A crise humanitária esquecida que criou 400 mil refugiadosfluminense x palpite2016:fluminense x palpite
O governo do Sudão do Sul, presidido por Salva Kiir, nega as acusações.
Ruanda outra vez?
Sooka também alertou para o que pode se tornar uma repetição do genocídio que,fluminense x palpite1994, deixou maisfluminense x palpite800 mil pessoas massacradasfluminense x palpiteapenas três mesesfluminense x palpiteoutro país africano, Ruanda.
Mas apesar dessa magnitude, a situação no Sudão do Sul raramente teve repercussão na mídiafluminense x palpite2016.
Desde o início da guerra da civil,fluminense x palpitedezembrofluminense x palpite2013, maisfluminense x palpite1,17 milhãofluminense x palpitepessoas buscaram refúgiofluminense x palpitepaíses vizinhos, especialmentefluminense x palpiteUganda, Etiópia, Sudão e Quênia.
O número totalfluminense x palpitepessoas deslocadas alcança 1,8 milhão.
"Desde julhofluminense x palpite2016, estamos falandofluminense x palpitemaisfluminense x palpite400 mil pessoas que fugiram do país", disse à BBC Mundo (o serviçofluminense x palpiteespanhol da BBC), Eujin Byun, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
No mesmo período, o númerofluminense x palpiterefugiados sírios foifluminense x palpite200 mil, segundo o órgão - ainda que o total sejafluminense x palpite4,8 milhões.
Em 2016, o Sudão do Sul se uniu à Síria, Afeganistão e Somália no grupofluminense x palpitepaíses com maisfluminense x palpiteum milhãofluminense x palpiterefugiados.
Razões da crise
Mas como uma nação ricafluminense x palpiterecursos chegou a uma situação tão crítica?
A guerra civil teve início quando Salva Kiir destituiu seu vice, Riek Machar, a quem acusoufluminense x palpitetramar um golpefluminense x palpiteEstado. Os dois políticos pertenciam ao mesmo partido - o Exércitofluminense x palpiteLibertação do Povo Sudanês.
"Algumas horas mais tarde, os militares se dividiram e começamos a escutar tirosfluminense x palpiteJuba (a capital)", contou à BBC Mundo o brasileiro Raimundo Rocha dos Santos, um padre brasileiro que trabalha como missionário no Sudão do Sul.
"A origem do conflito é muito política. Uma profunda divisão no partido do governo".
Mas à rivalidade política se somaram tensões entre as duas etnias majoritárias do país: os dinka, grupo ao qual pertence Salva Kiir e que representa cercafluminense x palpite15% dos da população do país (que éfluminense x palpite12,3 milhõesfluminense x palpitepessoas), e os nuer, a que pertence Machar e corresponde a cercafluminense x palpite10% da população.
Em 2015, as duas facções fizeram um acordofluminense x palpitepaz que previa a voltafluminense x palpiteMachar ao governo como vicefluminense x palpiteKiir. No entanto, apenas três meses depois, Machar foi novamente expulso do governo e o conflito foi novamente deflagradofluminense x palpitejulhofluminense x palpite2016.
Petróleo
As causas da guerra não são exclusivamente políticas e étnicas.
"O Sudão do Sul é um país complicado e há muitos fatores que influem no conflito, inclusive econômicos", destaca Eujin Byun.
"Há uma inflaçãofluminense x palpite800%. Há um ano, um dólar valia três libras sudanesas. Hoje, estamos falandofluminense x palpite120 para cada dólar. A criminalidade também aumentou. Outro motivofluminense x palpitebriga é o petróleo. As duas partes querem controlar os campos petrolíferos", completa.
Com territóriofluminense x palpitedimensões semelhantes às da França, o Sudão do Sul é o país do mundo mais dependente do petróleo, segundo o Banco Mundial. O produto responde por praticamente todas suas exportações e por 60% do PIB. Porém, a maior parte do país vivefluminense x palpiteuma economiafluminense x palpitesubsistência e a situação piorou nos últimos anos - o PIB, por exemplo caiufluminense x palpiteUS$ 17 bilhõesfluminense x palpite2011 para apenas US$ 9 bilhõesfluminense x palpite2015.
Civis viram alvos
O impacto da guerra é brutal tanto do pontofluminense x palpitevista econômico como humanitário. Estima-se que maisfluminense x palpite50 mil pessoas tenham morrido nos três anosfluminense x palpiteguerra, segundo Rocha.
"Isso gerou uma crise humanitária enorme", conta o brasileiro.
Dos quase dois milhõesfluminense x palpitedeslocados internamente, maisfluminense x palpite200 mil estãofluminense x palpiteCentrosfluminense x palpiteProteção a Civis, gerenciados pela ONU.
"Em termosfluminense x palpitesegurança. estão relativamente bem, pois estão protegidos pelas forçasfluminense x palpitepaz da ONU, mas há também pessoas escondidas na floresta, sem segurança, comida ou necessidades básicas. É algo desesperador", relata o missionário.
"Povoados ou cidades são atacadosfluminense x palpiteconflitos e os civis viram alvos".
Byun se queixa da faltafluminense x palpiterecursos efluminense x palpiteatenção.
"Muita gente da comunidade internacional não sabe o que está se passando no Sudão do Sul".