Os desesperados métodos para aliviar a dor usados antes dos anestésicos:cassinos que aceitam pay4fun

Ilustraçãocassinos que aceitam pay4funFrances Burney

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Legenda da foto, Frances Burney (1752-1840) foi uma conhecida romancista, cronista e dramaturga britânica

Intitulada "Relatocassinos que aceitam pay4funPariscassinos que aceitam pay4funuma operação terrível", a carta foi uma das primeiras descriçõescassinos que aceitam pay4funprimeira pessoacassinos que aceitam pay4funuma mastectomia. E uma das poucas descrições detalhadas do terrível tormento a que se submetiam as pessoas que eram operadas antes da invenção da anestesia.

Dubois havia advertido que ela iria "sofrer muito". E Burney sabia que teria que aguentar, "desafiando um terror que supera qualquer descrição, a dor mais torturante".

"Mas, quando o aço terrível penetrou no peito, cortando as veias, as artérias, a carne, os nervos" das suas entranhas, irrompeu "um grito que perdurou ininterruptamente durante todo o tempo da incisão (...)cassinos que aceitam pay4funtão insuportável foi a agonia. (...) Senti a faca contra o esterno, raspando-o!"

O quadro 'O Cirurgião' (1550-1555) mostra homem sendo operado na cabeça, com várias pessoas auxiliando-ocassinos que aceitam pay4funvolta

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Legenda da foto, O quadro 'O Cirurgião' (1550-1555), do pintor flamengo Jan Sanders van Hemessen

O depoimentocassinos que aceitam pay4funBurney oferece uma visão profunda da dor física e psíquica vivenciada pelos pacientes que passavam por cirurgias. E ela sentiu as sequelas não só no corpo, mas também na mente.

"Passei não foram dias, nem semanas, mas meses sem poder falar deste assunto terrível sem praticamente voltar a vivê-lo!", ela escreveu.

Diante da perspectivacassinos que aceitam pay4funter partes do corpo cortadas enquanto estavam conscientes, os pacientes aguentavam qualquer doença, até chegar à beira da morte, sabendo que a dorcassinos que aceitam pay4funaliviá-la seria pior.

Os cirurgiões também enfrentavam momentoscassinos que aceitam pay4funangústia profunda — e, até para os maiores especialistas do bisturi, as operações eram o último recurso.

Burney conta que Larrey "tinha lágrimas nos olhos" ao contemplar o procedimento e que, na única vezcassinos que aceitam pay4funque falou, foi para dizer o quanto se compadecia da situação, ao observarcassinos que aceitam pay4funpreocupação ao vê-la passar por tamanho sofrimento.

Dado tamanho horror, não écassinos que aceitam pay4funse estranhar que as tentativascassinos que aceitam pay4funreduzir a dor por meio da inconsciência sejam tão antigas quanto a própria civilização.

Muitos dos processos eram inofensivos e ineficazes, enquanto outros eram simplesmente perigosos.

Um brinde e diversas poções

Ilustração mostra paciente segurado por cinco homens

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Legenda da foto, Sem anestesia, era preciso restringir os movimentos dos pacientes enquanto eles sofriam dores lancinantes

A ingestãocassinos que aceitam pay4funetanol para induzir uma espéciecassinos que aceitam pay4fundesapego da dor era uma das práticas mais comuns. Os médicos embriagavam os pacientes até que eles não se importassem mais com as dores que sentiam.

O álcool também servia frequentemente como solventecassinos que aceitam pay4funpoções sedativas, que místicos e curandeiroscassinos que aceitam pay4funtodo o mundo preparavam com plantas capazescassinos que aceitam pay4funalterar a mente.

Um dos exemplos mais antigos chama-se máfèisàn — uma misturacassinos que aceitam pay4funextratoscassinos que aceitam pay4funervas criada pelo cirurgião chinês Hua Tuo, do século 2. Segundo o Livro do Han Posterior, que descreve a história chinesa daquele período, ele foi o primeiro médico a realizar uma cirurgia com anestesia, 1,6 mil anos antes da prática ser adotada na Europa.

A receita exata se perdeu, mas acredita-se que o lendário sedativo contivesse cannabis ou acônito (Aconitum napellus), uma planta venenosa que pode ser fatal.

Alguns dos ingredientescassinos que aceitam pay4funoutras poções sedativas também possuem essa mesma característica, como a beladona, uma das plantas mais tóxicas do hemisfério norte que foi usada por séculoscassinos que aceitam pay4funtratamentos medicinais, ou a cicuta, o veneno oficial da Grécia antiga que matou Sócrates.

A cicuta era um dos ingredientes do sedativo inglês dwale, que também continha:

- Ópio: provavelmente, o mais eficaz analgésico conhecido, mas que é forte causadorcassinos que aceitam pay4fundependência;

- Bíliscassinos que aceitam pay4funjavali: o usocassinos que aceitam pay4funingredientes animais nessas receitas não era comum, mas a bílis era muitas vezes misturada com gordura para ajudar na emulsificação e absorção dos ingredientes;

- Nabo-do-diabo: esta planta contém substâncias que podem causar problemascassinos que aceitam pay4funsaúdecassinos que aceitam pay4funseres humanos — provavelmente substituía a mandrágora, que era a erva mais usada nas receitas do Mediterrâneo, pelacassinos que aceitam pay4funcapacidadecassinos que aceitam pay4funproduzir sonolência e alucinações;

- Meimendro: como a mandrágora, esta planta é capazcassinos que aceitam pay4funinduzir inconsciência profunda e duradoura, tendo sido amplamente usada na Europa, na Ásia e no mundo islâmico;

- Alface: o suco seco da alface silvestre, chamadocassinos que aceitam pay4funLactucarium, foi associado por séculos a uma ação sedativa suave, embora haja pouca ou nenhuma evidência científica que justifique isso;

- Vinagre: usado por muito tempo para reanimar as pessoas inconscientes e para despertar o paciente após a operação.

O dwale é um exemplo das poções que começaram a ser padronizadas na Idade Médiacassinos que aceitam pay4funtorno desse grupo específicocassinos que aceitam pay4funplantas. No século 15, uma misturacassinos que aceitam pay4funópio, mandrágora e meimendro era o sedativo preferido para procedimentos cirúrgicos, como amputações. E os sedativos mudaram muito pouco daquela época até o século 19.

Mas essas poções não eram o único método usado para causar inconsciência.

Golpes, pressões e hipnose

Tomar poções que,cassinos que aceitam pay4funmãos incautas, poderiam envenenar o paciente não era muito aconselhável. Permitir levar um forte golpe na cabeça tampouco não era a opção mais atraente. Mas se recorria a esta medida quando todo o resto falhava ou não estava disponível, para deixar os pacientes que precisavamcassinos que aceitam pay4funcirurgia inconscientes. Era uma medida misericordiosa, mas suas consequências podiam incluir até mesmo um traumatismo craniano.

Ilustração da papoula

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Legenda da foto, A papoula (Papaver somniferum) é até hoje a fontecassinos que aceitam pay4funmuitos opiáceos — seu nome botânicocassinos que aceitam pay4funlatim significa 'papoula que adormece'

Outra técnica usada era a aplicaçãocassinos que aceitam pay4funpressão nos nervos para causar dormência nas extremidades, ou nas artérias do pescoço.

Os gregos antigos chamaram essas artériascassinos que aceitam pay4fun"carótidas" — nome derivado da palavra grega para torpor ou atordoamento. Essa denominação pode indicar que, naquela época, talvez já se soubesse que comprimi-las provoca inconsciência.

Pintura mostra mulher sendo hipnotizada por um homem, com vários outros homens assistindo ao redor

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Legenda da foto, A hipnose era uma solução eficaz, mas para poucos

A pressão nos nervos foi utilizadacassinos que aceitam pay4fun1784 pelo cirurgião britânico John Hunter para amputar um membro e, segundo o Colégio Realcassinos que aceitam pay4funAnestesistas do Reino Unido, o paciente não sentiu dor.

Já a pressão sobre as artérias não era muito comum, por uma razão muito simples: a obstrução do fluxocassinos que aceitam pay4funsangue para o cérebro colocava a vida do pacientecassinos que aceitam pay4funrisco.

A hipnose — conhecida como "mesmerismo" ou "magnetismo animal" no final do século 18 — era menos perigosa e poderia ser eficaz, mas apenascassinos que aceitam pay4funindivíduos suscetíveis.

Rapidez

Diante deste panorama, o melhor que se poderia esperar era estar nas mãoscassinos que aceitam pay4funcirurgiões como Robert Liston. Suas operações no University College Hospitalcassinos que aceitam pay4funLondres no início da décadacassinos que aceitam pay4fun1840 eram conhecidas pela velocidade, intensidade e sucesso.

A chancecassinos que aceitam pay4funmorrer por uma amputação realizada por Liston eracassinos que aceitam pay4fun1 a cada 6 (muito melhor que um cirurgião médio da era vitoriana) — e, do primeiro corte até a queda do membro amputadocassinos que aceitam pay4funuma caixacassinos que aceitam pay4funserragem, a cirurgia levava apenas 25 segundos.

Retrato (pintado ou desenhado de) Robert Liston

Crédito, Wellcome Collection

Legenda da foto, Robert Liston (1794-1847) podia não ser muito querido pelos colegas, mas era bastante requisitado pelos pacientes

Sem analgésicos disponíveis, a destreza dos cirurgiões reduzia o trauma quase inimaginável causado pela cirurgia. Mas também limitava a variedadecassinos que aceitam pay4funprocedimentos possíveis.

As operações mais complicadas exigiam anestesia, não só para evitar as dores, mas também,cassinos que aceitam pay4funalgumas partes do corpo, para relaxar os músculos e ter acesso aos órgãos internos.

Finalmente!

Até que,cassinos que aceitam pay4funmeados do século 19, surgiu o primeiro agente sedativo com sucesso comprovado: o éter dietílico.

A substância havia sido sintetizada originalmente (por meio da ação do ácido sulfúrico sobre o etanol) no século 13. Há relatos daquela épocacassinos que aceitam pay4funque o éter dietílico produzia alívio da dor e perdacassinos que aceitam pay4funconsciência, mas ele só foi aplicado clinicamente 600 anos depois.

O clorofórmio também entroucassinos que aceitam pay4funcena, e esses dois compostos ofereceram aos cirurgiões mais tempo para operar — portanto,cassinos que aceitam pay4funforma mais meticulosa.

Mas, na décadacassinos que aceitam pay4fun1850, houve debates acalorados sobre os riscos e benefícios da anestesia. Havia dúvidas se a dor seria necessária para o sucesso da cirurgia.

Durante a Guerra da Crimeia (1853-1856), o médico-chefe do exército britânico proibiu especificamente o usocassinos que aceitam pay4funclorofórmiocassinos que aceitam pay4funcirurgias no campocassinos que aceitam pay4funbatalha.

Um cirurgião militar comentou que preferia ouvir "os fortes gritos" dos soldados enquanto passavam pelo localcassinos que aceitam pay4funcirurgia. Ele afirmava que era um sinalcassinos que aceitam pay4funque eles estavam lutando para sobreviver.

"A dor era considerada uma função vital, pois eles pensavam que era um estimulante para que o corpo suportasse o estresse da cirurgia", diz Stephanie Snow, historiadoracassinos que aceitam pay4funmedicina da Universidadecassinos que aceitam pay4funManchester, no Reino Unido, e autoracassinos que aceitam pay4funlivros sobre a história da anestesia.

Vidroscassinos que aceitam pay4funéter e clorofórmio

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Legenda da foto, O éter e o clorofórmio foram os únicos anestésicos gerais usadoscassinos que aceitam pay4funcirurgias por décadas

Mas,cassinos que aceitam pay4fun1860, a anestesia eracassinos que aceitam pay4funuso comum. Ela reduzia a chancecassinos que aceitam pay4funos pacientes recusarem a cirurgia, e os cirurgiões tinham mais tempo para realizar os procedimentos e tentar operações novas e mais sofisticadas.

No início do século 20, foram utilizados os primeiros anestésicos locais, com basecassinos que aceitam pay4funcocaína, e começaram a surgir os primeiros profissionais anestesistas.

Mas o éter e o clorofórmio, às vezes usados combinados, continuavam sendo os únicos anestésicos gerais (embora o clorofórmio tenha deixadocassinos que aceitam pay4funser usado na décadacassinos que aceitam pay4fun1930).

Foi necessária uma guerra mundial para que fossem desenvolvidas as drogas e os gases utilizados hojecassinos que aceitam pay4fundia nos centros cirúrgicos — que devemcassinos que aceitam pay4funexistência ao desenvolvimento das armas nucleares.

"As bombas nucleares exigiam hexafluoretocassinos que aceitam pay4funurânio, e o avanço repentino da químicacassinos que aceitam pay4funfluoretação durante a Segunda Guerra Mundial permitiu a produçãocassinos que aceitam pay4funanestésicos muito eficazes, não inflamáveis e mais seguros", explica William Harrop-Griffiths, presidente da Juntacassinos que aceitam pay4funPesquisa e Qualidade Clínica do Colégio Realcassinos que aceitam pay4funAnestesistas do Reino Unido.

Por isso, Harrop-Griffiths afirma que "de algo que matou dezenascassinos que aceitam pay4funmilhares [de pessoas], surgiram drogas que salvaram centenascassinos que aceitam pay4funmilhares".

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