A história da adolescente sul-africana que foi roubada quando bebê e quer ficar comdarts bwinsequestradora:darts bwin

Zephany Nurse
Legenda da foto, Zephany Nurse foi levada três dias após nascer, há 19 anos

darts bwin Imagine crescerdarts bwinuma famíliadarts bwinque você é a menina dos olhos do seu pai e o centro do mundo paradarts bwinmãe. Você é feliz e está ansiosa para comemorar seu aniversáriodarts bwin18 anos.

Agora imagine descobrir que a mulher que você amou toda adarts bwinvida te sequestrou e que o homem que você chamadarts bwinpai não é seu pai biológico.

Essa é a vidadarts bwinZephany Nurse.

Zephany é o nome que seus pais biológicos, Celeste e Morne Nurse, deram a ela quando ela nasceu,darts bwinum hospital da Cidade do Cabo, na África do Sul,darts bwin27darts bwinabrildarts bwin1997.

Já o nome que ela usou a vida toda não pode ser publicado para preservardarts bwinidentidade. Ela é considerada a "Madeleine McCann" - a menina inglesa que desapareceudarts bwinPortugal - da África do Sul.

Uma mulherdarts bwin51 anos, cujo nome também não foi revelado, recebeu uma sentençadarts bwindez anosdarts bwinprisão nesta segunda-feira após ser considerada culpadadarts bwinmarço por roubar Zephany do hospital enquanto Celeste ainda se recuperava do parto.

Celeste Nurse, mãe biológica da adolescente

Crédito, AP

Legenda da foto, Celeste Nurse, mãe biológica da adolescente, chorou no tribunal ao testemunhar

O julgamento atraiu a atençãodarts bwinmuitos sul-africanos, que mandaram mensagemdarts bwinapoio à jovem nas redes sociais.

Mas como Zephany lidou com esse julgamento?

As pessoas próximas ao caso dizem que isso destruiu a imagem que ela tinhadarts bwinsi mesma.

Ela disse que queria ficar com a mulher que a sequestrou, e não com os pais biológicos.

Zephany foi descoberta depois que uma das outras filhas da família Nurse começou a frequentar a mesma escola que ela e percebeu a semelhança.

Celeste e Morne Nurse suspeitaram do caso, acionaram a polícia e testesdarts bwinDNA mostraram que ela era a filha biológica deles. A menina morava a poucos quilômetros da casa dos pais biológicos.

A mulher que a criou foi presa, e começou aí um dos casos mais intrigantes e emocionantes da África do Sul.

'Fui enganada'

E o que levou a acusada a um ato tão desesperado?

Durante o julgamento, foi dito que ela havia sofrido diversos abortos naturais. Ela disse que isso fez com que ela ficasse desesperada para ter uma filha.

Mas ela nega que tenha roubado a criança e afirma que não esteve no hospital no diadarts bwinque a criança nasceu.

Garota com o rosto coberto

Crédito, AFP

Legenda da foto, Para preservar a identidade da garota, nome da condenada não foi revelado

Ela diz que recebeu a recém-nascidadarts bwinuma estaçãodarts bwintrem movimentadadarts bwinuma mulher chamada Sylvia, que não foi encontrada. Essa mulher seria a responsável por tratamentosdarts bwinfertilidade que ela estaria fazendo após os abortos espontâneos.

"Ninguém acreditadarts bwinmim neste momento, e eu mesma sou vítima. Fui enganada e envolvidadarts bwinalgo que eu não sabia", disse ela à BBCdarts bwinuma entrevista antesdarts bwinser condenada.

Ela também diz que assinou papéisdarts bwinadoção, mas eles se perderam.

Durante o julgamento, porém, a Promotoria mostrou provasdarts bwinque a mulher havia ido várias vezes à maternidade e tentado roubar crianças.

Apesardarts bwinseu marido só ter descoberto isso quando a identidade da criança foi revelada, ele ainda a apoia.

"Sempre iremos agradecê-la por ter sido uma ótima mãe" disse ele, segundo o site IOL.

Ele também falou sobre feriados que eles tiveram e família.

"Por 17 anos, tivemos uma tradiçãodarts bwincafé na camadarts bwintodos os Dias das Mães que minha mulher passou com Zephany. Eu fazia ovos, Zephany buscava as torradas, flores e presentes. Ela também fazia a decoração", disse.

Zephany está morando com o homem que ajudou a criá-la. Ele diz que ela está triste por ter "perdidodarts bwinmãe".

Psicologia x lei

O psicólogo Oliver Fachs, baseado na Cidade do Cabo, diz que é normal alguém na situaçãodarts bwinZephany se sentir "inquieto".

Ele diz que é normal, então, que ela queria ficar perto das pessoas que a criaram.

Celeste Nurse (de vermelho)

Crédito, AFP

Legenda da foto, Celeste Nurse (de vermelho) disse que família celebrava aniversáriodarts bwinmenina todos os anos

"Sua estruturadarts bwinsignificados, sensodarts bwinidentidade, como ela se coloca no mundo - tudo foi alterado", disse ele. "Como psicólogo, acho que o importante é saber como lidar com esta nova realidade."

Fuchs diz que a psicologia e a lei estãodarts bwinlados opostos neste caso.

Enquanto sem dúvida ocorreu um crime, Zephany não tinha consciência disso até pouco tempo atrás e passou a maior parte da vida construindo laços com as pessoas que a criaram.

Ela não falou diretamente com a imprensa, mas,darts bwin comunicado emitido pelo Centrodarts bwinJustiça Infantildarts bwinmarço, ela reclamou da forma como a mídia retrata a mulher que ela ainda vê comodarts bwinmãe.

"Vocês nunca pensam que essa é a minha mãe? Se for verdade ou não, não é para vocês brincarem com isso", disse a menina na época.

Ela também falou sobre o homem que a criou como pai.

"Como vocês se sentiriam como um pai, muito abalado mas ainda com bondade para dar apoio adarts bwinfamília?"

Durante o julgamento, ela foi impedidadarts bwinver a mulher acusada e foi levada para a casa dos pais biológicos. Mas ela teve dificuldades para se conectar com eles e pediu para ficar com o paidarts bwincriação.

O amor da família Nurse, porém, é paciente e já foi testado pelo tempo.

Pai biológicodarts bwinZephany

Crédito, AFP

Legenda da foto, Pai biológicodarts bwinZephany, Morne disse que o desaparecimento da filha acabou com o casamento

Por exemplo, Celeste disse no julgamento que a família fazia algo para marcar o aniversáriodarts bwinZephany todos os anos, com um bolo - eles sempre divulgavam a comemoração à mídia, na tentativadarts bwinencontrar a criança.

Por isso, a família biológica disse estar pronta para dar a ela o tempo que precisar e trabalhar para conquistar seu carinho e confiança.

Mas eles sentem que tiveram roubadadarts bwinvida com ela, e a experiência foi dura demais para o casal.

Enquanto testemunhava durante a audiênciadarts bwinleitura da sentença, Morne disse à corte que o casamento com Celeste havia sido prejudicado e que ele tiveram dificuldadesdarts bwinreatar a relação. Eles se divorciaramdarts bwinfevereirodarts bwin2015.

Ele desabou ao falar sobre os muitos anos que passou procurando a filha.

"Não sei como ela ficou com a Zephany por tanto tempo. Sempre procuramos por ela. A forma como eles continuaram escondendo minha filha é inacreditável", afirmou. "Não tenho nenhuma relação com minha filha e isso me machuca".

Ao dar seu veredito, o juiz John Hlophe descreveu a história da acusada como um "contodarts bwinfadas" e disse que "o júri rejeitou a história com o deprezo merecido". Ele afirmou que ela teve diversas oportunidades para devolver a criança para a família biológica.

Mas a mulher insiste que só e culpadadarts bwinamar uma criança que ninguém queria.

Agora que a sentença foi dada, há o debatedarts bwincomo fazer uma Justiça que traga menos danos às vítimas.

Zephany perdeu a pessoa que via comodarts bwinmãe, um marido perdeu a mulher que foi presa edarts bwinfilha, e a família Nurse, que já ficou sem a filha por anos, ainda está sem ela.

Até o momento, não há vencedores nesta história.