Como a concentraçãoroleta vale a penatestes genéticosroleta vale a penaeuropeus pode prejudicar o mundo todo:roleta vale a pena
O artigo lista uma sérieroleta vale a penapropostas para ampliar a diversidade nas pesquisas genômicas que tentam desvendar as origens dos seres humanos e os fatores por trásroleta vale a penadiversas doenças.
Para isso, defendem os pesquisadores, é preciso ampliar dramaticamente a quantidaderoleta vale a penatestes genéticos feitos na África, no Sudeste Asiático e na América Latina.
A BBC News Brasil conversou com o geneticista computacional Segun Fatumo, que é o autor principal do trabalho.
Nascido na Nigéria, o cientista é professor associadoroleta vale a penaepidemiologia genética e bioinformática da Escolaroleta vale a penaHigiene e Medicina Tropicalroleta vale a penaLondres, no Reino Unido, e lidera o Gruporoleta vale a penaPesquisaroleta vale a penaGenômica Computacional Africano, localizadoroleta vale a penaUganda.
Fatumo alerta que a faltaroleta vale a penadiversidade no conhecimento sobre a genética não é apenas ruim para os povos que são desprezados nos estudos, mas para toda a humanidade. A ausênciaroleta vale a penaum conhecimento mais amplo sobre o DNA e suas variações impede descobertas sobre a origemroleta vale a penamuitas doenças e o desenvolvimentoroleta vale a penanovos métodosroleta vale a penadiagnóstico e tratamento para as enfermidades.
Um cenário que só piora
Fatumo confessa que ele próprio ficou surpreso quando descobriu o tamanho do abismo nos testes genéticos.
"Em 2016, cercaroleta vale a pena3% dos estudos genômicos foram conduzidosroleta vale a penaindivíduosroleta vale a penaascendência africana", calcula.
"Esse número caiu para 2% e, mais recentemente, baixou para 1%", estima.
Essa diferença foi traduzidaroleta vale a penauma sérieroleta vale a penagráficos publicados no artigo da Nature.
O levantamento mostra que cercaroleta vale a pena12 milhõesroleta vale a penapessoas participaramroleta vale a penaestudos genéticos na América do Norte. Na Europa, são 10 milhõesroleta vale a penaindivíduos.
Esses números caem para 342 mil no Sudeste Asiático, 130 mil na África e apenas 24 mil na América do Sul.
Para piorar, da pouca informação genética africana disponível, segundo a análiseroleta vale a penaFatumo, boa parte dela vêm da diáspora que vive nos Estados Unidos ou no Reino Unido.
O artigo aponta que,roleta vale a pena1% dos participantesroleta vale a penaancestralidade africana que integram as basesroleta vale a penadados genômicas atualmente, a maioria se constituiroleta vale a penaafro-americanos.
A proporçãoroleta vale a penainformações do DNAroleta vale a penaindivíduos que moram na África é considerada "insignificante".
"Enquanto existem cinco grandes divisões etnolinguísticas africanas, a diáspora para o Reino Unido e os Estados Unidos consiste predominantementeroleta vale a penaapenas um desses grupos, os falantesroleta vale a penaNíger-Congo", escrevem os autores.
A pesquisa aponta que, apesarroleta vale a penaa África ser o berçoroleta vale a penauma das maiores diversidades genéticas e linguísticas do planeta, maisroleta vale a pena"90% desses grupos não possuem qualquer dado genético representativo até o momento".
Os efeitos práticos dessa desigualdade
Fatumo reforça que a faltaroleta vale a penarepresentatividade nos testes genéticos faz mal à própria ciência.
Para dar suporte a esse argumento, ele usa como exemplo o desenvolvimento dos inibidoresroleta vale a penaPCSK9, um remédio desenvolvido para baixar o colesterol que chegou ao mercado farmacêutico recentemente.
"E isso só foi possível porque alguns estudos descobriram variantes genéticas relacionadas ao PCSK9 que apareciamroleta vale a penaafricanos e não eram tão comunsroleta vale a penaoutras populações", diz.
Com esse conhecimento, foi possível descobrir um novo mecanismoroleta vale a penaação que leva ao colesterol alto — e, a partir daí, desenvolver um tratamento novo capazroleta vale a penabaixar a quantidade dessa molécula no organismo, que tem o potencialroleta vale a penabeneficiar pacientes do mundo todo.
E esse não é apenas um caso isoladoroleta vale a penasucesso: os raros estudos com a população africana também encontraram genes relacionados à doença renal crônica e ao diabetes.
Será que eles também não podem ser alvosroleta vale a penafuturas terapias que beneficiem todas as pessoas?
"Precisamos entender que todos precisam ser incluídos para que os benefícios da genômica sejam realmente universais", afirma o geneticista computacional.
Testes nem tão confiáveis assim
Ainda dentro desse debate, chama a atenção o fenômeno dos testes genéticos recreacionais, que são oferecidos por várias empresas e podem ser colhidosroleta vale a penacasa pelos próprios clientes.
Nesse mercado, entre as ofertas mais populares estão as dos examesroleta vale a penaancestralidade, que mostramroleta vale a penaonde vieram seus antepassados.
Não raro, os resultados desses testes trazem detalhes muito precisos quando a origem da pessoa tem a ver com a Europa — muitas vezes, é possível saber não apenas o país, mas o local bem específico onde moravam os tataravós.
Na contramão, quando o indivíduo tem ascendência africana, é comum que as informações sejam mais genéricas e só mostrem o país ou a região mais ampla do continente onde aquela sequênciaroleta vale a penaDNA é mais frequentemente encontrada.
Isso, mais uma vez, tem a ver com a faltaroleta vale a penadiversidade na genética, como explica Fatumo.
"A confiabilidaderoleta vale a penaum testeroleta vale a penaancestralidade depende do bancoroleta vale a penadados que é usado para fazer a comparação com o seu genoma", ensina o pesquisador.
"Então, sabendo que a quantidaderoleta vale a penainformação genética sobre as populações africanas é escassa, o riscoroleta vale a penaum resultado impreciso é alto."
"A confiança num exame desses vai depender muitoroleta vale a penasua origem. Se você tiver algum antepassado que veio da África, é capazroleta vale a penasua ancestralidade não estar devidamente representada nos bancosroleta vale a penadados genômicos", completa.
O que há por trás do abismo — e como resolvê-lo
Entre os motivos que ajudam a explicar a desigualdade na genética, Fatumo destaca uma espécieroleta vale a pena"suspeita mútua" que existe entre os cientistas e as comunidades marginalizadas.
"Durante muitos anos, os pesquisadores visitavam esses locais, colhiam amostrasroleta vale a penasangue das pessoas e voltavam para seus paísesroleta vale a penaorigem", conta.
"Ninguém conversava direito e os participantes dos estudos não recebiam sequer uma resposta sobre os testes aos quais eram submetidos."
O geneticista computacional entende que, mais recentemente, com a popularização da tecnologiaroleta vale a penasequenciamento genético e a formaçãoroleta vale a penacientistasroleta vale a penavárias partes do mundo, que muitas vezes vêm dessas próprias comunidades (como ele próprio), é possível repensar essa relação.
"Agora, nós temos a possibilidaderoleta vale a penadeterminar a agenda. Podemos sentar e conversar diretamente com as pessoas para explicar por que aquela pesquisa será importante para elas", avalia.
Para Fatumo, a única maneiraroleta vale a penaequilibrarroleta vale a penanovo a balança da genética — e incluir cada vez mais africanos, latino-americanos e asiáticos — passa necessariamente por duas mudanças.
"A primeira delas é reconhecer que esse é um problema global, que precisa ser resolvido por todos", diz.
"Segundo, nós precisamosroleta vale a penainvestimentoroleta vale a penainfraestrutura e na capacitaçãoroleta vale a penacientistas que venham desses locais menos representados."
"Assim, eles próprios podem operar os equipamentos e fazer as pesquisas."
- O texto foi originalmente publicado em
http://bbc.co.ukhttp://vesser.net/geral-62064744
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