, Colômbia, Venezuela e Paraguai.

Por outro lado, uma faltapix bet265 appavanços concretos por partepix bet265 appgovernos pró-mercado como os do Brasil, Argentina, Peru e outros países poderia aumentar a tensão social e fazer com que as tendências mudem novamentepix bet265 appdireção na América Latina.

Muitos também se perguntam qual será o efeito político na região da chegadapix bet265 appDonald Trump à Presidência dos Estados Unidos.

Durantepix bet265 appcampanha Trump, atacou o México diversas vezes, inclusive a prometendo a construçãopix bet265 appum muro entre os dois países, e assegurou que será mais severo com os governos da Venezuela e Cuba.

Mas os analistas duvidam que o embate entre direita e esquerda na América Latina volte ao patamarpix bet265 app20 anos atrás.

Entre outros motivos, está o fatopix bet265 appos conservadorespix bet265 apphoje se mostrarem dispostos a manter programas sociaispix bet265 appsucesso criados na década passada.

"Em 2017, vai continuar existindo um desgaste dos partidospix bet265 appesquerda da região, mas não vejo como se fosse uma repetição dos anos 1990,pix bet265 appque havia governos que implementavam políticas consideradas neoliberais", afirmou à BBC Mundo João Augustopix bet265 appCastro Neves, analista para América Latina da consultoria Eurasia, com sedepix bet265 appWashington.

"E se os partidos mais à direita não resolverem muitos dos problemas sociais e econômicos que assolam a América Latina, o pêndulo pode voltar para a esquerda muito rapidamente", acrerscentou.