Climatarianos: a dieta contra mudanças climáticas que ganhou força na pandemia:nubank bet 365

Entre eles, estão optar por alimentosnubank bet 365procedência orgânica, comer apenas aquilo que é produzido com "fontes eficientesnubank bet 365energia" e eliminar totalmente animais "criadosnubank bet 365fazendas intensivas".

Novos tempos

O termo,nubank bet 365si, não é novo:nubank bet 3652015 já havia aparecido no Eatymology: The Dictionary of Modern Gastronomy, uma espécienubank bet 365dicionário alimentar criado por Josh Friedland, que defende que precisamosnubank bet 365"mais palavras para dar voz às nossas obsessões e ansiedades alimentares". A palavra entrou no dicionárionubank bet 365Cambridge no ano seguinte.

Mas a dieta climatariana ganhou mais adeptos com a pandemia, que evidenciou que os impactos do que comemos (dos alimentos produzidosnubank bet 365monocultura aos animais silvestres dos mercados úmidos) são devastadores ao planeta.

E,nubank bet 365certo modo, irreversíveis:nubank bet 365agosto, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC na siglanubank bet 365inglês) apresentou um relatório que comprova a inequívoca influência humana no aquecimento da atmosfera, dos oceanos e dos continentes. E a agricultura e a pecuária estão entre as principais fontesnubank bet 365emissãonubank bet 365gases nocivos.

Para os climatarianos, o atonubank bet 365comer tem um papel ainda mais importante nesse sentido porque diz respeito a bilhõesnubank bet 365pessoas fazendo cercanubank bet 365três refeições ao dia. Ou seja, ainda que os gases lançados pelos aviões, por exemplo, causem danos mais consideráveis ao efeito estufa, proporcionalmente comemos muito mais do que viajamos.

Por isso, muitos deles também declararam guerra aos alimentos importados,nubank bet 365abacates a trufas, por exemplo, que precisam percorrer longas distâncias para chegar ao nosso prato. Diminuir as distânciasnubank bet 365transportes dos nossos alimentos pode ajudar a abrandar as catástrofes climáticas, apontam os adeptos do movimento.

"Faz muito sentido que a bandeira desse grupo seja a comida. É impossível tratar da pegada ambiental sem falar da alimentação, já que a cadeianubank bet 365alimentos é uma das maiores impactantes na questão do clima hoje", opina Gustavo Guadagnini, do The Good Food Institute, que promove o consumonubank bet 365alimentos à basenubank bet 365plantasnubank bet 365substituição aosnubank bet 365origem animal.

Principalmente na produção animal, segundo ele. "Há uma crescente pressão social que reforça essa ideianubank bet 365que é impossível ingerir produtosnubank bet 365origem animal na mesma quantidade quando se sabe dos malefícios que a pecuária causa ao meio ambiente", ressalta. A criaçãonubank bet 365animais usa maisnubank bet 365dois terçosnubank bet 365todo nosso solo e é a maior fontenubank bet 365poluição da água,nubank bet 365acordo com dados reunidos pela FAO (agêncianubank bet 365alimentação e agricultura da ONU).

Uma questão ética

Foi ao ter mais informações sobre esse vínculo intrínseco entre a cadeianubank bet 365alimentos e os danos ambientais que a padeira Liliana Trindade Guimarães percebeu quenubank bet 365relação com a comida começou a mudar recentemente.

"Não tenho a ingenuidadenubank bet 365achar que o fatonubank bet 365eu deixarnubank bet 365consumir carne ou peixe nos fará salvar o planeta, mas eticamente já não consigo ingerir carne animal, por exemplo, sem sabernubank bet 365onde ela veio ou como ela foi criada", diz.

O desperdício alimentar — um dos principais temas levantados pelos climatarianos — também é algo que passou a incomodá-la ainda mais. "Trabalheinubank bet 365cozinhas e sei o quantonubank bet 365comida acaba no lixo. Hoje, tenho sido muito mais atenta às quantidades que compro e consumo, fiquei mais chata com isso", afirma.

É uma matemática simples: quanto menos se desperdiçanubank bet 365comida, menos alimentos precisam ser produzidos e menores os impactos ao planeta. Como ela, muita gente tem tentado adaptar a alimentação no dia-a-dianubank bet 365olho na pressão que as escolhas erradas podem ter aos recursos do planeta.

Como no caso dos climatarianos, o ativismo alimentar não é algo novo: no decorrer das últimas décadas, gruposnubank bet 365pessoas acreditaram ser possível promover mudanças propositivas através da alimentação, fosse contra o crescimento dos alimentos ultraprocessados na nossa alimentação (como no caso do movimento Slow Food) fosse com um olhar para a agricultura familiaresnubank bet 365pequenos produtores (como prevê uma prática chamadanubank bet 365locavorismo).

Consciência pela mesa

"A comida é um bom meionubank bet 365nos tornarmos mais conscientes dos nossos impactos no mundo", acredita Wagner Ramalho, criador do projeto Prato Verde Sustentável, que produz alimentos orgânicos para população periféricanubank bet 365baixa renda no Jardim Filhos da Terra, zona Nortenubank bet 365São Paulo.

Para ele, a proximidade com a nossa alimentação diária imposta pelos recentes mesesnubank bet 365confinamento fez com que as pessoas desenvolvessem uma visão mais consciente do alimento (da programação das refeições diárias a otimização das listasnubank bet 365compras) e desenvolvendo mais consciência dos inconvenientes relacionados a ela.

"A pandemia ressaltou os desertos alimentares que temos nas periferias e muitos dos nossos problemas alimentares. Mas sobretudo mostrou que também nas camadas menos assistidas as pessoas querem uma alimentação que mate a fome, mas que também seja mais saudável, equilibrada e mais justa com o planeta", afirma.

Com os custos mais altos dos alimentos graças a uma maior demanda global e a uma inflação crescente no Brasil, o projeto quer dar a oportunidade para mais pessoasnubank bet 365situaçãonubank bet 365vulnerabilidade poderem cultivar seu próprio alimento e incentivar que seja possível produzir e comprarnubank bet 365agricultura ecológica também nas periferiasnubank bet 365cidades como São Paulo. O projeto produz maisnubank bet 365oito toneladasnubank bet 365alimentos ecológicos todos os anos.

"Plantarnubank bet 365própria comida o torna mais ativo na cadeianubank bet 365alimentos, claro. Mas comer mais conscientemente também, já que o que escolhemos consumir pode ter um papel muito importante nesse sentido", diz.

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