A atleta olímpica que se tornou ícone da direita no Brasil:prognósticos desportivos

Ana Paulaprognósticos desportivosjogo

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Ana Paula diz ser uma 'conservadora moderada', faz críticas ao feminismo e votaráprognósticos desportivosDonald Trump

'Conservadora moderada'

Ana Paula diz que passou a se interessar mais por política ao se mudar para os Estados Unidos, há sete anos.

"Antesprognósticos desportivosmorar aqui, confesso que torcia o nariz para o patriotismo americano e enxergava os atletas americanos como esnobes. Mas quando você mora aqui, vê que é algo que vai bem além do esporte: é um patriotismoprognósticos desportivosnão aceitar corrupção,prognósticos desportivosbrigar para melhorar seu bairro,prognósticos desportivosestarprognósticos desportivoseterna vigília."

Outra grande influência foram as aulas e palestras sobre política a que assistiu na universidade, experiência que lhe fez perceber entre os americanos um desejoprognósticos desportivosacessar "camadas mais profundas da política do que simplesmente reclamar da corrupção".

Casada com um americano eleitor do Partido Republicano, ela hoje se define como "conservadora". "Sou republicana, mas não aquela completamente do lado direito-direito. Sou uma repúblicana moderada."

Ana Paulaprognósticos desportivosprotesto

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Ex-atleta tem milharesprognósticos desportivosseguidores no Twitter

Segundo ela, é principalmente a economia que lhe faz pender para a direita - no Twitter, já defendeu "privatizar tudo" no Brasil.

"O que me incomoda muito nos democratas (partido do presidente Barack Obama) e no Brasil é a faltaprognósticos desportivosorçamentos equilibrados."

Votoprognósticos desportivosTrump

Ana Paula diz que seu candidato preferido para a eleição presidencial americana era o governadorprognósticos desportivosOhio, John Kasich, que terminouprognósticos desportivosquarto nas prévias vencidas pelo empresário Donald Trump.

Ela afirmou no Twitter que seria "obrigada a votarprognósticos desportivosTrump" para evitar uma vitória da democrata Hillary Clinton. Um seguidor então a aconselhou a "preparar as malasprognósticos desportivosvolta para o Brasil" porque seria "encaixotada por Trump junto com todos os latinos", ao que Ana Paula retrucou: "Tenho cidadania americana ;)."

A ex-jogadora diz considerar Trump um "grande pontoprognósticos desportivosinterrogação". "Não sei se ele é um 'true conservative' (conservador verdadeiro)."

Mas afirma que Hillary "adora gastar" e "representa toda a hipocrisia numa pessoa". "É uma mulher que defende os direitos das mulheres e recebe milhõesprognósticos desportivosdólaresprognósticos desportivospaíses que não têm respeito pelas mulheres", ela diz, citando doações recebidas pelo instituto que Hillary mantém com o marido, Bill Clinton.

Para Ana Paula, o principal motivo para votarprognósticos desportivosTrump é evitar que a Suprema Corte tenha uma maioriaprognósticos desportivosjuízes progressistas. Desde fevereiro, quando o juiz conservador Antonin Scalia morreu, a corte passou a ter quatro juízes identificados com a esquerda e outros quatro, com a direita.

Obama indicou um substituto para Scalia, mas congressistas republicanos se recusam a analisar o nome, argumentando que a indicação deve ficar a cargo do próximo presidente. O tema é crucial, já que a Suprema Corte costuma dar a palavra finalprognósticos desportivosvárias disputas políticas sobre temas como imigração, aborto e penaprognósticos desportivosmorte.

No Brasil, Ana Paula se dizprognósticos desportivos"centro-direita" e cita, entre os políticos que admira, o senador ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Segundo ela, Anastasia - afilhado políticoprognósticos desportivosAécio Neves, para quem Ana Paula pediu votosprognósticos desportivos2014 - "trouxe uma serenidade que falta à nossa política no processo do impeachment" e deveria ser o candidato tucano à presidênciaprognósticos desportivos2018.

Sobre o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), diz gostar dele como pessoa, mas achaprognósticos desportivosretórica muito inflamada. "Penso do Bolsonaro o que penso do Obama: discordoprognósticos desportivos90% do que ele fala, mas sei que é um cara do bem, que tem coração bom, uma índole boa."

Críticas ao feminismo

Embora avalie ser relativamente liberalprognósticos desportivostemas morais, Ana Paula foi acusadaprognósticos desportivostransfobia ao comentar a reação ao estupro coletivoprognósticos desportivosuma jovem no Rio,prognósticos desportivosmaio.

"Se todo homem tem um estuprador dentroprognósticos desportivossi", ela disse ao citar um argumento difundido por algumas mulheres, "o que a gente faz com os trans que querem usar o banheiro que aprognósticos desportivosfilha usa?"

Ana Paula diz à BBC Brasil não ter "absolutamente nenhum preconceito contra gays e pessoas que mudamprognósticos desportivossexo", mas que quis chamar a atenção "para a generalização que o feminismo faz hojeprognósticos desportivosdia".

"Essa guerra me incomoda muito, elas chamando homensprognósticos desportivosa, b ou c, sendo que na minha visão os homens são parte do nosso time, eles podem nos ajudar a que nosso mundo feminino seja melhor."

Questionada pela BBC Brasil se não considerava o esporte um meio machista por, entre outros motivos, pagar salários mais altos a atletas homens, ela admitiu haver desequilíbrios, mas criticou a forma com que essas bandeiras são tratadas, com "muita gritaria".

Outro tema que incomoda Ana Paula são as críticas a que atletas tenhamprognósticos desportivosbeleza destacadaprognósticos desportivosvezprognósticos desportivosseu talento (ela própria era tratada pela imprensa como "musa").

"O que é bonito é para ser olhado, homem ou mulher. O esporte tem uma beleza plástica e física que é inevitável, não tem como as pessoas não acharem musos e musas ". No Twitter, ela costuma exaltar a belezaprognósticos desportivosjogadoresprognósticos desportivosfutebol (o goleiro italiano Buffon é o alvo frequenteprognósticos desportivosseus elogios).

Ana Paula com o marido

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Ana Paula é casada com um americano e viveprognósticos desportivosDallas, nos EUA, desde 2009

Sobre outro tema polêmico, o aborto, diz aceitá-loprognósticos desportivoscasoprognósticos desportivosestupro ou quando há risco à vida da mãe (nos EUA, as mulheres têm o direitoprognósticos desportivosabortarprognósticos desportivosqualquer circunstância).

Ana Paula é voluntáriaprognósticos desportivosuma organização na Califórnia que tenta convencer mulheres a não interromper a gravidez. "Não estamos lá para dizer 'isso é um assassinato', mas para dar alternativas às que só querem fazer aborto por não ter condição financeira".

"Já me deparei com meninasprognósticos desportivos21 anos falando que estavam grávidas pela sétima vez, que já tinham feito seis abortos e agora queriam ter a criança. Esse é o lado do mercado do aborto que sou contra até o meu último fioprognósticos desportivoscabelo."

Sairprognósticos desportivoscima do muro

Ana Paula diz que pretende ficar nos Estados Unidos ao menos até o filho e a enteada completarem a universidade. Ela abriu uma empresa para atender clientes como arquitetaprognósticos desportivosinteriores e planeja fazer uma pós-graduação após se formar,prognósticos desportivosjaneiro.

Até lá, tudo indica que continuará polemizando no Twitter. "Meu propósito hoje é realmente sairprognósticos desportivoscima do muro e mostrar para muitas pessoas que o que me deixa triste é a omissão. Muita gente fala 'ah, o Chico Buarque isso, o Zéprognósticos desportivosAbreu e a Letícia Sabatella aquilo...' Gente, eu os respeito porque saíram do muro. O negócio é se omitir quando o país está mais precisando."

Ela diz que as críticas que passou a receber ao expor suas visões já não a abalam. "É como meu pai sempre falava: prego que não se destaca não leva martelada."