Ivermectina:promocode 1xbettratamento para gado ao Nobel, a história do remédio sem eficácia comprovada contra covid-19:promocode 1xbet

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Legenda da foto, A história da ivermectina começou num lugar bastante inusitado: um campopromocode 1xbetgolfe

O quadro, conhecido como oncocercose ou cegueira dos rios, ainda afeta cercapromocode 1xbet18 milhõespromocode 1xbetpessoas todos os anos.

A condição acomete principalmente um grupopromocode 1xbet28 países africanos, que respondem por 99% dos casos.

A cada 12 meses, um totalpromocode 1xbet6,5 milhõespromocode 1xbetpessoas desenvolvem sintomas da infecção, como lesões na pele e dificuldade para enxergar.

Dessas, 270 mil perdem a visãopromocode 1xbetforma definitiva.

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Legenda da foto, Essa foto, tirada nos anos 1970, retrata três vítimas da "cegueira dos rios" num povoado da África Central

Mas a situação já foi ainda pior e só começou a melhorar a partir 1988, com a adoçãopromocode 1xbetum remédio que acabarapromocode 1xbetser aprovado para usopromocode 1xbethumanos: a ivermectina.

No final dos anos 1980, esse medicamento passaria a fazer partepromocode 1xbetum gigantesco programapromocode 1xbetdoação e alcançaria um dos maiores sucessospromocode 1xbetsaúde pública da história recente.

Mas para entender como esse fármaco saiu das bancadaspromocode 1xbetlaboratórios, mudou a realidade do mundo e voltou aos holofotes durante a pandemiapromocode 1xbetcovid-19 por causapromocode 1xbetdisputas politizadaspromocode 1xbettornopromocode 1xbetsua suposta eficácia (que ainda não foi comprovada por estudos científicos rigorosos), é preciso voltar ao anopromocode 1xbet1973 e acompanhar uma descoberta inusitada que aconteceu num campopromocode 1xbetgolfe da cidadepromocode 1xbetIto, no Japão.

Ali começaria a história que mudaria a vidapromocode 1xbetmilhõespromocode 1xbetpessoas pelos próximos anos.

Surpresas da terra

Desde o iníciopromocode 1xbetsua carreira, o bioquímico japonês Satoshi Õmura se especializoupromocode 1xbetestudar a produçãopromocode 1xbetmoléculas por micro-organismos.

Sua ideia era identificar moléculas com potencial farmacológico, que poderiam eventualmente ser utilizadas como tratamento para várias doenças.

Vale lembrar que esse tipopromocode 1xbetpesquisa já rendeu grandes avanços à humanidade. A penicilina, o primeiro antibiótico da história, por exemplo, foi obtida pela primeira vez a partirpromocode 1xbetuma colôniapromocode 1xbetfungos, cultivadapromocode 1xbet1928 pelo cientista escocês Alexander Fleming.

No início dos anos 1970, o trabalhopromocode 1xbetÕmura no Instituto Kitasato,promocode 1xbetTóquio, consistiapromocode 1xbetcoletar amostras do solo e investigar o comportamento dos seres microscópicos que viviam ali.

As substâncias que mostravam algum potencial eram então enviadas aos laboratórios da farmacêutica Merck, Sharpe & Dome (MSD), nos Estados Unidos, onde passavam por uma nova rodadapromocode 1xbettestes mais aprofundados.

Foi assim que surgiu a ivermectina: o bioquímico japonês coletou um poucopromocode 1xbetterra nas cercaniaspromocode 1xbetum campopromocode 1xbetgolfe da cidadepromocode 1xbetIto, que fica a 130 quilômetrospromocode 1xbetTóquio.

"Foi lá que ele descobriu uma cepa da bactéria Streptomyces avermitilis", conta o microbiologista Gabriel Padilla, coordenador do Laboratóriopromocode 1xbetBioprodutos do Institutopromocode 1xbetCiências Biomédicas da Universidadepromocode 1xbetSão Paulo (ICB-USP).

Nas análises, Õmura isolou uma molécula chamada avermectina, que parecia ter algum potencial para inibir vermes, insetos e aracnídeos.

O material foi entregue aos colegas americanospromocode 1xbet1974. Cinco anos depois, foram publicados os primeiros artigos científicos que descreviam a molécula e suas propriedades.

Após uma sériepromocode 1xbetexperimentos que perduraram até o final dos anos 1970, um time da MSD liderado pelo bioquímico irlandês e americano William Campbell chegava à formulação final do novo medicamento.

Nascia, assim, a ivermectina.

Mas a droga ainda demoraria quase uma década para chegar aos seres humanos: antes, ela seria usada por um bom tempo na medicina veterinária.

Remédio para gado

As experiências iniciais indicavam que a ivermectina era uma ótima molécula para tratar dois tipospromocode 1xbetparasitas: aqueles que se instalam no sistema digestivo ou na pele.

"Ela foi uma maravilha para a pecuária. Os rebanhos costumavam sofrer muito com verminoses intestinais, que fazem os animais perderem peso, e com os carrapatos, que se fixam no couro e inviabilizam seu uso comercial", descreve o biólogo Carlos Eduardo Winter, professor do Departamentopromocode 1xbetParasitologia do ICB-USP.

Em pouco tempo, o medicamento começou a ser usadopromocode 1xbetlarga escalapromocode 1xbetbois, cavalos, porcos e ovelhas.

Nos primeiros cinco anos após seu lançamento, a ivermectina foi aprovadapromocode 1xbet46 países e chegou a ser aplicadapromocode 1xbetquase 500 milhõespromocode 1xbetanimais.

Seu uso nos Estados Unidos chegou a quase extinguir um verme chamado Onchocerca cervicalis, que afeta os cavalos e representa um verdadeiro pesadelo para os criadores.

Com o sucesso da aplicação no universo da veterinária, os cientistas puderam entender um pouco mais a fundo o mecanismopromocode 1xbetação do medicamento no combate aos vermes.

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Legenda da foto, A ivermectina "paralisa" e "matapromocode 1xbetfome" vermes como o Onchocerca volvulus (no centro da imagem), causador da cegueira dos rios

"Sabe-se que a ivermectina atua no sistema nervoso dos parasitas, causando uma paralisação do organismo deles", detalha o parasitologista Marcelo Beltrão Molento, professor da Universidade Federal do Paraná.

"Eles deixampromocode 1xbetcomer epromocode 1xbetter trocas com o hospedeiro. Com o tempo, morrem aos poucos e são metabolizados", completa.

Esse processopromocode 1xbetmatar os vermes acontecepromocode 1xbetforma relativamente lenta — e isso é essencial para o sucesso da terapia medicamentosa.

Se a ivermectina aniquilasse todos os parasitas numa só tacada, isso poderia causar uma inflamação no corpo, que não teria condiçõespromocode 1xbetlidar com tantos "bichos mortos"promocode 1xbetuma só vez.

Com os bons resultados na pecuária no início dos anos 1980, chegava a horapromocode 1xbetentender se o remédio seria capazpromocode 1xbetrepetir o mesmo sucesso quando usadopromocode 1xbetseres humanos.

Mudançapromocode 1xbetparadigma

Os testes clínicos que avaliaram o uso do medicamento contra verminoses que atingem as pessoas se arrastaram entre 1982 e 1986.

Em 1987, a ivermectina ganhou na França seu primeiro reconhecimento como tratamento médico.

Nesse mesmo ano, a MSD, farmacêutica detentora dos direitos comerciais do produto, assinou um acordo com a Organização Mundial da Saúde e outras instituiçõespromocode 1xbetque se comprometeu a fazer doaçõespromocode 1xbetdoses por tempo ilimitado.

O objetivo? Eliminar definitivamente a oncocercose da face da Terra.

Desde então, a ivermectina é distribuída gratuitamentepromocode 1xbetpaíses da África e da América Latina.

Nos locais onde essa parasitose é comum, os moradores chegam a receber as doses todos os anos, como tratamento profilático, até que a doença seja controlada e eliminada daquela região.

Esse foi o primeiro programa massivopromocode 1xbetdoaçãopromocode 1xbetdrogas da história e está ativo até hoje, com maispromocode 1xbet4 bilhõespromocode 1xbetdoses distribuídas para 49 países.

Com 34 anos, o programa já produziu inúmeros resultados significativos, com maispromocode 1xbet300 milhõespromocode 1xbetpessoas tratadas todos os anos.

Conquistas na América Latina

"Em nossa região, a iniciativa começoupromocode 1xbet1992 e nós já conseguimos eliminar a oncocercosepromocode 1xbetquatro países: Colômbia, Equador, México e Guatemala", relata o médico Mauricio Sauerbrey, diretor do programapromocode 1xbeteliminação da doença nas Américas mantido pelo Carter Center, uma instituição sem fins lucrativos criada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.

Por ora, a cegueira dos rios só persistepromocode 1xbetdois lugares da América Latina: Brasil e Venezuela.

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Legenda da foto, Indígena recebe comprimidopromocode 1xbetivermectina no maior programapromocode 1xbetdoaçãopromocode 1xbetmedicamentos do mundo. A oncocercose já foi eliminadapromocode 1xbetquatro países latino-americanos e só é encontrada atualmente na divisa entre Brasil e Venezuela

"Os casos se concentrampromocode 1xbetregiõespromocode 1xbetdifícil acesso, como as áreaspromocode 1xbetfronteira na Floresta Amazônica, e afetam principalmente populações nômades que vivempromocode 1xbetcomunidades muito pequenas, como os ianomâmis. É mais difícil encontrá-los e oferecer o tratamento duas vezes ao ano", detalha Sauerbrey.

"Mas tenho certeza que também vamos ser bem-sucedidos no Brasil e na Venezuela e teremos boas notícias para compartilhar nos próximos anos", acredita o especialista.

Resultados na África

Do outro lado do Atlântico, os resultados também são considerados excelentes, embora nenhum país tenha eliminado a doença definitivamentepromocode 1xbetseu território.

De acordo com relatórios disponibilizados no site da Organização Mundial da Saúde, o númeropromocode 1xbetpacientes com oncocercose caiu 61% nas regiões africanas beneficiadas pelo projeto.

No mesmo período, a notificaçãopromocode 1xbetcasospromocode 1xbetcegueira relacionados à infecção foi reduzida pela metade.

Além da cegueira dos rios, a ivermectina mostrou ser uma ótima terapia contra a filariose, outra enfermidade muito comum nesses mesmos lugares do planeta.

Também conhecida como elefantíase, a condição é provocada pelo parasita Wuchereria bancrofti e está relacionada a inchaços e deformações nas pernas e na região genital.

Droga-maravilha

Tantos serviços prestados fazem a ivermectina entrar para o seleto rol das "wonder-drugs" (ou "drogas-maravilha", numa tradução literal), ao ladopromocode 1xbetaspirina, penicilina e morfina.

"Esse é um grupopromocode 1xbetmedicamentos que realmente mudou a face da saúde pública", constata Molento.

A descoberta do medicamento rendeu até o Prêmio Nobelpromocode 1xbetMedicina e Fisiologiapromocode 1xbet2015 aos pioneiros nos estudos: o japonês Satoshi Õmura e o irlandês/americano William Campbell.

Naquele ano, eles dividiram o reconhecimento com a farmacologista chinesa Tu Youyou, que desenvolveu a artemisinina, um tratamento contra a malária.

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Legenda da foto, Da esquerda para a direita: Satoshi Õmura, William Campbell e Tu Youyou foram os vencedores do Prêmio Nobelpromocode 1xbetMedicina e Fisiologiapromocode 1xbet2015

Reposicionamentopromocode 1xbetdrogas e a covid-19

A ivermectina foi alçada a um novo patamarpromocode 1xbetfama com a chegada da pandemiapromocode 1xbetcovid-19: a partir do segundo semestrepromocode 1xbet2020, ela passou a ser apontada como um possível tratamento contra o novo coronavírus, apesar da faltapromocode 1xbetevidências científicas suficientes para dar suporte a essa afirmação.

Mas como que o remédio entrou nessa história?

Tudo começou com uma estratégia bastante comum na área da farmacologia: o reposicionamentopromocode 1xbetdrogas.

Com o auxíliopromocode 1xbetplataformaspromocode 1xbettecnologia e programaspromocode 1xbetcomputador, os cientistas avaliam,promocode 1xbetuma vez só, o potencialpromocode 1xbetcentenas ou até milharespromocode 1xbetmedicamentos contra uma determinada doença.

"Essa é uma estratégia excelente, pois seleciona produtos já utilizados e comprovadamente seguros para ver se podem ajudar num outro contexto", avalia o microbiologista Leandro Araújo Lobo, professor do Institutopromocode 1xbetMicrobiologia Paulopromocode 1xbetGóes, da Universidade Federal do Riopromocode 1xbetJaneiro.

O reposicionamento permite acelerar algumas etapas na criaçãopromocode 1xbetum novo tratamento — o que certamente é desejável quando uma enfermidade recém-descoberta está matando milharespromocode 1xbetpessoas todos os diaspromocode 1xbetvários países.

A ivermectina, então, foi testada nos laboratórios da Universidade Monash, da Austrália, e mostrou ali que seria capazpromocode 1xbetcontra-atacar o coronavírus.

Repare bem: os experimentos eram simples e foram realizadospromocode 1xbetculturaspromocode 1xbetcélulas, que estão longepromocode 1xbetrepresentar toda a complexidadepromocode 1xbetuma infecção no corpo humano.

E a situação fica ainda mais distante da vida real porque a dose empregada nestes testes iniciais era muito superior ao limite considerado seguro para as pessoas.

"Nos trabalhos iniciais, a dosagem chegava a ser proporcionalmente 17 vezes mais alta do que poderíamos dar a uma pessoa", calcula Lobo.

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Legenda da foto, A estratégiapromocode 1xbetreposicionamentopromocode 1xbetdrogas envolve programaspromocode 1xbetcomputador e experimentospromocode 1xbetlaboratórios

Outro problema: o reposicionamentopromocode 1xbetdrogas é apenas o primeiro passo e deve ser sucedidopromocode 1xbetestudos mais rigorosos, que comprovem ou não a eficácia e a segurança daquele fármaco contra a doença.

"No laboratório, até vinagre, sal, açúcar ou refrigerante podem mostrar alguma atividade. Mas quando passamos para a próxima fase dos testes, que envolvem animais, esse efeito geralmente desaparece ou fica tóxico demais", explica Padilla.

"Em praticamente 99% das vezes, aquilo que vai bem nos experimentos in vitro não funciona nas pesquisas posteriores", concorda Winter.

Leite derramado

Quando os resultados iniciais da ação da ivermectina contra o coronavírus foram divulgados, já era tarde demais:promocode 1xbetquestãopromocode 1xbetdias, numa espéciepromocode 1xbettelefone sem fio potencializado por redes sociais, as informações sobre o potencial do remédio foram distorcidas e exageradas,promocode 1xbettal forma que muitas pessoas passaram a utilizá-lo até para tentar prevenir a infecção.

"Em maio e junho do ano passado, nós já assistimos a um aumento do interesse pela ivermectina, inclusive com a ação diretapromocode 1xbetprefeitos e secretários municipais da Saúde brasileiros, que naquela época começaram os planospromocode 1xbetum tratamentopromocode 1xbetmassa", rememora Molento.

Prova disso são os números do Conselho Federalpromocode 1xbetFarmácia (CFF):promocode 1xbetcomparação com 2019, as vendaspromocode 1xbetivermectina dispararam 557% no país ao longopromocode 1xbet2020.

A títulopromocode 1xbetcomparação, a hidroxicloroquina, outro princípio ativo muito debatido nos últimos meses, teve um crescimentopromocode 1xbet110% no mesmo período.

Outros integrantes do comprovadamente ineficaz kit-covid também tiveram uma maior procura, mas os números nem chegam perto do "sucesso" da ivermectina: vitamina D (81%), vitamina C (59%) e nitazoxanida (9%) também figuraram no ranking divulgado pelo CFF.

Um dos mais contumazes defensores do tratamento precoce e da ivermectina foi (e continua sendo) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Foram várias as manifestaçõespromocode 1xbetapoio a esse coquetel farmacológico.

Numa conversa com apoiadores no dia 16promocode 1xbetabril, o presidente voltou a afirmar: "É o tempo todo o pessoal só atrapalhando. Isso não dá certo. Ô idiota, o que dá certo? O cara é um jumento. Fica falando: 'Ivermectina não pode, não tem comprovação científica'. E não dá alternativa. Deixa o cara tomar, pô. O médico vai decidir o que o cara vai tomar."

O que diz a ciência

Ao longo dos últimos meses, diversos grupospromocode 1xbetpesquisa se debruçaram sobre o efeito da ivermectina nas várias etapas da covid-19.

Os resultados, porém, não foram nada animadores e não mostraram resultados satisfatórios.

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Legenda da foto, A procura por ivermectina nas farmácias brasileiras 'explodiu' a partirpromocode 1xbetmaiopromocode 1xbet2020

Isso fez com que várias instituições mundo afora contra-indicassem seu uso na prevenção ou no tratamento da infecção pelo coronavírus.

A Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos Estados Unidos, atualizou suas recomendações sobre o assunto no dia 5promocode 1xbetmarçopromocode 1xbet2021:

"A FDA não revisou dados que justificam o uso da ivermectinapromocode 1xbetpacientes com covid-19. Contudo, algumas pesquisas sobre o tema ainda estãopromocode 1xbetandamento. Tomar um remédio que ainda não foi aprovado pode ser muito perigoso".

Duas semanas depois, foi a vezpromocode 1xbeta Agência Europeiapromocode 1xbetMedicamentos (EMA) se posicionar oficialmente a respeito do tema:

"Acompanhando as recentes discussões sobre o uso da ivermectina, a EMA revisou a evidência publicada a partirpromocode 1xbetestudospromocode 1xbetlaboratório, estudos observacionais, testes clínicos e meta-análises [...] A maioria dos trabalhos que revisamos foram pequenos e apresentam uma sériepromocode 1xbetlimitações, incluindo diferentes regimespromocode 1xbetdoses e o usopromocode 1xbetoutras medicações. Com isso, concluímos que a evidência disponível até o momento não é suficiente para indicar o uso da ivermectina contra a covid-19".

No dia 31promocode 1xbetmarço, a OMS também divulgou o seu parecer sobre a discussão:

"A evidência atual sobre o uso da ivermectina para tratar a covid-19 é inconclusiva. Enquanto não possuímos mais informações, a OMS recomenda que essa droga só seja utilizadapromocode 1xbetestudos clínicos. Essa recomendação se aplica a todos os graus da doença e passa a fazer partepromocode 1xbetnossas diretrizespromocode 1xbettratamento".

No Brasil, a Agência Nacionalpromocode 1xbetVigilância Sanitária (Anvisa) já havia publicado apromocode 1xbetavaliação sobre a questãopromocode 1xbetjulhopromocode 1xbet2020, também refutando o uso da medicação para conter a pandemia.

Efeitos futuros (e imediatos)

O descompasso e a desinformação sobre a ivermectina e outros remédios usados indiscriminadamente nos últimos meses já apresentam efeitos adversos palpáveis.

Numa reportagem da BBC News Brasil do dia 23promocode 1xbetmarço, diretorespromocode 1xbetUnidadespromocode 1xbetTerapia Intensiva (UTIs)promocode 1xbethospitaispromocode 1xbetreferência no Brasil afirmam que a promoção do kit-covid contribuiu para aumentar as mortes no país.

Outra matéria, publicada no mesmo dia no jornal O Estadopromocode 1xbetS. Paulo, mostra que o tratamento precoce causou graves problemas no fígado e fez com que muitos pacientes precisassem ir para a filapromocode 1xbettransplante.

"Infelizmente, mais casos como esses serão registrados. O que vemos é uma overdosepromocode 1xbetivermectina que sobrecarrega o fígado e pode provocar sérios problemas", observa Lobo.

O uso do fármaco sem acompanhamento epromocode 1xbetdoses exageradas também está relacionado a casospromocode 1xbetdiarreia, tontura, dorpromocode 1xbetcabeça, náusea, intoxicações renais e até hepatite medicamentosa.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro fez uma sériepromocode 1xbetapelos públicos a favor do 'tratamento precoce' contra a covid-19

Um dos argumentos mais usados por adeptos do remédio como tratamento da covid-19 é a experiência pessoal: muitos dizem que tiveram a doença e se recuperaram após tomarem esses comprimidos.

"A questão é que maispromocode 1xbet95% dos infectados vão ter uma cura espontânea, independentemente se fizerem um tratamento ou apenas ficarempromocode 1xbetrepouso", responde Molento.

"Eu também posso dizer que peguei covid-19, subi no telhado da minha casa, tomei duas xícaraspromocode 1xbetcafé olhando para o Sul e me curei", compara.

É óbvio que não há validade científica nesse tipopromocode 1xbetrelato e ninguém deve tentar repetir essa e outras 'experiências'promocode 1xbetcasa.

"Nossa população está passando por testes toxicológicospromocode 1xbetforma voluntária. As pessoas estão se intoxicando como animaispromocode 1xbetlaboratório sob o pretextopromocode 1xbetuma promessapromocode 1xbetcura, sem que exista qualquer evidência científica sobre isso", completa o especialista.

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