'Espero um dia voltar a ser médico': o refugiado iraquiano que luta para retomar carreira nos EUA:slot rico jogo

Dez anos atrás, Marwan Sweedan estava fazendo cirurgias no Iraque. Das salasslot rico jogooperação, porém, foi parar num shopping na Califórnia, nos Estados Unidos, vendendo cachorro-quente.

Sua família atuava junto às forças da coalizão liderada pelos EUA no Iraque quando se tornou alvoslot rico jogogrupos rebeldes.

"Meu pai foi capturado, sequestrado, torturado e morto", conta.

Ele pediu refúgio e foi viverslot rico jogoSan Jose, na Califórnia - e chamaslot rico jogo"choque cultural" o processo pelo qual passou.

"Ser um refugiado não é algo que você planeja. Também não é algo que você acorda e decide ser. Apenas acontece", diz.

"Não entendi direito o que estava acontecendo. Era como se tudo estivesse desmoronandoslot rico jogominha volta."

'Superqualificado'

O único trabalho que Sweedan conseguiu ao chegar à Califórnia foi como vendedorslot rico jogocachorro-quente.

Mas ele não lamenta, pelo contrário: "Pra ser honesto foi divertido, aprendi muito", diz.

O iraquiano conta que só então aprendeu o significado da palavra "superqualificado" - empregadores ficavam confusos ao se deparar com um médico que disputava vagasslot rico jogoentregadorslot rico jogopizza, por exemplo.

Foi com a ajudaslot rico jogouma ONG que auxilia refugiados a se reinserir no mercadoslot rico jogotrabalho que o médico aprendeu que nem sempre se deve colocar no currículo tudo o que já fez.

"O objetivo do programa para refugiados nos EUA é a garantir a autossuficiência dos que chegam. É assegurar um primeiro trabalho o mais rápido possível", afirma Tara Wolfson, cofundadora do Global Talent Idaho, organização que ajudou Sweedan a conseguir um emprego.

Hoje, o médico trabalhaslot rico jogoum hospital, onde atua como especialistaslot rico jogoprevençãoslot rico jogoinfecção - responsável por manter a limpezaslot rico jogosalasslot rico jogocirurgia, por exemplo.

Treinamento

Em dois anos, a Global Talent Idaho já ajudou 125 refugiados a obter um trabalho melhor.

Entre os serviços prestados pela ONG estão suporte para aprimorar o inglês, consultoria para elaboraçãoslot rico jogocurrículo e simuladosslot rico jogoentrevistaslot rico jogoemprego.

"Apenas decidi que não poderia mais me olhar no espelho sabendo que há um médico limpando o chão ou um engenheiro organizando uma fila", diz Tara Wolfson, cofundadora da ONG.

Outras organizações nos EUA eslot rico jogooutros países fazem o mesmo: ajudar refugiados com treinamento e requalificação para o mercadoslot rico jogotrabalho.

Hamburgo, na Alemanha, sediouslot rico jogonovembro uma feira dedicada a refugiados - a ideia era promover a integração e oferecer informações sobre o mercadoslot rico jogotrabalho.

Público não falta: histórias como a do médico iraquiano se repetem entre refugiados que conseguem um novo lar, mas enfrentam dificuldades para encontrar uma ocupaçãoslot rico jogoacordo com suas capacidades.

A maioria deles desconhece a melhor formaslot rico jogomostrar suas habilidades aos empregadores.

Gina Finley diz que muitos refugiados cometem um erro básico, porém determinante na perdaslot rico jogooportunidades.

Nos EUA, conta, uma entrevistaslot rico jogoemprego normalmente começa com um "fale mais sobre você". Em muitos países, explica a especialista, é a deixa para falar sobre questões pessoais, como família, mas não ali.

"Eles ajudam a transformarslot rico jogoexperiência numa boa história,slot rico jogomodo que o empregador se interesseslot rico jogovê-lo pessoalmente", explica Marwan Sweedan, revelando o que faltava para ele deixarslot rico jogovender cachorro-quente.

Os refugiados que receberam ajuda da Global Talent Idaho estão ganhando,slot rico jogomédia, US$ 126 mil (R$ 424 mil) anuais a mais.

Sweedan é um deles. O médico conta que, graças ao novo trabalho no hospital, conseguiu comprar uma casa nos EUA. Mas está convencidoslot rico jogoque poderia estar ganhando muito mais se estivesse atuando como cirurgião.

"Acho que estou usando minha experiência, mas não na capacidade plena", avalia.

Exigências

Nos EUA, médicos e advogados, por exemplo, precisam passarslot rico jogotestes, tirar licenças especiais e conseguir autorizaçõesslot rico jogoconselhos para atuar.

Para ser cirurgião nos EUA, Sweedan precisará ser aprovadoslot rico jogotrês exames difíceis e caros. Depois, deverá ser aceitoslot rico jogoum programaslot rico jogoresidência médica com graduandosslot rico jogoMedicina.

Pode levar cinco anos até que o iraquiano consiga retomar as funções que deixou para trásslot rico jogoseu país. Mas ele diz que irá insistir no sonhoslot rico jogovoltar a ser médico.

"Não vou desistir. Trabalhei duro para conseguir meu diploma no Iraque, vou trabalhar muito outra vez e eventualmente vou conseguir."