Como surpreendente recuperaçãovbet.com uaflorestas pode ser arma contra aquecimento global:vbet.com ua
Somos ecologistas florestais e membrosvbet.com uauma redevbet.com uapesquisas colaborativa que estuda as florestas secundárias - aquelas que se recuperam naturalmente após uma área ser limpa e empregada para cultivo ou pastagem.
Em um estudo recém-publicado na revista Science, o nosso grupo apresentou uma abordagem inéditavbet.com uarecuperação florestal que fornece informações sobre maisvbet.com ua2,2 mil lotesvbet.com uaflorestasvbet.com uaprocessovbet.com uarenovação natural nas regiões tropicais do continente americano e do oeste da África.
Nossas pesquisas indicam que as florestas tropicais recuperam-se com rapidez surpreendente. Elas podem crescer novamentevbet.com uaterras abandonadas e recuperar muitas das suas características originais, como saúde do solo, atributosvbet.com uaárvores e funcionamento do ecossistemavbet.com uaaté 10 a 20 anos.
Mas, para sustentar o planejamento e a recuperação efetiva da floresta, é importante compreender a rapidez com que se recuperam as diferentes funções e atributos florestais.
Florestas se recuperam
A maioria das florestas atualmente existentes no mundo recuperou-se após distúrbiosvbet.com uaorigem natural e humana, incluindo incêndios, enchentes, extraçãovbet.com uamadeira e desmatamento para a agropecuária.
Alguns exemplos são as florestas recuperadas na Europa durante os séculos 18 e 19 e no leste dos Estados Unidos no início evbet.com uameados do século 20. Atualmente, o nordeste dos Estados Unidos possui maior cobertura florestal que 100 ou 200 anos atrás.
Neste momento, nas regiões tropicais do mundo, existem florestas se recuperandovbet.com uacercavbet.com ua8 milhõesvbet.com uaquilômetros quadradosvbet.com uaterrenos antes utilizados para plantio e criaçãovbet.com uaanimais. Cientistas e legisladores concordam que é fundamental proteger essas florestasvbet.com uarecuperação e evitar mais destruição e transformaçãovbet.com uaflorestas antigas para a atividade agropecuária.
As florestas tropicais são mais do que apenas um conjuntovbet.com uaárvores. Elas são redes complexas e dinâmicasvbet.com uaplantas, animais e micróbios. A recuperação florestal leva tempo e, muitas vezes, segue caminhos variáveis com resultados imprevisíveis. E os padrõesvbet.com uarecuperação são diferentes entre as florestas tropicais secas e úmidas.
Até aqui, essa áreavbet.com uapesquisa ativa concentrou estudos que examinaramvbet.com uaque forma as características específicas das florestas - como o númerovbet.com uaespécies que elas contêm ou a biomassavbet.com uasuas árvores - modificam-se ao longo do tempo e do espaço. Acreditamos que é importante compreender a recuperação florestal como um processo integrado, moldado pelas condições locais,vbet.com uaterreno e históricas.
Em Porto Rico, florestas tropicais foram devastadasvbet.com uameados do século 20, mas se recuperaram nos terrenos agrícolas abandonados.
Visão multidimensional
O nosso estudo concentrou-sevbet.com ua12 atributos que são componentes essenciais das florestas saudáveis. Entre eles, encontram-se:
- Solo: qual a quantidadevbet.com uanitrogênio e carbono orgânico contida no solo e qual o seu grauvbet.com uacompactação? Solo densamente compactado - por exemplo, pelos cascos do gado durante a pastagem - dificulta a penetração das raízes das plantas e não absorve bem a água, podendo causar erosão.
- Funcionamento do ecossistema: quais alterações são verificadas na quantidade e no tamanho das árvores à medida que a floresta se recupera? Qual é a participação das árvores cujas raízes se associam a bactérias fixadorasvbet.com uanitrogênio na recuperação florestal? Como a recuperação afeta a densidade média da madeira e a durabilidade dos tecidos das folhas?
- Estrutura florestal: qual a alteração do tamanho máximo das árvores, a variação do tamanho das árvores e o total da biomassa - a quantidadevbet.com uamatéria vegetal acima do solo na formavbet.com uatroncos, ramos e folhasvbet.com uaárvores - à medida que a floresta se recupera?
- Diversidade e composição das espéciesvbet.com uaárvores: como a quantidadevbet.com uaespéciesvbet.com uaárvores presentes e os padrõesvbet.com uadiversidade e abundância se alteram, aproximando-se das florestas mais antigas da região?
Para determinar as taxasvbet.com uarecuperação a longo prazo, comparamos os atributos entre as florestasvbet.com uacrescimentovbet.com uaáreas agrícolas abandonadasvbet.com uadiferentes épocas. Também comparamos as florestasvbet.com uarecuperação com florestas antigas vizinhas. Para isso, desenvolvemos uma nova abordagemvbet.com uamodelos para estimar a rapidez da recuperaçãovbet.com uacada um dos atributos.
Muitos desses atributos dependem uns dos outros. Por exemplo, se as árvores crescerem novamente com rapidez, elas podem produzir muitos resíduosvbet.com uafolhas, que irão restaurar os níveisvbet.com uacarbono orgânico no solo ao se decomporem. Nós analisamos essas relações, comparando a proximidade da associação dos atributos florestais entre si.
As florestas que estudamos estavamvbet.com uaáreas com intensidadevbet.com uauso da terra baixa a moderada, o que significa que os solos não estavam exauridos nem haviam sofrido erosão, possibilitando rápida recuperação da vegetação nativa.
Na região amazônica brasileira, por exemplo, 2,7 milhõesvbet.com uahectaresvbet.com uafloresta foram recuperados naturalmente entre 1996 e 2015. Existe muito menos potencialvbet.com uarecuperaçãovbet.com uaflorestas tropicaisvbet.com uaáreas onde os solos foram muito exauridos e não há florestas remanescentes nas proximidades.
Todos os atributos florestais que examinamos recuperaram-se após 120 anosvbet.com uacrescimento. Alguns desses atributos atingiram até 100% dos seus valores antigos nos primeiros 20 anosvbet.com uarecuperação florestal.
Os atributos do solo que analisamos, por exemplo, atingiram 90% dos valores antigos após 10 anos e 98% a 100% após 20 anos. Isso significa que, após 20 anosvbet.com uarecuperação, os solos das florestas continham virtualmente a mesma quantidadevbet.com uacarbono orgânico e densidade aparente similar ao solo das florestas antigas.
Essa rápida recuperação reflete o fatovbet.com uaque os solos dos nossos locaisvbet.com uaestudo não haviam sido muito degradados quando começou a recuperação florestal. Os atributosvbet.com uafuncionamento do ecossistema também retornaram rapidamente aos níveis anteriores, com recuperaçãovbet.com ua82% a 100% após 20 anos.
Os atributosvbet.com uaestrutura florestal, como diâmetro máximo das árvores, recuperaram-se mais lentamente. Em média, eles atingiram 96% dos valores antigos após 80 anosvbet.com uarecuperação. A composiçãovbet.com uaespéciesvbet.com uaárvores e a biomassa acima do solo recuperaram-se após 120 anos.
Nós identificamos um conjuntovbet.com uatrês atributos - tamanho máximo das árvores, variação geral do tamanho das árvores e númerovbet.com uaespéciesvbet.com uaárvores da floresta - que, quando consideradosvbet.com uaconjunto, fornecem um retrato confiável da recuperação da floresta.
A medição desses três fatores é relativamente fácil e os administradores podem utilizá-los para monitorar a restauração florestal. Agora é possível monitorar o tamanho das árvores e a estrutura da florestavbet.com uaáreas e escalasvbet.com uatempo maiores, utilizando dados coletados por satélites e drones.
A importância da recuperação natural
Nossas conclusões demonstram que a recuperação natural das florestas tropicais é uma estratégia barata e eficaz para promover o desenvolvimento sustentável, restaurar ecossistemas, retardar as mudanças climáticas e proteger a biodiversidade.
E, como as florestas que cresceram novamentevbet.com uaregiões onde a terra não foi muito prejudicada recuperam muitos dos seus atributos principais com mais rapidez, a recuperação florestal nem sempre exige o plantiovbet.com uaárvores.
Na nossa opinião, diversos métodos apropriadosvbet.com uareflorestamento podem ser implementados, dependendo das condições da região e das necessidades dos habitantes locais. Nossa recomendação é empregar a recuperação natural sempre que possível e utilizar plantio restaurador ativo quando necessário.
*Robin Chazdon é professora eméritavbet.com uaEcologia e Biologia da Evolução da Universidadevbet.com uaConnecticut, nos Estados Unidos.
Bruno Hérault é cientista florestal da Unidadevbet.com uaPesquisavbet.com uaFlorestas e Sociedades da agência francesa Cirad.
Catarina Conter Jakovac é professoravbet.com uaCiência Vegetal da Universidade Federalvbet.com uaSanta Catarina.
Lourens Poorter é professorvbet.com uaEcologia Funcional da Universidadevbet.com uaWageningen, na Holanda.
Masha van der Sande, da Universidadevbet.com uaWageningen, e Dylan Craven, da Universidade Mayor, no Chile, contribuíram para a compilação e análise dos dados para este estudo.
Este artigo foi publicado originalmente no sitevbet.com uanotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
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