A história do Prêmio Nobel que recebeu cervejabotafogo coritiba palpitegraçabotafogo coritiba palpitecasa por 30 anos:botafogo coritiba palpite

O fundador da cervejaria também criou,botafogo coritiba palpite1876, a Fundação Carlsberg, com objetivobotafogo coritiba palpitepromover e apoiar as ciências naturais, o que vem fazendo até hoje.

De acordo com o que está no seu site, ela foi uma organização pioneira, nacional e internacionalmente, no que diz respeito ao apoio às pesquisas científicas na Dinamarca.

Era desejobotafogo coritiba palpiteJacobsen que a fundação fosse confiada aos cuidados da Real Academia Dinamarquesabotafogo coritiba palpiteCiências e Letras, e que seu conselhobotafogo coritiba palpitecinco pesquisadores fosse eleito entre os membros da academia.

De acordo com Sunderland, a empresa foi, a partirbotafogo coritiba palpitemeados do século 19, uma das mais importantes contribuintes da economia dinamarquesa.

"A família Jacobsen era grande filantropa e apoiava a ciência e as artes na Dinamarca", conta. "A primeira bolsabotafogo coritiba palpitepesquisabotafogo coritiba palpiteNiels Bohr foi dadabotafogo coritiba palpite1911 pela Fundação Carlsberg e possibilitou que ele fosse estudar na Inglaterra nas universidadesbotafogo coritiba palpiteCambridge e Manchester."

Em 1913, jábotafogo coritiba palpitevolta à Dinamarca, Bohr procurou estender ao modelo atômico proposto por Ernest Rutherford,botafogo coritiba palpite1911, os conceitos quânticos sugeridos por Max Plank,botafogo coritiba palpite1900.

Estudando o átomo mais simplesbotafogo coritiba palpitetodos, obotafogo coritiba palpitehidrogênio, ele concluiu que o elétron não emitia radiações enquanto permanecesse numa mesma órbita, mas somente ao se deslocarbotafogo coritiba palpiteum nível mais energético (órbita mais distante do núcleo) a outrobotafogo coritiba palpitemenor energia (órbita menos distante).

Com isso, ele formulou um novo modelo atômico, que leva seu nome,botafogo coritiba palpiteque transição dos elétronsbotafogo coritiba palpiteuma órbita a outra não é gradativa, mas se dá por saltos. A descoberta lhe rendeu o Prêmio Nobel, aos 37 anos.

"Bohr foi um cientista central no desenvolvimento da mecânica quântica, que é um dos pilares da Física nos últimos 100 anos, diz o físico Peter Schulz, da Universidade Estadualbotafogo coritiba palpiteCampinas (Unicamp).

"Ela passou a ter enorme relevânciabotafogo coritiba palpiteoutras áreas do conhecimento, como química, ciência dos materiais, engenharia e biologia. Portanto,botafogo coritiba palpiteimportância, indiretamente, é enorme para a ciênciabotafogo coritiba palpitegeral."

Niels Bohr foi, sem dúvida, o principal cientista da Dinamarca e, como tal, foi apoiado e financiado durante todabotafogo coritiba palpitevida pela Fundação Carlsberg, que dizbotafogo coritiba palpiteseu site que a relação entre os dois gigantes foibotafogo coritiba palpitebenefício e prazer mútuos, contribuindo significativamente para a física dinamarquesa e internacional enquanto o cientista viveu.

Depois que voltou da Inglaterra, Bohr trabalhoubotafogo coritiba palpite1912 a 1914 como assistentebotafogo coritiba palpitepesquisabotafogo coritiba palpiteCopenhague, com salário complementado por financiamento da Fundação Carlsberg.

Em 1914, ele retornou a Manchester, onde assumiu o cargobotafogo coritiba palpiteconferencista sênior e ficou até 1916, quando a Universidadebotafogo coritiba palpiteCopenhague criou uma cátedra especialmente para ele. Nos anos seguintes, muitos jovens físicos internacionais chegaram à cidade, financiados pela Fundação Carlsberg, para trabalhar com Bohr.

Desdebotafogo coritiba palpitenomeação como professor, Bohr recebeu financiamento da Fundação Carlsberg todos os anos para projetos especiais e expansões, alémbotafogo coritiba palpiteuma doação anual regular para apoio as suas pesquisas e comprabotafogo coritiba palpiteequipamentos.

Ele também obteve recursos para a criação,botafogo coritiba palpite1921, do Institutobotafogo coritiba palpiteFísica Teórica da Universidadebotafogo coritiba palpiteCopenhague, bem como parabotafogo coritiba palpiteexpansão na décadabotafogo coritiba palpite1950.

A história da cerveja

Aqui começa a história da casa e da cervejabotafogo coritiba palpitegraça. Em 1931, Bohr recebeu da Fundação uma residência, mas não como doação, como se espalhou, e sim para seu usufruto vitalício.

Jacobsen havia determinadobotafogo coritiba palpiteseu testamento, que após a mortebotafogo coritiba palpitesua viúva ebotafogo coritiba palpiteseu filho, Carl,botafogo coritiba palpitecasa deveria ser transformadabotafogo coritiba palpiteuma residência honorária vitalícia "para um homem ou mulher merecedor nos campos da ciência, literatura ou arte".

O contemplado deveria ser escolhido pela Real Academia Dinamarquesabotafogo coritiba palpiteCiências e Letras por recomendação da Fundação Carlsberg, que também era responsável pelas despesas correntes relacionadas com a residência. Aí, incluída a cerveja.

O primeiro residente honorário, escolhidobotafogo coritiba palpite1914, foi o tutorbotafogo coritiba palpiteBohr, Harald Høffding. Quando ele morreu,botafogo coritiba palpite1931, a Fundação Carlsberg recomendou Bohr, que se mudou para a residência honorária combotafogo coritiba palpitefamília no ano seguinte, onde morou atébotafogo coritiba palpitemorte,botafogo coritiba palpite1962.

Nos 30 anosbotafogo coritiba palpiteque Bohr viveu lá, a residência honoráriabotafogo coritiba palpiteCarlsberg serviu regularmente como local para recepções oficiais na Dinamarca, apenas superada nessa capacidade pelo palácio da rainha. Hoje, a casa é divididabotafogo coritiba palpiteapartamentos separados, utilizados por pesquisadores que vêm do exterior por um tempo.

Mas e o oleodutobotafogo coritiba palpitecerveja, onde entra nessa história? "Não temos nenhuma documentação sobre o fornecimento da bebida para Bohr durantebotafogo coritiba palpiteocupação da residência honoráriabotafogo coritiba palpiteCarlsberg", diz Sunderland.

"O 'encanamentobotafogo coritiba palpitecerveja' é um mito. A distância da fábrica até a casa era muito grande para um duto e se alguma entrega fosse feita seriabotafogo coritiba palpitegarrafas." Por um oleodutobotafogo coritiba palpitedezenasbotafogo coritiba palpitemetros, a bebida estragaria.

O consultorbotafogo coritiba palpitehistória e arquivista da Fundação, Thomas Storgaard, confirma as duas informações. "Entreibotafogo coritiba palpitecontato com a arquivista das Cervejarias Carlsberg e ela confirmou que a história sobre o encanamento é um mito urbano", diz.

"O que sabemos, e podemos confirmar, é que a Cervejaria Carlsberg entregava 'husholdningsøl' ('cerveja caseira') à residência honorária onde Bohr ebotafogo coritiba palpiteesposa moravam. Ou seja: a empresa fornecia, gratuitamente, toda a cerveja necessária para a casa. Nos registros da Fundação Carlsberg, não há informações sobre o volume e o valor do fornecimento. Apenas que essa bebida foi fornecida à residência para 'necessidade doméstica'."

Sobre a origem da história sobre o oleoduto da cerveja, ninguém tem informações. É um mistério. "Não seibotafogo coritiba palpiteonde vem esse mito, mas acho que tem a ver com o fatobotafogo coritiba palpitea residência honorária Carlsberg (onde Bohr morava) estar localizada na área da fábrica", supõe Storgaard.

"E assim foi fácil supor que então, é claro, havia um dutobotafogo coritiba palpitecerveja da cervejaria vizinha até a residência."

Para Sunderlan, a história deve ter surgido porque as pessoas que ouvem falar da Carlsberg pensambotafogo coritiba palpitecerveja e não tanto no trabalho da fundação para a ciência e a cultura. "A história é tão boa que ganhou vida própria", diz. "Então não acho que ela vá desaparecer tão cedo."

Schulz conta que tinha lido sobre isso há um bom tempo, sem dar muita importância.

"Pelo menos até recentemente, quando um amigo me mostrou um meme com essa história", diz. "Ele perguntou se era verdade e eu fui atrás, e vi que era falsa. Um mito, mas que foi reproduzido por publicaçõesbotafogo coritiba palpiteveículos respeitados. Checando pelo Google Imagens, vemos,botafogo coritiba palpitefato, vários memes com a foto do cientista e frases falando sobre a torneira vitalícia."

Seu colega físico, Nathan Willig Lima, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que foi aluno do atual diretor do Arquivo Niels Bohr, Christian Joas, num curso sobre história da mecânica quântica, revela que também conhecia a história do encanamentobotafogo coritiba palpitecerveja, mas que não saberia dizerbotafogo coritiba palpiteonde.

"Existem várias histórias e anedotas sobre os grandes nomes da física", explica. "Esse tipobotafogo coritiba palpiterelato circulabotafogo coritiba palpiteaulas, ou comentários informaisbotafogo coritiba palpitecorredoresbotafogo coritiba palpiteinstitutosbotafogo coritiba palpitefísica."

Para ele, provavelmente essa da torneirabotafogo coritiba palpitecerveja foi inventada na própria épocabotafogo coritiba palpiteBohr, pois é fato que ele gostavabotafogo coritiba palpiteuma Carlsberg.

"Em diversas fotos,botafogo coritiba palpitealmoços no Institutobotafogo coritiba palpiteFísica Teóricabotafogo coritiba palpiteCopenhague, pode-se ver uma garrafa da marca na mesa dele", diz. "Nesse sentido, a história parece ser uma brincadeirabotafogo coritiba palpitequem conhecia Bohr."

Brincadeira que, para alguns cientistas, não só é inofensiva, como pode ajudar a humanizar a imagem deles.

"Circulam poucas histórias sobre nós sermos seres humanos como quaisquer outros", lamenta Schulz. "É muito ruim a imagembotafogo coritiba palpiteque cientistas são 'santos perfeitos'. De certa forma é o que acaba sendo cobrado por uma parcela da sociedadebotafogo coritiba palpitecríticas às universidades públicas. Basta aparecer alguma notícia negativa na imprensa, relatando algo que acontecebotafogo coritiba palpitequalquer espaço social, mas se é na universidade começam os discursosbotafogo coritiba palpiteque são todas um lugarbotafogo coritiba palpitebalbúrdia irresponsável, como vimos recentemente."

Por isso, ele diz que é bom saber que cientistas bebem cerveja. "Tanto os grandes, como Bohr, quanto os outros bem menores, como eu", diz. "Adoro essa bebida. Além disso, percebo o quanto se perdeu ao longo do tempobotafogo coritiba palpiteuma certa espontaneidade e irreverência meio científico, que são necessárias para o bem da própria ciência e para abotafogo coritiba palpitepercepção no ambientebotafogo coritiba palpitevolta."

O astrofísico José Dias do Nascimento Jr., da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisador do Centrobotafogo coritiba palpiteAstrofísica (CfA), do Observatório Astrofísico Smithsonian, da Universidadebotafogo coritiba palpiteHarvard, também vê com naturalidade histórias como a cerveja grátisbotafogo coritiba palpiteBohr, mas ressalva que é preciso olhar para questões culturais relativas a cada povo.

"Quando estive na Dinamarca, percebi que na Universidadebotafogo coritiba palpiteCopenhague, na lanchonete onde todos os professores e pesquisadores almoçavam, era possível pedir uma cerveja para o almoço, assim como um suco ou água", conta. "Alguns pegavam, outros não."

Ou seja, todos tratavam a cerveja como parte da alimentação. "E isso é bem dinamarquês na formabotafogo coritiba palpiteagir", explica. "Abrir o sanduíche e pegar uma latabotafogo coritiba palpiteCarlsberg ou Tuborg é natural. Na França, algo parecido é visto com o vinho nas lanchonetes das universidades. Este costume é estabelecido desde sempre. O Brasil não tem esta tradição e isso pode ser vistobotafogo coritiba palpiteforma diferente se acontecer."

Quer dizer, se Bohr fosse brasileiro não teria recebido cervejabotafogo coritiba palpitegraça e a ciência teria perdido uma boa história.

botafogo coritiba palpite Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal botafogo coritiba palpite .

botafogo coritiba palpite Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube botafogo coritiba palpite ? Inscreva-se no nosso canal!