Uma árvore faz barulho ao cair se ninguém estiver lá para escutar? A resposta da ciência e da filosofia:apollo pays slot
Antesapollo pays slotnos embrenhar por esse labirinto, Stefan Bleeck, especialistaapollo pays slotpsicoacústica do Institutoapollo pays slotPesquisaapollo pays slotSom e Vibração da Universidadeapollo pays slotSouthampton, no Reino Unido, sugere que esclareçamos algo fundamental.
Se a árvore cai na floresta, o que ela produz é uma ondaapollo pays slotpartículas que vibram no ar.
"Efetivamente", diz ele.
"Se não há ninguém para escutar, não há som, mas isso não significa que não haja ondas sonoras ou acústicas que têm um efeito no meio ambiente."
O interessante, na opiniãoapollo pays slotBleeck, é que a pergunta nos faz pensar sobre a relação entre a física e o mundo exterior diante do que aconteceapollo pays slotnossas mentes.
"O que acontece dentroapollo pays slotnossas cabeças é privado e subjetivo", acrescenta.
Bleeck tem uma maneira surpreendenteapollo pays slotmostrar o quão particular é essa relação entre o mundo exterior e o que está acontecendoapollo pays slotnossas mentes.
Se puder, ouça o áudio a seguir e tente encontrar o momentoapollo pays slotque a nota musical atingeapollo pays slotfrequência mais alta.
Trata-seapollo pays slotuma ilusão auditiva chamada escala contínuaapollo pays slotRisset ou glissando Shepard - Risset, na qual a nota musical parece estar aumentandoapollo pays slottom eternamente.
"É uma demonstração que torna imediatamente óbvio que o que você está escutando não pode ser verdade."
O efeito é como a famosa Escadaapollo pays slotPenrose, que dá a sensaçãoapollo pays slotque os degraus estão constantemente subindo (ou descendo, dependendo da direção), quando na verdade você está andandoapollo pays slotcírculos (ou melhor,apollo pays slotquadrados... melhor ver para entender).
"O cérebro cria uma ilusãoapollo pays slotpercepção que não está realmente conectada aos estímulos físicos. E é muito difícil identificar o que realmente está acontecendo."
É como se nosso cérebro criasse uma história a partirapollo pays slotum conjunto complexoapollo pays slotestímulos e,apollo pays slotalguns casos, como este, não coincide com o que realmente está acontecendo.
Isso porque qualquer coisa que percebemos como som se deve a minúsculas células ciliadas no ouvido interno que se movem dentroapollo pays slotum fluidoapollo pays slotuma estruturaapollo pays slotespiral chamada cóclea.
Quando as vibrações agitam o líquido coclear, são desencadeados minúsculos impulsos nervosos, pequenos picosapollo pays sloteletricidade que viajam para o cérebro.
"Uma vez que algo está na linguagem desses picos, está na linguagem do cérebro — como a eletricidadeapollo pays slotum computador —, o que se percebe depende da interpretação."
"Nesse momento, deixaapollo pays slotser som para ser uma tradução."
Portanto,apollo pays slotacordo com Bleeck, o som é algo criado por picosapollo pays sloteletricidadeapollo pays slotnosso cérebro; sem isso, nada mais é do que partículas vibratórias.
Temos então a resposta para a pergunta "se uma árvore cair na floresta e ninguém estiver por perto para escutar, vai fazer algum som?"
Hummm... talvez o problema seja que a questão sempre foi um pouco mais complexa.
Nada existe?
A pergunta é um experimentoapollo pays slotpensamento filosófico geralmente associado a um bispo irlandês do século 17 chamado George Berkeley (1685-1753), que provavelmente não a colocou desta forma, mas escreveu sobre a existênciaapollo pays slotárvores... ou melhor,apollo pays slotfaltaapollo pays slotexistência.
Berkeley tinha uma posição extrema sobre a natureza da realidade.
"Era um idealista que pensava que,apollo pays slotúltima análise, se uma árvore cai na floresta sem um observador, não produz som porque as árvores não caem na floresta sem um observador, já que não há árvores sem observadores", explicou à BBC Eleanor Knox, filósofa da física da Universidade King's College London, no Reino Unido.
"Para ele, eram construções ideais que dependem das mentes."
De acordo comapollo pays slotteoria, as coisas realmente não existem sem a presençaapollo pays slotuma mente.
Agora, pode ser que você discorde, seja realista, e o pontoapollo pays slotvistaapollo pays slotBerkeley talvez soe absurdo para você, mas essa ideia emergiu da ciência da época.
"Ele partiu da ideiaapollo pays slotque havia um mundo lá fora e tinha as propriedades que você via: a grama realmente é verde, e o céu é realmente azul."
"Mas então houve algumas descobertas curiosas: começamos a entender, por exemplo, que as cores são na verdade propriedades da luz, não dos objetos que nos cercam. E, assim, começaram a se acumular evidênciasapollo pays slotuma desconexão entre nós e a realidade do mundo externo."
"Isso levou alguns a pensar que,apollo pays slotprimeiro lugar, não pode haver um mundo externo no sentido que percebemos e,apollo pays slotsegundo lugar, queapollo pays slotalguma maneira o mundo que percebemos devia ter muita contribuição nossa", diz Knox.
"Se as cores não estão realmente na árvore, onde estão? Na minha mente? E se as cores estão aí, o que mais há na minha mente?"
"Esse é um dos lugaresapollo pays slotonde vem o pensamento idealista."
Portanto, mesmo que você discordeapollo pays slotBerkeley, pode entender o que ele quis dizer: se algo como a cor é o resultado do nosso cérebro interpretando o comprimentoapollo pays slotonda da luz, como podemos definir os limites?
A vida é um sonho?
Há alguma maneiraapollo pays slotprovar que o mundo externo realmente existe?
"O debate sobre a existênciaapollo pays slotum mundo externo é antigo", diz Bryan Roberts, filósofo da física da Universidade London School of Economics (LSE), no Reino Unido.
"Ao tratar deste problemaapollo pays slot'Meditações Metafísicas'apollo pays slot1641, René Descartes (1596-1650) usou a linguagem do medo, descrevendo como seria perceberapollo pays slotrepente que você está errado e que tudo é um sonho, e falou do terrorapollo pays slotcompreender que a realidade não é como você pensava que era."
Alguma vez você já teve dúvidaapollo pays slotque tudo o que você acredita que seja real, realmente seja?
Talvez a ficção científica já tenha te levado a essa reflexão porque existe um experimento mental filosófico conhecido como "cérebro numa cuba" que é popular nesse gênero.
A ideia é que um cientista (benevolente ou malvado) pegou seu cérebro e o colocouapollo pays slotum recipiente repletoapollo pays slotum líquido que o mantém vivoapollo pays slotlaboratório.
Ele o conectou a um programaapollo pays slotcomputador sofisticado que pode simular perfeitamente experiências do mundo exterior.
Sendo assim, o ceticismo cartesiano — a posiçãoapollo pays slotque a dúvida é a precursora da crença, que duvidaapollo pays slottoda ideia que pode ser duvidada e dita que só se pode dizer que existe aquilo que pode ser provado — te apresenta este argumento:
Se você não pode ter certezaapollo pays slotque seu cérebro não estáapollo pays slotuma cuba (mesmo metaforicamente), não pode descartar a possibilidadeapollo pays slotque todas as suas crenças sobre o mundo externo sejam falsas.
"Duvidar seriamenteapollo pays slotque o mundo externo existe, produz uma sensação que é o medo na psicose; na verdade, é muito próximo da experiênciaapollo pays slotdesconexão da realidade", diz Roberts.
A filosofia pode nos resgatar?
"O grande filósofo escocês David Hume tinha uma resposta." Que alívio!
"Para ele, a principal e mais reveladora objeção ao ceticismo exagerado é que nenhum bem duradouro pode resultar disso."
"Isso quer dizer que se realmente nos entregássemos à possibilidadeapollo pays slotsermos 'um cérebroapollo pays slotuma cuba', nos custaria existir. Portanto, diante desse nívelapollo pays slotceticismo, a primeira pergunta deveria ser: será mesmo que insistir nessa pergunta nos leva a algoapollo pays slotbom?", indaga o filósofo da física.
Mas soa como desistir,apollo pays slotvezapollo pays slottentar sanar as dúvidas!
Basicamente, a ideia é que, uma vez que não podemos provar com certeza absoluta que o mundo externo é real, não deveríamos continuar insistindo; é melhor supor que o mundo existe.
"Sim", confirma Roberts, "com uma pequena advertência: espero que os filósofos continuem a se apaixonar por essa grande questão porque cada vez mais se avança no caminho para respondê-la."
"Além disso, o simples fatoapollo pays slotfazer a si mesmo essa pergunta é lindo, difícil e humano."
Para não enlouquecer
Para o propósito deste artigo e nosso bem-estar mental, vamos seguir o conselho e presumir que o mundo externo existe.
No entanto, sabemos que há coisas que só existemapollo pays slotnossas mentes; lembre-seapollo pays slotque o que escutamos é um som subjetivo produzido por um estímulo externo misturado com nossas próprias interpretações e expectativas, por exemplo. Portanto, nem sempre podemos confiarapollo pays slotnossos sentidos para ter uma imagem precisa desse mundo externo.
Felizmente, podemos confiar na ciência... afinal, ela tem um excelente histórico no que se refere a provar, até mesmo antecipar, que as coisas existem, embora ninguém nunca as tenha visto ou escutado.
Pense no planeta Netuno, por exemplo, que foi descoberto teoricamente por três astrônomos usando as leis da física e da matemática antesapollo pays slotsua existência ser confirmada com o auxílioapollo pays slotum telescópio, na regiãoapollo pays slotque haviam previsto.
"Há muitos exemplos disso na ciência. Na cosmologia, uma das coisas que é diretamente inobservável é a energia escura, aquela substância que se afirma existirapollo pays slottodo o Universo e que tem um efeito emapollo pays slotexpansão, mas que não conseguimos detectar diretamente porque é muito tênue e sutil. "
"O mesmo acontece com os quarks individuais, ou com o futuro... ou até mesmo a experiênciaapollo pays slotoutra pessoa."
Por que aceitamos que existem?
"É uma pergunta crucial e uma das principais explicações que os filósofos identificaram — e creio que os cientistas também — tem a ver com o sucesso da ciência, que prevê, explica, desfaz mitos e dá valor", diz Bryan Roberts.
"Que amiga incrível é a ciência!", exclama o filósofo.
Com razão: ela nos deu, ao longo dos séculos, uma infinidadeapollo pays slotprovas para que possamos confiar nela.
No entanto, se você é daqueles que confia na ciência, pode acabarapollo pays slotalguns lugares muito estranhos... aperte o cintoapollo pays slotsegurança, pois vamos entrar no mundo da física quântica!
É confuso e estranho, mas não jogue a toalha — vale a pena visitá-lo.
Lá vamos nós!
"No século 20, a filosofia recebeu uma espécieapollo pays slottapa na cara da física na forma da mecânica quântica", diz Eleanor Knox, da King's College London.
"Eraapollo pays slotse esperar que algumas das pessoas mais obviamente realistas — no sentidoapollo pays slotque acreditam que existe um mundo externo e que ele existe sem nós — seriam os cientistas. Afinal, são eles que fazem os experimentos."
"Mas quando surgiu a mecânica quântica, ela começou a mostrar que, ao fazer experimentos, o observador tinha uma influência nele... isso virou tanto a física quanto a filosofia completamenteapollo pays slotcabeça para baixo."
A física quântica é a teoriaapollo pays slotcoisas realmente pequenas, como átomos e elétrons, e como tudo, no fim das contas, é composto apollo pays slotcoisas realmente pequenas, é uma espécieapollo pays slotteoriaapollo pays slottudo.
É notoriamente estranha. Diz que coisas como partículas podem existirapollo pays slotmaisapollo pays slotum estado simultaneamente, o que pode até significar que podem existirapollo pays slotmaisapollo pays slotum lugar ao mesmo tempo.
Pode soar como ficção, mas parece que as partículas realmente se comportam dessa maneira: toda vez que usamos um dispositivo com um transistor — como um telefone ou laptop — estamos explorando a propriedadeapollo pays slotsuperposiçãoapollo pays slotpartículas,apollo pays slotpartículas que estãoapollo pays slotdois estados ao mesmo tempo.
E isso está no cerneapollo pays slotuma grande questão filosófica da mecânica quântica: o problema da medição.
Os elétrons possuem uma propriedade chamada spin (rotação,apollo pays slotinglês), que pode ser para cima ou para baixo.
Antesapollo pays slotser medido, o elétron estáapollo pays slotambos os estados — para cima e para baixo —, mas assim que olhamos para o elétron, essa superposiçãoapollo pays slotestados colapsaapollo pays slotapenas um spin: para cima ou para baixo.
Por isso que ao observar o elétron, nós o mudamos.
Se tudo é feitoapollo pays slotsistemas quânticos, isso significa que o mundo externo depende da presençaapollo pays slotum observador?
Então, os idealistas estão certosapollo pays slotpensar que a realidade externa é do jeito que é somente porque estamos lá para vê-la?
"Sim", responde Knox, que,apollo pays slotseguida, declara:
"Quero que fique registrado que não acho que seja isso o que acontece."
"Aqui é onde mergulhamos nas águas profundas da filosofia da física."
Que os eventos dependemapollo pays slotum observador para ocorrer, "é algo que os livros didáticos sugerem, assim comoapollo pays slotgrande parte a 'interpretaçãoapollo pays slotCopenhague' (a interpretação da mecânica quântica considerada tradicional ou ortodoxa)".
"Por isso, muitos acreditam que essa visão — a mais antiga nesse ramo da física — vai acabarapollo pays slotalgo muito próximo do idealismo."
Ou seja, que tendem a pensar genuinamente que, se não houver observadores, certos eventos, como árvores caindo e fazendo barulho, não acontecem.
Mas nem todos estãoapollo pays slotacordo.
Cai e não cai
"Nem todo mundo pensa que o observador é fundamental na mecânica quântica", acrescenta a filósofa.
"Na verdade, o númeroapollo pays slotpessoas que apoiam a interpretaçãoapollo pays slotCopenhague tem diminuído rapidamente."
Há várias linhasapollo pays slotinterpretação concorrentes, todas extremamente estranhas, mas que concordam que os acontecimentos,apollo pays slotúltima análise, não dependemapollo pays slotobservadores.
No entanto, algumas dessas soluções envolvem mudanças substanciais na física,apollo pays slotmodo que desanimam muita gente.
"É uma visão um pouco louca, que talvez você possa ter ouvido falar, mas aqueles que a propõem sugerem que esta visão é realmente o que a mecânica quântica significa. E essa visão é a interpretaçãoapollo pays slotmuitos mundos."
"Se você aceitar, vai pensar que as árvores podem cair e não cair ao mesmo tempo", explica Knox.
Então, toda vez que algo se passa — uma árvore cai ou um cachorro late — acontece e não acontece, eapollo pays slotcada caso um novo mundo é criado,apollo pays slotmodo que terminamos com milhõesapollo pays slotmundos?
"Sim, exatamente: se esses eventos dependemapollo pays sloteventos quânticos — nem todos dependem, mas provavelmente muitos dependem — então, sim. Esses estadosapollo pays slotsuperposição se separam, e você acaba com um pedaço do mundoapollo pays slotque uma coisa acontece e outra parte do mundoapollo pays slotque outra coisa acontece."
Parece um pouco absurdo!
"Sim, e eu acho que todos aqueles que defendem essa interpretação têm consciênciaapollo pays slotque ela é alucinante."
"O problema é que temos essa teoria física espetacularmente bem-sucedida, e esta é a melhor interpretação da mecânica quântica que temos."
"De modo que, se realmente parece muito inverossímil para você, você terá que encontrar uma maneira seletivaapollo pays slotnão acreditar nas consequências dessa teoria."
Talvez você possa querer terapollo pays slotmente que a mecânica quântica é muitas vezes descrita como a teoria mais bem-sucedida já formulada, tendo sido submetida por pesquisadores durante décadas a testes rigorosos, nenhum dos quais colocouapollo pays slotdúvida seus fundamentos.
Em suma, a filósofa da física Eleanor Knox conclui...
"Se você quer ser cientificamente realista, se pensa que existe um mundo foraapollo pays slotnós que a ciência está descrevendo com precisão, terá que aceitar que existem múltiplos universos paralelos."
apollo pays slot *Este artigo é uma adaptação do programa apollo pays slot If a tree falls in a forest… does it make a sound? apollo pays slot ("Se uma árvore cair na floresta… faz barulho?",apollo pays slottradução livre) da BBC World Service. Ouça aqui apollo pays slot apollo pays slotinglês.
apollo pays slot Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube apollo pays slot ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosapollo pays slotautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaapollo pays slotusoapollo pays slotcookies e os termosapollo pays slotprivacidade do Google YouTube antesapollo pays slotconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueapollo pays slot"aceitar e continuar".
Finalapollo pays slotYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosapollo pays slotautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaapollo pays slotusoapollo pays slotcookies e os termosapollo pays slotprivacidade do Google YouTube antesapollo pays slotconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueapollo pays slot"aceitar e continuar".
Finalapollo pays slotYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosapollo pays slotautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaapollo pays slotusoapollo pays slotcookies e os termosapollo pays slotprivacidade do Google YouTube antesapollo pays slotconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueapollo pays slot"aceitar e continuar".
Finalapollo pays slotYouTube post, 3