D. Leopoldina: a austríaca por trás da Independência do Brasil que foi humilhada pelo imperador:bonusbet casino

A visão e a atuação política da arquiduquesa austríaca nos bastidores do processobonusbet casinoindependência tiveram considerável peso para o trajeto que tomou a história do país.

O que pode soar contraditório quando,bonusbet casinooutros momentos, Leopoldina é vista fragilizada e impotente diante das humilhações impostas por D. Pedro - principalmente quando o imperador favorecebonusbet casinoforma ostensiva a amante Domitilabonusbet casinoCastro Canto e Melo, a Marquesabonusbet casinoSantos.

Os traçosbonusbet casinopersonalidade e as atitudes da primeira imperatriz brasileira são ligados por historiadores abonusbet casinoorigem na dinastia dos Habsburgos, reinante na Áustria por maisbonusbet casino600 anos.

A família mantinha uma tradiçãobonusbet casino"políticabonusbet casinocasamentos" para aumentar territórios e se manter nos centros do poder. As princesas dos Habsburgos recebiam uma formação que deixava claro que os interesses da dinastia estavam acima dos pessoais. A irmã Maria Luísa se casou com Napoleão Bonaparte.

Leopoldina nasceubonusbet casino1797, filhabonusbet casinoFrancisco 1º, imperador da Áustria. Teve instrução ampla, rica e estavabonusbet casinoum ambiente sofisticado intelectualmente: conviveu com o compositor clássico Schubert e o escritor Goethe. Desenvolveu o seu interesse pela mineralogia com as aulasbonusbet casinociências naturais.

Mas principalmente recebeu educação calcada na obediência e na moral religiosa.

Sacrifício

Carlos H. Oberacker Jr, um dos principais biógrafosbonusbet casinoLeopoldina, escreve que "outro traço, sem o qual não se entenderá o comportamento com o qual ela se submete - quase como um sacrifício - embonusbet casinovida conjugal, é a religião. Sua formação religiosa teve uma profundidade e uma intensidade que raramente se encontrava nos altos estratos sociais daquele tempo".

A uniãobonusbet casinoLeopoldina com o príncipe e herdeiro da coroa portuguesa, D. Pedro 1º, era vista pelos Habsburgos como uma portabonusbet casinoentrada para as Américas, o "Novo Mundo". A Casabonusbet casinoBragança, porbonusbet casinovez, decidiu se ligar a uma força da Europa pós-napoleônica para o casamento arranjado.

"D. Leopoldina era uma legítima representante da dinastia dos Habsburgos da Áustria. Seu casamento foi, como eram os casamentos reais, baseadobonusbet casinoum tratado entre Portugal e a Áustria", diz a historiadora Isabel Lustosa, autora do livro D. Pedro 1º: Um Herói sem Nenhum Caráter (Companhia das Letras, 2006).

"Era uma mulher inteligente, culta, bastante honesta e ciosa dos valores da religião católicabonusbet casinoque fora educada."

Foram construídos arcos no Riobonusbet casinoJaneiro para a recepção da princesa vinda da Áustriabonusbet casino1817.

Eles continham inscrições com virtudes atribuídas a Leopoldina: bondade, amabilidade, doçura. Havia também bandas e crianças jogando flores no caminho do cortejo da chegada, segundo um cronista do período, o Padre Perereca.

Leopoldina descrevebonusbet casinocarta a impressão ao chegar ao Rio: "A entrada do porto é sem par, e acho que a primeira impressão do paradisíaco Brasil a todo estrangeiro é impossívelbonusbet casinodescrever com qualquer pena ou pincel".

Mas logo a arquiduquesa austríaca estranharia o ritmo lento do cotidiano na corte.

Escreve elabonusbet casinocarta à irmã: "Apesarbonusbet casinoestar feliz, o modobonusbet casinovida, no qual as pessoas nunca vão ao teatro, não se frequentambonusbet casinosociedade, a não ser para ver as pessoas que se vê todos os dias, para uma pessoa que está acostumada a diversões ébonusbet casinoenlouquecer: até meu esposo suspira por isso. Ler e escrever, o calor do clima e a preguiça que ébonusbet casinoconsequência não permitem".

Independência

Uma das "missões" assumidas por ela após a instalação no Brasil foi aumentar a bagagem culturalbonusbet casinoD. Pedro, visto como alguém perspicaz e com grande capacidadebonusbet casinocomunicação, embora, aos olhos dela, com formação educacional deficitária para um futuro rei.

O entendimento sobre como funcionava o jogobonusbet casinopoder, desenvolvido como uma integrante do clã Habsburgo, influencioubonusbet casinoatuaçãobonusbet casinoprol da independência do Brasil.

A historiadora Mary del Priore afirma que Leopoldina "vai lentamente se convencendo que a emancipação [do Brasil] será boa para os seus filhos, garantiria um trono para abonusbet casinodescendência. Isso ébonusbet casinofundamental importância. Depois ela pensa na união do Brasil, pensa no seu marido como monarca reinante".

Em outra carta, D, Leopoldina analisa que "esse é o único meiobonusbet casinoevitar a queda total da monarquia portuguesa".

"Ela teve visão bastante pragmática dos acontecimentos e compreendeu que seria melhor para a Áustria e para a família que havia formado viverbonusbet casinoum país independente", diz Isabel Lustosa.

D. Leopoldina, então, toma à frentebonusbet casinoreuniões ao ladobonusbet casinooutro artífice da proclamação, José Bonifácio, e firma contato com grupos como os "Patriotas Brasileiros".

"Ela vai ajudar muito D. Pedro no processobonusbet casinoindependência porque ele falava muito mal línguas", diz Del Priore, que escreveu A Carne e o Sangue: A Imperatriz D. Leopoldina, D. Pedro 1º e Domitila, a Marquesabonusbet casinoSantos (Rocco, 2012) .

"Leopoldina vai acolher marinheiros e sobretudo soldados contratados - mercenários - para a marinha brasileira. Vai a cavalo pro arsenal com D. Pedro, encomenda cavalos para a cavalaria brasileira, ela tem uma sériebonusbet casinocuidados: participa ativamente desse momento."

Enquanto D. Pedro estavabonusbet casinoSão Paulo para a costurabonusbet casinoapoios, D. Leopoldina assumia como regente, tornando-se a primeira mulher a governar o Brasil.

Ela convoca e preside uma reunião do Conselhobonusbet casinoEstadobonusbet casino2bonusbet casinosetembrobonusbet casino1822 e sanciona a deliberação do grupo: deveria ser proclamada a independência do Brasil.

Em correspondência ao seu pai, o imperador Francisco 1º, ela relaciona suas ações ao compromissobonusbet casinose sacrificar pela família: "O Todo-Poderoso sabe que nunca tive ambição pelo poder, nunca gosteibonusbet casinoreinar, muito menos nas condições atuais; por este motivo, certamente este é o sacrifício mais pesado e maior que eu faço".

O pesquisador e escritor Paulo Rezzutti, autorbonusbet casinoD. Leopoldina: A História Não Contada (Leya, 2017), diz que "o papel dela,bonusbet casinodeterminados momentos, foi mais importante que o do marido. Enquanto d. Pedro, ainda no finalbonusbet casino1821, estava disposto a fazer tudo o que as Cortes Constitucionais Portuguesas queriam dele, com medobonusbet casinoser destituído como herdeiro do trono, D. Leopoldina já tinha se desenganado quanto ao que se esperar dos portugueses".

"O Fico, por exemplo, é um movimento que não teria o fim que teve sem ela agindo nos bastidores como elemento que teceu as bases para que ele ocorresse", afirma Rezzutti.

Sofrimento

A sintoniabonusbet casinoLeopoldina com D. Pedro 1º durante o processo da independência não reflete a grande infelicidade na relação conjugal - manifestadabonusbet casinocartas.

Em correspondência com a irmã Maria Luísa,bonusbet casino1821, ela conta: "Começo a acreditar que somos muito mais felizes quando solteiros, pois agora tenho preocupações e dissabores que engulobonusbet casinosegredo, pois queixar-me seria ainda pior; infelizmente, vejo que não sou amada".

Em outro trecho ela comparabonusbet casinovida vigiada com a do marido: "No Brasil não se dança nunca, e meu esposo tem o belo costumebonusbet casinose divertirbonusbet casinoqualquer maneira; os outros, porém, nunca podem rir e devem viver como eremitas, sempre cercados da polícia secreta, o que intimamente me repugna, mas me calo".

"Nós temos abundantes documentos que comprovam que Leopoldina foi abandonada desde o segundo mêsbonusbet casinocasamento", diz Mary del Priore.

A imperatriz também tinhabonusbet casinoenfrentar problemas financeiros. Chegou a pedir dinheiro a membros do império austríaco para honrar dívidas e custosbonusbet casinoobras sociais.

"Gastos imprevistos, ordenados e pensões a famílias necessitadas e aos criados, que, infelizmente, põem toda abonusbet casinoesperançabonusbet casinomim, obrigam-me a desembolsar a quantiabonusbet casino24 mil florins. Não posso pagar essa dívida, e menos ainda meu esposo. Minha mesada não é paga, ou, quando é, meu marido a retém, e não posso tirá-la dele, pois ele mesmo a necessita."

Essa situação se contrastaria com os custosos privilégios, presentes e benesses que receberia Domitila. D. Pedro teve diversas amantes e casos, mas a Marquesabonusbet casinoSantos ganharia um status diferenciado.

Seus irmãos obtiveram promoções para avançar na carreira militar. Os pais e cunhados se tornaram viscondes e barões. Domitila também começou a gerenciar tráficobonusbet casinoinfluência na corte, ao intermediar acessobonusbet casinoquem precisavabonusbet casinofavores na burocracia real.

Em um episódio no anobonusbet casino1825, o imperador exigiu que a amante pudesse frequentar a tribuna reservada às damas do Paço Imperial. O grupobonusbet casinomulheres,bonusbet casinogestobonusbet casinoapoio a Leopoldina, deixou o local com a chegadabonusbet casinoDomitila.

D. Pedro,bonusbet casinoreprimenda ao protesto, nomeou a futura Marquesabonusbet casinoSantos a primeira-dama da imperatriz. Era uma posiçãobonusbet casinodestaque na corte e que dava o direitobonusbet casinoDomitila estar juntobonusbet casinoLeopoldinabonusbet casinoreuniões e excursões.

"Leopoldina foi certamente molestada psicologicamente. Nas correspondências com a irmã, ela se diz abandonada, traída, mal-amada. Descobri no arquivo do Museu Imperialbonusbet casinoPetrópolis uma carta dela a um afilhadobonusbet casinoque descreve seu estado, meses antesbonusbet casinomorrer. Dizia que não dorme mais e só pensabonusbet casinomorrer. Ela sofreu uma violência psicológica", afirma Del Priore.

Há suspeitasbonusbet casinoviolência física, mas os casos nunca foram estabelecidos historicamente.

Uma carta atribuída a d. Leopoldina fala a respeitobonusbet casinoum "horroroso atentado", que alguns ligaram ao rumorbonusbet casinoque ela teria sido agredida, quando grávida, com um chutebonusbet casinoD. Pedro.

"Mas a correspondência original nunca foi localizada e existem vários problemas com a cópia", diz o pesquisador Rezzutti.

Para ele, "pensando cronologicamente, o aborto da criança ocorreu quase uma semana depois da saída dele do Riobonusbet casinoJaneiro, ele já partiu [para a Guerra da Cisplatina] com ela doente. O aborto, se fosse provocado por alguma agressão, teria ocorrido logo. O que muitos especialistas acreditam é que o aborto acabou ocorrendo não por agressão, mas por causa da doença e do estadobonusbet casinosaúde debilitadobonusbet casinoque d. Leopoldina se encontrava".

Melancolia

O estado mentalbonusbet casinoD. Leopoldina começa a sofrer baques severos. Correspondênciasbonusbet casinodiferentes pessoasbonusbet casino1826 relatam que a imperatriz estava "fracabonusbet casinosaúde, e com maior depressãobonusbet casinoânimo do quebonusbet casinocostume" e "pálida, por assim dizer, a apagar-se na flor dos anos".

Há também observações sobre um crescente faltabonusbet casinovaidade com suas vestimentas e descaso com a aparência, algo que foi relacionado com o aprofundamento do quadrobonusbet casinodepressão. Em uma carta para a tia, Leopoldina diz: "Estou na mais completa solidão".

Grávida, a imperatriz passou 14 diasbonusbet casinocama, com febre, dores e diarreia até abortar um feto masculino.

Na manhã do dia 11bonusbet casinodezembrobonusbet casino1826, segundo o barãobonusbet casinoMareschal, representante diplomático austríaco, "a morte terminou os seus sofrimentos, sem esforço, sem estertor, suas feiçõesbonusbet casinomodo algum eram alteradas, e ela parecia ter adormecido pacificamente e na posição mais natural". D. Pedro I estava no sul do país.

Dona Leopoldina tinha 29 anos. Deu à luz sete crianças - três morreram precocemente. O filho Pedro se tornaria o segundo imperador do Brasil.

O Riobonusbet casinoJaneiro, que vinha acompanhando o drama público da imperatriz, entroubonusbet casinoluto, com toquesbonusbet casinosinos e tirosbonusbet casinocanhões. O austríaco Mareschal dissebonusbet casinocorrespondência: "Sua morte foi chorada sincera e unanimemente".

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