'Agradeço o que fizeram por Lucía': o sofrimento da mãe cujo assassinato da filha chocou e mobilizou América Latina:aplicativo cassino online

Lucía ao ladoaplicativo cassino onlineseu irmão Matías.

Crédito, Matías Pérez

Legenda da foto, Lucía ao ladoaplicativo cassino onlineseu irmão Matías. Eram "companheiríssimos", conta a mãe, Marta Montero.

Sua filha foi drogada, estuprada repetidas vezes e assassinada por um grupoaplicativo cassino onlinehomens que, para tentar ocultar o ocorrido, lavaram seu corpo, vestiram-no e deixaram-no à portaaplicativo cassino onlineum hospital, para que pensassem que a jovem sofrera uma overdose.

Nenhuma a menos

O caso foi a gota d'água na luta das mulheres contra a violênciaaplicativo cassino onlinegênero na América Latina.

Cartaz "Ni una menos"

Crédito, AFP

Legenda da foto, "Ni una menos" (Nenhuma a menos) é a mensagemaplicativo cassino onlinemilharesaplicativo cassino onlinemulheres que saíram às ruasaplicativo cassino onlinevárias cidades da América Latina para protestar contra a violênciaaplicativo cassino onlinegênero. Os protestos são uma resposta à morteaplicativo cassino onlineLucía.

Na quarta-feira, mulheresaplicativo cassino onlineArgentina, Chile, Uruguai, México, Guatemala e vários outros países da região, inclusive o Brasil, saíram às ruas para condenar a violênciaaplicativo cassino onlinegênero e gritar ao mundo "ni una menos" (nenhuma a menos).

No Brasil, um protesto aconteceu na escadaria do Theatro Municipal, no centroaplicativo cassino onlineSão Paulo. O ato foi convocado pelas redes sociais e reuniu um grupoaplicativo cassino onlinemulheres com faixas que pediam o fim da violência e o feminicídio.

Na liderança da passeata realizadaaplicativo cassino onlineMar del Plata, estava Marta Montero.

"Meu filho e meus sobrinhos me mostraram [fotos das marchasaplicativo cassino onlineoutros países]. Todo o mundo se solidarizou conosco. Agradeço muito o que fizeram por Lucía", diz Marta.

As milharesaplicativo cassino onlinepessoas nas marchas, as dezenasaplicativo cassino onlinejornalistas que lhe telefonam e os amigos que aparecem para ajudar, porém, não atenuam o fatoaplicativo cassino onlinequeaplicativo cassino onlinefilha já não está por perto.

A jovem que a esperava todos os dias com um mate para conversar, que fazia massagemaplicativo cassino onlineseus pés quando estava cansada,aplicativo cassino onlineamiga e companheira, foi mais uma vítimaaplicativo cassino onlineum extensa listaaplicativo cassino onlinefeminicídios que entristecem a Argentina e toda a região.

"Muitas famíliasaplicativo cassino onlineMar del Plata passaram por coisas desse tipo e ninguém escutou", lamenta Marta à BBC Mundo pelo telefone. "Nos acostumamos a viver dessa maneira. Não pode ser. Que o mundo saiba."

Sem medo

Lucía não foi a última vítima. No mesmo diaaplicativo cassino onlineque a América Latina se mobilizava, um estupro coletivo voltou a aconteceraplicativo cassino onlineMar del Plata. Três homens atacaram uma jovemaplicativo cassino online19 anos.

"Estão acontecendo coisas gravíssimas. O que aconteceu com minha filha é terrível, horroroso, mas tem que servir para que algo seja feito. Não podemos mais seguir dessa maneira", diz Marta.

Lucía Pérez

Crédito, Facebook

Legenda da foto, Lucía Pérez tinha 16 anos

Como revelou seu próprio filho Matíasaplicativo cassino onlineuma carta aberta, a família tem recebido ameaçasaplicativo cassino onlinemorte. Mas, apesaraplicativo cassino onlinenão poder falar diretamente sobre isso por razões judiciais, Marta garante que não tem medo.

"Pior do que já me fizeram não vão fazer. Que o mundo saiba que é dessa forma que vivemos na Argentina", desafia.

Casos semelhantes também acontecem no Brasil. Em maio deste ano, o estupro coletivoaplicativo cassino onlineuma jovemaplicativo cassino online16 anos no Rioaplicativo cassino onlineJaneiro chocou o país e gerou uma ondaaplicativo cassino onlinemobilizações contra a violênciaaplicativo cassino onlinegênero e o feminicídio.

Uma das poucas mulheres à frenteaplicativo cassino onlineassociaçõesaplicativo cassino onlinedelegados no Brasil, a gaúcha Nadine Anflor afirmou à BBC Brasil na ocasião que estupros coletivos não são tão raros como se imagina. Segundo ela, o medo dos vários agressores torna o crime o mais subnotificado entre as violências contra a mulher.

Acostumando-se com a ausência

Lucía era a mais nova da família. Seu pai, Guillermo, é mecânico eaplicativo cassino onlinemãe, enfermeira. A jovem gostavaaplicativo cassino onlinedesenhar. Tinha inclusive ganhado uma bolsaaplicativo cassino onlineestudosaplicativo cassino onlineseu colégio. Seu quarto tem vários dos desenhosaplicativo cassino onlineanimais, rostos e olhos que Lucía fazia.

Matías, seu único irmão, estuda direito na Universidadeaplicativo cassino onlineMar del Plata. E Lucía era "companheira, muito companheira, companheiríssima do irmão", que, segundo Marta, está "coxo". "Ao irmão falta uma perna...", conta Marta e se desfazaplicativo cassino onlinelágrimas, um dos poucos momentos da entrevistaaplicativo cassino onlineque deixa uma resposta inconclusa.

Matías a levava ao colégio, era seu confidente. "Ela me contava quase todos seus segredos", diz Matías à BBC Mundo.

Quando se levanta, ainda tende a buscar por ela. À noite, na hora do jantar, a espera chegar.

Lucía eaplicativo cassino onlinecachorra Gema.

Crédito, Facebook Lucía Pérez

Legenda da foto, Lucía eaplicativo cassino onlinecachorra Gema

Não é o único. Pela casa a procura Gema, uma cachorra policial que ela ganharaaplicativo cassino onlinepresente do padrinho há um ano e que havia se tornadoaplicativo cassino onlinecompanheira inseparável.

"A cachorra sente muita falta, busca por ela", conta Marta.

Em uma das várias vezes que Marta visitou o quartoaplicativo cassino onlinesua filha na última semana, viu Gema dormindo debaixoaplicativo cassino onlinesua cama. Foi a última vez. Desde então, a cadela não quis mais entrar no local.

"Agora dorme com a gente", diz a mãe.

Lucía com um cachorro

Crédito, Arquivo da família

Legenda da foto, Segundo mão, desde pequena Lucía ama os animais

No mesmo dormitório onde hoje dorme Gema, sobre a mesaaplicativo cassino onlinecabeceira do marido outra foto cruza o campoaplicativo cassino onlinevisãoaplicativo cassino onlineMarta. Éaplicativo cassino onlineuma bebê "linda, cobertaaplicativo cassino onlinerosa". Uma das primeiras imagensaplicativo cassino onlineLucía, com menosaplicativo cassino onlineum mês.