Como é viver na expectativacupom bet estrelaum superterremoto e tsunami no Japão:cupom bet estrela

Miguel Kamiunten, junto a militares nos abrigos após terremotocupom bet estrelaTohoku

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Miguel Kamiunten (de cinza), junto a militares nos abrigos após terremotocupom bet estrelaTohokucupom bet estrela2011

"O Japão, conhecido como a terracupom bet estreladesastres, é um dos territórios mais propensos a catástrofes do mundo. De terremotos a tsunamis e tufões, fenômenos naturais estão enraizados na história, na cultura e na consciência do país", diz o empreendedor social Robin Takashi Lewis, diretor da incubadora Social Innovation Japan, instaladocupom bet estrelaHakuba, na provínciacupom bet estrelaNagano.

Carine Sayuri Goto

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Para nós, brasileiros, conviver com a possibilidadecupom bet estrelaque um dia o Monte Fuji pode entrarcupom bet estrelaerupção e o solo virar um marcupom bet estrelalava pode ser assustador', diz Goto

"Assim, ao longo dos séculos, o Japão acumulou conhecimento para lidar com todo tipocupom bet estreladesastre. Nas últimas décadas, um conceito japonês se destacou internacionalmente: jijo, kyojo e kojo", elenca ele, que foi consultor da Tokyo Disaster Risk Management Hub, iniciativa do Banco Mundial.

Jijo, diz Lewis, refere-se a autoproteção, isto é, proteger a si ecupom bet estrelafamília.

Kyojo pode ser traduzido como ajuda mútua, indica a importância do apoio das comunidades, da solidariedade.

Kojo, porcupom bet estrelavez, quer dizer assistência do poder público, incluindo governo, bombeiros e médicos, forças policiais, entre outros.

"Embora o riscocupom bet estreladesastre esteja sempre presente, isso não significa que vivemos nossas vidas com medo", conta.

"O que faz diferença é estar preparado para quando essas coisas ocorrerem."

Preparar-se para o pior

Estar preparado "para quando essas coisas ocorrerem" já indica que a questão nem é "se", o imponderável, mas o momento.

Diversos terremotos assolaram o Japão no último século. Entre os mais graves está ocupom bet estrelaTohoku, um sismocupom bet estrelamagnitude 9 que provocou um tsunami gigante e o acidente nuclearcupom bet estrelaFukushima,cupom bet estrela11cupom bet estrelamarçocupom bet estrela2011.

O abalocupom bet estrelaKobe, conhecido como Hanshin-Awaji, durou segundos e deixou milharescupom bet estrelamortos e feridos,cupom bet estrela17cupom bet estrelajaneiro 1995.

O terremotocupom bet estrelaKanto destruiu Tóquio e outras cidades, provocando 140 mil mortescupom bet estrela1ºcupom bet estrelasetembrocupom bet estrela1923, que se tornou o dia oficialcupom bet estrelaprevenção a desastres no arquipélago.

Miguel Kamiunten - Yokohama

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Miguel Kamiunten já vivenciou cercacupom bet estrela30 tremores e alertascupom bet estrelamaremotos

"Desastres naturais do passado se tornaram marcoscupom bet estrelamemória nas respectivas regiões, para lembrar vítimas e também para dar a oportunidadecupom bet estrelarevisar as preparações para desastres no dia a dia", pondera a socióloga Kaori Muto, da Universidadecupom bet estrelaTóquio.

Cada cidade japonesa costuma orientar moradores sobre desastres, com a indicação do que fazer nas situaçõescupom bet estrelaemergência, onde se refugiar, o que levar (um kit pré-preparado com itenscupom bet estrelaprimeiros socorros, lanterna, água e alimentos não-perecíveis, papel higiênico, uma mudacupom bet estrelaroupa e,cupom bet estrelatemposcupom bet estrelapandemia, máscara e álcool gel).

Recomenda-se ainda conferir as rotascupom bet estrelafuga pertocupom bet estrelacasa e do trabalho.

"Tais atividades também são um treinamento mental para prevenir que as pessoas sejam pegascupom bet estrelasurpresa quando o desastre acontecer", acrescenta Muto, que dirigiu a missãocupom bet estrelavoluntários do governo metropolitanocupom bet estrelaTóquio após o terremotocupom bet estrelaTohoku,cupom bet estrela2011.

Após a tragédia, um painelcupom bet estrelaespecialistas iniciou investigações avaliando impactoscupom bet estrelasuperterremotos e tsunamis.

No fimcupom bet estrela2021, o governo divulgou dois desses estudos: um estimou 199 mil mortos e 220 construções destruídas caso um terremotocupom bet estrelamagnitude 9,1 ocorra na fossa do Japão, atingindo as regiõescupom bet estrelaTohoku e Hokkaido; outro considerou até 100 mil mortos caso um tremorcupom bet estrela9,3 se estender na fossacupom bet estrelaChishima, o que poderia provocar ondascupom bet estrelamaiscupom bet estrela20 metroscupom bet estrelaaltura no lestecupom bet estrelaHokkaido.

Robin Takashi Lewis

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'O que faz diferença é estar preparado para quando essas coisas ocorrerem', afirma Lewis

Prever o imprevisível

Viver com a possibilidadecupom bet estrelauma tragédia também fez com que o Japão apostassecupom bet estreladesenvolver tecnologias para monitorar tremores, reforçar estruturascupom bet estrelaedifícios e aprimorar simulações, sistemascupom bet estrelaalerta e campanhascupom bet estrelaconscientização para informar a população.

Desde a décadacupom bet estrela1970, por exemplo, espera-se o megaterremotocupom bet estrelaTokai, que abrange as provínciascupom bet estrelaAichi, Gifu, Mie e Shizuoka, na falha geológicacupom bet estrelaNankai.

A área já teve terremotos marcantes no passado e,cupom bet estrela1976, o sismólogo Katsuhiko Ishibashi publicou a tesecupom bet estrelaque, com a instabilidade provocada abalo após abalo, tremores fortes ali aconteceriamcupom bet estrelaintervaloscupom bet estrela100 a 150 anos.

Ao menos nove terremotos fortes foram documentados na região nos últimos 1500 anos, pontua o geólogo Takuya Nishimura, do Institutocupom bet estrelaPesquisacupom bet estrelaPrevençãocupom bet estrelaDesastres, da Universidadecupom bet estrelaQuioto. O último foicupom bet estrela1946.

"Não é lenda urbana", diz Nishimura.

A tese inspirou inclusive um atocupom bet estrelamedidas especiais para superterremotos, aprovado pelo governo japonêscupom bet estrela1978, com comitêscupom bet estrelapesquisa para estimar o impactocupom bet estrelaum novo abalo.

"Entretanto, maiscupom bet estrela75 anos se passaram desde os últimos terremotos na área da falhacupom bet estrelaNankai. Agora muitos cientistas refutam a hipótese do segmentocupom bet estrelaTokai e consideram que o próximo megaterremoto romperia uma parte inteira ao longo da fossacupom bet estrelaNankai", assinala Nishimura.

Na pior das hipóteses, destacou um estudocupom bet estrela2019, um tremorcupom bet estrelaintensidade 7 (a máxima na escala japonesa) provocaria um tsunamicupom bet estrelaaté 14 metroscupom bet estrelaaltura e faria 436 mil mortos, afetando regiões como Tokai, Kansai e Shikoku.

Nem sempre os dados são precisos como se espera.

"Para prever um terremoto, precisamos prever onde, quando e como ocorre. Nos últimos 50 anos, avançamos nos estudos sobre onde e como. Mas há um consenso entre pesquisadorescupom bet estrelaque é impossível prever o quando."

Esperar pelo melhor

Viver com a incertezacupom bet estreladesastres, dizem Robin Takashi Lewis e Kaori Muto, não quer dizer ter medo o tempo todo.

"A ideiacupom bet estrelaque um megaterremoto ou tsunami pode nos atingir a qualquer momento é nebulosa, mas os japoneses, inclusive eu, não vivem sempre com medo", diz Muto.

O Japão, lembra a socióloga, é um país vulcânico cercado por mar, com montanhas e marcadas estações - e "três mil maravilhosas águas termais que ajudam os japoneses workaholic a relaxar", brinca.

Isso teria fomentado uma relação singular com as condições naturais que escapam às ações humanas.

"Japoneses são imensamente beneficiados pela natureza, mas também têm um forte sensocupom bet estrelarespeito e resignaçãocupom bet estrelaque eles não podem ir contra a natureza. Acho que nós não tomamos como certo que amanhã será um diacupom bet estrelapaz. Acho que entre nós muitos pensam que devemos viver um diacupom bet estrelacada vez."

Imigrantes, porém, podem estranhar essa filosofia.

"Para nós, brasileiros, conviver com a possibilidadecupom bet estrelaque um dia o Monte Fuji pode entrarcupom bet estrelaerupção e o solo virar um marcupom bet estrelalava pode ser assustador", avalia a psicóloga Carine Sayuri Goto, que moracupom bet estrelaYamagata.

"Isso porque nossa referência é o Brasil, onde famílias morrem por causacupom bet estrelachuvas, como vimos recentemente no Rio e Minas Gerais, uma tragédia que se repetecupom bet estrelatemposcupom bet estrelatempos."

Segundo Goto, a incerteza que pode angustiar brasileiros no arquipélago traz outra questãocupom bet estrelafundo, que é a perspectivacupom bet estrelafuturo.

"Se um terremoto ou tsunami acontece ou é alertado, muitos podem pensar: que é que estou fazendo aqui, por que escolhi viver aqui? Para muitos, foi a buscacupom bet estrelauma vida melhor, uma perspectiva que talvez não se tivesse no Brasil. Mas se o futuro desaparece devido a um desastre natural, como é que se segue a vida?", questiona.

Entra aí a importânciacupom bet estrelapolíticas públicascupom bet estreladiversas áreas, destaca ela, para ajudar as pessoas a lidar com essas situações - e superá-las, sem esquecê-las.

"É preciso lembrar o que já aconteceu e considerar o que ainda pode acontecer. E lembrar que é possível se reconstruir um desastre,cupom bet estrelaque há esperança."

Há maiscupom bet estrela30 anos radicado no Japão, o economista Miguel Kamiunten, da Universidade Católicacupom bet estrelaBrasíliacupom bet estrelaTóquio, já vivenciou cercacupom bet estrela30 tremores e alertascupom bet estrelamaremotos, mas nunca se acostumou com a iminênciacupom bet estreladesastres.

Busca informar-se e montou um kit pessoal com a ajudacupom bet estrelaum livro amarelo que o governo metropolitanocupom bet estrelaTóquio encaminhou aos cidadãos no fimcupom bet estrela2019, mas não se considera tão preparado para imprevistos quanto gostaria.

A cada vez que um alerta dispara, ele lembra da família no Brasil e se pergunta "será que é a horacupom bet estrelavoltar?"

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