Por que não se deve compartilhar vídeo que foi gatilhocasino online united statesmortecasino online united statesadolescente, segundo especialistas:casino online united states

Crédito, Getty Images

casino online united states Um vídeo publicado no TikTok pelo adolescente Lucas Santos,casino online united states16 anos, tem sido compartilhadocasino online united statesdiversas plataformas. A publicação ganhou destaque após a mãe do jovem, a cantora Walkyria Santos, relatar que o vídeo foi um gatilho para que o filho tirasse a própria vida.

No vídeo, o adolescente simula que vai beijar um amigo da mesma idade. A publicação gerou comentários ofensivos, afirmou a mãecasino online united statesLucas após a morte do filho.

"Hoje, eu perdi meu filho, uma dor que só quem sente vai entender. Ele postou um vídeo no TikTok, uma brincadeiracasino online united statesadolescente com os amigos, e achou que as pessoas iriam achar engraçado, mas as pessoas não acharam. Como sempre, as pessoas destilando ódio na internet. Como sempre, as pessoas deixando comentários maldosos. Meu filho acabou tirando a vida. Eu estou desolada, eu estou acabada, eu estou sem chão", disse na terça-feira (03/08).

"Estarei aqui levantando essa bandeira, e com todas as minhas forças juntos iremos acabar com essa 'internet doente'", escreveu Walkyria nesta quarta-feira (4/08), ao compartilhar fotos do filho no Instagram.

O amigocasino online united statesLucas que aparece no vídeo fez um textocasino online united stateshomenagem ao rapaz.

"Você vai ficar marcado no meu coração pra sempre. Nunca vou te esquecer. Te amo mais que tudo, nunca vou esquecer nossos momentos juntos. Nossa química que todos diziam que era grande. Que maiscasino online united states750 mil pessoas falavam que a gente era um casal sem a gente ser. A brincadeira e alegria que você me deu com um TikTok foi perfeita. Agradeço por tudo que você fez por mim. Minha nova estrelinha está brilhando e dando alegria ao céu. Você está comigo para sempre. Você sempre vai ter um lugar no meu coração", escreveu.

Ainda que tenha sido citado como uma situação que despertou gatilho para a mortecasino online united statesLucas, que segundo a mãe recebia acompanhamento psicológico havia algum tempo, o vídeocasino online united statesque ele aparece com o amigo continua sendo compartilhado massivamentecasino online united statesdiferentes redes sociais.

A BBC News Brasil ouviu uma psicóloga e um psiquiatra que alertaram: o ideal é não compartilhar esse vídeo.

Crédito, Instagram | Reprodução

Legenda da foto, Walkyria, mãecasino online united statesLucas, fez desabafocasino online united statesseu perfil no Instagram

'As pessoas fazem compartilhamento sem reflexão'

A psicóloga Karen Scavacini, que fundou um institutocasino online united statesprevenção ao suicídio, o Vita Alere, afirma que as pessoas deveriam refletir antescasino online united statescompartilhar o vídeo.

"Provavelmente eles eram amigos e agora esse menino está sendo exposto. As pessoas fazem compartilhamentos sem reflexão. Se tem mais pessoas no vídeo (além do Lucas), já deveria haver uma reflexão: será que vou expor outra pessoa ao compartilhar?", diz à BBC News Brasil.

"E por que as pessoas têm tanta necessidadecasino online united statescompartilhar isso? O menino do vídeo com certeza está sofrendo essa morte do colega", acrescenta a psicóloga.

Karen afirma que muitas pessoas precisam aprender a lidar melhor com as redes. "Acho que deveria haver uma matériacasino online united stateseducação socioemocional sobre as redes (nas escolas), para aprender a fazer bom uso delas desde cedo, no sentidocasino online united statesconteúdo consumido e tempo na rede", declara.

O psiquiatra Fernando Mitsuo Sumiya, especialistacasino online united statesinfância e adolescência, avalia que o compartilhamento do vídeo pode trazer problemas ao outro jovem que aparece na publicação.

"Esse jovem vai ficar exposto a bastante especulação. Então, se ele não tiver um bom apoio, a dependercasino online united statescomo ele tem resiliência, pode entrar num quadro depressivo oucasino online united statesansiedade. Isso vai depender muitocasino online united statescomo esse jovem vai lidar com esse assunto", comenta.

Sumiya considera que além da faltacasino online united statessensibilidade ao propagar o vídeo, o compartilhamento desse material também pode remeter a um "efeito Werther" — termo usado desde o século 18,casino online united statesreferência à obra Os Sofrimentos do Jovem Werther, do alemão Johann Wolfgang von Goethe, para definir quando o númerocasino online united statessuicídios cresce após um caso ser amplamente divulgado.

"Se estamos compartilhando um vídeo que foi gatilho para a mortecasino online united statesum adolescente, podemos dizer: olha como esse adolescente resolveu um bullying que ele sofreu", diz Sumiya.

Para o psiquiatra, alémcasino online united statesnão compartilhar o vídeo, é fundamental que as pessoas usem casos como ocasino online united statesLucas para abrir espaço para conversar sobre os cuidados com a saúde mental.

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Legenda da foto, Especialistas orientam que pessoas não compartilhem vídeo que teria sido gatilho para adolescente

Diversos fatores

Por tráscasino online united statesum suicídio há diversos fatores e isso nunca acontece por culpacasino online united statesalguém, afirma Karen.

"Há fatores que podem ser a gota d'água, como o vídeo pode ter sido no caso do Lucas — mas talvez nunca seja possível afirmar com certeza. Mas,casino online united statesgeral, o suicídio pode estar relacionado a causas psicológicas, psiquiátricas, sociais, culturais, econômicas e culturais", explica.

Ela relata que foi importante a mãecasino online united statesLucas comentar que percebeu sinaiscasino online united statesque o filho precisariacasino online united statesajuda e o encaminhou para uma psicóloga, como a cantora disse no vídeocasino online united statesque desabafou sobre a morte do garoto.

"É importante também que haja uma equipe multiprofissional e com a família incluída", explica a psicóloga.

Ela ressalta: quando um jovem fala sobre intenções suicidas, é fundamental levar a sério. "Se você desconfia disso, precisa agir, oferecendo ajuda e ouvindo esse jovem sem julgamento", relata a psicóloga.

"Em dado momento, qualquer pessoa pode perguntar se o jovem está fazendo algo com ele ou se já pensoucasino online united statesse machucar. Se a resposta for positiva, aumentam os riscos. Se o jovem disser que está pensandocasino online united statesfazer algo com ele e já sabe como, ele precisacasino online united statesatendimento urgente", diz.

Nem sempre esses sinais são notados, diz a especialista. Mas ela pontua situações que podem apontar indícios com os quais os pais devem ficar atentos: mudança bruscacasino online united statescomportamento, isolamento, aumento da agressividade, aumento ou início do usocasino online united statesálcool e drogas, declínio do rendimento escolar, sensação constantecasino online united statesque nada está bom, perdacasino online united statesprazercasino online united statesatividades que antes gostava e a sensaçãocasino online united statesque a vida perdeu o brilho.

"Os jovens podem falar sobre o assunto tantocasino online united statesposts nas redes sociais como para amigos. Os sinais verbais e postscasino online united statesredes sociais precisam ser observados", comenta a psicóloga.

É fundamental que pessoas próximas a jovens que apresentem sinais busquem ajuda o quanto antes, por meiocasino online united statesacompanhamento psicológico ou psiquiátrico. E se necessário, buscar onde há atendimento gratuito na região.

Culpa da internet?

Junto com a internet, surgiu também o cyberbullying. O que antes se resumia a ambientes escolares ou locaiscasino online united statesconvívio com outros jovens passou a ser algo que pode ocorrer a qualquer momento, até mesmo se o jovem estivercasino online united statescasa.

"Com o cyberbullying, isso ultrapassou os muros da escola e agora pode ocorrer o tempo todo nos aparelhos dos jovens", diz a psicóloga.

Ela ressalta ainda que pela internet é mais fácil para os jovens pesquisarem sobre métodos para o suicídio.

"Mas a gente não pode pensar na rede social e na internet como um incentivo (ao suicídio). A gente vê conteúdos que podem ser prejudiciais, como o discursocasino online united statesódio. Mas existem vários outros fatores, como a crise econômica, dificuldades para achar emprego, questões relacionadas à orientação sexual, depressão, transtorno bipolar (que podem estar relacionadas ao suicídio)".

"Dentro da psicologia, a gente entende que essa pessoa está dentrocasino online united statestrês Is: ela sente que as coisas são intoleráveis, acredita que o sofrimento é interminável e inescapável", explica.

Fernando Sumiya também aponta que não é possível culpar a internet, por se tratarcasino online united statesum problema social. "A internet é uma excelente ferramenta, porque conecta as pessoas, mas acho que não somos educados o suficiente. Se a internet não existisse, as pessoas estariam mais isoladas", comenta.

"A internet é um instrumento. O fato representa sobre como a sociedade está doente e não está sabendo lidar com as ferramentas que, teoricamente, serviriam para o bem comum", completa o psiquiatra.

Em nota à BBC News Brasil, o TikTok lamentou a mortecasino online united statesLucas e disse que se preocupacasino online united statesremover comentárioscasino online united statesódio da plataforma.

"Estamos profundamente tristes com esta tragédia. Temos como nossa principal prioridade dar apoio ao bem-estar da nossa comunidade e fomentar um ambiente acolhedor e inclusivo, onde todos se sintam seguros para se expressarcasino online united statesforma autêntica. Comentárioscasino online united statesódio, que violam nossas políticas e prejudicam nossa comunidade, são removidos da nossa plataforma. Também trabalhamos com especialistas, como o CVV, para dar apoio e oferecer recursos para qualquer pessoa que possa estar passando por um momento difícil. Enviamos nossos sentimentos mais sinceros para a família e amigos do Lucas", diz nota da rede social.

casino online united states * O Centrocasino online united statesValorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Se você estácasino online united statesbuscacasino online united statesajuda, ligue para 188 (número gratuito) ou acesse www.cvv.org.br

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