Catástrofeplaybonds cassinoEsmirna: como Turquia expulsou gregos incendiando uma cidade há quase cem anos:playbonds cassino
A batalhaplaybonds cassinoDumlupinar, alémplaybonds cassinomarcar o fim do sangrento conflito, que se estendeuplaybonds cassino1919 a 1922, representou o começo do fim da presença grega na Ásia Menor.
Ao expulsar as forças gregas do que era o Reino da Grécia, Atatürk também começou a retirar uma grande quantidadeplaybonds cassinogregos étnicos, algo que depois se institucionalizou e foi denominado "o intercâmbioplaybonds cassinopopulações entre Grécia e Turquia".
Diante desse intercâmbioplaybonds cassinopopulação, estipulado pelo Tratadoplaybonds cassinoLausanne,playbonds cassino1923, cercaplaybonds cassino1,5 milhãoplaybonds cassinocristãos ortodoxos gregos — muitos dos quais nunca haviam vivido fora do que é hoje o território turco — foram expulsos da região. Um número menorplaybonds cassinomuçulmanos foi deportado da Grécia para a Turquia.
Catástrofeplaybonds cassinoEsmirna
Um dos episódios mais obscuros do que alguns chamam,playbonds cassinoforma polêmica,playbonds cassino"o genocídio grego" foi o incêndioplaybonds cassinoEsmirna, que ocorreu pouco depois, também conhecido como Catástrofeplaybonds cassinoEsmirna.
"Foi o maior golpe que já sofreu o helenismo e um dos maiores para o cristianismo", disse à BBC Mundo Vasilios Meichanetsidis, coautor do livro The Genocide of the Ottoman Greeks (O Genocídio dos Gregos Otomanos), uma análise sobre a "campanhaplaybonds cassinoextermínio" dos cristãos da Ásia Menor "patrocinada pelo Estado".
Meichanetsidis afirma que o incêndioplaybonds cassinoEsmirna foi um golpe inclusive mais poderoso que a quedaplaybonds cassinoConstantinopla,playbonds cassino1453, porque com ele "o helenismo e o cristianismo foram exterminados" do Império Otomano "por completo e para sempre".
O incêndio começou na tardeplaybonds cassino13playbonds cassinosetembro — quatro dias depois que o Exércitoplaybonds cassinoAtatürk havia entradoplaybonds cassinoEsmirna, depois da saída das tropas gregas —, no bairro armênio da cidade (que agora se chamava Basmane). O fogo estendeu-se rapidamente devido ao forte vento que soprava naquele dia.
Além disso, segundo historiadores, as autoridades fizeram muito poucos esforço para apagar as chamas.
A destruição dos bairros grego e armênio
"Uma das primeiras pessoas a notar o início do fogo foi Minnie Mills. (...) Ela acabavaplaybonds cassinoterminar seu almoço quando percebeu que um dos edifícios vizinhos estavaplaybonds cassinochamas. Ela ficouplaybonds cassinopé para verplaybonds cassinomais perto e se surpreendeu com o que presenciou", relata o historiador britânico Giles Miltonplaybonds cassinoseu livro Paradise Lost: Smyrna 1922 (Paraíso Perdido: Esmirna 1922).
Minnie Mills, na época diretora do Instituto Americano para Meninas da cidade, disse ao autor que viu um oficial turco entrarplaybonds cassinouma casa com pequenas latasplaybonds cassinopetróleo ou gasolina, e pouco depois a casa estavaplaybonds cassinochamas.
Ela não foi a única testemunha do instituto. "Nossos professores e meninas viram turcos com uniformesplaybonds cassinosoldados comuns e alguns com uniformesplaybonds cassinooficiais. Eles usaram pedaçosplaybonds cassinopau grandes, com panos nas pontas que eles punham numa lata com líquido e que depois levaram às casas, que pouco depois estavam queimadas", afirmou Mills.
No dia seguinte do início do incêndio, milharesplaybonds cassinorefugiados se reuniram nas docasplaybonds cassinoEsmirna buscando refúgio numa cidade que estavaplaybonds cassinochamas. Segundo historiadores, o calor do fogo era tão intenso que muitos temiam que os refugiados poderiam morrer.
"Durante toda a manhã, podia-se ver o brilho e depois as chamas da ardente Esmirna", relata o tenente americano Aaron Stanton Merrill no livro Fires of Hatred (Fogosplaybonds cassinoÓdio),playbonds cassinoNorman Naimark.
"Chegamos aproximadamente uma horas antes do amanhecer, e a cena era indescritível. A cidade inteira estavaplaybonds cassinochamas (...) Milharesplaybonds cassinorefugiados desabrigados iam e vinham no cais escaldante, prisioneiros do pânico até o ponto da loucura. Era doloroso escutar os gritos dilacerantes das mulheres e das crianças."
O incêndio durou nove dias e destruiu completamente os bairros habitados por gregos e armênios. Os setores muçulmano e judeu não sofreram danos.
Existem diferentes relatos e informações sobre quem foram os responsáveis pelo incêndio.
Mas hoje a maioria dos especialistas concorda que os soldados turcos atearam fogo a residências e estabelecimentos comerciais gregos e armênios. Algumas fontesplaybonds cassinofavor dos turcos sustentam que foram os gregos e armênios que atearam fogoplaybonds cassinoseus próprios bairros para abalar a reputação turca.
'A cidade tinha que queimar'
"Há controvérsias sobre o tema, mas a maioria dos historiadores, sejam eles ocidentais, gregos e inclusive turcos, agora admitem que foram as tropasplaybonds cassinoAtatürk. De acordo com a ideologia turca da época, a cidade tinha que queimar", afirma Vasilios Meichanetsidis.
"Os turcos estavam determinados a criar um Estado moderno turco, onde não haveria minorias, todos seriam turcos, turcos muçulmanos. Inclusive os curdos viveram esse processoplaybonds cassino'turquização' dentro dessa ideia nacionalista", acrescenta.
O Império Otomano era um império cosmopolita, multiétnico e multirreligioso, e para muitos "kemalistas" (como se chamavam os seguidoresplaybonds cassinoKemal Atatürk) essa foi uma das causasplaybonds cassinoseu desmembramento.
A ideiaplaybonds cassinoAtatürk era convencer essas etnias e grupos religiosos diferentesplaybonds cassinoque seguiriam formando parte da República Turca sob o conceitoplaybonds cassinoque havia somente uma etnia, no sentimento cívico da palavra, referindo-se à "turquidade": a qualidadeplaybonds cassinoser turco.
Segundo Meichanetsidis, a queimaplaybonds cassinocidades e povos já ocorria na penínsulaplaybonds cassinoAnatólia havia dez anos.
"Os turcos chegavam a esses lugares, massacravam os armênios ou os gregos que encontravam e depois queimavam o lugar para evitar que algum refugiado pudesse retornar."
Antesplaybonds cassinoseu incêndio, Esmirna era uma das cidades mais cosmopolitas do Império Otomano, com habitantes gregos, armênios, do Levante, judeus, turcos otomanos, ingleses, americanos e franceses, entre outras nacionalidades.
Era uma cidade que já não cabia na Turquia que estava por nascer.
Durante maisplaybonds cassino3 mil aos, os gregos haviam vivido no território que hoje corresponde à Turquia, e até os últimos dias do Império Otomano ainda havia uma importante comunidade helênica que dominava grande parte do comércio na Ásia Menor.
O processo para "turquizar" e islamizar uma cidade do tamanhoplaybonds cassinoEsmirna não era nada fácil. Entretanto, a guerra greco-turca deu aos kemalistas uma oportunidadeplaybonds cassinoouro.
A herança grega: apagada ou transformada
Estima-se que, antes do incêndioplaybonds cassinoEsmirna, cercaplaybonds cassino2 milhõesplaybonds cassinogregos viviamplaybonds cassinoAnatólia.
Mas, depois do incêndio e especialmente depois do intercâmbioplaybonds cassinopopulaçõesplaybonds cassino1923 e dos Distúrbiosplaybonds cassinoIstambulplaybonds cassino1955, a população grega foi reduzida dramaticamente.
"Atualmente existem menosplaybonds cassino2 milplaybonds cassinotodo o país. Em Esmirna há alguns poucos que se instalaram na cidade recentemente. Depois dos acontecimentosplaybonds cassino1922, passou a ser difícil para os gregos ficarplaybonds cassinoEsmirna", afirma o historiador Vasilios Meichanetsidis, referindo-se à cidade que hoje se chama Izmir.
Muitos monumentos e lembranças da herança que os gregos deixaram na Turquia desapareceram ou foram transformados com o passar do tempo.
"Hoje existem muito poucas recordações do passado grego na Turquia, sobretudoplaybonds cassinoEsmirna, porque o incêndio devorou todo o bairro da comunidade nessa cidade."
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