Guerra na Ucrânia: como explicar conflito para crianças:arbety sinais
"Com certeza, é dever da família informar sim (os filhos). As crianças e os jovens têm fácil acesso à informação, e precisamos tomar cuidado para que eles não sejam impactados com informações falsas e perigosas. Os pais ou responsáveis devem conversar com as crianças e os adolescentes sobre temas polêmicos e que impactam o Brasil e o mundo, devem contar a história real do fato e mostrar por que aquilo está acontecendo", defende Rogéria Sprone, diretora pedagógica do Colégio Joseense,arbety sinaisSão José dos Campos (SP), pós-graduadaarbety sinaispsicopedagogia e especializadaarbety sinaisneuroaprendizagem.
"De acordo com a faixa etária da criança, deve ser usado um tipoarbety sinaisabordagem e linguagem. Por exemplo, para as crianças menores, explicararbety sinaisuma maneira mais lúdica e leve."
"Já o YouTube tem inúmeros canais conceituados que abordam sobre o temaarbety sinaismaneira clara e correta. Usar mapas é uma opção didática e visual. Outra dica muito valiosa é construir com a criança uma linha do tempo com os fatos que antecederam a guerra", recomenda a diretora pedagógica, destacando também o papel "essencial" da integração entre a família e a escola.
Ao mesmo tempo, a psicóloga Elisa Altafim, especialistaarbety sinaisparentalidade e desenvolvimento infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, avalia que a família não precisa impor este tipoarbety sinaisconversa.
"É importante que os adultos não antecipem essa conversa, mas que estejam muito abertos para perceber o que está acontecendo com a criança, a dialogar com ela. Quando ela trouxer dúvidas, recomendo responder semprearbety sinaisuma forma simples, mas (de fato) responder às questões", diz Altafim.
Rogéria Sprone diz que mesmo temas difíceis como a guerra abrem a possibilidadearbety sinaisse conversar sobre valores, princípios e visõesarbety sinaismundo — algo que a psicanalista Magdalena Ramos também destaca, dando como exemplo outra parte do noticiário.
"Há um potencial pedagógico nessas conversas especialmente se há uma contextualização sobre as diferenças sociais, as injustiças no mundo. Por exemplo, os Estados Unidos podem vacinar se quiser a totalidade dos seus habitantes (contra a covid-19), e tem países na África que não conseguem vacinar 5% da população", exemplifica Ramos, terapeutaarbety sinaisfamília e casais.
Limitar a exposição a telas e imagens
A pedagoga Rogéria Sprone diz que as famílias devem "impor limites e monitorar sempre o que a criança está vendo na televisão ou na internet" — e isso é especialmente recomendadoarbety sinaisum momento como o atual,arbety sinaisque imagens da guerra estarão circulando mais.
Enquanto conversar sobre o assunto é importante, permitir uma exposição mais direta dos pequenos a ele já não é desejável, opina Magdalena Ramos.
"Uma coisa é o contato verbal,arbety sinaisexplicação,arbety sinaisinformação, e outra muita diferente são imagens muito angustiantes da guerra. Principalmente para crianças pequenas, com até 4 anos aproximadamente, porque algumas não discriminam bem entre a realidade e a fantasia", afirma a psicanalista.
Elisa Altafim lembra que,arbety sinaisqualquer cenário, a Sociedade Brasileiraarbety sinaisPediatria (SBP) diz que deve ser evitada a exposiçãoarbety sinaiscrianças com menosarbety sinais2 anos às telas, mesmo que passivamente. Dos 2 aos 5 anosarbety sinaisidade, o tempo máximo recomendado éarbety sinaisuma hora, e dos 6 anos aos 10 anos, até duas horas — e sempre com supervisão.
"Sabemos que na primeira infância, dos 0 aos 6 anos, há um desenvolvimento cerebral importante. Inclusive, a gente já sabe que as questões da violência têm um impacto no cérebro da criança, então a exposição excessiva a telas pode gerar um estresse tóxico e desnecessário para elas", diz a psicóloga.
Demonstrar segurança e acolhimento
Elisa Altafim lembra que, nos primeiros anos da vida, a criança também está se desenvolvendo emocionalmente.
"A criança, principalmente na primeira infância, muitas vezes não está preparada emocionalmente para entender e para lidar com algumas coisas — inclusive na parte cognitiva. E as guerras são situações mais complexas", aponta a especialista da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
"Além disso, para que a criança se desenvolva adequadamente, é muito importante que ela se sinta segura e protegida — e ela precisa saber disso. Os adultos responsáveis devem demonstrar que eles estão lá para ajudá-la e protegê-la."
A psicóloga orienta também que os adultos não minimizem uma demonstração ou expressãoarbety sinaismedo por parte das crianças e se comuniquem com elas — inclusive considerando o que não é falado explicitamente.
"As crianças se comunicam através da linguagem, mas também por meio do comportamento", diz Altafim, recomendando atenção para sinais como dificuldade para dormir, ansiedade e muita dependência do adulto.
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