Nós atualizamos nossa Políticagry online casinoPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosgry online casinonossa Políticagry online casinoPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Quando um aborto espontâneo pode significar 50 anos na prisão:gry online casino
"Eu havia acabadogry online casinodescobrir que estava grávida. (...) Expeli (o feto) sozinha, sem anestesia, até que me encostaramgry online casinouma maca rodeadagry online casinoenfermeiras e uma ginecologista", conta Patricia à BBC Mundo, serviçogry online casinoespanhol da BBC.
"Começaram a me fazer perguntas, pressionar. Eu lhes dizia que me sentia muito mal, que estava tendo um aborto, mas não me deram atenção. (...) Depois me anestesiaram."
Ao acordar, o pesadelo se tornou pior. "As enfermeiras começaram a dizer que eu havia matado meu filho, mas não entendia o que estava acontecendo. Uma delas me mandou assinar um papel. Disse que não sabia o que era. Ela agarrou a minha mão e me obrigou."
Patricia foi denunciada pelo hospital ao Ministério Públicogry online casinoVeracruz, acusadagry online casinoaborto induzido, crime grave pelo Código Penal do Estado.
Questionada pela BBC Mundo, a equipe do hospital enviou comunicado dizendo que o caso está sendo investigado internamente "para que sejam apuradas as responsabilidades". Também disse ter "convidado a sra. Patricia para apresentargry online casinoqueixa nas instâncias internas" da instituição.
'Pecadora'
Patricia foi processada judicialmente, e seu caso corre na Suprema Corte do país. Ela abandonou Veracruz depoisgry online casinoser insultada na escola que frequentava. "Todo mundo dizia que eu havia abortado, que era uma pecadora", conta.
"Diziam isso para mim na rua também. Corria para casa para chorar, sentia-me muito mal, culpada. Fizeram-me acreditar que eu havia matado (o bebê). Dói muito."
Casos semelhantes se repetemgry online casinooutras partes do México, onde cercagry online casino700 mulheres estão cumprindo sentenças por homicídio mas cujo "crime", na maioria das vezes, foi ter sofrido abortos espontâneos, segundo uma ONG. A pena máxima para essas mulheres égry online casino50 anos. A Cidade do México é o único lugar onde abortos podem ser praticados legalmente no país.
Susana Duenas Rocha também diz que não sabia que estava gravida quando, aos 19 anosgry online casinoidade, sentiu-se mal e foi para uma clínicagry online casinoGuanajato, na região central do México. Na clínica, lhe disseram que ela estava tendo um aborto.
"Senti apenas que alguma coisa tinha saídogry online casinomim", contou Susana à BBC. "Eles (a equipe da clínica) disseram que iam me denunciar por ter matado o bebê, mas eu não tinha feito isso."
Condenada por homicídio
Susana foi presa e acusadagry online casino"matar um parente". Em 2004, foi sentenciada a 25 anosgry online casinoprisão. Segundo a ONG Las Libres, houve várias irregularidades no seu julgamento.
"Trouxeram um crucifixo e me disseram: 'Aqui,gry online casinofrente a ele (Jesus), jure que teve um bebê", ela contou.
A jovem foi então pressionada a assinar uma folhagry online casinobranco. O documento foi apresentado durante o julgamento, contendo a suposta confissão do "crime". No texto, Susana dizia ter dado fim à gravidez por "raiva".
Ela passou seis anos presa, até a ONG provar que não havido ocorrido um homicídio, mas um aborto natural. Hoje, ela estágry online casinoliberdade.
Criminalizando o aborto
O tema do aborto desperta ferozes debates no México, segundo país com maior númerogry online casinocatólicos do mundo, superado apenas pelo Brasil.
Casos como osgry online casinoPatrcia e Susana vêm se repetindogry online casinomuitas partes do México. Segundo ONGs, há no momento pelo menos 623 processos jurídicosgry online casinoandamento por causagry online casinoabortos.
E calcula-se que 700 mulheres mexicanas estejam hoje cumprindo sentenças por homicício, embora, na realidade, tenham se submetido a abortos ou sofrido abortos espontâneos.
"Maisgry online casino70% dessas mulheres sofreram abortos espontâneos, mas foram acusadasgry online casinomatar um parente", disse à BBC a diretora da ONG Las Libres, Veronica Cruz. Matar um parente é um crime que implica sentenças mais pesadas, explicou ela.
Algumas das mulheres presas receberam a sentença máxima, 50 anos. O crimegry online casinoaborto é punido com uma sentença menor, entre cinco e oito anos, ou liberdade mediante pagamentogry online casinofiança.
Estigma
Veronica Cruz diz que, desde 2009, mulheres que têm abortos vêm sendo criminalizadas no México, quaisquer que sejam os motivos.
Naquele ano, 16 das 36 legislaturas estaduais do país modificaram suas constituições para estabelecer que a vida humana deve ser protegida desde o momento da concepção. Isso ocorreu depoisgry online casinoa Cidade do México ter descriminalizado o aborto até as 12 primeiras semanasgry online casinogestação.
As mudanças constitucionais nos outros Estados tiveram como objetivo "bloquear a possibilidadegry online casinoque o aborto fosse descriminalizado no resto do país", disse Cruz.
Mas alémgry online casinojulgadas e presas, as mulheres acusadasgry online casinocometer aborto também são estigmatizadas socialmente.
"(Na prisão) disseram que eu era uma assassina, que tinha matado meu próprio filho - e que nem cachorros fazem isso", disse Susana que, mesmo depoisgry online casinosolta, não ficou livre das perseguições.
"As pessoas apontavam para mim e diziam grosserias. Tivemosgry online casinonos mudar."
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível